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RISCOS OCUPACIONAIS NA EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL ESCOLA NO INTERIOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Maria Aparecida Ribeiro Thiodo1, Paula da Silva Coelho1 e

Ana Beatriz dos Reis Rodrigues2

1 Discente UNIFAA

2 Docente UNIFAA

INTRODUÇÃO

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 2,34 milhões de pessoas morrem anualmente em consequência de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Os riscos provenientes das mudanças tecnológicas, sociais e organizacionais acabam afetando gravemente a saúde dos trabalhadores (SILVA et al., 2017).

Segundo Svaldi e Siqueira (2010) o hospital é o principal ambiente de trabalho dos profissionais de enfermagem. Este ambiente, formado por um conjunto de elementos físicos e sociais interdependentes, ao mesmo tempo em que atende as inúmeras necessidades de saúde dos usuários, é considerado um ambiente nocivo, podendo trazer consequências graves, dada a exposição diária dos profissionais aos riscos ocupacionais a que estão expostos (BULHÕES, 2009).

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) instituiu, no Brasil, as Normas Regulamentadoras (NR), objetivando minorar, controlar e eliminar os altos índices de acidentes de trabalho. Em relação aos riscos ocupacionais, a NR 9 considera como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos (BRASIL,

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1994). Segundo Portela, Cunha e Oliveira (2015) os riscos ergonômicos e psicossociais aparecem, também, entre os trabalhadores, sendo decorrentes da organização e gestão do trabalho.

Este estudo se justifica por ser relevante para a área de enfermagem uma vez que proporciona uma maior visibilidade dos riscos ocupacionais a que esses profissionais estão expostos, demonstrando a importância das medidas preventivas de comportamentos de cuidado e segurança. De acordo com Oliveira, Santos e Santos (2013), quando os profissionais de enfermagem estão cientes dos riscos que correm em seus ambientes laborais, podem reforçar, ainda mais, o cuidado em relação a esses riscos.

OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo geral identificar os riscos ocupacionais a que estão expostos os profissionais de enfermagem em um hospital

escola do 1Graduanda em enfermagem no Centro Universitário de Valença,

Valença, RJ, Brasil 2 Graduanda em enfermagem no Centro Universitário de Valença,

Valença, RJ, Brasil 3Enfermeira. Mestreem Saúde Coletiva pela Universidade Federal

Fluminense. Docente do Centro Universitário de Valença, Valença, RJ interior do Estado do Rio de Janeiro, e como objetivos específicos: descrever os riscos ocupacionais a que estão expostos os profissionais de enfermagem e descrever as medidas preventivas utilizadas para contenção dos riscos ocupacionais relacionados ao trabalho de enfermagem.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e de abordagem quantitativa. O estudo está sendo realizado em um Hospital Escola do interior do estado do Rio de Janeiro. A população estimada para o final deste estudo é de 164 profissionais de enfermagem, entre estes, encontram-se os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. O instrumento de coleta de dados utilizado é um questionário estruturado contendo as variáveis de interesse, subdividido em três partes: dados de identificação do entrevistado, dados referentes aos riscos ocupacionais e dados referentes ao uso de EPI. Os resultados parciais foram

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analisados utilizando o programa Microsoft Excel 2016, por meio da estatística descritiva simples. As variáveis nominais estão apresentadas em números absolutos com as suas respectivas frequências relativas.

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa de Valença de acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado sob o parecer n°3.444.165.

RESULTADOS PARCIAIS

Até o momento, participaram do presente estudo 60 trabalhadores, sendo 14 (23%) enfermeiros e 46 (77%) técnicos de enfermagem.

Em relação às características gerais dos trabalhadores, observou-se que predominantemente são do sexo feminino 48 (80%), com idade maior ou igual a 30 anos representando 38 (63%) profissionais. A maioria dos trabalhadores são do setor da Clínica Médica 20 (33%), em seguida, o setor do pronto socorro com 13 (22%) profissionais.

Constatou-se que os riscos ocupacionais a que os trabalhadores de enfermagem estão expostos aparecem em maior número nas seguintes situações: na exposição a sangue, fluídos corpóreos e secreções 56 (93%), nos perfurocortantes 55 (92%), na exposição a infecções e doenças de diagnóstico não confirmado 52 (87%), e com próprio o esforço físico necessário para a realização das atividades da profissão 49 (82%).

Observou-se que 58 (97%) profissionais fazem uso de equipamento de proteção individual (EPI), e que 2 trabalhadores relataram não utilizar EPI para execução das atividades laborais.

CONSIDERAÇÕES

Os resultados parciais do presente estudo demonstraram que os profissionais de enfermagem estão expostos à diversidade de riscos em seu ambiente de trabalho, principalmente aos riscos biológicos, uma vez que se expõem constantemente ao contato com sangue e outros fluídos orgânicos.

Portanto, faz-se necessário a educação permanente e continuada para auxiliar os profissionais de enfermagem a identificar os riscos a que estão

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expostos e assim diminuir os acidentes de trabalho utilizando as medidas preventivas e de segurança, haja vista que ainda há profissionais que não utilizam EPIs para execução de suas atividades laborais.

Palavras-chave: Saúde do trabalhador, riscos ocupacionais, equipe de enfermagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria SSST nº 25, de 29 de dezembro de 1994. Brasília, 1994.

BULHÕES, I. Riscos do trabalho em enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, Rio de Janeiro, v. 47. S.n, p 221, 2009 OLIVEIRA, Q.B.;

SANTOS, R.S.; SANTOS, C.M.S. Acidentes de trabalho na equipe de enfermagem: uma revisão de literatura. Revista Enfermagem Contemporânea, Salvador, v.2 n.1 p.32-52, 2013.

PORTELA, N.L.C.; CUNHA, J.D.S.; OLIVEIRA, S.A. Riscos ocupacionais entre profissionais de enfermagem: revisão integrativa da literatura. ReOnFacema, Maranhão,v.1, n.1 p.81-85,2015.

SILVA, R.S.S. et al. Riscos ocupacionais entre trabalhadores de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Medicina do

Trabalho, Universidade Federal do Piauí, Teresina, v.1, n.2, p. 267-275, 2017. SVALDI, J.D.; SIQUEIRA, H.C.H. Ambiente hospitalar saudável e sustentável

na perspectiva ecossistêmica: contribuições da enfermagem. Escola Ana Nery, Rio de janeiro, v.14, n. 3, p.599-604. 2010.

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TUBERCULOSE PULMONAR: AÇÕES E SERVIÇOS DOS ENFERMEIROS

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