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ADMINISTRAÇÃO NO TERCEIRO SETOR

No documento 2489.pdf (páginas 147-155)

Repr odução pr oibida. A rt . 184 do C ódigo P enal e L ei 9.610 de 19 de f ev er eir o de 1998. 146 - 147

é o fato de diversas tecnologias possibilitarem que as organizações não tenham mais a necessidade de grandes infraestruturas de computadores e redes, uma vez que é possível armazenar todos os seus dados na nuvem, usando um recurso conhe- cido como cloud computing reforçando o que Martin comentou anteriormente como patrimônio digital. Sendo assim, como agem as empresas do Patrimônio Digital? Martin (1998, pp. 6-7) responde que as empresas do Patrimônio Digital:

• Criam rapidamente novas marcas no ciberespaço, com promoção e publicidade agressivas.

• Visam às massas, uma por vez e de forma completa. Atuam de acordo com o conceito da Internet, como um mundo centralizado no consumidor, tendo como verdadeiro alvo um mercado em seu momento de maior valor.

• Oferecem as novas alternativas aos consumidores, fazendo-os de- sempenhar realmente o trabalho e criar produtos.

• Entendem que, enquanto qualquer empresa é de fato um fornece- dor de conteúdo, é o contexto, e não o conteúdo, que domina. • Essas empresas trabalham em colaboração e parceria como nunca

fizeram antes e vivem no que às vezes é descrito como tempo da Internet, a alta velocidade com que as coisas parecem acontecer no ambiente da Internet. É a colaboração imensa, envolvendo a cooperação global entre empresas em setores industriais diferentes e competitivos. No Patrimônio Digital, não é uma questão de se, mas com que rapidez o comércio virtual decolará, esperando-se que o dinheiro digital seja usado em massa, no âmbito global. O que podemos concluir com isso tudo é que a maneira de se enxergar o mundo e se realizar negócios mudaram. Cabe agora às empresas se reinventarem de modo a não perder o trem da evolução.

ADMINISTRAÇÃO NO TERCEIRO SETOR

Antes de falarmos a respeito de administração no terceiro setor, é preciso enten- der o que é o terceiro setor. Conforme Rafael (1997, p. 26 apud ALBUQUERQUE, 2011, p.14), um país possui três setores socioeconômicos, a saber:

PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA DA ADMINISTRAÇÃO Repr odução pr oibida. A rt. 184 do C ódigo P enal e L ei 9.610 de 19 de f ev er eir o de 1998.

IV

a) Primeiro Setor – constituído pelo governo, dividido em: União, Estados, Municípios e Distrito Federal.

b) Segundo Setor – constituído pelo setor produtivo com finalidade lucrativa, divido em: indústrias, entidades agrícolas, empresas co- merciais e empresas prestadoras de serviços.

c) Terceiro Setor – constituído por entidades não governamentais sem fins lucrativos.

Podemos perceber que o Terceiro Setor é aquele onde as entidades sociais atuam para minimizar o impacto das desigualdades sociais, ou seja, empresas sociais vão agir onde o governo de um país não atua de maneira eficiente. Mas por que chamar entidades sem fins lucrativos de empresas? Porque o que diferencia uma empresa com fins lucrativos de uma empresa sem fins lucrativos é a maneira como o lucro é tratado. Albuquerque (2011, p. 18) define a diferença entre empresas sem fins lucrativos e empresas com fins lucrativos:

Uma empresa sem fins lucrativos é aquela em que o lucro da organiza- ção é reinvestido na própria entidade sem a repartição deste entre seus colaboradores e fundadores.

Uma empresa com fins lucrativos, o lucro poderá ser reintegrado à empresa e/ou para o patrimônio pessoal dos proprietários, acionistas e, em algumas situações, colaboradores.

