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n A liberdade é um processo: tempos e argumentos na perspectiva parental

Quando se abordaram os diferentes níveis da divergência entre pais e filhos no que diz respeito ao uso do tempo nocturno, aquele que impli- cou ou implica ainda uma turbulência relacional em torno das saídas com amigos, pôde entrever-se que a disputa pela concessão de liberdade vai mais além do próprio acto de ceder ou não, seja, portanto, autorizar ou proibir. Não é um momento isolado, mas um período de tempo feito de vários episódios que se sucedem e implicam acção e reacção (estraté- gica) por parte dos actores. Separando a ausência total de constrangimen- tos e o constrangimento total há, pois, uma miríade de situações que re- presentam soluções de ajustamento e compromisso entre pais e filhos, e/ou

soluções que implicam estabelecimento unilateral de regras e limites mais ou

menos rígidos, sem margem para negociação na perspectiva dos pais. Sublinhe-se que à semelhança do tempo diurno os equilíbrios são por natureza provisórios, tratando-se de soluções dinâmicas e processuais que evoluem com o passar do tempo. O faseamento da concessão de liberdade é aliás a estratégia primária mais comum. Mais do que isso, o faseamento é expectável e reconhecido como um mal necessário pela maioria dos jovens, mau grado o desacordo nos calendários, ritmos e horários. Como já foi assinalado, este desacordo tem mais a ver com uma dissonância conjuntural entre a auto e heteropercepção de si como competente e capaz para tais práticas, a par do sentimento de urgência que o estado de efervescência existencial e o carácter simbólico e ritual da prática de sair à noite com os amigos agudiza de certa forma. Patrícia sublinha precisa- mente o modo como os limites e o controlo foram sendo suavizados com o tempo, desde as primeiras saídas até ao momento em que a en- trevista era feita:

Antes o meu pai chateava mais, agora já chateia menos... Naquela altura que tem que ser até esta hora e não pode passar um minuto. Achava que era um bocado de rigidez a mais porque eu nunca tinha feito nada de mal para não poder estar mais um bocadinho. Achava que se calhar às vezes era um

bocado de falta de confiança, mas se calhar até depois percebemos que, sei lá, era a mentalidade do meu pai ou isso, tinha medo e agora já está mais aberto, já começa a deixar sair, ele que sempre dizia que ia dando liberdade aos poucos à medida que crescemos e isso é verdade, ele tem feito isso [Pa- trícia, 18 anos, estudante do ensino superior, mãe secretária (falecida), pai professor do ensino secundário, periferia].

Com efeito, também o tempo nocturno se constitui como um territó- rio de comportamento juvenil que, não deixando de ser (sobretudo?) um espaço de experimentação para si, é do ponto de vista relacional interpre- tado por alguns pais como mais um espaço probatório de competências e capacidades, que quando avaliadas positivamente pelos progenitores podem render maiores margens de liberdade, ou seja, uma extensão e/ou flexibilização dos limites. O cumprimento dos limites estabelecidos, nos aspectos que obviamente são visíveis aos pais, mesmo que não se con- corde com eles, é um factor fundamental para a manutenção de um clima negocial entre as partes, atestando simultaneamente a responsabilidade. É da formulação de exigências comportamentais (relacionadas nomeada- mente com o cumprimento de horários – elemento objectivo que os pais podem aferir, ou comedimento no uso de bebidas alcoólicas e outros – cuja confirmação já dependerá mais do grau de crença dos pais) e de um retorno favorável a estas que dependerá, em muitos casos, a continuidade do processo de concessão e conquista de liberdade de acção e circulação nocturna. A ideia-chave é, pois, consolidar a confiança (crença?) que os pais depositam no filho através dos desempenhos.

Retomando, em cumprindo e apaziguando os receios e as ansiedades parentais não há, como se pode ler no testemunho de Rodrigo (19 anos, estudante do ensino superior, mãe auxiliar de educação de infância, pai engenheiro, capital), grandes razões (argumentos) para restringir a liber- dade de acção e circulação.

