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FORTALEZA DÉCADA

15 Antigo Beco do Cotovelo

16 Assembléia Provincial

Imóveis identiicados: proprietários e inquilinos 01 Quartos do Teles

02 Alfaiate Antônio Apertada

03 Secretário da Câmara Pedro José iuza Lins 04 Porteiro da Câmara Moura

05 Nove casas pertencentes a Antônio Gonçalves Justa

06 Três casas pertecentes ao negociante portugues Joaquim José de Almeida 07 Capitalista portugues José Lins de Oliveira

08 Negociante portugues José Maria Eustaquio Vieira 09 Sobrado do Teles

10 Capitalista Construtor Luis Rodrigues Samito 11 Jasinto José de Sousa Pimentel

12 Negociante portugues Frederico José Pereira 13 João Antônio da Silva

14 Antônio de Oliveira Borges (Fábrica de chapéu)

15 Presidente da Assembléia Provincial Doutor Miguel Fernandes Vieira

CAPÍTULO 2 | FORTALEZA CAPITAL DA PROVÍNCIA DO CEARÁ E A ECONOMIA DO ALGODÃO

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16 Portugues negociante Antônio Gonçalves Justa 17 Major Ourives Antônio Belarmino Bezerra de Menezes 18 Portugues negociante Joaquim José de Almeida 19 Portugues vereador suplente Pedro José 20 Portugues Francisco Dutra Macedo 21 Farmácia Mamede

22 Portugues vereador José Dias Macieira 23 Boutica de Antônio Eloi da Costa 24 Escrivão da Alfândega Inácio Ferreira Gomes 25 Agência de Vapores Henrique Ellery 26 Capitalista José Joaquim da Silva Braga 27 Negociante Smith de Vasconcelos (Padaria) 28 Professor Deputado J. Saldanha Marinha 29 Negociante Joaquim José Barbosa Filho 30 Comércio Paes Pinto

31 Vereador José Pio Machado 32 Manuel Feliz de Almeida e Sá 33 Cel. José Antônio Machado 34 Negociante Vereador Francisco Barroso 35 Negociante Manuel José Cavalcante 36 Boutica do Ferreira

37 Negociante Martinho de Oliveira Borges 38 Vicente Mendes

39 Deputado (Suplente) Doutor Thomaz de Sousa Brasil 40 Alfaiataria Xicó

41 Comércio do potugues Manuel José Salgado de Couto 42 Comércio de José Maria Eustaquio Vieira

43 Empregado da Alfândega Manuel José de Vasconcelos (Papi) 44 Chácara de Joaquim Foncesa Soares e Silva

45 Manoel Franquilim do Amaral

46 Antigo Sobradinho de Madeira Antônio José Moreira Gomes (depois Manoel Bezerra de Albuquerque)

47 Chácara de Mendes & Irmão 48 Antiga Chácara da família Torres 49 Casa do Inglês Siglehurst

Ocupação Sítio Palhoça

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na parte de baixo e residência nos andares superiores do sobrado; essas atividades conjugadas possivelmente realizadas pelo próprio proprietário. Desprovido de ornamentos, destacam-se apenas os cunhais e a cimalha arrematando a cobertura.

Em 1850, dos 1.418 imóveis existentes, apenas 28166 (1,9%) eram sobrados (Figura 49). Destes, a

maioria estava concentrada na rua Nova (Barão do Rio Branco), o restante na rua da Palma (Major Facundo), e dois na face oeste e norte da praça D. Pedro II (praça do Ferreira).

A cidade, até 1818, não possuía um mercado público167: “a pequena e a grande permuta se faziam

em lojas e vendas que se encontravam na Rua Direita dos Mercadores e na do Rosário” (BRIGIDO, 2001:229). O governador Sampaio, para construir o Mercado Público, teve de vencer a oposição de todos os “atravessadores” e “monopolistas”, vereadores da Câmara em sua maioria. Este movimento era comandado pelo capitão-mor João Moreira Gomes168, que se opunha “por todos os meios ao

estabelecimento de todo e qualquer agricultor ou negociante, que viesse de fora, e pudesse de alguma forma destruir o seu bem estabelecido monopólio” (PEIXOTO, 1906:19). Finalmente, foi convocado o negociante Lourenço da Costa Dourado, que se comprometeu a financiar a construção, “ficando religiosamente aplicados para o seu pagamento tanto os alugueres dos lugares do mesmo Mercado, como a imposição sobre os aguardentes”. O termo foi lavrado na Câmara, então presidida pelo juiz de fora José da Cruz Ferreira, levando dois anos (1812-1813) para vencer os obstáculos.

