Duração de Referência: 15 horas
1 Apresentação
“Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.” (Art. 1.º da CRP).
“A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa.”
(Art. 2.º da CRP).
Estes dois artigos da Constituição da República Portuguesa caracterizam Portugal como sendo uma República e um Estado de direito democrático. No entanto, nem sempre foi assim. Uma longa história e uma tradição rica compõem a identidade nacional e fundamentam a democracia portuguesa dos nossos dias. Compreender a República e o Estado de direito democrático passa por compreender a nossa identidade nacional que se foi construindo desde a fundação da nacionalidade, em 1143.
O reconhecimento da unidade territorial, étnica e linguística da nação portuguesa permite ter consciência da sua identidade e esta é reforçada com um património histórico e com um projecto de futuro, comuns aos cidadãos portugueses. Os momentos significativos da nossa história, como a fundação da nacionalidade, os Descobrimentos, a implantação da República, a vigência do Estado Novo, a descolonização e o 25 de Abril, a democratização e a integração na União Europeia, permitem caracterizar-nos como país, como Estado politicamente organizado e como povo. Por isso, são elementos de identidade nacional.
Portugal viveu sob o regime monárquico durante mais de 700 anos. Ao longo desse período foi-se
firmando uma forte tradição do poder local, alimentada pelo papel das Cortes e, mais tarde, por alguns
textos constitucionais de raiz liberal, como a Constituição de 1822. Também estes elementos contribuíram significativamente para a nossa identidade como povo e para a nossa consciência democrática.
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Módulo B 9: Identidade e Democracia: Elementos da História de Portugal Compreender as características e os elementos mais significativos da construção da nossa identidade
nacional, desde a fundação, em 1143, até aos nossos dias, em que nos definimos como uma república
que é um Estado de direito democrático, é o objectivo deste módulo.
Nota: Os Descobrimentos e a descolonização, como momentos significativos da construção da identidade nacional, são objecto de estudo no Módulo B 5 – Lusofonia: A Língua Portuguesa para além de Portugal.
2 Competências Visadas
• Relacionar aspectos da história de Portugal com a identidade nacional. • Identificar momentos significativos da história social e política portuguesa. • Compreender as características fundamentais da identidade nacional.
• Reconhecer a unidade territorial como elemento importante da identidade nacional. • Indicar a importância da unidade étnica e linguística para a coesão nacional. • Indicar características específicas da identidade nacional.
• Explicitar o sentido dos dois primeiros artigos da Constituição da República Portuguesa. • Reconhecer Portugal como uma República e um Estado de direito democrático.
3 Objectivos de Aprendizagem
• Indicar datas de momentos significativos da construção da identidade nacional. • Conhecer factos e figuras relacionados com a implementação da nacionalidade. • Identificar as diferentes dinastias reais portuguesas.
• Distinguir Monarquia de República.
• Referir causas que levaram à implementação da República. • Conhecer características do regime político do Estado-Novo.
• Relacionar a Revolução de 25 de Abril de 1974 com a implementação de um regime social e político democrático.
• Sensibilizar para a importância dos valores da democracia portuguesa. • Conhecer os dois primeiros artigos da Constituição da República Portuguesa.
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Módulo B 9: Identidade e Democracia: Elementos da História de Portugal
4 Conteúdos
• Fundação da Nacionalidade: factos e figuras • Monarquia Portuguesa: diferentes dinastias
• Implementação da República: causas e consequências • A 1.ª República: breve caracterização social e política • O Estado-Novo: breve caracterização social e política • O 25 de Abril de 1974: causas e consequências
5 Orientações metodológicas
As orientações metodológicas seguidamente apresentadas constituem apenas uma sugestão.
5.1. Como começar?
a) Colocar as seguintes questões à turma: O que é ser português? O que é Portugal?
- Os alunos devem responder referindo apenas um termo, considerado adequado, que deverá ser registado no quadro.
- Promover o debate em torno das respostas dadas de modo a seleccionar um conjunto de termos significativos em relação às questões colocadas.
