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DE EXPANSÃO DA CIDADE E AS NORMAS REGULADORAS (1810-1863)

FORTALEZA LARGO DAS TRINCHEIRAS DÉCADA DE 1840 USOS

Beco das Trincheiras

Travessa Municipal Rua da Alegria Rua Boa V ista Rua da Palma Rua do Fogo Rua do Cajueiro

Exercício de reconstituição cartográfica

Fonte: Planta de 1859 e 1972, Outro Aramac 1979, MENEZES 1992, CASTRO 1994. Autora: Margarida Andrade. Desenho: Lana Soares.

FIGURA 2.04: da Praça do Ferreira com o Beco do Cotovelo

Largo das Trincheiras (Praça Pedro II)

Estrada de Arronches

Estrada de Soure

L E G E N D A

Figura 34: Exercício de reconstituição cartográfica da praça do Ferreira com o beco do Cotovelo. Autora: Margarida Andrade. Mapa base: Planta de 1850, 1859, e o levantamento aerofotogramétrico de 1972.

Fonte: MENEZES, 1992, CASTRO 1994, Biblioteca do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Ceará.

Em 1850, Antonio Simões Ferreira de Faria, arruador e cordeador da Câmara de Fortaleza145,

desenhou uma “Planta da Cidade de Fortaleza” (Figura 35), registrando ruas, quadras e as áreas já edificadas146. Além dessas informações, inclui um projeto de expansão urbana para a zona ocidental

e oriental do riacho Pajeú. Na área ocidental da cidade, o arruador projeta o crescimento do núcleo urbano, talvez obedecendo ao ordenamento urbanístico definido por Paulet, caracterizado por um traçado ortogonal, com quadras regulares (Figura 36).

A nova malha urbana proposta por Simões difere da posterior trama projetada por Herbster, configurada a partir dos dois eixos formados pelos antigos boulevards Santos Dumont e da Conceição (atual Dom Manuel).

Figura 35: Planta da Cidade de Fortaleza organizada por Antonio Simões Ferreira de Faria em 1850, desenhada em escala reduzida por F. B. de Oliveira em 1883.

Fonte: Arquivo Nacional do Rio de Janeiro.

Em 1856, o Padre Manoel do Rego Medeiros levantou outra planta da cidade de Fortaleza, cuja copia está assinada por Guaraci Lavor. Trata-se de uma versão da planta de Simões de Faria, “atualizando-a e mostrando, com ruas abertas e já com denominações próprias147, vias que estavam

apenas sugeridas pelo arruador oficial da Câmara” (CASTRO, 2005:115) (Figura 37).

Três anos mais tarde, o engenheiro da Província e arquiteto da câmara Adolpho Herbster148

elabora outro levantamento cartográfico, a “Planta Exacta da Capital do Ceará”, executada em abril de 1859, que “é um verdadeiro retrato mapográfico em escala ampla, de 1:4.000, no qual ficam assinalados todos os elementos significativos da cidade, devidamente identificados.” (CASTRO,

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145 De nacionalidade portuguesa, residia “à rua do Sampaio

num sobradinho, hoje substituído pela casa de residência de Monsor Liberato Dyonisio da Costa”(STUDART, 1923:362).

146 Alguns marcos urbanos não são registrados nessa planta

de 1850: cemitério São Casemiro (1844), cemitério inglês e o Campo da Amélia (atual Praça Castro Carreira) “amplo vazio urbano, doado à cidade pela família do Brigadeiro Francisco Xavier Torres, a fim de servir como zona de exercícios da tropa da fortaleza da Assunção.” (CASTRO, 2005:113).

147 Rua do Outeiro, da Palha e da Boa Hora.

148 O engenheiro era integrante da Diretoria de Obras de

Pernambuco, “cedido ao governo provincial do Ceará em 1855. Dois anos depois, firmou contrato com a municipalidade fortalezense, no cargo de ´arquiteto da Câmara´, logo lhe sendo solicitado elaborar uma planta da cidade” (CASTRO,2005:118).

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Planta

da

Cidade

da

Fortaleza

organizada por Antônio Simões Ferreira de Farias em 1850 desenhada em escala reduzida por F. B. de Oliveira em 1883 Escala

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Figura 36: Exercício de reconstituição cartográfica. Planta da cidade de Fortaleza, 1850. Autora: Margarida Andrade. Mapa base: Planta da Cidade de Fortaleza organizada por Antonio

Simões Ferreira de Faria em 1850, desenhada em escala reduzida por F. B. de Oliveira em 1883.