Oprojeto do novo mercado deve-se ao engenheiro militar José da Silva Paulet e a construção foi arrematada pelo mestre arruador e cordeador português Antonio Simões Ferreira de Faria (Figura 50). Após o fim das obras do Mercado Publico, o comércio começou a se desenvolver nos arredores da antiga praça Carolina. Na virada da segunda metade do século XIX, o comércio se diversificou, tornando-se mais refinado, e localizando-se ao longo da rua da Palma e em torno da praça do Ferreira (Figura 51).

Fortaleza se consolidou como principal núcleo político-administrativo após a Independência do Brasil. A década de 1830 marcou a preponderância da capital em relação ao Aracati, ao mesmo tempo, condicionando mais investimentos em obras públicas169. Fortaleza, gradativamente, vai

sendo “equipada para o exercício das funções comerciais e burocráticas, em detrimento dos demais núcleos urbanos da província” (LEMENHE, 1991:96) bem como merece outras intervenções com implicações higienísticas, tal como o Cemitério170 São Casemiro171 (1847-1848), projetado pelo

tenente Tenente Dr. Juvêncio Manuel Cabral de Menezes, ao lado do pequeno Cemitério dos Ingleses.

O engenheiro da Província Dr. Manuel Caetano Gouveia (1824-1852), importante figura no cenário das obras públicas, projetou e construiu em 1850 a Cadeia Pública172 (Figura 52), “uma das primeiras

a atender às modificações impostas pela nova legislação penitenciaria imperial” (CASTRO,1973:25), e a mais antiga realização do neoclassicismo oficial fortalezense” (CASTRO, 1982a:56).

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166 Sendo dois de madeira, um localizado na rua de Baixo,

pertencente ao capitão Antônio José Moreira Gomes, “com escada por banda”e outro sobradinho de taipa no estilo de Moreira, antiga residência dos governadores.

167 Em 1814, o mercado se achava instalado em um telheiro

pertencente à Casa da Câmara, praticamente em ruína.No fim de 1814, deu-se o início da obra.

168 Pertencia a lista de homens brancos de 1799 com o número

12. Sogro do grande comerciante Coronel José Antônio Machado.

169 Na administração de Alencar, o arquiteto Jose Antônio

Seifert, natural da Boêmia, projetou a antiga Alfândega, já demolida (STUDART, 1918:199).

170 As posturas da Câmara do Rio de Janeiro proibindo o

enterramento nas igrejas foi normatizada em 28,01.1832, enquanto Salvador em 1835.

171 O seu abandono se deu devido “as precárias condições

do solo junto da antiga duna.” (CASTRO, 1979:62).Local hoje ocupado pelos escritórios da RFFSA.

172 O presidente Francisco Silveira da Mota, em 1850, “ordenou

ao engenheiro Manuel Caetano Gouveia [filho do comerciante português Antonio Caetano] que organizasse a planta [da cadeia pública] e desse começo aquela obra.” (MENEZES, 1992:75), entretanto não pôde concluir a obra pois faleceu muito cedo.

Figura 50: Portada de entrada do mercado público. Fonte: GIRÃO, 1959:86.

Conforme se observa no relatório do engenheiro Manoel Caetano Gouveia ao Conselho de Obras Públicas:

Sendo a segurança a qualidade essencial das prisões, eu queria obte- la sem sacrifício da salubridade, e mesmo d´aquelles indispensáveis commodos que exige a moralidade, e que, não tornando agradável a vista de um preso, devesse contudo concorrer para que a sua posição não seja totalmente miserável.

Neste intuito, dei a cada enxovia doze janelas, e estabeleci um grande corredor para animar a ventilação, e ao mesmo tempo obter-se fácil vigilância; o arejo é ainda augmentado pela grandeza que dei ao pé direito do edifício.

