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E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.

No documento Apocalipse - Estudo versículo a versículo (páginas 99-102)

E vi outro anjo – O último anjo visto foi o que soou a sétima trombeta Este

Versículo 8 E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.

E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia – Um anjo anuncia a

queda iminente da Babilônia que será descrita no Capítulo 17 e 18. A identidade da Babilônia é mais um dos aspectos de Apocalipse que são objeto de discussão entre os intérpretes.

Anexo 7 – A Babilônia...

Babilônia é mencionada 6 vezes no livro de Apocalipse (14.8, 16.19, 17.5, 18.2 e 18.21). É freqüentemente citada no AT. A primeira citação de ocupação na região que veio a ser conhecido como a cidade de Babilônia ocorre logo após o dilúvio (Gn 10.8- 10). A torre de Babel, primeira organização dos homens para se rebelar contra Deus, que foi construída na região da Babilônia (Gn 11.1-9) explica o porque do nome dado a cidade: Babel deriva da raiz hebraica bil que significa “confundir” e desse nome derivou-se Babilônia. Vemos que a Babilônia é retratada na Bíblia como o primeiro reino dos homens, em rebelião a vontade de Deus.

Da torre de Babel e da cidade que surgiu ali, resultou a cidade da Babilônia, que veio a se tornar importante com o decorrer da história. No período da monarquia em Israel a importância foi se tornando crescente, até que em 586 AC o Império Babilônico já estabelecido veio a destruir a cidade de Jerusalém e deportar grande parte da população judia.

Muitos profetas viveram antes, durante e depois da queda de Jerusalém, e profetizaram muitas vezes contra a Babilônia e sua queda. Algumas dessas profecias são por exemplo:

• “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca mais será habitada, nem nela morará alguém de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão deitar os seus rebanhos.” (Is 13.19-20)

• “E eis agora vem um carro com homens, e um par de cavaleiros. Então respondeu e disse: Caída é Babilônia, caída é! E todas as imagens de escultura dos seus deuses quebraram-se no chão.” (Is 21.9)

• “Portanto sobre ti virá o mal, sem que saibas a sua origem, e tal destruição cairá sobre ti, sem que a possas evitar; e virá sobre ti de repente desolação que não poderás conhecer.” (Is 47.11)

• “E não tomarão de ti pedra para esquina, nem pedra para fundamentos, porque te tornarás em assolação perpétua, diz o Senhor.” (Jr 51.26)

• “E dirás: Senhor, tu falaste contra este lugar, que o havias de desarraigar, até não ficar nele morador algum, nem homem nem animal, e que se tornaria em perpétua desolação.” (Jr 51.62)

Concernente a história da Babilônia, nunca houve uma destruição que se encaixasse no que descrevem essas profecias. A queda da Babilônia na mão dos persas e medos aconteceu em 539AC, e é documentada nas Escrituras (Dn 5.30-31). No entanto, não foi uma ocupação violenta. Os Babilônios capitularam e Ciro entrou na cidade proclamando-se o novo governador. Ele tratou com respeito as pessoas da cidade e permitiu que muitos exilados voltassem as suas cidades e estabelecessem adoração aos seus deuses. Subseqüentemente, sobre controle persa a cidade se desenvolveu e veio a ser a cidade mais esplêndida do mundo da época, segundo o historiador Heródoto. Quando os gregos dominaram o império persa também não houve destruição da cidade, pois as tropas persas na cidade entregaram-se sem resistência e Alexandre, o Grande, foi proclamado na cidade. Alexandre, o Grande planejava fazer da Babilônia a capital de seu império, porém morreu precocemente e não cumpriu seus planos. A região da Babilônia ficou na mão de um de seus generais, Selêuco. Este fundou a cidade de Selêucia, que passou a ser uma rival em importância com Babilônia. Com o tempo a cidade foi perdendo importância. No período do Império Romano já não era uma cidade tão importante e por perto de 200DC, a cidade já estava quase deserta. Nos tempos atuais, a região da Babilônia pertence ao Iraque. Sadam Hussein construiu um palácio na região. Atualmente, após a queda e morte de Sadam, algumas pessoas ocupam a

região. Como podemos ver, nunca aconteceu uma destruição que tornasse a cidade deserta como os profetas previram.

Logo, ou essas profecias eram apenas exageradas e as palavras apenas hipérboles, ou não se referiam a cidade da Babilônia, ou ainda estão por se realizar essas profecias.

Tendo por certo que a cidade da Babilônia nunca foi destruída como os profetas previram, fica a questão de qual a identidade da Babilônia, principalmente nas profecias de João. As mais populares visões a respeito da identidade da Babilônia são: o mundo, Jerusalém, Roma, o sistema religioso do fim dos dias ou a cidade literal de Babilônia, reconstruída no fim dos dias.

