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EXPERIMENTANDO A HOSPITALIZAÇÃO SOB A ÓTICA DA RELAÇÃO ENFERMEIRO PACIENTE: VIVÊNCIAS DOS DISCENTES DE

ENFERMAGEM

Bruno Vargas Pinto Teixeira¹, Daniela Aparecida Teixeira², Andressa dos

santos Avelar Martinez Coelho³, Marcio Martins da Costa4 e

Ana Paula Munhen de Pontes5.

1Discente do 10º período do Curso de Enfermagem, Vice-Presidente do Diretório Acadêmico, Bolsista

de Iniciação cientifica PROINC/UNIFAA, Monitor da disciplina de Semiotécnica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Valença.

2Discente do 10º período do Curso de Enfermagem, Presidente do Diretório Acadêmico, Bolsista de

Iniciação cientifica PROINC/UNIFAA.

3Discente do 4º período do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Valença UNIFAA.

Valença/RJ, aluna de Iniciação cientifica Centro Universitário de Valença /UNIFAA.

4-Enfermeiro. Doutor em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia pelo HCTE/UFRJ. Pró- Reitor de Educação a Distância, Professor Adjunto do curso de Enfermagem e Coordenador do curso de Enfermagem do Centro Universitário de Valença. UNIFAA. Valença/RJ

5-Enfermeira. Doutora em Enfermagem pelo PPGENF/UERJ. Pró-reitora de Pesquisa e Pós- Graduação, Professora Adjunta, Coordenadora do Núcleo de Práticas do curso de Enfermagem do Centro Universitário de Valença UNIFAA Valença/RJ. Coordenadora do Projeto de Extensão: IST/AIDS em foco: Educação em saúde para estudantes do ensino médio.

INTRODUÇÃO

As relações humanas existem desde os primórdios da civilização, e a preocupação científica com elas cresce a cada dia, principalmente no que diz respeito às estabelecidas durante a prática laboral e as necessidades dela advinda. Estamos em curso de um século marcado por intensas transformações relacionais que basicamente se fundamentou como um movimento de oposição à teoria clássica da administração, proposta por Henry Fayol e que se estabeleceu a partir da observação acerca da necessidade de se tornar a atividade laboral mais humana e democrática, e pelo entendimento de que as relações humanas, estabelecidas no curso da prática laboral, influenciam diretamente nos resultados esperados pelas organizações.

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Cumpre destacar outro aspecto que marca este processo evolutivo, que

é fenômeno denominado de globalização, que motivou

substancialmente transformações no campo da tecnologia, das relações humanas, no comportamento social das organizações e que impactam diretamente as pessoas e as empresas (ALMEIDA et al., 2012).

Nesta concepção, Merhy (2004) pondera que as tecnologias de produção do cuidado em saúde estão divididas em leves, centrada nas relações de vínculo, acolhimento e gestão dos processos de trabalho; leve-duras, centradas nos saberes estruturados; e as tecnologias duras, centradas nos equipamentos tecnológicos, normas, regras, regulamentos e estruturas organizacionais.

Neste processo evolutivo, há de destacar as mudanças ocorridas nos modelos assistenciais de saúde, com o avanço da biociência, das novas tecnologias em saúde, da mecanização dos processos assistenciais e conseqüentemente com o afastamento entre profissional e paciente, determinado por este processo de evolução em curso, estruturado com base em tecnologias duras.

Podemos afirmar que, no campo da saúde, estamos na contramão de um processo de construção secular, que se estabeleceu de forma a refutar os

modelos mecanicistas, capitalistas e em busca do resultado a “qualquer

preço”. Observa-se um “modelo” assistencial, muitas vezes, credenciado pela ausência do tempo, pela correria do dia a dia, pelo excesso de afazeres laborais, pela opção da tecnologia dura, e inclusive pela inobservância da base fundamental de formação de um profissional da saúde, que é a compreensão da palavra “CUIDADO” em suas diversas facetas.

OBJETIVO

Analisar a relação Enfermeiro-Paciente a partir da observação na qual o futuro Enfermeiro torna-se “acompanhante” durante o processo de hospitalização do paciente.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem metodológica qualitativa. Usualmente, os pesquisadores preocupados com a atuação prática de

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um determinado grupo social optam por este tipo de pesquisa (GIL, 1999).