Verão da planta, um muro de conveniente altura isola o edifício da vista do público, e uma só porta fornecerá todo o serviço. Assim, os presos serão vigiados por toda parte, isolados do exterior e collocados em prisão segura e salubre. (ABREU, 1936: 138).

A Repartição das Obras Públicas foi criada pela Resolução Provincial no 833 de 1857, envolvendo

trabalhos de variadas artes, ou ofícios manuais, notadamente pedreiros, marceneiros e ferreiros, aparecendo o Governo Provincial como o principal executor e contratador” (NOBRE, 1989:122). Nessa época foram construídos o Conselho Administrativo da Província, a Escola de Ensino Mútuo (Figura 53), Santa Casa da Misericórdia (Figura 54) e a rampa do Palácio da Presidência, delimitando a praça General Tibúrcio173. Após a seca de 1845, houve um período de prosperidade

(1851-1860), refletido tanto nas atividades realizadas pela iniciativa privada como nas obras públicas. A construção do edifício da Assembleia Legislativa Provincial, projetado pelo engenheiro Adolfo Herbster174, “figura como uma das peças mais importantes do neoclassicismo do País”

(CASTRO, 1977), destacando-se nesse exemplar provinciano o pórtico em pedra lioz portuguesa (Figura 55). Em 1854, foi iniciada a construção da Alfândega de Fortaleza, localizada na atual Capitania dos Portos, arrematada por José rufo tavares.

Numa economia ligada ao comércio marítimo, as propostas de melhoramentos do porto de Fortaleza tornam-se uma questão preponderante. “Os primeiros colonizadores preferiram o abrigo seguro do Mucuripe, mas, com o desenvolvimento da cidade havia interesse na existência de um porto ao pé da cidade” (CASTRO, 1979:57). Em 1857, o trapiche proposto por Gouveia foi construído “sobre uma estacada de madeira avançada para o mar, em forma de ponte, servindo para embarque e desembarque de passageiros e mercadorias. Este trapiche, de madeira com cobertura de telhas, foi munido de guindaste e carretas sobre trilhos para suspensão e transporte das mercadorias”175. Gradativamente, a

ponte foi sendo aterrada e, a partir de 1870, o embarque só podia ser feito em maré alta.

Fortaleza enfrentou dois problemas quanto à aquisição de materiais para as construções. Primeiro a dificuldade de produzir tijolos, trazidos de locais distantes176, e segundo a utilização da argamassa

de barro e areia no lugar da cal.

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Figura 52: Cadeia pública. Fonte: Coleção Nirez.

Figura 53: Escola do Ensino Mútuo. Fonte: Coleção Nirez.

173 A cargo do Sargento-mor Joaquim Inácio da Costa Miranda e

executado pelo pedreiro Braz Quintão de Sousa.

174 As obras de carpintaria foram executadas pelo mestre

Antonio da Rosa e Oliveira (NOBRE, 1989:124).

175ALBUM DE FORTALEZA DE 1931.

176 Os tijolos vinham muitas vezes de Aracati, como também a

Sobrados Térreas Chácaras Palhoças Sítios 300 0 100 50 150 m Travessa das Flores Travessa das Horta s Rua da Mi sericórdi a Travessa Assembléi a Travessa Municipal Beco das T rincheir as Travessa Rua Améli a Rua No va Rua do Fogo Pr. Pedro II Rua da Alegria Travessa do Cajueiro Estr ada R ua de Ba ix o Largo da Matriz R ua do R osá rio Largo do Paiol Rua do Qua rtel

Beco dos ingl eses Travessa do Ga rrote de Arronches S. Bernardo

Terras de Francisco Xavier Torres

Estr ada

de Messeja

na Estrada de Soure

Estr ada de Ja careca nga Estr ada de Jaca recanga Pr. Ca rolina Largo do Qua rtel R ua Sa mpa io Praça do Garrote Estrada do Mucuripe Estrada do Meireles Estr ada de P aca tuba Estr ada da Cruzinha Rua da Praia Travessa do Poucinho 01 02 03 04 05 06 07 08 09 L E G E N D A