Por exemplo, saídas à noite, a minha mãe confia em mim e deixa-me sair. Porque eu também nunca fui de grandes maluquices, nunca cheguei bê- bado a casa, nem essas coisas. Nunca lhe dei motivos para ter preocupações e para se sentir desconfiada em relação a mim.

Tal como durante o dia, embora agora de forma mais tensa, também no que diz respeito às saídas à noite, a rotinização das práticas ajuda a fixar novos, e progressivamente mais amplos, perímetros de liberdade. Algo que se percebe melhor quando se mobiliza o eixo temporal que, para além das turbulências conjunturais, permite expor o carácter emi- nentemente cumulativo de todo o processo de reivindicação/concessão,

sempre no sentido de uma crescente margem para o exercício da auto- -regulação. Ou seja, quando se defende que liberdade e autonomia estão relacionadas, é precisamente no sentido em que se constata que o usu- fruto continuado de espaços e tempos não vigiados (ou menos vigiados) directa e/ou presencialmente contribui para o exercício de competências que dão ao sujeito capacidade não só de agir e circular, mas sobretudo de optar e decidir de acordo com motivações escrutinadas criticamente pelo sujeito. Matilde (19 anos, estudante do ensino superior, mãe pro- fessora do ensino secundário, pai empresário, capital) relata precisamente o seu trajecto da liberdade muito sancionada à ausência de restrições no usufruto dessa liberdade, transparecendo igualmente o facto de actual- mente já ser competente para tomar algumas decisões acerca do modo como a saída se processa (e a que horas termina, inclusivamente):

Depois a nossa mãe, quando começámos a ir para o Garage, começou a ficar ali à espera, como nós saíamos às duas da manhã não era muito, tam- bém. Depois, pouco a pouco fomos dizendo... «ah, vá lá, mãe, até às 3», de- pois no ano a seguir era até às 4 e agora quando começámos a ganhar este grupo de amigos foi quando a gente começou a sair mais e agora saímos até às tantas. E agora não há aquele problema de dizer «olha, mãe, se calhar vou chegar tarde», tarde, sete da manhã, oito, não há aquele problema porque sei que a minha mãe já deixa, não impõe regras nisso.[...] Passei da fase em que perguntava tudo à minha mãe, para a fase do não pergunto nada. Por outro lado, é importante sublinhar que o faseamento na concessão de liberdade (em termos de calendário, ritmo e horários) não deixa tam- bém de ser uma forma, mais ou menos implícita, de (re)afirmar objecti- vamente a manutenção de um desequilíbrio a favor dos pais na relação de forças do sistema de gestão do quotidiano do filho. Com efeito, a au- toridade e o estatuto parentais são reforçados quando do ponto de vista simbólico mostram ser eles a estarem na posse de algo que os filhos re- clamam como seu de direito. É aliás só nessa medida que o termo «con- cessão» ganha sociologicamente sentido e relevância. Na verdade, a au- toridade parental, enquanto corolário da estrutura hierárquica da família (em que uns estão de certa forma subordinados a outros, materialmente pelo menos, na maioria dos casos), permanece um recurso válido por si só na interacção familiar entre pais e filhos. Tal acontece mesmo quando na composição da cultura familiar a forma democrática de relações sociais e os valores mais individualizados são particularmente salientes. Atente- -se nos testemunhos de uma mãe a propósito da combinação/alternância na dinâmica familiar, da negociação e da imposição de regras. São para-

digmáticos quanto à dimensão processual, por um lado, e quanto aos li- mites que a cultura de negociação familiar de regras e limites tem na prá- tica, por outro:

As regras... acho que foram negociadas, algumas foram negociadas, outras foram impostas, também depende da idade. De mais pequena é capaz de ter havido mais imposição de regras e depois, na adolescência, foi mais dentro da dialéctica da negociação, até se chegar a uma altura em que algumas delas são mesmo impostas [Alice, 54 anos, técnica superior, capital].