As abordagens qualitativas se caracterizam pela preocupação em

compreender amaneira de agir e de pensar das pessoas ou dos grupos e buscam responder às exigências colocadas aos fenômenos estudados.

Os participantes foram 18 estudantes de enfermagem que vivenciaram a experiência de acompanhar durante 12hs um paciente em situação de internação hospitalar. Cumpre destacar, que este processo esteve organizado da seguinte forma: um único aluno acompanhou durante doze horas a assistência prestada a um paciente em situação de internação, sendo este processo repetido ao longo do estudo com os dezoito participantes selecionados, sempre na proporção de um estudante para um paciente. A seleção dos participantes foi realizada de forma aleatória, e respeitou os seguintes critérios: ser maior de 18 anos; estar cursando o Curso de Graduação em Enfermagem; aceitar participar voluntariamente do estudo, nunca ter vivenciado uma experiência de hospitalização e não ter experiência profissional na Enfermagem. O cenário do estudo foi um hospital escola, de médio porte, localizado no município de Valença/RJ, no setor de Clínica Médica. A coleta de dados foi realizada por meio de dois instrumentos, quais sejam: um relatório de vivência observacional, e um questionário contendo cinco questões abertas que foram preenchidas pelos “alunos” e entregues, após observação. A análise dos dados esta sendo realizada por meio da técnica de análise de conteúdo de Bardin.

Para Bardin (2016) a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens.

RESULTADOS PARCIAIS

Até o momento 18 alunos participaram da experiência. Em uma análise preliminar, podemos observar que variáveis como empatia, amor e dedicação se destacam na fala dos participantes. Cumpre destacar que a sobrecarga de trabalho, a mecanicidade no desenvolvimento das atividades e a falta de comunicação também foram evidenciados como fatores que interferem diretamente na relação de cuidar.

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Destaca-se o fato de que a tecnologia leve, relacional, está pouco presente, sendo a leve- dura a mais predominante durante o processo de internação. Não foi identificado até o momento o uso contínuo de tecnologia dura, esse fato pode ser justificado por se tratar de um setor de baixa e média complexidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cumpre destacar que entre tantas dificuldades que se pode encontrar em realizar uma pesquisa, nessas em questão sem sombra de dúvidas a maior é de convencer o aluno de que é de grande importância a sua participação e que ainda é de imensa contribuição para a sua formação a experiência que a pesquisa oferece. Não é possível afirmar que um dos motivos de rejeição seria o medo de não saber lidar com a emoção que pode vir acontecer em contato com o paciente em situação de internação, mas seria sim uma hipótese considerável, uma vez que os alunos estão nos períodos iniciais da graduação. Outra hipótese é de que existe dificuldade de associar a vida particular ao tempo que o experimento exige. Porém com base nos dados que já temos disponíveis foi possível concluir que a relação Enfermeiro-Paciente a partir da vivência observacional, além de despertar no

discente uma visão ampliada do processo de cuidar desenvolve

competências relacionais e compreende sua importância, além de proporcionar aos discentes a percepção do processo de cuidado enfermeiro- paciente sob o olhar de quem é cuidado, o que fará que ele tenha mais empatia e menos mecanicidade quando estiver na posição de enfermeiro.

Cumpre destacar que a pesquisa se encontra em fase de análise dos dados, sendo assim o que foi supracitado pode haver alterações.

Palavras-chave: Cuidado, enfermeiro, paciente, hospitalização, assistência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, L. M. C.; et al. As relações entre mídia e pós-modernidade na

visão de professores universitários da cidade de Viçosa, MG. Anais IV Simpac, Viçosa MG, v. 4, n. 1, p. 17-22. jan./dez. 2012. Disponível

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em <https://academico.univicosa.com.br/revista/index.php/RevistaSimpac/article/vie w/18 4/346>.Acesso em: 08 maio 2017.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

MERHY, E.E .O ato de cuidar: a alma dos serviços de saúde. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Ver-SUS Brasil: caderno de textos. Brasília: Ministério da Saúde, p.108-137, 2004.

Oliveira DC de etal. Construção de um paradigma de cuidado de

enfermagem pautado nas necessidades humanas e de saúde. Esc. Anna Nery [Internet]. 2011 Dec [cited 2018 Sep 28]; 15(4 ): 838-844. Available from:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141481452011000400025 &l ng=en.

OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS ENFERMEIROS NA CAPTAÇÃO

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