- Pedir que os alunos façam um pequeno ensaio que contenha, obrigatoriamente, os termos seleccionados. A apresentação dos trabalhos pode ser feita oralmente.
b) Pedir aos alunos que nomeiem portugueses considerados importantes.
- Registar as respostas no quadro e discutir: por que são importantes, em que actividades se distinguiram, quais os benefícios da actividade dessas personalidades para Portugal.
- Seleccionar algumas das personalidades referidas e atribuir o seu estudo a diferentes grupos da turma.
- Cada grupo deverá ilustrar a vida e obra de cada personalidade e expor os seus trabalhos na sala de aula.
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Módulo B 9: Identidade e Democracia: Elementos da História de Portugal
5.2. Sugestões de desenvolvimento a) Reis e Presidentes.
- Com o recurso a toponímia da freguesia ou do município de residência, identificar as ruas ou monumentos que evoquem Reis, Presidentes ou acontecimentos significativos da história de Portugal.
- Atribuir a cada aluno o estudo de um desses elementos identificados, visando a sua caracterização.
- Promover a apresentação oral dos trabalhos realizados. A actividade pode ser concluída com a elaboração de um dossier sobre a história de Portugal que possa servir para futuras consultas e outros complementos.
b) Feriados civis.
- Identificar num calendário os feriados civis que se comemoram em Portugal.
- Dividir a turma em grupos e atribuir a cada um o estudo de um desses feriados. Cada grupo deve produzir um cartaz ilustrado com elementos que permitam caracterizar o evento que se comemora nessa data.
- Os cartazes devem ser apresentados à turma por cada grupo e, posteriormente, deverão ser apresentados à comunidade escolar por ocasião da comemoração do feriado respectivo.
5.3. Sugestões de aprofundamento
a) O dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas.
- Dividir a turma em três grupos e atribuir a cada um o estudo de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Fornecer elementos de pesquisa sobre cada tema, nomeadamente, factos e números no que se refere a Portugal e às Comunidades Portuguesas e vida e obra no que se refere a Camões.
- Cada grupo deverá fazer a sua pesquisa e preparar uma apresentação do seu estudo. b) O 25 de Abril.
- Dividir a turma em dois grupos e atribuir a um o estudo do Estado-Novo e ao outro o estudo do regime democrático português depois da revolução de 25 de Abril. Os trabalhos dos grupos devem centrar-se em elementos que permitam uma breve caracterização social e política de Portugal, mediante indicadores fornecidos pelo professor.
- Depois de cada grupo fazer a apresentação dos seus trabalhos, os alunos, individualmente, devem produzir um breve ensaio sob o seguinte título: “Porque foi importante o 25 de Abril”.
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Módulo B 9: Identidade e Democracia: Elementos da História de Portugal
6 Sugestões de avaliação
A avaliação deve incidir sobre o processo e produtos, devendo o professor definir critérios para ambos.
Os critérios para além de adequados ao público e ao contexto deverão permitir registar os níveis de desempenho dos diferentes alunos. O trabalho final poderá revestir a forma de um portefólio ou de um relatório de evidências das tarefas realizadas e dos objectivos atingidos. As actividades de auto e hetero- avaliação devem integrar este processo.
7 Bibliografia / Outros recursos
CORTESÃO, Jaime (1974), Factores democráticos na formação de Portugal. Lisboa: Livros Horizonte. HENRIQUES, Mendo Castro, MACEDO, Jorge Braga de, MALTEZ, José, A., (1999), Bem comum dos
portugueses. Lisboa: Vega
MARTINS, Guilherme de Oliveira, (1991), Portugal: instituições e factos. Lisboa: IN-CM. MATTOSO, José (1998), A identidade nacional. Lisboa: Gradiva.
SERRÂO, Joel (dir.) (1989), Dicionário de história de Portugal, 6 vols. Porto: Livraria Figueirinhas.
Documentos:
Constituição da República Portuguesa, 1976. Lei da Nacionalidade – Lei n.º 37/81.
Recursos na Internet disponíveis em Dezembro de 2005:
Portal do Governo – http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT
Presidência da República – http://www.presidenciarepublica.pt/
Assembleia da República – http://www.parlamento.pt/
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