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A ESCOLA ITINERANTE

No documento A Escola da luta pela terra (páginas 118-127)

A Escola Itinerante é entendida como um espaço que traz em si a carga histórica da instituição escolar, de seus problemas e potencialidades. Também traz em si o acúmulo do Setor de Educação do MST, compondo sua proposta de escola. A Escola Itinerante, em sua essência, não é diferente da escola de assentamento ou das demais escolas do MST. Seus objetivos e princípios são os mesmos, que todavia, se aplicam de um modo determinado a depender da situação concreta. Então, a Escola Itinerante expressa embates de formas escolares distintas, antagônicas. Expressa, a seu modo, a luta social. Como toda escola, ela encontra-se num tempo e num lugar específicos. Poderíamos dizer que a Escola Itinerante, como as demais escolas de acampamento, acontece num lugar especial. O acampamento é sem dúvida um espaço onde se encontram pessoas em luta pela vida, por terra, por trabalho e moradia. Um lugar que expressa

a incapacidade do capital em garantir a vida digna para todos. Por isso, o acampamento é o lugar que expressa a força e a fraqueza do capital. Força, já que mesmo com tantas contradições explosivas, mortes, miséria, desumanização, ele ainda se mantém. E fraqueza, porque na medida em que não garante que muitas mulheres e homens vivam sob sua forma típica, força-os a buscar outras formas de se organizar em sociedade. Acredito que a força e a beleza de um acampamento – dentre suas enormes dificuldades – está em revelar a busca dos Sem Terra por uma nova forma de vida social.

Claro que esta consciência não necessariamente é a de todo sem-terra que vai para um acampamento ou passa por ele. Mas, queira ou não, ele está “metido” nisso e nós queremos que sua consciência seja ampliada até ele perceber as muitas implicações daquilo em que ele se envolve. A Escola Itinerante está neste lugar!

O acampamento é, então, um espaço onde a luta de classes, a luta pela sobrevivência, a possibilidade de construir algo novo, está mais forte, mais evidente. É um lugar propício à contestação, à desestruturação daquilo que é arcaico. As relações de poder autoritárias se enfraquecem, favorecendo emergirem relações sob novos parâmetros. Entendemos que este é o pano de fundo daquilo que o professor Luis Carlos de Freitas tem indicado: a Escola Itinerante é um lugar propício à emergência, ao ensaio de uma nova forma de escola. Segundo ele, no acampamento, por tudo que falamos, a escola (lembremos que ela é uma instituição do Estado burguês) está mais livre das amarras do Estado, da burocracia e deste peso que traz a instituição escolar4.

Penso que os educadores itinerantes reconhecerão isto, pois tem sido muito comum eles se referirem que “quando o acampamento vai bem a escola está bem”. Dizem ainda que quando o acampamento está bem organizado, a coordenação e as equipes funcionando, com unidade e perspectiva, a escola funciona melhor, o acampamento se envolve e contribui mais com a escola, e a proposta de educação do Movimento acontece5. Já quando as coisas não vão tão bem no acampamento, na escola também tendem

a decair; os educadores, mães e pais “se acomodam”, cria-se uma rotina e uma apatia pouco produtivas. Por estes depoimentos, podemos refletir o quanto a organização coletiva e a clareza na luta são educativas, motivam o que está ao redor, e são forças capazes de dar um horizonte à escola, fazê-la se aproximar da escola que queremos. Vemos assim que a escola não está isolada, e nem deve estar (nem pode estar). Mas esta tendência da escola acompanhar a dinâmica do acampamento não pode nos autorizar a desanimar quando o acampamento vai mal e a relaxar com os trabalhos na escola. É nesta hora que temos que agir com profissionalismo e militância.

