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AÑOS CINCUENTA AÑOS SESENTA AÑOS SETENTA Y OCHENTA

AÑOS NOVENTA Es inflacionario y perjudica al crecimiento. No logra la igualdad. Demasiado burocrático. Estanflación. Desempleo. Posmaterialismo. Sobrecarga estatal. Globalización. Desempleo. Desigualdades. Exclusión social. Instabilidad familiar. Critica dereichista. Critica izquierdista. OCDE (1981) Menos vinculada a partidos.

OCDE (1997).

Figura 1 – Principales sintomas em la permanente crisis del Estado de Bienestar

Fonte: JESSOP, 2008, p. 112.

Outra marca fundamental dos anos de 1990 foi a criação e consolidação dos blocos econômicos internacionais, os quais, em geral, tratam-se de organizações intergovernamentais de proteção comercial aos países membros. Destacamos aqui os principais blocos econômicos: criada em 1992, a União Europeia tem cerca de 30 Estados- membros; o Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi criado em 1991, com o Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela; também em 1991, foi criado o Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), composto pelo México, Canadá e EUA; a Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) criado em 1993, com 21 membros entre países da Ásia, EUA e a Austrália; e, a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) criada em 2005.

Em 1999, com a criação da Zona do Euro, área de atuação de moeda única da UE passando a circular em janeiro de 2002; atendendo a expectativa de criar um “pacto de estabilidade e crescimento42” entre os países membros, resultando no Tratado de Lisboa43,

42 O pacto prevê que todos os países da União Europeia devem apresentar regularmente programas de

estabilidade ou programas de convergência respeitando os objetivos macroeconómicos evitando défices públicos superiores a 3% do PIB bem como valores da dívida pública superiores a 60% do PIB (valores do

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assinado em 2007, somente entrando em vigor em 2009, em que ficaram estabelecidas as competências (exclusivas, partilhadas e/ou apoiadas) dos países membros.

Dessa forma, a transição do milênio demonstrou que “[...] os assuntos humanos, incluindo a economia, eram demasiado importantes para ser deixados ao mercado.” (HOBSBAWM, 2006, p. 543). As consequências sociais e culturais, além das consequências ecológicas44, das mudanças da economia mundial acusou uma perda de controle das ações humanas, uma busca por satisfação individual, a secularização das religiões tradicionais como inimigas da civilização ocidental45. Xenofobias e políticas de identidade surgiam de todas as formas como “direito de autodeterminação”.

Para muita gente, o processo político era irrelevante, ou apenas uma coisa que afetava suas vidas pessoais favoravelmente ou não. De um lado, a riqueza, a privatização da vida e da diversão e o egoísmo do consumo tornavam a política menos importante e menos atraente. De outro, os que achavam que pouco obtinham com as eleições davam-lhe as costas. [...] O declínio dos partidos de massa organizados com base em classe, ou ideológicos, ou as duas coisas juntas, eliminou a grande máquina social para transformar homens e mulheres em cidadãos politicamente ativos. (HOBSBAWM, 2006, p.558). Ainda sobre o final do milênio, mas que caracteriza muito bem os anos iniciais de 2000, observamos a dimensão tomada pelas mudanças, nas palavras de Castells (grifos do autor, 2002, p. 412):

Um novo mundo está tomando forma neste fim do milênio. Originou-se mais ou menos no fim dos anos 60 e meados dos anos 70 na coincidência histórica de três processos

independentes: revolução da tecnologia da informação; crise econômica do capitalismo e

do estatismo e a consequente reestruturação de ambos; e apogeu de movimentos sociais culturais, tais como libertarismo, direitos humanos, feminismo e ambientalismo. A interação entre esses processos e as reações por eles desencadeadas fizeram surgir uma nova estrutura social dominante, a sociedade em rede: uma nova economia, a economia informacional/global; e uma nova cultura, a cultura da virtualidade real. A lógica

PIB a preços de mercado). Défices superiores àquele valor podem levar a sanções, incluindo pagamento de multas.

43 Pautado em ideias como uma Europa mais democrática e transparente; mais eficiência; garantia de direitos

e valores, liberdade, solidariedade e segurança; protagonismo mundial. Sobre o tema ver: < http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe_area?p_cot_id=2936>.

