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A TEORIA CONTINGENCIAL

No documento 2489.pdf (páginas 101-104)

Repr odução pr oibida. A rt . 184 do C ódigo P enal e L ei 9.610 de 19 de f ev er eir o de 1998. 100 - 101

Apesar de tentar apresentar uma teoria que pudesse solucionar todos os proble- mas da organização, a TGS sofreu, como todas as outras teorias, algumas críticas a suas abordagens. Dentre elas destacamos Ferreira (2002), que afirma ser uma das mais severas críticas à abordagem sistêmica na administração o fato desta dar uma excessiva ênfase científica no tratamento dos problemas organizacio- nais. O autor continua explicando que, mesmo ao apresentar semelhanças com um sistema biológico, o sistema administrativo possui características próprias às associações entre as relações internas da empresa e as que ocorrem na natu- reza devem ser consideradas dentro de limites claros.

A TEORIA CONTINGENCIAL

Em uma tentativa de aplicar os principais conceitos das diversas teorias de administração, Silva (2008) lembra que essas tentativas ocorreram na década de 1970 e contribuíram para a criação da abordagem contingencial da organização. Ferreira (2002) destaca que os precursores desta teoria foram os pesquisadores Joan Woodward, Alfred Chandler, Tom Burns e G. M. Staler. Em suas pesquisas eles perceberam que, apesar das organizações utilizarem métodos eficientes, em certas situações, não coseguiam obter os mesmos resultados quando da utiliza- ção em outras situações, chegando à conclusão geral de que os resultados eram diferentes porque as situações eram diferentes. Ferreira (2002, p. 101) comple- menta que, por este motivo, esta teoria tem o nome de “contingencial, ou seja, baseada no conceito da incerteza de que algo pode ou não ocorrer”.

Silva (2008, p. 333) define, assim, que “a teoria da contingência estabelece que situações diferentes exigem práticas diferentes, apregoando o uso das teo- rias tradicionais, comportamentais e de sistemas separadamente ou combinadas para resolver problemas das organizações”.

Com esta definição, fica claro que a teoria da contingência é um desenvol- vimento da teoria de sistemas e, nas palavras de Silva (2008, p. 332), “vai a um estágio posterior no relacionamento com o ambiente e outras variáveis para

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estruturas específicas de organização”. Ferreira (2002, p. 101) complementa o autor afirmando que:

A teoria da contingência enfatiza que não há nada absoluto nas orga- nizações ou na teoria administrativa; tudo é relativo, tudo depende. A abordagem contingencial explica que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis ambientais são as variáveis independentes, enquanto as técnicas administrativas são as variáveis dependentes, dentro de uma relação funcional. Porém, não há uma causalidade direta, visto que a administração de um negó- cio é ativa. O que se caracteriza nesta relação funcional, na verdade, é uma relação causal do tipo se-então. Ou seja, as ações administrativas são contingentes das características situacionais para alcançar os resul- tados organizacionais.

O que Ferreira (2002) explica anteriormente pode ser melhor visualizado na Figura 19: Então Se n n (Variáveis na estrutura organizacional e nos sistemas de gerenciamento)

(Fatores situacionais, como tamanho, tecnologia, ambiente) Figura 19: A relação de contingência se-então

Fonte: Silva (2008, p. 332)

Os teóricos precursores da teoria da contingência, conforme Silva (2008, p. 333), concordam que não existe um único modo melhor de estruturar as orga- nizações, que a estrutura deveria variar de acordo com determinadas condições tecnológicas além do modo como os administradores escolhem a hierarquia organizacional, o sistema de controle e a maneira de motivar seus funcionários. Tudo isso é uma contingência do ambiente organizacional e pode melhor ser visualizado na Figura 20:

A Teoria Contingencial Repr odução pr oibida. A rt . 184 do C ódigo P enal e L ei 9.610 de 19 de f ev er eir o de 1998. 102 - 103 Características do ambiente Organizações em ambientes estáveis escolhem uma estrutura mecanística Organizações em ambientes mutantes escolhem uma estrutura orgânica Determinam o projeto da estrutura de uma organização e os sistemas de controle Não existe um modo melhor de organizar; a estrutura

depende do ambiente no qual a organização opera. Figura 20: A teoria das contingências do projeto organizacional Fonte: Silva (2008, p. 333)

Como todas as outras teorias da administração, a contingencial também rece- beu críticas, conforme Silva (2008, p. 357):

1. Relacionamento casual: refere-se ao relacionamento entre estru-

tura como uma variável interveniente e desempenho como uma variável dependente.

2. Desempenho organizacional: em muitos estudos contingenciais,

o desempenho não tem boa precisão em sua avaliação.

3. Variáveis independentes: as organizações podem ser capazes de

influenciar o ambiente por meio de pressão política da propaganda ou de políticas da qualidade. Entretanto, as organizações não po- dem exercer controle sobre todas as variáveis do ambiente.

4. Contingências múltiplas: diferentes contingências podem re-

sultar na necessidade de diferentes padrões de estrutura para as organizações, como estruturas orgânicas ou estruturas mais buro- cráticas.

5. Mudança planejada: as organizações falham na ênfase das conse-

quências não previstas da mudança planejada.

6. Fatores de poder: a estrutura organizacional é determinada tam-

bém por ‘fatores de poder’, como os controles externos (oriundos do governo), a necessidade de poder dos vários membros dirigen- tes, a cultura da organização e o poder das normas sociais.

7. Velocidade da mudança organizacional: deve haver uma mudan-

ça significativa nos fatores contingenciais prevalecentes para que a organização responda a mudança.

Apesar dessas críticas, é importante entender que as organizações estão inseridas em um ambiente dinâmico, consequentemente sofrendo alterações constantes,

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assim, é preciso estar atento a este fato de modo a evitar diversos problemas que possam surgir na empresa como um todo.

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