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4.1 Documentação institucional (observação documental).

Os documentos escritos, em geral, é uma fonte de observação social, com caráter secundário, constituindo o resultado da perceção e interpretação que o investigador faz deles, mesmo parcial ou incompleta. Apresentam, pois esse aspeto indireto na investigação. O juízo crítico da fiabilidade dos documentos assenta na autenticidade, no conhecimento direto ou não do tema/conteúdo, no marco teórico de referência, na conjuntura social/política em que foi escrito, na sua tipificação e codificação. Examinamos sistematicamente a documentação existente em cada um dos centros de dia (diagnóstico, prognóstico), por exemplo, os seus estatutos, data de fundação, os regulamentos, os relatórios anuais, os planos de atividades, folhetos de datas festivas, etc. com vista a recolher informações para a caraterização de cada uma das instituições e do tipo de utentes frequentadores. Nessa análise destacamos a relação dos documentos, a análise interna (conteúdo e os princípios e valores em que se baseia a instituição. Sociologicamente a documentação permitiu-nos caraterizar sociologicamente o coletivo de idosos utentes (grupo social). A análise de conteúdo foi a técnica de observação documental usada para retirar algumas anotações ou registos de notas e dados numa vertente de descrição objetiva, sistemática do conteúdo documental, com o intuito de interpretar essas informações e complementá-las com os responsáveis dos centros de dia. Desta forma, teremos um melhor conhecimento sobre a contextualização dos sujeitos em estudo. Todos os documentos referidos serão consultados, após autorização prévia dos respetivos responsáveis e analisados, através da técnica de análise de conteúdo semântico (Bardin, 1977). Ao utilizar esta técnica tivemos:em:conta:as:‘fontes’:(títulos:do:documento): as datas e espaços e o conteúdo (apreciação global das unidades de análise).

4.2.- Entrevistas

A entrevista é um ato de conversação intencional e orientado, que implica uma relação pessoal, durante a qual os idosos participantes desempenham papéis fixos, permitindo ao entrevistador interagir com os entrevistados: “A entrevista é um método de recolha de informações que consiste em conversas orais, individuais ou de grupos, com várias pessoas selecionadas cuidadosamente, a fim de obter informação sobre fatos ou representações, cujo grau de pertinência, validade e fiabilidade é analisado na perspetiva dos objetivos da recolha de informações”:(Ketele:e:Roegiers:1999:22) No dizer de Haguette (1997: 86) trata-se de um processo de interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador tem o objetivo a obtenção de informação por parte do entrevistado. Ou seja, visam obter informações ou dados objetivos e subjetivos. De acordo com Bell (2004), a entrevista é a oportunidade para estudar, de forma mais ou menos aprofundada, um determinado aspeto de um problema em pouco tempo.

A grande vantagem da entrevista é a sua adaptabilidade. Um entrevistador habilidoso consegue explorar determinadas ideias, testar respostas, investigar motivos e sentimentos, coisa que outras técnicas não o podem fazer. A forma como determinada resposta é dada (o tom de voz, o silêncio, a expressão facial, a hesitação, as reações indevidas, etc.) pode transmitir informações que uma resposta escrita nunca revelaria. As entrevistas implicam de uma forma geral, a definição prévia de questões ou objetivos a colocar. Na investigação qualitativa, as entrevistas podem ser utilizadas de duas formas (Martins, 1996), ou seja, podem constituir a estratégia dominante para a recolha de dados ou podem ser utilizadas em conjunto com a observação participante, análise de documentos e outras técnicas. Em todas estas situações, a entrevista é utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspetos do mundo.

Deste modo, pareceu-nos que a entrevista seria um dos instrumentos adequados para a nossa pesquisa. Assim sendo, elaboramos um guião da entrevista semiestruturada (exploratórias Pré) aos responsáveis ou dirigentes e às diretoras de cada centro de dia e,

também aos 68 idosos, que serviu como uma estrutura orientadora, segundo a qual desenvolveremos e pré-determinaremos as nossas questões, em consonância com os objetivos do estudo e sustentados pela literatura revista (teoria fundamentada).

As entrevistas foram executadas no período temporal entre julho a setembro de 2012, com a sua respetiva transcrição, validação e tratamento dos dados (categorização) por análise de conteúdo.

Optámos pela entrevista semiestruturada, pois ela está orientada para a intervenção mútua. Este tipo de entrevista semiestruturada foi a que se adequou melhor às características daqueles sujeitos entrevistados. Também adotámos entrevistas em profundidade e em grupo (discussão) nos idosos, com o intuito de explorar, descrever e compreender as suas reações e representações sociais das atividades realizadas (Martins, 1996).

