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METODOLOGIAS MULTICRITÉRIO

4. CONSTRUÇÃO DO MODELO

4.1. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE ONDE REALIZOU SE O ESTUDO

A primeira experiência telefônica que se tem notícia em Santa Catarina, de acordo com dados do Serviço de Comunicação Social da Telesc – Tele Centro Sul, aconteceu em julho de 1878, quando foi completada a primeira transmissão de voz, em Florianópolis, entre a Ilha e o Estreito. A partir de então, outras ligações foram realizadas, com telefones instalados nas principais cidades do Estado, formando uma rede de aparelhos manuais, cuja figura da telefonista era imprescindível.

Em 21 de setembro de 1930, a Companhia Telefônica Catarinense – CTC inaugurou a sua primeira central automática em Florianópolis. Na década seguinte, foram instaladas as centrais telefônicas automáticas de Blumenau, Lages e Rio do Sul. Em 1952, a CTC adquiriu a rede telefônica de Porto União e União da Vitória e o sistema telefônico da cidade de Mafra que estava em poder de terceiros. Neste mesmo ano, o norte do Estado foi beneficiado com o sistema automático e a capital com uma nova central, ampliando a capacidade de terminais instalados em 2.200 novos aparelhos.

Em 14 de julho de 1969, o Estado de Santa Catarina adquiriu o acervo patrimonial da Companhia Telefônica Catarinense e constituiu a sua empresa, a Companhia Catarinense de Telecomunicações – COTESC. Nesta data, o número de telefones

instalados somava 10.949 terminais, acrescido de 4.000 extensões. Dos 197 municípios catarinenses, 70 eram atendidos pela COTESC, além de mais dois municípios do Paraná.

A população catarinense era servida por um sistema desatualizado e subdimensionado, tanto em capacidade quanto em extensão. Além disso, mais da metade dos municípios não dispunham de serviços de telefonia, sendo que o Oeste Catarinense estava totalmente isolado do litoral em termos de serviços telefônicos. Entretanto, com a implantação do “Plano Emergência”, seguido pelo “Plano Diretor”, esta realidade começou a mudar. Na virada da década de 70, foi implantado em Blumenau o sistema DDD (Discagem Direta a Distância) tornando-se na primeira cidade catarinense a contar com esta facilidade. Em dois anos, o número de telefones foi duplicado e Santa Catarina encerrou a década com todos os municípios atendidos por telefonia e interligados ao Sistema Nacional de Discagem Direta a Distância.

Em Florianópolis, de forma pioneira, instalou-se telefones moedeiros, à medida que a capacidade das centrais era ampliada em 50%. Ao final de 1971, já se podia perceber os resultados destas transformações, quando o Sistema Estadual de Telecomunicações, contando com cerca de 18.000 terminais, 8.000 a mais em apenas dois anos, gerava 238.373 chamadas interurbanas – 16% em DDD – com um total de 1.299.857 minutos falados, representando um acréscimo de 194%.

O Plano Diretor previa o atendimento, em curto prazo de tempo, às 142 sedes municipais. Além disso, o Plano previu e concretizou a substituição de todas as centrais telefônicas de comutação manual e automática do antigo sistema por centrais mais modernas. Vale citar, ainda, a introdução em 24 cidades, como no caso de Florianópolis, da utilização de redes flexíveis, onde a rede primária passou a ser integralmente subterrânea, pressurizada e com armários de distribuição, sendo uma novidade em todo o país. Assim, a rede passou a utilizar-se de equipamentos de tecnologia avançada e de alta confiabilidade, cobrindo todo o território catarinense, com cerca de 224.000 canais/quilômetros.

Em 1974, a COTESC teve sua razão social substituída pela Telecomunicações de Santa Catarina S/A – TELESC, tornando-se uma das primeiras subsidiárias da Telecomunicações Brasileiras S/A – TELEBRÁS.

A política da TELESC foi a de atender, inicialmente, as sedes municipais, dando prioridade às áreas mais rentáveis para que pudesse manter um forte ritmo de implantação do Plano Diretor. As obras foram realizadas simultaneamente em todo o Estado e, num determinado momento, 10.000 pessoas, direta e indiretamente, trabalhavam na implantação do Plano. Além disso, outras iniciativas foram tomadas simultaneamente: convênio com a Universidade Federal de Santa Catarina permitiu a formação de engenheiros de telecomunicações; convênio com a Escola Técnica Federal de Santa Catarina possibilitou a formação de técnicos de nível médio.

Ao final de 1974, surgiram os primeiros resultados daquele trabalho: foram inauguradas 2 centrais; em 1975, 29 centrais foram ativadas; em 1976, mais 63 e, em 1977, 27 novas centrais, até que em 1978 a TELESC era a segunda empresa do sistema TELEBRÁS a atender a totalidade dos seus municípios com os serviços de telefonia. Ao final de 1979, um novo marco foi atingido, o DDD chegou a todos os municípios de Santa Catarina.

A empresa hoje

Ao longo da sua história, a TELESC vem buscando a perfeição de seus serviços através da adoção de eficientes modelos administrativos e de meios que utilizam a mais moderna tecnologia no setor. Com esta filosofia a TELESC utiliza o que existe de mais avançado em telecomunicações tanto na transmissão como na comutação (centrais telefônicas).