Não abdicando da autoridade, constata-se ainda assim que na maioria destas famílias se procura evitar o autoritarismo. A maioria dos progeni- tores não só não se escusa, como considera ser importante dar razões vá- lidas para as limitações que procura impor, mesmo que estas não sejam bem acolhidas ou compreendidas pelos filhos e exijam, como dizia Alice, que às tantas se tenha de impor limites sem mais justificações que não a do poder e da autoridade parentais.

Apesar da interpretação diversa que os pais fazem da injunção nor- mativa da protecção dos filhos como dever parental primordial (recorde- se que a protecção pode ser objectivada através de práticas que visam fa- vorecer o desenvolvimento de competências ou antes práticas em que os pais substituem os filhos nas iniciativas e nos percursos, assim limi- tando os seus espaços não vigiados), quase todos revelam um certo grau de ansiedade em relação aos perigos que hoje em dia eles podem enfren-

tar.12Excepto no que diz respeito ao uso e abuso de drogas e outros es-

tupefacientes, é possível argumentar que a sociedade hoje em dia não é

12Não deixa de ser interessante a quase total ausência de referências aos perigos rela-

cionados com as doenças sexualmente transmissíveis, por um lado, e aos perigos da in- ternet no aspecto que diz respeito à exposição dos filhos à acção de predadores sexuais, por outro. No primeiro caso, à excepção de uma mãe, os pais que referem o uso do pre- servativo como uma prática que deve ser incentivada junto dos filhos fazem-no por receio das gravidezes indesejadas e não por referência à epidemia da sida ou a outras doenças. Se alguns dados indicam que é justamente entre a população mais jovem que a adesão ao uso do preservativo é mais significativa, será muito provavelmente por via de outras fontes de informação como os pares, a escola ou as campanhas mediáticas de sensibili- zação. No segundo caso, também só uma mãe manifestou receios quanto aos conheci- mentos travados na internet e sua eventual transposição para o mundo real. Se uns são completamente omissos no controlo desta forma de comunicação, em virtude da falta de competências para lidar com a própria tecnologia, outros confiam na capacidade de os filhos aferirem o grau de ameaça, ou mais simplesmente colocam estrategicamente os com putadores em espaços domésticos partilhados ou de passagem onde podem mais fa- cilmente vigiar o uso da rede (para aprofundar a questão dos usos das novas tecnologias pelas crianças e jovens e a percepção subjectiva dos riscos, v., por exemplo, Holloway e Valentine 2003; Valentine, Holloway, e Bingham 2004; Livingstone 2003).

especialmente mais violenta do que já foi no passado (embora as formas de violência possam ter mudado), e que o que acontece actualmente é que a violência é mais visível (e mediatizada) e há uma maior conheci- mento das diversas formas de violência enfrentadas pelos e pelas jovens (recordem-se os intensos debates mediáticos acerca da violência e do abuso sexual sobre menores desde 2002 em Portugal, para falar apenas de uma dimensão do perigo), e a verdade é que a maioria dos pais entre- vistados crê que hoje o mundo é um lugar mais perigoso do que antes e que, por essa razão, o exercício da parentalidade é hoje mais condicio- nado por essa constatação do que alguma vez foi (argumentos reiterados nos textos de Backett-Milburn e Harden 2004; Kurz 2002; Harden 2000).

Manuela (assalariada agrícola, 45 anos, vila) refere, justamente, que hoje

há muitas coisas más. Há mais perigos. Antigamente os nossos pais não se preocupavam com a gente nesse aspecto, agora nós «andemos» sempre preo- cupados.