Neste: caso: dispusemos: de: um: ‘guião’: que: recolheu: os: temas: que: tratámos: durante: a: entrevista, com uma certa ordem de perguntas para facilitar as características dos sujeitos. Colocámos uma série de perguntas com conteúdo pré-estabelecido (resposta em aberto), na procura dum significado partilhado por entrevistador e entrevistados. As entrevistas ocorreram, todas elas nos centros de dia previamente formalizadas e combinadas, com as devidas explicações preliminares que, foram conduzidas cumprindo as regras éticas e legais, que no caso dos idosos repetimos as perguntas (idosos), repetimos as respostas (ação eco), fizemos alguma pausa (evitar cansaço), manifestámos uma expressão de interesse e estimulo, solicitações alguma de explicitação, utilizamos uma linguagem acessível e objetiva e temos um papel determinante e construtivo, como propõe S. Kvale (2011: 139-151). No caso dos responsáveis das instituições e das respetivas diretoras técnicas as entrevistas tiveram um antes (Pré-teste) e depois da aplicação do PIAS (Pós-teste), não ultrapassando, regra geral mais de quarenta e cinco minutos, com registo de notas de campo.

Por conseguinte, os tipos de entrevista utilizadas no nosso estudo foram entrevistas semiestruturadas (idosos frequentadores de cada centro, às diretoras técnicas e aos responsáveis), entrevistas em profundidade e entrevistas em grupo aos idosos (após a aplicação de cada módulo do Programa de Intervenção de Animação Sociocultural - PIAS). Este método de interação com os sujeitos de estudo consistiu em conversas orais (formais e informais):individuais:ou: em:grupo:com:os:idosos:(destacando:alguns:desses:‘idosos:tipo’: com condição de se submeterem às condições da entrevista e demonstrarem capacidade de comunicação/diálogo) (Bardin, 1977). O intuito pretendido foi o de obter conhecimentos sobre os fatos ou representações das atividades por eles realizadas, cujo grau de pertinência, validade e fiabilidade é analisado na perspetiva dos objetivos da investigação. As entrevistas serão: efetuadas: seguindo: o: respetivo: Protocolo: (‘rapport’/empatia: e: motivação: a: carta: de: consentimento e livre aceitação), no contexto em que os participantes se encontravam (centros de dia), devidamente gravadas com autorização (ficha técnica). Essas informações formais:e:informais:(‘narrações’):dos:idosos:registadas:e:complementadas:com:as:notas:de: campo e o diário de investigação, reproduzem, de forma fidedigna, as suas experiências e vivências durante a realização das atividades, que facilitou uma maior liberdade de expressão por parte do idoso entrevistado.

A técnica de entrevista foi utilizada no início (Exploratória -Pré-teste) e, depois, no final da aplicação do PIAS (Avaliação –Pós PIAS), fizemos uma entrevista final aos idosos, em grupo (discussão). Aos responsáveis dirigentes dos centros de dia e das respetivas diretoras técnicas aplicamos entrevistas de avaliação (Pós-PIAS). As entrevistas de Pré-teste (exploratórias) permitiram-nos conhecer melhor as instituições e orientaram-nos na elaboração do PIAS. Os seus objetivos foram conhecer os interesses e experiências dos idosos nos centros e das atividades culturais e artísticas; sensibilização para o tema da animação; recolher: dados: sobre: ‘antes: ‘: do: programa: conhecer: um: pouco: mais: os: idosos: em: grupo: saber o que para eles significa um centro de dia e o esperam dele no quotidiano. As entrevistas de pós-teste: pretenderam: recolher: informações: sobre: o: ‘depois’: do: PIAS:

recolher mais dados para averiguar se a qualidade de vida dos idosos melhorou com a aplicação do programa; fazer com que os idosos reflitam nas mais-valias da participação em atividades de animação sociocultural; avaliar a eficácia desse programa de atividades. No caso das entrevistas aos idosos, passou-se de forma idêntica, as de Pré-teste foi para os identificar, conhecer melhor a sua adaptação à instituição e o que pensa dela, enquanto as entrevistas em grupo no final da aplicação do PIAS, se destinaram a avaliar a eficácia deste programa. Optou-se pela entrevista em grupo (Ketele e Roegiers, 1999: 21) por revelar-se mais interessante, quer por razões de ganho de tempo, quer porque os efeitos procurados se situam ao nível das interações entre o entrevistador e os entrevistados e entre estes.

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