Os estudos de Bahniuk (2008) e Camini (2009) comprovam a indicação de Freitas, mostrando diversos avanços que a Escola Itinerante apresenta rumo à Escola Socialista. Poderíamos dizer que a Itinerante é um embrião da Escola Socialista, mas que, para se desenvolver, precisa ser cuidada e superar muitas dificuldades e limitações que as autoras evidenciaram em suas pesquisas. Isso indica que há pontos fracos na Itinerante que precisam ser observados. É sobre estas potencialidades e estas dificuldades que queremos refletir:

1) Dizer que a Escola Itinerante (EI) está num lugar “especial”, que favorece experimentar

4 Síntese pessoal da fala do professor durante encontros e atividades do MST onde ele tem participado. 5 Fala recorrente entre os educadores no processo de sistematização da Escola Itinerante no Paraná.

a construção da Escola Socialista, não quer dizer, em hipótese alguma, que “naturalmente” por estar no acampamento a escola será melhor, que esta forma nova vai surgindo. Se não houver um longo trabalho, muito estudo e ação (coletivos), ficamos na mesma.

2) Por estar num acampamento, a EI enfrenta dificuldades que outras escolas não enfrentam nas mesmas proporções (de infra-estrutura física e pedagógica, de formação dos educadores...). Estas dificuldades, se por um lado podem operar como motivação para criar alternativas, no sentido que Freitas indica, de outro lado, não pode fazer-nos pensar que a miséria é boa, que para pobre “pode ser assim mesmo”, ou que a escola nova, a sociedade nova, se faz com poucos recursos. Considero importantes os “ensaios” que temos feito nas EI, mas sonho que todas as crianças possam ter escolas bem equipadas, com biblioteca e laboratórios, boa alimentação, educadores bem formados, etc.

3) A EI tem sido apontada como inovadora por ser uma escola que “vai onde o povo está”, ou seja, é uma escola que rompe com uma concepção tradicional de que escola é um “prédio”, e que, portanto, é imóvel e que as pessoas precisam se deslocar até ela. Considero um avanço da Escola Itinerante mostrar que a escola precisa se adaptar (em parte) às condições específicas de seu público. O que, aliás, é indicado na atual LDB 9394/96, ao dizer que a escola pode/deve se adaptar às condições locais, de trabalho, de clima, etc., mas que não pode abrir mão de uma série de outras coisas. Então, a Itinerante inova, pois para as concepções mais tradicionais, como aponta Camini (2009), é difícil conceber uma escola sem endereço fixo, que se move! Isso tem uma repercussão em nossa concepção de escola importante, pois, se a ela pode romper com um padrão de estrutura física, parece nos permitir romper com padrões pedagógicos. Aí a Itinerante pode se tornar muito perigosa, como sabem alguns... Veja que estamos no campo das possibilidades. Entrando no campo concreto das dificuldades, a experiência destas escolas mostra uma inversão curiosa: parece que alteramos mais a estrutura física, em muitos locais, do que as questões pedagógicas, conforme já indicaram Grein e Gehrke (2008). Ou seja, muitas vezes a EI parece ser muito diferente, inovadora, mas quando olhamos para o que acontece em seu interior, no processo pedagógico, vemos que reproduzimos muitas coisas que precisamos superar, como a falta de planejamento ou o planejamento “solto”, a falta de estudo e domínio de conteúdo do professor, relações autoritárias, descaso com a escola, avaliação classificatória, etc. Reafirmando: não é por estar numa EI que naturalmente estaremos construindo uma nova escola. Para isso é preciso muito trabalho, estudo, dedicação e organização coletiva. Neste item, também quero registrar algo que tem sido dito pelos educadores e coordenadores itinerantes. A participação da escola em marchas, mobilizações, saídas do acampamento, dá um grande ânimo para a escola, faz o trabalho pedagógico ficar mais vivo, ligado à realidade, reflexivo, e as crianças participam mais. Mas às vezes, um tempo depois, é comum voltar-se às velhas formas. Ou ao contrário, nas escolas onde se sai muito do acampamento, reclama-se de que não dá pra amadurecer as questões, que precisam ficar um tempo “paradas” para aprofundar os assuntos. Então, nos dois casos, o que se mostra é que a Escola Itinerante precisa fortalecer sua proposta, consolidá-la. Não poderá ser “um vento mais pra lá ou pra cá” que poderá revirar todo nosso trabalho. Nós precisamos ter clareza para onde queremos ir e avançar no entendimento da forma, dos métodos para chegarmos lá. Precisamos avançar na formação de educadores e dos coletivos de educação, compreendendo melhor como a escola deve se ligar à vida. Como superar a velha forma escola e construir uma nova e como é possível construirmos isso nas

condições que temos.