44 “[...] a politica do petróleo barato tem suscitado problemas de depleção excessiva, bem como o

aquecimento global e uma serie de outras questões em torno da qualidade do ar (o ozônio troposférico, neblina, partículas em suspensão na atmosfera e outros) que representam riscos crescentes para as populações humanas. O alto consumo energético para a expansão urbana tem produzido a degradação crônica do uso do solo, o que propicia inundações, seca de vias fluviais e produção de “ilhas de calor” urbanas. Esses impactos ambientais complementam o esgotamento dos recursos naturais necessários para apoiar uma indústria automobilística que desempenhou um papel essencial na absorção do excedente de

capital a partir da década de 1930.” (HARVEY, 2011, p. 69).

45 Movimentos fundamentalistas são tomados em sentido pejorativo, em especial ao 11 de setembro de 2001,

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inserida nessa economia, nessa sociedade e nessa cultura está subjacente à ação e às instituições sociais em um mundo interdependente.

Em linhas gerais, as mudanças ocorridas na transição do milênio apontam para um esgotamento com a crise financeira internacional de outubro de 2008 deflagrada pela falência do banco Lehman Brothers nos EUA, provocando um efeito dominó em outras instituições financeiras, conhecido como “crise dos subprimes”46, desencadeando um

processo de crise e recessão por todo o mundo, em especial na União Europeia. Tal processo, ainda em curso, iniciado com a crise da Grécia em 2008, bem como em Portugal, na Irlanda, na Itália e na Espanha, apresentam taxas crescentes de endividamento. Essas economias na Zona do Euro sofrem fortes pressões para a implantação de políticas de “austeridade fiscal47”.

No inicio de 2009, o modelo de industrialização baseado em exportações, que gerou um crescimento tão espetacular no Leste e Sudeste da Ásia, contraia-se a uma taxa alarmante (muitos países como Taiwan, China, Coreia do Sul e Japão viram suas exportações caírem em 20% ou mais em apenas dois meses). O comércio global internacional caiu em um terço em poucos meses, criando tensões nas economias majoritariamente exportadoras, como a da Alemanha e a do Brasil. Produtores de matérias-primas, que andavam em alta no verão de 2008, de repente depararam com uma queda de preços que trouxe sérias dificuldades para países produtores de petróleo, como a Rússia e a Venezuela, assim como os Estados do Golfo. O desemprego começou a aumentar a uma taxa alarmante. (HARVEY, 2011, p. 13)

O quadro da economia internacional se agrava em 2009 com a crise da dívida pública ocorrida pela grande injeção de recursos públicos para evitar a quebra de instituições financeiras, em basicamente todos os países membros da União Europeia, EUA e o Japão – processo também desencadeado com a crise na Grécia em 2008.

As políticas governamentais têm agravado em vez de amenizar o problema. O termo “socorro nacional” é impreciso. Os contribuintes estão simplesmente socorrendo os bancos, a classe capitalista, perdoando-lhes dívidas e transgressões, somente isso. O dinheiro vai para os bancos, mas até agora nos EUA não para os proprietários que foram despejados ou a população em geral. Os bancos estão usando o dinheiro, não para empréstimos, mas para reduzir o desnível dívida-capital e comprar outros bancos. Eles estão ocupados em consolidar seu poder. Esse tratamento desigual provocou uma onda de raiva política populista daqueles que vivem no porão contra as instituições financeiras, apesar de a direita e muitos na mídia chamarem de irresponsáveis os proprietários que vão com muita sede ao pote. Medidas mornas para ajudar as pessoas, claramente muito atrasadas, são então propostas para impedir o que poderia ser uma

46 A crise tem sua origem em 2006 com a quebra de instituições de crédito norte americanas que concediam

empréstimos hipotecários de alto risco, em outras palavras, trata-se de uma crise do crédito hipotecário nos EUA. Porém, ela atinge as bolsas de valores em vários países do mundo, constituindo-se assim, a crise econômica de 2008. A intervenção governamental resultou em grande recessão.

47 Medidas de controle de gastos, basicamente se referindo à cortes de gastos sociais. Aumento de impostos e

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séria crise de legitimidade para o futuro do poder dominante da classe capitalista. (HARVEY, 2011, pp. 33-34).

A partir de 2010, a União Europeia e o FMI estabelecem uma série de medidas de austeridade48 como um “plano de resgate” para os países, em especial os europeus, com vistas a novos ajustes das finanças públicas. O que conhecemos como “reformas estruturais” propostas pela União Europeia, os EUA e o Japão, têm como objetivo retomar o crescimento econômico e conter as crescentes taxas de desemprego, baseadas em aumento de impostos e redução de despesas.