De qualquer forma, há especiais riscos e perigos a que o filhos podem involuntariamente estar sujeitos à noite, dentro e/ou fora dos espaços conviviais que frequentam, aos quais acrescem os riscos que já implicam o comportamento dos próprios, por via de influências alheias ou não, e que são afinal transversais no espaço e no tempo (supor que só à noite é que as drogas, por exemplo, constituem um perigo é certamente redutor, mas a verdade é que sendo o tempo nocturno subjectivamente apresen- tado por muitos pais como um tempo de especial intensificação dos ris- cos, é sobretudo quando se discutem as saídas que este tipo de receios é

mais referido).13

13O consumo de bebidas alcoólicas tende a pertencer a um grupo de transgressões

toleradas. Exceptuando quando é associada à sinistralidade (uma preocupação parental partilhada por quase todos) e, não havendo um abuso sistemático, consumir algum álcool a partir de uma idade razoável (a partir dos 15/16 anos), acaba sendo caracterizado pela maioria dos pais como uma prática aceitável nos convívios entre amigos nesta fase da vida. É, também por esse motivo, uma prática que assume o carácter de mais um ritual de passagem. Casos houve em que essas experiências de consumo como iniciação são mesmo promovidas pelos pais, que integram o saber apreciar vinho, por exemplo, nas competências sociais que desejam transmitir aos filhos. Por outro lado, os pais mobilizam os seus próprios trajectos de vida para justificar a tolerância, pois muitos recordam as suas bebedeiras e como essas recordações fazem parte das suas juventudes e da sua formação como indivíduos. De assinalar ainda assim as diferenças de género a este respeito, pois sem contar com as mães entrevistadas que recordam as experiências da vida estudantil universitária (em certa medida semelhante à que os filhos têm ou terão) é uma prática

A origem dos perigos: das ameaças específicas às indefinidas

E lembro-me que a primeira vez que elas come- çaram a ir à discoteca... Tinha saído um artigo numa revista Pais & Filhos, sobre a segurança nas discotecas, em que se fazia um levantamento em termos de saí- das de emergência e escadas... nós tínhamos o cui- dado de saber se aquela discoteca para onde elas iam era uma das discotecas com segurança, porque isso preocupa-nos, um incêndio, uma coisa qualquer, a gente fica um bocado em pânico e pronto [Sofia, 47 anos, professora do ensino secundário, capital].

Eu tenho receio é da violência que há na socie- dade, quer dizer, dos assaltos, os jovens são muito... Eles andam à noite em qualquer sítio às vezes, não se apercebem de que pode haver assaltos, violações, roubos... Que existe uma sociedade violenta ao nosso redor... Mas preocupa-me realmente é a violência na sociedade e andarem às vezes de carro à noite, sem carta, com 19 anos, a fazer rallies, uma coisa assim que, eu isso, não controlo. [...] Eu acho que a minha filha é engraçada, não pode vir à noite, às 3 da manhã sozinha, na rua, não é? «Ah, eu posso, completa- mente – não posso porquê?» Quer dizer, vá lá a gente transmitir uma ideia, imagine que aparece uma pes- soa, que lhe põe uma faca ao pescoço, encosta-a a uma parede, faz dela o que quer, os jovens não en- tendem isto. Não entendem isto. É muito compli- cado e isso é que eu estou sempre a chamar a atenção, não é eles saírem e irem para casa de um amigo, ou virem às 2, 3 da madrugada, é os perigos que envol- vem o resto [António, professor do ensino secundá- rio, 47 anos, periferia].

Tenho uma preocupação – nós temos todos preo- cupações diferentes – é nos trajectos deles para casa. Preocupa-me mais o eles virem sozinhos para casa de Santos até aqui, do que eles estarem num bar com

mais bem tolerada para os rapazes e, consequentemente, mais condenada para as raparigas (para quem o consumo excessivo de álcool é considerado impróprio). Já para os rapazes, o álcool acaba sendo também uma prática ritual que espelha a assunção de traços de uma masculinidade tradicional, pelo que alguns pais e mães encolhem os ombros e não escondem o sorriso quando o assunto é abordado.

Dentro dos espaços conviviais: os locais e os perigos, os estranhos perigosos

Fora dos espaços conviviais: a violência e a sinistralidade

amigos, porque parto do princípio de que nada se vai passar ali [Joana, 41 anos, vendedora, ensino secun- dário incompleto, capital].