4) Nas questões relativas ao ensino das disciplinas na escola, o que refletimos acima já indica o caminho. Há uma dupla questão a se considerar: a) o conhecimento escolar precisa ser significativo, é preciso estabelecer relações com a realidade do estudante6. Veja que dissemos relações. Quanto menor a

criança, esta relação precisa ser mais concreta e, com o passar dos anos, pode-se avançar na abstração, sem que a todo o momento se refira a uma circunstância ou objeto pontual. Entretanto, mesmo os níveis mais elevados de abstração, sempre possuem relações com o mundo concreto. Em Marx, partimos do concreto (caótico) ao abstrato (reflexão, fragmentação), depois novamente ao concreto, que ao fim do processo aparece como uma totalidade rica. Para Marx (1996), o conhecimento deslocado da prática não tem sentido, é a prática que, em última instância, diz se um conhecimento é verdadeiro – isso não quer dizer prática imediata e nem relativismo. Os complexos de que fala Pistrak (2000), ou os temas geradores de Paulo Freire (1983), são bons exemplos de como o conhecimento pode estar na escola. Ele não aparece isolado, “morto”, fragmentado, mas vem em função de uma situação-problema, de um tema atual, candente. A escola organiza seu trabalho para entender o mundo em suas múltiplas relações e em profundidade. Então, o conhecimento surge como uma necessidade da vida humana, que tem relações múltiplas e complexas. Por isso, o novo patamar alcançado no entendimento do tema/complexo deve voltar à realidade para ajudar a transformá-la. b) Pelo que foi dito, parece ficar claro que o conhecimento elaborado é de grande importância para a classe trabalhadora, e que a mudança na forma de abordá-lo não o nega, não o retira da escola, mas o coloca de um novo jeito, valorizando-o. As experiências demonstram que esta questão precisa ser aprofundada, avançando no método de trabalho que não negue o conhecimento acumulado e o coloque em função das questões do tempo histórico atual.

Neste caderno, estão expostos cinco textos dos estados que possuem Escola Itinerante. Vemos que são experiências bastante diferentes sob vários aspectos: no tempo de existência (no RS há doze anos, no PI há um ano), no tamanho das escolas, na quantidade de educandos, no jeito de acompanhar as escolas e fazer a formação dos educadores, na relação com o Estado, na organização das turmas, etc. Nos próprios textos, pode-se ver a avaliação feita, os pontos positivos e negativos, como prosseguir, em que avançar. Estas diferenças indicam tanto a riqueza e a diversidade que a EI comporta, quanto a dificuldade em se estabelecer diretrizes políticas e pedagógicas comuns, bem como fragilidades próprias à sua conformação em cada estado. Entretanto, apesar das diferenças, é possível falarmos da EI do MST, ou seja, é possível identificar um projeto comum, afinidades, unidade na proposta e na ação e dificuldades compartilhadas. Vejamos algumas delas:

a) A EI é uma experiência de escola (um projeto e uma prática) que se origina das condições da luta pela terra. É uma escola que se adapta a estas condições e se compromete com as famílias em luta. Este compromisso se dá em dois planos, pelo menos. O primeiro, por estar onde está o povo, deslocar-se com ele, acompanhá-lo no acampamento, na reocupação,

6 A experiência escolar coordenada por Pistrak avança ainda mais desta perspectiva. Para ele, como aponta Freitas (2009), a escola não se estrutura a partir do conhecimento elaborado para então se estabelecer relações com a realidade, mas o inverso. Parte-se da realidade atual, do mundo em sua totalidade que para ser entendido demanda o conhecimento elaborado, culto. A proposta educacional do MST compartilha desta perspectiva, como apontamos anteriormente.

nas marchas, nas mobilizações... Então, se refere à dimensão da presença física, que é muito importante, pois assegura a escolarização das crianças e jovens onde estes se encontram, e nas condições de luta e conflito. A segunda dimensão é a do compromisso político e pedagógico que aponta para além da presença física, mas para o sentido do trabalho educacional que a escola desenvolve. É efetivamente uma escola do acampamento, que o MST se apropria e desenvolve. Esta questão já está indicada neste texto e nos cinco textos dos estados.