A empresa implantou, no início dos anos 90, o sistema OPGW – Optical Ground Wire, que representa um avançado sistema de transmissão de dados e sinais de voz e imagem, utilizando fibras ópticas instaladas no interior de cabos pára-raios das redes de transmissão de energia elétrica. O sistema OPGW da TELESC foi estendido entre Joinville e Siderópolis, ligando o Norte ao Sul do Estado num enlace de 377 quilômetros. As regiões Leste e Oeste de Santa Catarina são ligados pelo sistema de transmissão Rádio Digital, o qual utiliza-se de modulação e transmissão de sinais de telecomunicações com capacidade de 1.920 canais simultaneamente. Da mesma forma, nas áreas de comutação, a TELESC empregou em suas centrais telefônicas equipamentos

de tecnologia de ponta, como as centrais CPA (Controle por Programa Armazenado). A Telefonia celular chegou em Santa Catarina em março de 1993, quando Florianópolis foi indicado pela TELEBRÁS, juntamente com outras cidades, para iniciar os testes de implantação de telefone celular, antes mesmo do serviço ser introduzido na capital paulista.

A empresa tem procurado, também, aperfeiçoar os serviços oferecidos aos grandes clientes corporativos. Através da tecnologia RDSI (Rede Digital de Serviços Integrados) lançou o “hiperline”, que possibilita a comunicação integrada de dados, voz e imagem. Outro grande avanço foi a instalação do sistema de backbone para o serviço de Internet, através do qual a companhia passou a oferecer a formação de amplas redes corporativas, que podem utilizar este tipo de tecnologia, inédita no País.

Em relação a 1994, quando possuía 397.957 terminais fixos instalados, a companhia praticamente dobrou o número de terminais, fechando o ano de 1998 com 772.407 terminais fixos instalados. Assim, a TELESC encerrou o ano de 1998 com 88,9% de sua planta inteiramente digitalizada (686.757 terminais), um índice superior ao verificado em muitas outras regiões do País, e com apenas 11,1% de linhas analógicas (85.650 terminais).

Durante o ano de 1998 a TELESC passou por um processo de privatização. Inicialmente, conforme previsto no plano de privatização do setor, em 30/01/98 foi deliberada em Assembléia Geral Extraordinária a cisão parcial da empresa com a criação da Telesc Celular S/A, o que separou definitivamente o Serviço Móvel Celular – SMC do Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC. A TELESC permaneceu unicamente com o segundo tipo de serviço. Em 22/05/98 foi realizada a cisão da TELEBRÁS, o que originou a formação de

doze Controladoras. Desta forma, a TELESC passou a ser controlada pela Tele Centro Sul Participações S/A. Através do leilão realizado no dia 29/07/98, foram vendidos pela União Federal os controles acionários das Holdings originadas da cisão da TELEBRÁS, das quais a Tele Centro Sul era parte integrante.

Privatizada, a empresa passou a ser controlada pela Tele Centro Sul, holding que engloba nove operadoras estaduais de telefonia fixa (Telesc, Telepar, CTMR, Telegoiás, Telems, Telemat, Telebrasília, Teleron e Teleacre), com 91,39% do capital votante e 76,04% do capital total. A Tele Centro Sul pertence à Solpart Participações S/A, com 51,79% do capital votante e 19,26% do total. A Solpart, por sua vez, tem a seguinte composição acionária: Techold Participações S/A com 19% das ações ordinárias, pela Stet International Netherlands N.V., do Grupo Telecom Italia (BC) S.p.A, também com 19%, e pela Timepart Participações Ltda., com 62%. Ainda, o ano de 1998 marcou a abertura do capital social da TELESC, ocorrido em 5 de outubro, cujas ações são negociadas na Sociedade Operadora de Mercado Ativos – SOMA, sendo que nesse ano a empresa fechou o exercício com um lucro líquido de R$ 71,1 milhões; com uma receita operacional de R$ 625,6 milhões; e patrimônio líquido de R$1,157 bilhão. Além disso, a empresa registrava na época um número de 2.040 empregados efetivos.

A Figura 25 apresenta o organograma parcial da Telesc – Tele Centro Sul, imediatamente após a privatização da empresa, com destaque para a

estrutura da Diretoria de Engenharia, a qual foi considerada para o presente trabalho.

TELECOMUNICAÇÕES DE SANTA CATARINA S/A.

Diretoria Administrativa Diretoria Econôm.-Financeira Vice-Presidência Núcleo de Informática Assessoria de Gestão Depto. Planejamento Técnico-Operacional Depto. Projeto e Contratação Diretoria de Engenharia Presidência

Figura 25: Organograma da TELESC – Tele Centro Sul

A estrutura de funcionamento da Telesc – Tele Centro Sul é formada por cinco diretorias (incluindo-se a Vice-Presidência), sendo que a Diretoria de Engenharia é dividida em quatro departamentos e por duas assessorias. Neste contexto, mais especificamente com três membros da Diretoria de Engenharia, é que foi desenvolvido o presente estudo.