Pode até soar estranho, mas empresas sem fins lucrativos também precisam obter lucro, sendo assim, é necessário uma administração com o mínimo de profis- sionalismo, afinal, será com o lucro que as entidades irão realizar seu trabalho social, como pode ser visto na Figura 28:

Administração no Terceiro Setor Repr odução pr oibida. A rt . 184 do C ódigo P enal e L ei 9.610 de 19 de f ev er eir o de 1998. 148 - 149 Investimento

Capital + recursos humanos

Operação Idéia de atuação social + Idéia de geração de recursos Resultados • Atuação social • Recursos financeiros

Entidade de terceiro setor

Reinvestimento na entidade

100% do superávit da operação é reinvestido na operação ou incorporado ao patrimônio social da enteidade Figura 28: Empresa sem fins lucrativos

Fonte: Borges (2001, p.19 apud ALBUQUERQUE, 2011, p.18)

Um ponto que merece destaque é o fato do Brasil estar começando a perceber a importância e a necessidade de se administrar entidades sociais de maneira profissional, entretanto, esta é uma prática já bastante utilizada pelos norte-a- mericanos. Silva (2008 apud ALBUQUERQUE, 2011) nos lembra de que Henry Ford já demonstrava preocupação com questões sociais, colocando em prática sua filosofia de produção em massa, na qual possibilitava que sua organização, a Ford Motors, vendesse seus automóveis a um preço baixo e, mesmo assim, con- seguisse pagar altos salários com uma produção eficiente.

Outro empresário do final do Século XIX que compartilhava a mesma preo- cupação de Ford, conforme Maximiano (2007 apud ALBUQUERQUE, 2011), “foi Andrew Carnegie, fundador da U.S. Steel, que em 1899 publicou O Evangelho da

Riqueza, livro no qual estabeleceu os princípios da responsabilidade social cor-

porativa: Caridade e zelo”. O autor complementa lembrando que, para Carnegie, esses princípios baseavam-se numa visão paternalista do papel do empresário em relação aos empregados e aos clientes.

PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA DA ADMINISTRAÇÃO Repr odução pr oibida. A rt. 184 do C ódigo P enal e L ei 9.610 de 19 de f ev er eir o de 1998.

IV

As empresas brasileiras começaram tarde a se preocupar com questões sociais. Diferentemente dos norte-americanos que, como vimos anteriormente, já se preocupavam com isso no final do século XIX, os empresários brasileiros só começarem se ater a questões sociais já próximo do final do século XX.

Borges (2001, p. 15 apud ALBUQUERQUE, 2011, p. 16) “estima que exis- tam cerca de 250 mil organizações do terceiro setor no Brasil, movimentando cerca de 1,5% do PIB brasileiro, consequência do aumento da Responsabilidade Social por parte das empresas do segundo setor”. Esse crescimento obriga as orga- nizações a terem uma postura profissional, tendo em vista que muitas dessas 250 mil organizações são fundações criadas por empresas privadas que obriga- toriamente precisam prestar contas para seus acionistas, atitude esta que nem sempre era cobrada das demais entidades sociais, muitas delas mantidas com recursos públicos.

Um ponto que merece destaque e que reforça a necessidade de profissionalismo na administração de entidades sociais é o fato de existir uma cultura empreen- dedora voltada para fins sociais, o que é conhecido como Empreendedorismo Social, ou seja, pessoas que buscam empreender visando solucionar questões sociais. Voltoni (2004, pp.169-172) explica que:

O empreendedorismo social está começando a ser reconhecido como a grande fonte de mudança social e desenvolvimento em ambas as culturas, ocidental e oriental. Poucos, no entanto, reconheceram a sua dimensão histórica crucial e sua importância para o desenvolvimento humano, social e econômico. [...] Os empreendedores sociais têm papel fundamental no crescimento do terceiro setor, bem como no desenvol- vimento da sociedade. Além disso, são cruciais para que os processos de mudança social, econômica e política sejam assegurados, e são especifi- camente importantes para o avanço da democracia. Através da defini- ção de novas possibilidades sociais, eles promovem a descentralização de iniciativas e de poder.