b) Por estas questões, a EI afronta os padrões rígidos de escola existente. É inovadora sob muitos aspectos e por isso o embate permanente com o Estado. O Estado não apenas possui um padrão de escola como, em certo sentido, cada vez mais engessa o sistema, tendendo à padronização e homogeneização. Tem especial dificuldade com a Escola Itinerante, pois esta não é apenas “diferente”, mas liga-se à luta pela transformação social. As longas e árduas lutas para conquistá-la e mantê-la, em cada um dos cinco estados, reflete esta diferença de fundo entre uma escola construída pelo povo em luta e a escola proposta pelo Estado burguês. Isso sem falar da maior parte dos estados do Brasil cujas escolas de acampamentos não são reconhecidas legalmente pelo Estado. Para o Estado burguês, aceitar a EI é de alguma forma aceitar a luta dos Sem Terra, fortalecê-la. E ainda mais, ela é uma escola gestada nesta luta e, em seu conteúdo e forma, traz uma nova pedagogia. Por isso, é tão difícil (ou mesmo impossível) para o Estado aceitar esta escola como ela é. A relação estabelecida tem sido tensa, de pressão por parte dos dois lados. Em geral, por parte do Estado tem sido o de cumprimento mínimo de obrigações, ou mesmo de não cumprimento de funções elementares, como o envio de materiais para as escolas, pagamento dos educadores, etc. Esta situação de enfrentamento chegou a tal ponto que, no RS, com um governo truculento como o de Yeda Crusius, do PSDB, a EI foi fechada. Esta escola é intolerável para aqueles que sempre tiveram o Estado a seu serviço e não estão dispostos a abrir mão disso. A experiência das Itinerantes revela o Estado de classe e também a necessária relação dos trabalhadores em luta com/contra o Estado burguês.

c) A Itinerante também tem se revelado um potencial laboratório de formação de educadores para a nova escola. Muitos, de forma inesperada, tornam-se professores, e assim, precisam aprender a ensinar, precisam estudar e fazer uma escola bem diferente daquela que tinham como referência. Tornam-se educadores em uma escola plena de luta, de disputas entre formas de escola e perfis de educadores. Tornam-se professores na dinâmica vida dos acampamentos, aprendendo com a luta e com a escola do MST, e, nestes embates difíceis e complexos, ensinam. As condições objetivas com as quais se deparam são, seguidamente, muito inusitadas. Nem tudo tem sido desejável, mas de maneira geral, podemos dizer que a formação dos educadores de escolas de acampamento e das EI revela uma potência de crítica e de experimentação de uma nova forma de escola, o que implica, inevitavelmente, outro educador. Quando os educadores se reconhecem como sujeitos ativos no processo de luta

em que se pretende construir outra sociedade, homens e escolas, eles sentem-se motivados, fortes e orgulhosos. Não seria por acaso que estas são as características mais frequentes nos educadores itinerantes. Veja neste caderno o texto específico sobre a formação de educadores.

d) Deste acúmulo de mais de doze anos de EI, evidencia-se que esta escola encontra-se num lugar instável, física e politicamente. Vemos ainda que, em muitas ocasiões, tal instabilidade pode ser positiva para a escola, no sentido de que a auxilia a sair da “mesmice”, de um trabalho educacional cristalizado e inconveniente para um trabalho voltado para a classe trabalhadora. Forçando a escola a abrir-se e conectar-se à realidade concreta que a circunda, promovendo a aproximação e a participação do acampamento na escola. Mas nestes anos todos, aprendemos que a escola precisa aprender a lidar com esta instabilidade, preparar-se para ela (já que continuará acontecendo). Neste sentido, parece que precisamos distinguir entre o que podemos abrir mão e o que não, o que pode ser dinâmico e espontâneo e o que precisa ser planejado e estruturado. Isso não significa dizer que a escola não sentirá as mudanças que acontecem em seu entorno ou ignorará tudo que acontece, permanecendo fechada em si mesma, como é a velha escola que tanto criticamos. Quer dizer apenas que não podemos mais recomeçar sempre, é preciso continuidades no processo pedagógico. Neste sentido é que a relação escola e acampamento/MST é educativa nas duas direções, pois os acampamentos e o MST são por natureza dinâmicos, em movimento; a escola é de estrutura mais lenta e processos mais longos. A síntese que o MST tem feito é de que um tem aprendido e precisa aprender com o outro, guardadas as particularidades. É conflituoso e educativo quando estes tempos distintos se encontram, mas a escola prescinde de tempos e processos longos, sem os quais não se aprende certas coisas; o Movimento, por sua vez, demanda movimento, luta, garra e, seguidamente também, tem pressa.

