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de outubro de 2001, o Secretário Geral da ONU publicou o relatório S/2001/983, relatório que, como já mencionado eanteriormente, tem como traço marcante o planejamento

do Segundo Governo Transitório do Timor-Leste (ETTA), governo esse já devidamente “emoldurado” para o período pós-independência”.

A capacitação profissional das FDTL prossegue como uma preocupação da ONU. Em uma estratégia de saída do território de suas tropas, ainda que a médio prazo, seria importante para a organização ter a certeza de que as forças de segurança locais estivessem devidamente qualificadas a assumir suas responsabilidades. O parágrafo 26 do relatório enuncia que o Quartel General das FDTL já se encontrava instalado em Dili e que o centro e treinamento em Metinaro estava em plena atividade, tendo promovido formação básica, até aquela data, a um contingente de 594 (quinhentos e noventa e quatro) militares de um total previsto de 1.500 (mil e quinhentos). Este parágrafo também traz uma importante informação que diz respeito à alocação de 50 (cinquenta) vagas a um pequeno contingente marítimo. Embora as FDTL se constituam em um corpo único67, o ETTA achou interessante reservar uma pequena quantidade de vagas a esse componente em virtude do país ser uma ilha e não possuir fronteiras terrestres. Além disso, informa-se que o marco institucional das FDTL se encontrava em constituição,

66 59. A força de paz seria altamente móvel, capaz de enfrentar qualquer ameaça externa e fornecer apoio de

segurança em qualquer ponto de conflito dentro do país. Seria necessário ter capacidade de transporte de tropas suficiente, bem como engenheiros, pessoal de aviação e comunicações, para manter um alto nível de mobilidade tática nas regiões fronteiriças e em outras partes do país, todas com apoio logístico adequado. Uma vez que as condições para a retirada dos setores central e leste fossem dadas, o apoio dos engenheiros seria reduzido à metade de sua força atual. A simplificação de outras modalidades de apoio permitiria novas reduções de unidades de combate e da sede. O grupo de observadores militares também veria seu tamanho atual reduzido e sua atenção focada nas áreas de fronteira. (ONU, 2001, tradução nossa)

67 As Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL) se constituem nas Forças Armadas daquele país e não são divididas

nos tradicionais ramos do Exército, da Marinha e da Força Aérea. O componente primordial é composto por uma Força Terrestre (dois batalhões leves e uma Companhia de Polícia Militar), contudo, há um pequeno Contingente Naval. Não há componente aéreo nas FDTL.

inclusive com a publicação de um código disciplinar para os militares.

Os parágrafos 27 e 28 relatam as atividades na fronteira. Um aspecto positivo foi o da diminuição das incursões milicianas ao longo da linha de coordenação tática, “uma espécie de fronteira oficiosa acordada entre a UNTAET e as Forças Armadas da Indonésia a espera de uma demarcação oficial da fronteira”, segundo palavras do próprio relatório. Em que pese a diminuição das incursões, relata-se o aumento considerável de atividade comercial ilícita (contrabando), dominada, pelo que se suspeitava, pelos milicianos, interessados não apenas no lucro como também na obtenção de informações do lado oriental (Timor-Leste).

Como prova da boa vontade entre a UNTAET e o governo da Indonésia foi celebrado o “Acordo Técnico Militar” (parágrafo 30), em 28 de agosto de 2001. Este acordo, assinado pelos comandantes da PFK e das Forças Armadas indonésias, se constituía em um importante meio de coordenação das ações de ambas as tropas ao longo da linha de coordenação tática e substituía o memorando de entendimento assinado em 11 de abril de 2000 (vide comentários sobre o parágrafo 52 do relatório S/2000/53).

Na parte IV do relatório, que trata da “Transição a Missão Sucessora”, o parágrafo 56 menciona que se fossem mantidas as condições de segurança como as que existiam à época do relatório, uma redução do efetivo militar iniciaria em novembro. Até a independência, se previa que os 7.947 (sete mil, novecentos e quarenta e sete) soldados existentes fossem reduzidos para aproximadamente 5.000 (cinco mil) e que as áreas que sofreriam redução seriam as seguintes: tropas de Engenharia, Saúde, Aviação e Apoio. O relatório também previa a redução dos efetivos internacionais de policiais, que passariam de 1.650 (mil seiscentos e cinquenta) para 1.250 (mil duzemtos e cinquenta) até a independência.

Nos parágrafos 62, 63 e 64, o relatório discorre sobre a reestruturação tática da PKF para o seu funcionamento no período pós-independência, já inserida em uma nova missão. O setor Oeste seria o único a contar com a presença de dois batalhões e um Quartel General prório. O enclave de Oecussi contaria com um batalhão e os setores Central e Leste contariam ambos com um batalhão, que deveria ser dotado com alto grau de mobilidade. Em termos de finalidade, as tropas da PKF deveriam continuar a assegurar o território contra ameaças externas, contudo, deveriam ter flexibilidade suficiente para garantir segurança internamente também. A tarefa do componente militar da missão sucessora foi definida como “prestar assistência para manter um ambiente seguro no Timor-Leste em cooperação com as FDTL, a UNPOL e o Serviço de Polícia do Timor-Leste”. Persistia a preocupação em manter um ambiente seguro na fronteira, onde a PKF deveria continuar a dissuadir grupos armados ilegais, até que as FDTL se compusessem

plenamente. A tarefa de manter a segurança do pessoal da ONU e de suas instalações continuava a ser uma tafefa original, não delegada, e o “enlace” com as Forças Armadas indonésias deveria ser mantido pelo grupo de observadores militares da ONU na zona de fronteira.

O parágrafo 65 traz importantes informações sobre as FDTL, especialmente sobre o calendário de seu desenvolvimento e pleno emprego. Comenta-se nesse parágrafo que um dos dois batalhões previstos para a sua existência (das FDTL) estaria em condições plenas de operacionalidade em junho de 2002 (batalhão do setor Leste) e o outro estaria pronto no fim de 2003. As FDTL, como um todo, estariam “prontas para assumir plenamente as suas responsabilidades por suas próprias medidas de defesa” ao final de 2004 ou mais tardar.

Em 17 de janeiro de 2002, o Secretário Geral publicou o relatório S/2002/80, que traz

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