Figura 37: Planta da cidade de Fortaleza, levantada no ano de 1856, pelo padre Manoel do Rego

Medeiros – Guaraci de Lavor – copiou. Fonte: FORTALEZA, 1979:22.

2001:141), (Figura 38). Trata-se de um levantamento da área construída, com as edificações públicas, a nomenclatura das ruas e os vários caminhos149 que se dirigiam ao sul, ao leste e ao

oeste, norteadores da futura expansão da cidade. Destacam-se as palhoças ladeando as vias nas extremidades da cidade, representadas todas com pontinhos. Surpreende a quantidade delas, destinadas à moradia da população mais pobre da cidade.. Envolvia a área urbanizada um denso

coqueiral, representado também com potinhos aleatoriamente pulverizados (Figura 39).

Segundo Liberal de Castro

a cidade era totalmente circundada por `casas de palha´, em numero realmente impressionante. Ressalte-se curiosamente, que entre o circuito das palhoças e a parte construída da cidade se desenvolvia uma cinta aparentemente despovoada, talvez constituída por sítios ou zonas por arruar, funcionando como um espécie de cordão de isolamento social. Havia, porem, casebres na zona urbana, aliás assinalados em planta, ocupando geralmente o trecho final de algumas ruas norte-sul. Assim, a denominação `rua do Fogo´ imposta a uma parte da atual Major Facundo (entre a praça do Ferreira e a rua Pedro Pereira) faz transparecer a presença de edificações incendiáveis, isto é de palhoças ” (1979:63).

Quatro anos depois da “Planta Exacta da Capital do Ceará”, em 1863, o engenheiro e arquiteto Adolfo Herbster elabora um plano de expansão para Fortaleza. O plano foi publicado no Atlas do Império do Brazil de Cândido Mendes de Almeida150, sob o titulo “Planta topographica da cidade

da Fortaleza, Capital do Ceará levantada e organizada em 1863 pelo engenheiro da província e architecto da Câmara Municipal Adolpho Herbster” (ALMEIDA, 1868) (Figura 40). Acompanhava o mapa da Província do Ceará.

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149 Estes caminhos eram antigas estradas de penetração

(futuras radiais); alguns funcionavam como caminhos por onde o gado penetrava a cidade.

150 Professor de Geografia e de História no Liceu São Luiz, na

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Figura 38: Planta Exacta da Capital do Ceará, abril de 1859, elaborada por Adolfo Herbster, 1859.

Fonte: FORTALEZA, 1979:22

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t N S g f h s s' p n r j q y c u 19 20 21 22 11 12 13 m 15 29 10 14 16 • • •••• ••• ••••••••••••• Areia Capim e outras p l a n t a ç õ e s Arvores e coqueiros Arbustos Terreno cultivado Ceriaes Casas de palha NOME DAS RUAS

RUA DA PRAIA

2 RUA DA ALFANDEGA

3 RUA DA PONTE

4 RUA DA MATRIZ

5 RUA DOS MERCADORES

1

6 RUA DO ROSARIO 7 RUA DO QUARTEL

Y

8 RUA DA BOA VISTA 12 RUA FORMOSA 13 RUA AMELIA 14 RUA FOGO 15 RUA DO GARROTE 11 RUA DA PALMA 10 RUA DA ALEGRIA 9 RUA DO PITOMBEIRA

NOME DAS TRAVESSAS

15' TRAVESSA S. BERNARDO 16 TRAVESSA FORMOSA 17 TRAVESSA GARROTE 18 TRAVESSA CAJUEIRO 19 TRAVESSA DA MUNICIPALIDADE 20 TRAVESSA DAS BELLAS 21 TRAVESSA DAS HORTAS 22 TRAVESSA DAS FLORES 24 TRAVESSA DOS MERCADORES

N o m e d o s e d i f í c i o s p ú b l i c o s p r a ç a s e t c .

Nome das Estradas Estrada de Meirelles E s t r a d a C o c o Estrada Mecejana Estrada Paiol Estrada Pacatuba Estrada Arronchis Estrada Maranguape Estrada Soure Estrada Jacarecanga Nome das Pontes Ponte da Prainha Ponte Apertada Hora Ponte do Chafariz A B C D E F G H I [1] [2] [3] Julho 3/ 1950

- Engenheiro Civil e Bacharel em Mathematica - (a) Antonio Gonçalves do Justa Araújo

Copia de: Fonelon Motta

Desenhista

Planta Exacta da Capital