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ÉTICA NAS ORGANIzAÇõES: PRINCÍPIOS FuNDAMENTAIS

No documento 2489.pdf (páginas 158-162)

De acordo com os autores Arruda, Whitaker e Ramos (2003):

• Os debates ocorridos na década de 60, especialmente nos países de origem alemã, já revelavam preocupações éticas no âmbito em- presarial. O ensino da Ética em faculdades de Administração e Negócios tomou impulso na década de 60 e 70, principalmente nos Estados Unidos, quando filósofos trouxeram contribuições de sua vida empresarial, aplicando conceitos da ética à realidade dos negócios, surgindo assim a Ética Empresarial. As publicações so- bre o tema, nos EUA e Europa, destacando publicações em revistas na área da Administração: Journal of Business Ethics: a European

Review (1992). Mas foram nos anos 90 que houve uma ampliação

e universalização do conceito.

• No Brasil, em 1992, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) sugeriu que todos os cursos de Administração, em nível de gra- duação e pós-graduação, incluíssem a disciplina em seu currícu- lo; o Conselho Regional de Administração (CRA) e a Fundação FIDES se reuniram em São Paulo, comprometendo-se a seguir a recomendação. Ainda, neste mesmo ano, a Fundação Getúlio Var- gas cria o Centro de Estudos de Ética nos Negócios (CENE). Em Julho de 1997, houve o II Congresso Mundial da ISBEE –

International Society of Business, Economics, and Ethics com o tema

Desafios Éticos da globalização.

• Houve também o crescimento da ética no campo profissional, segundo Arruda, Whitaker e Ramos (2003), por intermédio da Escola de Altos Estudos de Ética Profissional (ESA) que iniciou suas atividades com o intuito de desenvolver a ética não só nos negócios, mas em todas as profissões em 1998.

• Um trabalho de grande projeção vem, até os dias atuais, sendo de- senvolvido pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social oferecendo apoio junto às empresas brasileiras, as quais bus- cam incentivar os profissionais, as instituições públicas e privadas a iniciarem esforços para o combate à corrupção, pobreza e injustiça social.

De acordo com Silva (2008, p. 59), as demandas éticas cresceram a partir da década de 90 advindas das preocupações dos acionistas em relação às decisões

Sobre o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.

Acesse: <http://www3.ethos.org.br/>.

“Ética é um conjunto de valores e regras que definem a conduta dos indiví- duos como certo ou errado” (SILVA, 2008, p. 60).

Ética nas organizações: Princípios Fundamentais

Repr odução pr oibida. A rt . 184 do C ódigo P enal e L ei 9.610 de 19 de f ev er eir o de 1998. 158 - 159

internas dos administradores e de que todas as atividades organizacionais “devem ser regidas por princípios éticos que indicam se o tipo de comportamento pra- ticado é ético ou não”.

A palavra ética vem do grego ethos, e quer dizer costume, modo de agir. A ética teoriza as condutas humanas, estudando concepções como a moral den- tro das organizações. Da mesma forma, a moral vem do latim mores, que quer dizer costume, conduta, modo de agir. A moral normatiza e direciona a prática das pessoas, sendo a ética teoria sobre a moral, ou seja, como a “ciência do com- portamento” ou a “reflexão filosófica sobre a moral”, de modo que seu interesse é “compreender como se dá a formação dos hábitos, dos costumes e até mesmo das regras e leis que regem uma determinada sociedade” (ALENCASTRO, 2010, p. 33). É um contrassenso, mas em muitos casos, defrontamo-nos com uma meia ética, com uma meia verdade, o que significa uma mentira inteira, dizia Platão. A meia ética está identificada com o esforço equívoco do que poderíamos deno- minar “marketing de ética, ou seja, torna-se mais importante parecer ético do que ser ético” (MATOS, 2011 p. 27).

A ética empresarial envolve a determinação da organização em cumprir os compromissos assumidos para com todos os envolvidos, de maneira que devem satisfazer algumas expectativas desse público diretamente, o que na maioria das

Ética é vida! Sem princípios éticos é inviável a organização social. Ética Em- presarial é a alma do negócio. É o que garante o conceito público e a perpe- tuidade da empresa (MAToS, 2011, p. 35).

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vezes, refletem o pensamento da sociedade como um todo, e ampliam em muito o seu comportamento ético. Atualmente, há um controle social maior sobre a agressão ao meio ambiente, por exemplo, o fato de algumas empresas devasta- rem o ambiente e provocarem altos custos ambientais as coloca em conflito direto com os interesses da coletividade (ALENCASTRO, 2010).

Para Matos (2011, p. 35), a ética organizacional significa:

Não ao individualismo e a seus subprodutos: não ao egocentrismo e corporativismo; não ao autoritarismo e suas subdivisões em ilhas de poder – arquipélago organizacional; não ao totalitarismo político, com a centralização do poder; não ao totalitarismo organizacional, com o comportamento burocrático; não ao totalitarismo emocional, com o paternalismo.

A ética deve estar presente em todos os níveis do negócio, reflete seus costumes e moral estabelecidos, além de relações humanas fundamentais e plurais glo- bais, um dos maiores desafios dos administradores é conduzir as atividades de maneira ética enquanto alcançam níveis elevados de desempenho econômico (SILVA, 2008).

Reflita novamente, caro(a) estudante!

É possível conduzir as atividades organizacionais de maneira ética e ainda assim alcançar níveis elevados de desempenho econômico?

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Ética nas organizações: Princípios Fundamentais

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Passos (2006) concorda com Aguilar (1996, p. 25) quando coloca a ética como um elemento a mais na organização: “como tal, a ética empresarial transforma-se em mais um elemento da administração do dia-a-dia juntamente com as ope- rações e estratégia competitiva”, e com Srour (2000, p.17), que nos propõe uma reflexão ética: “o conhecimento ético oferece um quadro de referência para as decisões corporativas”. Para a autora (p.71):

Sua importância no mundo do trabalho é crescente, entre outros motivos, pelas facilidades e formas de incentivo que as pessoas têm para praticar deslizes de ordem moral. Além dos componentes do caráter de muitos, caracterizados pela ira, orgulho, vaidade, eles são motivados pela ânsia do sucesso rápido e a qualquer preço, pelo de- sejo de galgar posição social elevada, pelo apego ao poder; pela luta por realizar um sonho a enveredar por caminhos desonestos, injus- tos e desrespeitosos.

Neste sentido, o papel das organizações é fundamental, fazendo com que estas, por força das denúncias da sociedade, cumpram com suas obrigações, o que implica também em ser ética e investir em programas de incentivo ao compor- tamento ético organizacional de forma efetiva.

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As ações efetivas devem ser em prol do uso de linguagem ética no ambiente de trabalho e na vida, de tornar o comportamento ético uma rotina com a qual as pessoas possam se acostumar e investir em ações que atinjam o âmago do ser humano, que o faça refletir e tomar consciência das consequências de seus atos [...] assim, para se intro- duzir ou reforçar a ética empresarial, a empresa precisa rever a relação que estabeleceu entre meios e fins, colocando o ser humano como o centro de tudo; eleger a ética como parte do negócio [...] (PASSOS, 2006, p. 71).

A organização que não tem uma cultura ética forte e ações efetivas que tradu- zam uma conduta ética com seus stakeholders deverá adquirir essa consciência e rever a sua relação com o meio ambiente organizacional a fim de estabelecê-la e elegê-la como parte integrante do seu negócio, pois de outra forma, sua con- tinuidade estará comprometida.

CRIAÇÃO DE SISTEMAS DE VALORES: A ÉTICA

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