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IDENTIFICAÇÃO E ACOLHIMENTO A MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA POR ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Carla Carolina dos Santos Silva Dantas1, Isabelle Masô Amâncio1, Andrea Di Pietro2

e Rachel Brinco de Souza3

1Acadêmica de Enfermagem. Curso de Enfermagem UNIFAA

2Mestre do Curso de Enfermagem UNIFAA. Orientadora Iniciação Científica.

3Doutoranda IMS-UERJ. Enfermeira. Mestre do Curso de Enfermagem UNIFAA. Orientadora

Iniciação Científica.

INTRODUÇÃO

O presente projeto de pesquisa tem como tema a atuação do enfermeiro no acolhimento a mulheres vítimas de violência doméstica no âmbito da atenção primária. O modelo de atenção primária, resultante da implantação de políticas de assistência em Saúde, garante ao cidadão tratamento e promoção de saúde no território, diferente dos modelos hospitalocêntricos. Nos serviços de atenção primária, os profissionais

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têm contato próximo com a população, o que possibilita a construção de vínculos de confiança com a comunidade. Tal cenário permite que o enfermeiro atue na educação em saúde, intervindo e modificando a realidade social, por meio, por exemplo, da reconstrução de conceitos como a violência. Um levantamento publicado no dia 08 de março de 2019 pelo Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública Brasil, aponta que o Brasil é o quinto país que mais mata mulheres por violência doméstica no mundo: uma a cada duas horas (VELASCO; CAESAR; REIS, 2019). Diante deste este cenário, entendemos que o enfermeiro que atende essas mulheres na atenção básica pode ser um importante aliado na identificação, no acolhimento e na orientação às vítimas de violência doméstica. Sendo assim, a opção por essa pesquisa é justificada por se considerar que o objeto em estudo é urgente e relevante em nosso país e a pesquisa poderá ter efeitos em tal cenário.

OBJETIVO

Compreender de que forma os enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família atuam em casos de violência doméstica contra a mulher.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa de tratamento e análise de dados. Foram selecionadas equipes da atenção primária de um município, localizado no Estado do Rio de Janeiro, para entrevista semi- estruturada. O período de desenvolvimento desta pesquisa será de março de 2019 a fevereiro de 2020. Os entrevistados serão enfermeiros que compõem as equipes de ESF. Os registros serão transcritos na íntegra e passaram por processo descritivo e analítico, seguindo as etapas propostas pela técnica de Análise de Conteúdo (Minayo, 2010). Será garantido o anonimato das participantes, assim como o direito de desistir do estudo quando considerassem necessário. Os entrevistados serão informados da natureza do estudo e, concordando com os termos propostos, assinaram o TCLE em respeito às questões éticas em pesquisa com humanos e seguindo o protocolo exigido pela resolução n. 466/12 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP.

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RESULTADOS PARCIAIS

A pesquisa foi realizada até o momento por dois participantes, e para caracteriza-los foi realizado um levantamento das características sociodemográfica desses sujeitos. Sendo assim, como resultados parciais, temos as duas do sexo feminino, com pós-graduação em saúde da família e atuando no período de dois anos na ESF do município de Valença, correspondendo a 100%. Tendo as idades de 29 e 47 anos. Sobre o conhecimento das formas de violência contra a mulher tivemos um resultado, identificando que as duas enfermeiras, citaram três formas de violência: psicológica, física e verbal. A partir das falas observa- se que só uma participante teve uma experiência com uma paciente vitima de violência, onde a mesma identificou através de consultas de enfermagem. Atuando através de notificação e orientou essa vítima, apresentando dificuldade no atendimento, pelo fato de ter que orientar e ao mesmo tempo ser imparcial.

CONTRIBUIÇÕES

Espera-se que o presente estudo contribua com a área da Enfermagem, ao promover reflexão sobre a importância de identificar e desenvolver pesquisas que apresentem os cuidados oferecidos na assistência que a equipe de saúde e de Enfermagem pode prestar às mulheres em situação de violência. É de grande relevância o desenvolvimento de novos estudos sobre a relação entre a violência doméstica e a Estratégia de Saúde da Família/ APS, de forma que estas mulheres possam ser devidamente acompanhadas. Acredita-se, ainda, ser necessário promover espaços para que os enfermeiros e profissionais de saúde possam trocar experiências e percepções, além da sensibilização e desenvolvimento de processos de auto avaliação individual, considerando os fatores que facilitam ou impedem a abordagem destes profissionais.

Palavras-chave: Violência contra a mulher, Estratégia de Saúde da Família, enfermagem.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: Diário Oficial da União, 2013.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 7. ed. São Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro: ABRASCO. 2010.

SIGNORELLI, M. C.; AUAD, D.; PEREIRA, P. P. G. Violência doméstica contra mulheres e a atuação profissional na atenção primária à saúde: um estudo etnográfico em Matinhos, Paraná, Brasil. Cad. Saúde Pública [online]. 2013, vol.29, n.6.Acesso em 28de fevereiro às13h30min:http://www.scielo.br/scielo.php? pid=S0102-311X2013000600019&script=sci_abstract&tlng=pt.

VELASCO, C.; CAESAR, G.; REIS, T. Cai o nº de mulheres vítimas de homicídio, mas registros de feminicídio crescem no Brasil. Disponível em:

https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2019/03/08/cai-o-no-de-mulheres vitimas-de-homicidio-mas-registros-de-feminicidio-crescem-no-brasil.ghtml.

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