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2 – Ordens para medir o santuário

No documento Apocalipse - Estudo versículo a versículo (páginas 73-75)

Versículo 1 – Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram;

um caniço semelhante a uma vara – Um tipo de taquara, semelhante a um

bambu, muitas vezes chegando a mais de 6m de altura, que crescia em abundância nas margens do rio Jordão. Por serem longas e leves eram ideais para serem usadas como vara de medir.

e também me foi dito – Nas versões que seguem o Textus Receptus (TR) temos

“então o anjo chegou e me disse”, ao invés de “me foi dito” como nas versões que seguem o Texto Majoritário ou a NU. Nas versões que temos, a voz parece ter vindo do trono de Deus, enquanto nesta outra versão a voz vem do anjo, que falava com João no final do Capítulo 10. De qualquer forma, temos uma voz com autoridade divina falando a João.

Dispõe-te e mede – Semelhantemente a visão que Ezequiel tem no capítulo 40,

no qual o templo é medido, e a visão que Zacarias tem no Capítulo 2; nas quais Jerusalém é medida. Como podemos concluir por Zc 2.4-5, essas visões de medições testemunham o imenso perímetro em tempos futuros de bênçãos.

o santuário de Deus – Ou numa melhor tradução, “o templo de Deus”. Cinco

diferentes templos são citados nas Escrituras: o templo de Salomão (que foi destruído em 587 AC por Nabucodonosor), o templo de Zorobabel (que foi roubado e consagrado a Júpiter por Antioco Epifânio em 168 AC), o templo de Herodes (que foi reduzido a cinzas por Tito em 70 DC), o templo descrito neste capítulo ( o Templo da Tribulação, também referido no livro de Daniel) e o templo no Reino Milenar (descrito em Ezequiel). Dificuldades desnecessárias têm sido trazidas por intérpretes que procuram enxergar aqui uma referência a Igreja. No entanto, pela Regra de Ouro da Interpretação temos que uma interpretação literal evita estas dificuldades e é mais coerente com o livro de Apocalipse. Assim, entendemos que o que temos é uma referência ao templo terrestre, antes de qualquer simbolismo. Quanto a que templo é este, temos que em Jerusalém não temos hoje um templo do povo judeu conforme os templos antigos. Grande discussões são feitas sobre este ponto, mas o mais provável é que este templo em Jerusalém será construído após o Arrebatamento.

o seu altar – o lugar onde os sacrifícios são oferecidos. Adotando interpretação futurista das passagens de Apocalipse e outros livros, como temos feito, temos que o templo durante a Tribulação terá um altar, uma vez que o Anticristo fará que os sacrifícios sobre este altar cessem durante a Grande Tribulação (Dn 9.27b).

e os que nele adoram – Não se tem em mente aqui obviamente se retirar a

exemplo a NVI deixa claro). Aqueles que adoram no templo são diferenciados dos que estão fora deste, mostrando que estes são aceitos por Deus, em contraste com aqueles que estão no átrio exterior que são rejeitados.

Versículo 2 – mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, por que foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa.

mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças – Mostrando

o desfavor da parte de Deus. O átrio exterior, ou átrio dos gentios, era separado do átrio interior, ou átrio de Israel e continha inscrições em pedra (que existem até hoje), advertindo de morte os gentios que entrassem por essa divisão (conforme podemos ver pelo que é descrito em At 21.27-28).

por que foi ele dado – Mostrando a soberania de Deus, pois é ele quem dá o

átrio aos gentios.

aos gentios – Palavra que do original é traduzida também como nações (p.ex.

10.11). O texto aqui mostra que os não-judeus terão influência sobre o templo em Jerusalém.

estes calcarão aos pés a cidade santa – Como podemos ver por referências

como Is 48.2, Dn 9.24 e Mt 4.5, a cidade santa é Jerusalém. Calcar os pés sobre, ou pisar sobre, significa ter autoridade em relação a algo. Quanto ao domínio não-judeu sobre Jerusalém temos que, em Lc 21.24, Jesus fala que “até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles”. Jesus coloca este acontecimento depois da destruição do templo de Jerusalém em 70DC, mostrando que o domínio gentio será estabelecido depois disto. Isto concorda com a interpretação futurista de que este templo em Jerusalém, descrito aqui, será construído em tempos futuros. Interpretamos este tempo dos gentios como um período da história no qual Israel não terá o controle total sobre a cidade de Jerusalém. De fato, após a destruição do templo em Jerusalém o povo judeu teve o controle sobre Jerusalém apenas na revolta de Bar Cochba contra Roma, em 132-135 DC, e no período atual iniciado após a Guerra dos Seis Dias de 1967. Porém, no pequeno período da revolta de Bar Cochba este controle não foi reconhecido mundialmente e a revolta não se manteve por muito tempo. Além disso, em nossos dias, a localização onde se presume ter sido o templo de Jerusalém está sobre controle muçulmano por estar ai o Domo da Rocha, um templo muçulmano. Além disso, o reconhecimento de Jerusalém como capital do estado judeu é amplamente negado mundialmente e os muçulmanos têm clamado também terem direito sobre a posse de Jerusalém. Assim, vemos que mesmo Israel tendo ganhado controle sobre a cidade na Guerra dos Seis Dias esta não está sobre o controle total, e o tempo dos gentios continua, assim como continuará até que passem os quarenta e dois meses dos quais João fala.

por quarenta e dois meses – Ou 1260 dias (11.3). Aqui temos metade da ultima

semana de Daniel (Dn 9.24-27). Quanto a qual metade da ultima semana, provavelmente a ultima metade, ou os últimos 3 anos e meios da Tribulação. Assim, por ainda 42 meses os gentios terão autoridade sobre Jerusalém antes da vinda do Reino Milenar.

No documento Apocalipse - Estudo versículo a versículo (páginas 73-75)