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A TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

No documento 2489.pdf (páginas 63-67)

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objetivos, doutrinas e conduta das atividades cristãs, tendo em vista o franco crescimento dessa organização religiosa e que continua viva até os dias de hoje.

Durante a Idade Média, a cidade de Veneza do século XV contava com uma grande frota mercante privada. Silva (2008, pp. 87-88) diz que foi aberto um esta- leiro para fins de defesa:

O Arsenal tinha um propósito triplo: fabricar e montar galeras de guer- ra, armas e equipamentos; armazenar materiais e equipamentos até quando fosse necessário; e consertar e reequipar navios já manufatura- dos. Para reduzir os custos e aumentar a eficiência, os venezianos que dirigiam o Arsenal desenvolveram e empregaram uma série de técni- cas administrativas que ainda estão em uso atualmente. Essas técnicas incluíam uma linha de montagem, treinamento de pessoal e sistemas de recompensa, padronização, controle contábil, controle de estoques, controle de custos e controle de armazéns.

Por fim, chegamos ao período da Revolução Industrial, onde a mecanização da indústria traz profundas transformações socioeconômicas e culturais modifi- cando para sempre a sociedade, obrigando que a administração passe a ser tratada como ciência e suas teorias evoluam para o que conhecemos hoje.

A TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

Como vimos anteriormente, a Revolução Industrial trouxe profundas mudan- ças na sociedade da época. A migração da zona rural para as cidades cresceu de maneira desordenada, trazendo caos social na região urbana. Tal crescimento também aconteceu com as organizações. Indústrias cada vez maiores recrutavam muitos trabalhadores que cumpriam jornadas de trabalho de 14h sem nenhum tipo de benefício social e recebendo salários muito baixos. Este cenário representava problemas sociais muito graves, condições de trabalho insalubres e uma produtivi- dade muito irregular, sendo agravada por uma alta taxa de rotatividade de pessoal. Para tentar reverter esta situação, alguns estudiosos começaram a desen- volver metodologias em uma tentativa de diminuir a ineficiência do processo

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produtivo nas organizações, dando início ao que ficou conhecido como a escola da administração científica. Silva (2008, p. 108) lembra que “os princípios da administração científica se basearam na estrutura formal e nos processos das organizações”, ou seja, a preocupação central estava, como foi dito anterior- mente, nos processos e suas maneiras de serem conduzidos, buscando sempre aumentar a eficiência e eficácia.

O principal representante desse período foi Frederick W. Taylor, que ficou conhe- cido como o pai da administração científica. Segundo Silva (2008, pp. 108-109): Frederick Winslow Taylor (1856-1915) nasceu de uma família Quaker na Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Taylor revolucionou os processos tradicionais dos métodos de trabalho por meio da aplicação de métodos científicos em várias empresas nor- te-americanas. Taylor não possuía treinamento em administração e se baseava somente em suas investigações sobre o que deveria ser feito. Além de proporcionar maiores lucros aos patrões e de valorizar o traba- lho dos operários, isso assegurou a todos uma prosperidade mútua, que se refletiu satisfatoriamente na própria riqueza do país.

Taylor estimou que a produção de cada operário era somente um terço do que poderia ser. A essa restrição de produção ele denominou vadia-

gem sistemática. [...]

Taylor culpou a administração, e não os operários, porque “era função dos gerentes” projetar atividades de maneira apropriada e oferecer in- centivos adequados para estimular a produção dos operários.

Entre as contribuições de Taylor, as mais conhecidas são as publicadas no livro “Princípios da administração científica” onde, segundo Maximiano (2009, p. 35):

1. O objetivo da boa administração era pagar salários altos e ter bai- xos custos de produção.

2. Com esse objetivo, a administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefas. 3. Os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e trei-

nados, de maneira que as pessoas e as tarefas fossem compatíveis. 4. Deveria haver uma atmosfera de íntima e cordial cooperação entre

a administração e os trabalhadores, para garantir um ambiente psi- cológico favorável desses princípios.

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Chiavenato (1993, p. 64) reforça o autor anterior citando o que Taylor chamou de organização racional do trabalho (ORT):

1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos; 2. Estudo da fadiga humana;

3. Divisão do trabalho e especialização do operário; 4. Desenho de cargos e tarefas;

5. Incentivos salariais e prêmios de produção; 6. Conceito de “homo economicus”;

7. Condições ambientais de trabalho; 8. Padronização de métodos e de máquinas; 9. Supervisão funcional.

A ORT é a base da ciência administrativa desenvolvida por Taylor e influenciou todos os demais estudos da administração que surgiram a partir de então pelos seguidores de Taylor.

Henry Ford foi um dos seguidores de Taylor que talvez tenha conseguido o maior destaque entre todos os demais. Maximiano (2009, p. 36) lembra o fato do “Taylorismo ter se desenvolvido em uma época de notável expansão da indústria e junto com outra inovação revolucionária do início do século: a linha de montagem de Henry Ford”. Entretanto, não foi só por sua inovação na produção que destacamos Ford, seu modelo administrativo também cha- mava a atenção. Dividia o trabalho, tornando-o repetitivo e contínuo baseado principalmente nos princípios da produtividade, da intensificação e da eco- nomicidade onde Silva (2008, p. 120) nos explica:

• O princípio da produtividade recomenda o máximo de produção dentro de um período determinado (com distribuição do ganho para o empregador, para o empregado e para o consumidor, pela redução de custos que se transforma em redução de preços); • O princípio da intensificação consiste em aumentar a velocidade

rotatória do capital circulante, visando pouca imobilização dele e grande rapidez em sua recuperação (o capital de giro é obtido dos próprios consumidores);

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• O princípio da economicidade refere-se a reduzir ao mínimo o vo- lume de matéria-prima em curso de transformação (uma vez que o “tempo é a expressão da energia humana e o estoque representa trabalho humano armazenado”).

Utilizando-se desses princípios, Ford conseguiu otimizar sua eficácia produtiva de maneira significativa. Silva (2008) destaca o tempo de diminuição de produ- ção de um automóvel de aproximadamente 12 horas para 84 minutos.

Com sua filosofia de produção em massa, preços baixos, altos salários e organização eficiente do trabalho, destacando-se aí a rapidez de fa- bricação, Henry Ford apresentou ao mundo o maior exemplo de admi- nistração eficiente e individual que a história conhece (SILVA, 2008, p. 121).

Apesar dos grandes avanços que os estudos da administração científica imple- mentados por Taylor e seus seguidores conseguiram, estes também foram alvos de críticas, principalmente por destacar o fato da administração científica lidar somente com aspectos mecânicos, desconsiderando os aspectos humanos da produção.

Silva (2008, p. 122) aponta as críticas ao sistema de Taylor resumido em dois grupos:

• Mecanização: desestimula a iniciativa pessoal do operário, tornan- do-o ‘parte da máquina’, não considerando os seus aspectos psi- cossociais;

• Esgotamento físico: resultado frequente da ânsia do operário em realizar mais do que o previsto, para aumentar seu pagamento. Como consequência, esse sistema tende a:

• Especializar demasiadamente a produção do operário, tornando-o apêndice da máquina;

• Destruir a iniciativa própria, e de algum modo o relacionamento interpessoal;

• Atomizar o trabalho em demasia, minimizando as aptidões dos operários.

Mesmo com críticas, é preciso ressaltar a importância de Taylor como o precur- sor dos estudos avançados da administração e da transformação organizacional que ele proporcionou, possibilitando que outros estudiosos dessem continuidade

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