Mas nas primeiras saídas tem sempre medo com estas coisas das drogas e depois, como ele era director de turma muitas mães e muitos pais se iam queixar porque os filhos andavam nas drogas e no tabaco e então ele vivia muito isso e então ele dizia, contava- -nos os medos dos outros pais que também eram os medos dele [Patrícia, 18 anos, estudante do ensino superior, mãe secretária (falecida), pai professor do ensino secundário, periferia].

Tive medo das ganzas, tive medo dos copos, tive medo das confusões [Teresa, auxiliar de educação de infância, 48 anos, capital].

Se se articularem estes discursos com toda a argumentação feita até ao momento, conclui-se que são diversos os efeitos que o sentimento de ansiedade em relação aos vários níveis de riscos e perigos têm no processo de concessão de liberdade: o receio pode ser um sentimento latente di- fuso que se mantém no tempo mas que, servindo eventualmente para li- mitar ou sancionar a saída no todo ou em parte, não serve para proibir (até porque há um actor reivindicador do outro lado cujos argumentos são considerados legítimos); ou, pelo contrário, pode (como se viu acima no caso de Sónia, por exemplo) ser razão única e suficiente para manter o filho(a) fora deste esquema de convivialidade.

Por outro lado, não deixa de ser curioso como a concentração das preocupações da maioria nos perigos exteriores denuncia que a simples existência de paredes no espaço a frequentar (sejam as da casa de um amigo para onde se vão ver filmes à noite quando os pais não estão, sejam as dos bares e discotecas a que se vai) represente para muitos uma (ilusó- ria?) sensação de segurança. Na verdade, o problema, como confessava a dada altura António, não é o estar nos sítios, mas tudo o resto que isso envolve, nomeadamente, como acrescenta depois Joana, os percursos a que o estar obriga. Tal como a análise do tempo diurno já sugeria, a aná- lise do modo como as várias famílias resolvem a questão dos percursos afigura-se de grande relevância, sugerindo que importam tanto os terri- tórios de existência, como os espaços intersticiais que entre eles se é for- çado a percorrer. Retomando a questão dos recursos argumentativos uti- lizados pelos pais, à ansiedade perante riscos e perigos, sem dúvida o mais frequentemente invocado, segue-se o do cumprimento dos compromis-

Riscos e perigos transversais: transgressões comportamentais

sos e das obrigações, escolares principalmente. É interessante ver que se este argumento é particularmente útil para justificar o abrandamento dos ritmos durante os períodos de aulas, trata-se de um discurso que perde a validade quando chegam os períodos de férias, facto que os filhos não deixam, frequentemente, de recordar aos pais.

Quando eu tenho, por exemplo, que ir ao médico e tenho um teste no dia a seguir. Não tenho opção de escolha, a minha mãe diz «não, vais ao médico, blá, blá, blá». Quando é, por exemplo, responsabilidades, etc. Aí ela não cede [Rodrigo, 19 anos, estudante do ensino superior, mãe auxiliar de educação de infância, pai engenheiro, capital].

Mais ocasionalmente surge o argumento da preservação da saúde e de um estilo de vida saudável que implica o repouso e o respeito pelos horários do sono (e que é válido para limitar horários ou ritmos sobre- tudo em alturas de maior stress escolar). Uma razão, como se pode per- ceber do tom do discurso de Alice, que assume o carácter de argumento suplementar, cujo crédito junto dos jovens (pouco receptivos à noção de risco em geral na perspectiva dos pais) parece ser limitado.

O que eu lhe posso dizer é, «olha, acho que estás muito cansada e que convém vires cedo» ou «hoje é melhor não saíres porque estás muito can- sada», «estás muito magra, estás não sei quê, pronto»... [Alice, 54 anos, téc- nica superior, licenciatura, capital].

Ajustamentos e compromissos: estratégias de controlo