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1.3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1.3.6. Limitações do estudo

Independente da natureza do estudo, seja quantitativo ou qualitativo, do referencial teórico, ou dos procedimentos metodológicos utilizados, apresenta-se algumas limitações que devem ser esclarecidas como forma de favorecer as discussões sobre a problemática em estudo. Portanto, as limitações detectadas no presente trabalho são as seguintes:

a) Quanto à delimitação do problema e à generalização dos resultados

O presente estudo procura construir um modelo de avaliação de produtos para ajudar especificamente os decisores no processo de tomada de decisão na Telesc – Tele Centro Sul. Dessa forma, os resultados deste estudo não permitem similaridades com a avaliação das mesmas ações em outras organizações.

Além disso, outros decisores, mesmo da Telesc – Tele Centro Sul, podem incorporar outras variáveis que não as apresentadas, bem como apresentar outros julgamentos de valor para as mesmas variáveis.

Devido às questões metodológicas, aos objetivos do trabalho, ao tempo empregado, dentre outros motivos, o modelo foi construído com base nos interesses e percepções de dirigentes de uma única diretoria, o que também torna-se uma limitação em termos de representação da Telesc – Tele Centro Sul como um todo. Portanto, o modelo somente pode ser validado como representativo da organização caso os demais envolvidos concordem, ou seja, reconheçam-no como uma fiel representação dos seus interesses.

Além disso, uma importante observação refere-se ao horizonte de representação do modelo. De acordo com a sua estrutura, e respeitando-se os interesses dos decisores pesquisados, os critérios de avaliação apresentam, em geral, referência a um espaço de tempo de um ano. Assim, por exemplo, após tal período o serviço de telecomunicações da empresa deve ser reavaliado com o objetivo de confirmar as melhorias propostas na fase de recomendações.

b) Quanto à perspectiva e às técnicas de coleta dos dados

Por tratar-se de uma abordagem construtivista e de apoio à decisão, ao problema de mensuração do desempenho operacional, convém mencionar que o modelo construído

representa a perspectiva atual da Telesc – Tele Centro Sul, não tendo, necessariamente, validade para representar um estado futuro quando possivelmente muitas outras variáveis podem ser incorporadas e algumas retiradas, como resultado do aprendizado que a metodologia empregada proporciona.

Os procedimentos para a coleta de dados, com o uso do mapeamento cognitivo, apresentaram algumas particularidades em função da percepção do próprio pesquisador. Outro pesquisador, em outro momento, mas com os mesmos decisores, pode levantar ou perceber informações diferentes das apresentadas neste trabalho, haja visto a sua influência no problema em termos metodológicos.

Além disso, pelo fato de ter sido gerada muita informação sobre o assunto e sobre as percepções dos decisores, alguns dados podem ter sido indevidamente desconsiderados e outros, talvez, terem recebido mais importância do que a devida.

c) Quanto aos aspectos externos do problema

O setor escolhido para o estudo empírico, o de telecomunicações, é bastante complexo e atravessa momentos de indefinições e redução na estrutura produtiva, dentre outros aspectos, inerentes a uma série de fatores conjunturais e até mesmo estruturais como o recente processo de privatização do setor, ao qual foram submetidas as empresas de telecomunicações no Brasil. Estes aspectos levados em conta na análise dos eventos externos ocorridos no período em análise, tanto facilitaram o trabalho em alguns momentos (como a definição de metas por parte dos órgãos de controle), quanto limitaram a ação pela falta de material sistematizado sobre o assunto (como a indefinição das políticas estratégicas da empresa). Deste modo, a interpretação no momento da construção do modelo exigiu duplo esforço para os participantes.

Os decisores, com formação na área de engenharia, apesar de conseguirem incorporar uma série de aspectos do problema externos a sua formação, ainda não conseguiram detalhar adequadamente alguns critérios (pontos de vista) utilizados na avaliação, o que seria facilitado com a consulta a especialistas do assunto. Contudo, como o modelo destina-se a eles, a aprendizagem deve proporcionar, com o passar do tempo, a incorporação de aspectos ainda não dominados pelos decisores, mesmo que de fundamental importância para o problema. Afinal, o modelo foi construído segundo as percepções, juízos de valor e objetivos dos decisores e não sobre o que os pesquisadores dizem sobre o assunto.

e) Quanto a metodologia MCDA

A própria metodologia Multicritério de Apoio à Decisão configurou-se em algumas limitações para o estudo de caso. A principal foi a impossibilidade de se garantir a validade dos resultados da avaliação quando do uso simultâneo de uma grande quantidade de pontos de vista, em questionamentos aos decisores. Assim, por exemplo, eles não conseguem comparar simultaneamente onze pontos de vista fundamentais entre si e determinar as suas taxas de compensação. Para minimizar este tipo de problema, desenvolveu-se procedimentos de validação com o uso de um número menor de variáveis.

f) Quanto ao modelo construído

A impossibilidade de se conceber, através do modelo construído, um procedimento específico cuja aplicação possa garantir uma unicidade e validade no que se refere a avaliação do desempenho da produção empresarial. Mesmo com os procedimentos aplicados à estruturação, à avaliação e às recomendações do estudo, os aspectos analisados representam a realidade de uma única organização. Contudo, o modelo pode ser reformulado, ou até validado, para a aplicação em situações diferentes.

Além disso, o modelo não garante o sucesso da organização por focar uma parte do todo, mesmo que entre os objetivos estratégicos dos decisores tenha aparecido esta preocupação. Outros fatores não abordados e, principalmente, em outros níveis hierárquicos, colaboram para as decisões que levam a um bom desempenho organizacional.