Por fim, reafirmamos que este texto não pretendeu dar conta das diversas indicações acerca da EI que têm sido evidenciadas nas produções existentes. Maior aprofundamento se encontra em autores/ educadores que já se debruçaram com mais afinco nesta experiência de escola. Assim como na Coleção Cadernos da Escola Itinerante pode-se acompanhar esta trajetória e experiência com maior detalhamento. Pretendemos sim, trazer um veio de análise de questões consideradas pertinentes e no calor dos debates realizados ao longo da produção da referida Coleção. Esperamos que elas possam ser frutíferas.

REFERÊNCIAS

BAHNIUK, Caroline. Educação, Trabalho e Emancipação Humana: um estudo sobre as Escolas Itinerantes dos acampamentos do MST. Florianópolis: UFSC, Dissertação de Mestrado (Educação), 2008. CAMINI, Isabela. Escola Itinerante dos acampamentos do MST - um contraponto à escola capitalista?

Porto Alegre: UFRGS, Tese de Doutorado (Educação), 2008.

CALDART, Roseli. Pedagogia do Movimento Sem Terra, 3 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2004. CHAUÌ, Marilena. Introdução. IN: LAFARGUE, Paul. O Direito à Preguiça. São Paulo: Hucitec; Unesp,

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FREITAS, Luis Carlos de. A luta por uma pedagogia do meio: revisitando o conceito, IN: PISTRAK, Moisey M. (org.) A Escola-Comuna. São Paulo: Expressão Popular, 2009.

GREIN, Maria Izabel e GEHRKE, Marcos. Escola Itinerante no desafio da luta pela Reforma Agrária, IN: CADERNOS DA ESCOLA ITINERANTE. Itinerante: a Escola dos Sem Terra: trajetórias e significados, ano I, n. 2. Curitiba, outubro de 2008.

INEP. Estudos de Avaliação da Educação – PISA. INEP/MEC, 2001.

KUENZER, Acázia Z.. Exclusão includente e inclusão excludente: a nova forma de dualidade estrutural que objetiva as novas relações entre educação e trabalho. In: LOMBARDI, J. C., SAVIANI, D., SANFELICE, J. L. (Orgs.). Capitalismo, trabalho e educação. 2. ed. Campinas, SP: Autores Associados, HISTEDBR, 2004.

MANACORDA, Mario A.. História da Educação: da antiguidade aos nossos dias. São Paulo, Cortez/ Autores Associados, 2000.

MARX, Karl. O Capital. Livro 1, vol. 1, 17ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. ____. Para a Crítica da Economia Política, IN: Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996. MÉSZÁROS, István. A teoria da alienação em Marx. São Paulo: Boitempo Editorial, 2006. ____. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2005.

MST. Como deve ser a escola de um assentamento. Boletim da Educação n. 1 São Paulo, 1992.

____. Como fazer a escola que queremos. Caderno de Educação n. 1. IN: Caderno de Educação n.13 Edição Especial. São Paulo, 2005. (Publicado originalmente em 1992).

PISTRAK, Moisey M. Fundamentos da Escola do Trabalho. São Paulo: Expressão Popular, 2000. SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia, 32 ed. Campinas: Autores Associados, 1999.

Isabela Camini1

Jurema de Fátima Knopf2

INTRODUÇÃO

A formação humana3 dos sujeitos Sem Terra, no sentido mais amplo, sempre ocupou espaço

importante na trajetória que constituiu o MST. No que diz respeito aos educadores, que atuam no Setor de Educação ou nas escolas, a sua formação recebeu atenção especial, pois, desde o início, havia a intenção de formar seus próprios professores para atuarem nas escolas de acampamentos e assentamentos. Para os educadores que se dedicam à educação e têm a responsabilidade de ensinar, educar e formar as novas gerações que frequentam as escolas de ensino fundamental e ensino médio nas áreas de Reforma Agrária,

No documento A Escola da luta pela terra (páginas 118-127)