Esse desenvolvimento do empreendedor social que Voltoni cita só é possível se houver uma administração profissional por parte dos mesmos.

Considerações Finais Repr odução pr oibida. A rt . 184 do C ódigo P enal e L ei 9.610 de 19 de f ev er eir o de 1998. 150 - 151

CONSIDERAÇõES FINAIS

Nesta unidade, tratamos da perspectiva contemporânea da administração, teorias que vieram complementar os processos administrativos apresentando ferramen- tas inovadoras para o auxílio da gestão da organização.

Tratamos a respeito da administração da qualidade, apresentando o conceito histórico da mesma e mostrando a grande importância que a qualidade detém na organização, e buscou-se deixar claro que, além de ferramentas de melhoria de processo, a administração da qualidade necessita de profunda mudança cul- tural e comportamental por parte dos colaboradores da organização, o que nos remete a outro ponto que tratamos nesta unidade, referente ao modelo japo- nês de administração. Este modelo baseado em processos de qualidade tem esse nome justamente porque um dos seus principais itens é justamente a cul- tura milenar deste povo tão singular. A maneira pela qual o japonês se percebe como funcionário e colaborador foi fator decisivo para o sucesso deste modelo de administração.

Na sequência abordamos as ferramentas de reengenharia e benchmarking, onde a primeira recomenda a desconstrução e reconstrução da organização como um todo, ou seja, reinventar a organização, e a segunda mostra uma maneira de melhorar a gestão organizacional por meio da análise das principais empresas de uma determinada indústria e adaptar aquilo que elas fazem de melhor para a realidade da organização estudada.

Também procurou ser estudado o processo de tomada de decisão explicando, sucintamente, como este deve ser realizado pelos gerentes organizacionais e na sequência apresentou-se conceitos de Aprendizagem Organizacional, maneiras pelas quais as empresas desenvolvem seu conhecimento.

Falou-se sobre a administração na era digital, e essa nova realidade para a qual as empresas precisam estar preparadas, e para encerrar a unidade, tratou-se da administração no terceiro setor destacando a importância em se administrar empresas voltadas para questões sociais.

Espero que, mais uma vez, tenha aproveitado este material para seu cresci- mento, não só profissional, mas também pessoal.

1. Com base no item que trata dos conceitos de qualidade, ex- plique de que maneira a ferramenta de benchmarking pode ser utilizada na implementação de um programa de qualidade total.

2. Tendo como referência os itens Tomada de decisão e Apren- dizagem organizacional, discorra sobre como eles se comple- mentam.

3. Explique em que difere a administração de uma empresa do terceiro setor para uma administração privada.

O modelo Toyota: 14 princípios de gestão do maior fabricante do mundo

Jeff rey Liker

Editora: Artmed

Sinopse: Nesta obra, Jeff rey Liker, profundo conhecedor da Toyota, trata dos

princípios que sustentam a produção enxuta, um re- volucionário sistema que fez da Toyota a mais lucrativa montadora do planeta. Em “o modelo Toyota”, Liker apresenta, conceitual e praticamente, os princípios, os métodos e as técnicas do Sistema Toyota de Produção. Esta é uma base essencial para o avanço da competiti- vidade das empresas instaladas no Brasil.

Organizações: teoria e projetos

Richard L. daft

Editora: Thomson

Sinopse: Buscando integrar os conceitos e modelos da teoria organizacional

a eventos transformadores no mundo real para forne- cer a visão de projeto organizacional mais atualizada disponível, este livro mescla teorias clássicas e tradi- cionais com refl exões contemporâneas sobre o tema de uma forma interessante e agradável. Por meio de casos, exemplos de organizações e resenhas de livros, o autor apresenta as teorias organizacionais de forma rica e perspicaz, auxiliando alunos, professores e pro- fi ssionais a compreender e resolver problemas concre- tos.

MATERIAL COMPLEMENTAR

UNID

ADE

Professora Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett

No documento 2489.pdf (páginas 147-155)