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3. Uma retrospetiva da legislação dos doutoramentos e do terceiro ciclo

3.1 Regulamentos dos doutoramentos

O regulamento da atribuição do grau de doutor publicado em 1970 (Decreto-Lei n.º 388/70, de 18 de Agosto) foi revisto após a aprovação da Lei de Bases do Sistema Educativo em 1986 (Lei n.º 46/86 de 14 de Outubro de 1986), tendo este regulamento sido aprovado no Decreto-Lei n.º 216/92 de 13 de Outubro de 1992. Neste último, o CAPÍTULO III é referente ao doutoramento, sendo importante no âmbito deste trabalho de investigação realçar alguns artigos referentes ao que significa a obtenção do grau de doutor e ao papel do orientador:”

“Artigo 17.º Grau de doutor

1 - O grau de doutor comprova a realização de uma contribuição inovadora e original para o progresso do conhecimento, um alto nível cultural numa determinada área do conhecimento e a aptidão para realizar trabalho científico independente. (…)

Artigo 22.º Regulamento

1 - Cada universidade elabora um regulamento de doutoramentos.

2 - O regulamento define, para além das matérias que para ele sejam remetidas pelo presente diploma (…) d) O modo de designação do orientador e os termos em que é feita a orientação;(…)

Artigo 23.º Relatório

27 https://www.leru.org/publications/good-practice-elements-in-doctoral-training.

28https://www.leru.org/files/Excellent-Education-in-Research-Rich-Universities-Full-paper.pdf

29 “O regime da autonomia administrativa e financeira das instituições de ensino superior públicas que está constitucionalmente

consagrado e foi desenvolvido pela Lei n.º 62/2007, de 10 de setembro, que estabelece o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, determina que as instituições de ensino superior públicas gozam de autonomia estatutária, pedagógica, científica, cultural, administrativa, financeira, patrimonial e disciplinar perante o Estado.”(Introdução ao Regulamento n.º 409/2018 da Reitoria da UNL, de 6 de Julho de 2018)

O orientador informarà, anualmente, o órgão competente da universidade, por meio de relatório escrito, sobre a evolução dos trabalhos do candidato.”

Após a entrada em vigor do processo de Bolonha esta regulamentação foi novamente revista e nova legislação foi aprovada. Em 2006 o decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de Março, “Aprova o regime jurídico dos graus e diplomas do ensino superior, em desenvolvimento do disposto nos artigos 13.º a 15.º da Lei n.º 46/86, de 14 de Outubro (Lei de Bases do Sistema Educativo), bem como o disposto no n.º 4 do artigo 16.º da Lei n.º 37/2003, de 22 de Agosto (estabelece as bases do financiamento do ensino superior). Posteriormente o artigo 38.º do decreto-Lei n.º 74/2006 é alterado pelo artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 107/2008 (de 25 de Junho de 2008) que é novamente retificado pela Declaração de Retificação n.º 81/2009 (Diário da República n.º 208/2009, Série I de 2009-10-27) e alterado pelo Artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 230/2009 (Diário da República n.º 178/2009, Série I de 2009-09-14).

O decreto-Lei n.º 107/2008 de 25 de Junho, altera os Decretos-Leis n.os 74/2006 (de 24 de Março),

316/76 de 29 de Abril), 42/2005 (de 22 de Fevereiro), e 67/2005 (de 15 de Março) e enfatiza os seus objectivos “promovendo o aprofundamento do Processo de Bolonha no ensino superior, assim como uma maior simplificação e desburocratização de procedimentos no âmbito da autorização de funcionamento de cursos, introduzindo medidas que garantem maior flexibilidade no acesso à formação superior, criando o regime legal de estudante a tempo parcial, permitindo a frequência de disciplinas avulsas por estudantes e não estudantes, apoiando os diplomados estagiàrios e simplificando o processo de comprovação da titularidade dos graus e diplomas” (Decreto-Lei. 107/2008 de 25 de Junho). Os objetivos da obtenção do grau de doutor surgem revistos no artigo 31.º do decreto-Lei n.º 107/2008 de 25 de Junho no ponto 3: “O ciclo de estudos conducente ao grau de doutor deve visar essencialmente a aprendizagem orientada da prática de investigação de alto nível, podendo, eventualmente, integrar, quando as respetivas normas regulamentares justificadamente o prevejam, a realização de unidades curriculares dirigidas à formação para a investigação, cujo conjunto se denomina curso de doutoramento, fixando-se, nesse caso, as condições em que deve ser dispensada a frequência desse curso.

Mais tarde, o Decreto-Lei n.º 115/2013 de 7 de agosto que procede à terceira alteração ao Decreto- Lei n.º 74/2006, de 24 de março30, refere no artigo 38.º que: “O órgão legal e estatutariamente competente

de cada universidade aprova as normas relativas às seguintes matérias:

a) Regras sobre a admissão no ciclo de estudos, em especial as condições de natureza académica e curricular, as normas de candidatura e os critérios de seleção;

b) Eventual existência, devidamente justificada, de curso de doutoramento e, quando exista, a estrutura curricular e plano de estudos e as condições em que deve ser dispensada a respetiva frequência;

Decreto-Lei n.º 74/2006 de 24 de março já alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 107/2008, de 25 de junho, e 230/2009, de 14 de setembro, que aprova o regime jurídico dos graus académicos e diplomas do ensino superior, em desenvolvimento do disposto nos artigos 11.º a 17.º da Lei n.º 46/86, de 14 de outubro, alterada pelas Leis n.ºs 115/97, de 19 de setembro, 49/2005, de 30 de agosto,

c) Processo de nomeação do orientador ou dos orientadores, condições em que é admitida a coorientação e regras a observar na orientação;

d) Processo de registo do tema do doutoramento;

e) Condições de preparação da tese ou da apresentação dos trabalhos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º;

f) Regras sobre a apresentação e entrega da tese ou dos trabalhos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º e sua apreciação;

g) Regras sobre os prazos màximos para a realização do ato público de defesa da tese ou dos trabalhos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º;

h) Regras sobre a composição, nomeação e funcionamento do júri;

i) Regras sobre as provas de defesa da tese ou dos trabalhos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 31.º;

j) Processo de atribuição da qualificação final;

l) Elementos que constam obrigatoriamente dos diplomas e cartas doutorais; m) Prazo de emissão do diploma, da carta doutoral e do suplemento ao diploma; n) Processo de acompanhamento pelos órgãos pedagógico e científico.

De realçar que no ponto 38.º alínea c) é explicitamente referido que compete a cada universidade aprovar as normas relativas ao “Processo de nomeação do orientador ou dos orientadores, condições em que é admitida a coorientação e regras a observar na orientação;” remetendo para cada Universidade esta regulamentação. Em 2018 é publicado o Decreto- Lei n.º 65/201831 que pouco altera o artigo 38.º32.

3.2 Perfil de ingresso dos estudantes no ciclo de estudos conducentes ao grau de doutor