A visão de Babilônia como o mundo, em oposição a vontade de Deus, é defendida principalmente por intérpretes idealistas. Nessa visão, Babilônia representa o mundo: o sistema religioso, comercial e político, que não está sob a vontade de Deus. Este ponto de vista é coerente em admitir a influência que é colocada na Babilônia no livro de Apocalipse. Porém, ela tem algumas falhas. Apocalipse mostra que a cidade de Babilônia, a grande prostituta, será destruída pelos reis que apoiarão ao Anticristo (17.16), no entanto, estes reis que estão sobre a influência de Satanás, não serão destruídos. Além disso, a Babilônia é chamada de cidade e associada ao Eufrates. Além disso, ela é diferenciada das outras nações a quem enganou, por exemplo nesse versículo. Logo, vemos que esta visão não parece explicar corretamente o texto.

A visão que Babilônia representa Roma, é uma das mais populares. Ela se apóia por exemplo, na citação que a cidade se assenta sobre 7 colinas (17.9) como uma identificação das 7 montanhas ao redor de Roma. Além disso, assim como a Babilônia antiga destruí o templo de Salomão, Roma destruiu o templo de Herodes em Jerusalém. Muitos pais da Igreja como Tertuliano, corroboraram com essa idéia. A visão de Roma como a Babilônia de Apocalipse, tornou-se popular entre os reformadores que se colocaram contra o catolicismo romano, sediado em Roma. No entanto, apesar de alguns pontos fortes nessa visão, ela falha no sentido que Roma foi um império posterior a Grécia, Macedônia, Egito, etc. Assim, sua identificação como a “mãe das prostituições” é problemática (17.5). Além disso, as profecias no AT eram dirigidas contra a cidade da Babilônia e não contra a cidade de Roma.

A visão mais popular entre preteristas é sem dúvida a de Babilônia ser Jerusalém. Pontos favoráveis a esta visão é por exemplo a frase “nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos” como uma referência a Jerusalém. Esta visão tem muitos pontos fracos, principalmente pelos diversos textos do AT que claramente distinguem entre Jerusalém como cidade escolhida de Deus e a Babilônia como objeto da fúria dEle (ver por exemplo Jr 50.17-20). Além disso, as profecias a respeito da Babilônia são sobre uma destruição total. No entanto, o próprio livro de Apocalipse mostra que haverá uma nova Jerusalém. Pode-se argumentar que a referência seja apenas a cidade terrena de Jerusalém, que negou a Jesus. No entanto, há um problema maior, que tem o preterismo como um todo: para que esta identificação seja verdadeira, é necessário que o livro de Apocalipse tenha sido escrito antes de 70DC, enquanto a maioria das evidências apontam para uma data posterior (95DC provavelmente).

A visão de que Babilônia é o sistema religioso dos últimos dia é muito próxima da identificação com o mundo já discutida acima.

Por último, a interpretação de Babilônia como a cidade literal que existia junto ao Rio Eufrates é a que mais está dentro do contexto de uma interpretação literal, como temos adotado para o livro. Ela também é melhor no sentido de trazer um cumprimento para as profecias já mostradas no AT. A principal dificuldade dessa interpretação seja talvez de falta de evidências e fé. Como não existe nada que possa lembrar uma cidade na região onde a Babilônia existia, a pergunta fica como poderia ser possível que ali venha a estar uma cidade tão importante nos últimos dias. Esta questão é muito semelhante ao que existia em relação a se dizer que os judeus seriam separados como um povo na Tribulação, antes da reconstrução do Estado de Israel em 1948. É também

semelhante a questão do templo em Jerusalém durante a tribulação. Poderíamos fazer mais explicações em defesa dessa interpretação, porém vai além da idéia deste estudo. Por hora, tendo em vista os motivos citados acima, tomaremos a Babilônia como a cidade próxima ao Eufrates, reconstruída no momento certo da história.

Sobre a questão da queda da Babilônia, esta só ocorre no Capitulo 17 e 18, no entanto é tida como um fato certo e por isso descrita como já tendo ocorrido. Os fatos que se seguem levarão a destruição da Babilônia.

aquela grande cidade – Uma descrição do poder que a Babilônia exerce. Poder

este porém que será porém marcado pela arrogância, tipificada na vida de Nabucodosor: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?” (Dn 4.30).

que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição – O

vinha da prostituição, que leva as nações a adorarem ao Anticristo e se prostituírem seguindo a outras coisas que não a Deus. A prostituição envolve idolatria e amor as coisas materiais, o que também é idolatria.

Versículo 9 - E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão,

Mais um anjo vem para advertir sobre o perigo de se aceitar o sinal da Besta e adorá-lo. Aqueles que não ouvirem a voz do anjo que traz o evangelho eterno, para adorarem a Deus, são advertidos sobre qual será o resultado de adorarem a Besta. No entanto, muitos farão como falou o profeta Isaias: “E eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando e enviando a dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que odeio. Mas eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos, para se converterem da sua maldade, para não queimarem incenso a outros deuses.” (Is 44.4- 5).

Versículo 10 - Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não

No documento Apocalipse - Estudo versículo a versículo (páginas 99-102)