• Nenhum resultado encontrado

4.2.3.7.2 – IMPACTO NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA CME

PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO

4.2.3.7.2 – IMPACTO NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA CME

Face ao estudo comparativo realizado entre a IPSAS nº11 e o POCAL, e após análise dos documentos de prestação de contas e do relatório de gestão da CME do ano de 2010, bem como a informação prestada pelo técnico municipal da área da contabilidade sobre esta matéria, aferimos que a CME não tinha em curso em 2010 qualquer atividade de carácter plurianual enquadrável no âmbito da IPSAS nº11, designadamente o caso específico verificado nas Autarquias Locais - investimentos para a construção de habitação social. Logo, concluímos que a adoção do referido normativo internacional não provoca qualquer impacto na apresentação das demonstrações financeiras da CME.

4.2.3.8 – POCAL versus IPSAS Nº12: INVENTÁRIOS 4.2.3.8.1 – COMPARAÇÃO

O normativo internacional – IPSAS nº12 – tem como principal propósito estabelecer a forma como as entidades devem tratar contabilisticamente os inventários de acordo com o sistema do custo histórico.

Esta norma aplica-se na contabilização de inventários que não sejam contratos de construção, instrumentos financeiros, “() inventários de produtores de gado, de produtos agrícolas e florestais, minérios ()”, bem como trabalhos “() em curso de serviços a serem prestados por nenhuma ou uma retribuição nominal diretamente em retorno dos destinatários” (§1, IPSAS nº12).

Segundo o §6, da IPSAS nº12, “inventários são activos:

na forma de materiais ou fornecimentos a serem consumidos no processo de produção; na forma de materiais a serem consumidos ou distribuídos na prestação de serviços; detidos para venda ou distribuição no decurso ordinário de operações;

no processo de produção para venda ou distribuição”.

Os inventários a que se refere a IPSAS nº12 são designados terminologicamente, no POCAL, por existências. Nesta classe de contas patrimoniais registam-se os movimentos relacionados com a aquisição ou a produção de bens que as entidades detêm com o objetivo de vender.

O normativo internacional prescreve que os inventários devem ser registados pelo

mais baixo de entre o custo e o valor realizável líquido16. Contudo, excetuam-se

aqueles inventários que as entidades detêm para:

• distribuírem gratuitamente ou por um débito nominal;

• consumirem no processo de produção de bens, que são posteriormente distribuídos sem custo ou por um débito nominal.

Similarmente, o POCAL determina que as existências (ou inventários) devem ser mensuradas pelo custo de aquisição ou de produção. Se estes dois custos forem superiores ao valor de mercado, as entidades devem considerar dos dois o mais baixo.

Segundo a IPSAS nº12, as técnicas para mensurar o custo dos inventários têm que ver com as fórmulas de custo primeira entrada primeira saída (FIFO) ou o

16

Segundo o §6, da IPSAS nº12, “Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso ordinário de operação menos os custos estimados de acabamento e os custos estimados necessários para realizar a venda, troca ou distribuição”.

custo médio ponderado. No normativo nacional, os métodos de custeio a adotar das saídas de armazém são o custo específico ou o custo médio ponderado. No normativo internacional, o conceito de custo dos inventários não difere substancialmente do estabelecido pelo POCAL. Esse custo compreende todos os custos inerentes à aquisição mais os custos de conversão (por exemplo: mão de obra direta, gastos gerais de produção fixos e variáveis) e todos os outros custos incorridos para colocar os inventários no seu estado atual.

Por outro lado, de acordo com o §21, da IPSAS nº12, existem determinados

custos que são excluídos dos custos de inventários “() e reconhecidos como gastos

no período em que sejam incorridos:

quantias anormais de materiais, mão de obra ou outros custos de produção desperdiçados;

custos de armazenamento, ();

gastos gerais administrativos que não contribuam para colocar os inventários nas suas localização e condição presentes;

custos de venda”.

O POCAL exclui os seguintes custos de inventário: custos de distribuição, de administração geral e financeiros.

O normativo internacional determina ainda que quando os inventários forem vendidos, trocados ou distribuídos, o seu valor escriturado deve ser reconhecido pelas entidades como um gasto do período em que os correspondentes réditos são reconhecidos. Quando não existirem réditos associados, as entidades reconhecem os gastos quando os bens são distribuídos ou a respetiva prestação de serviço esteja concluída.

Importa ainda dizer que a IPSAS nº12 estabelece que as quantias de quaisquer reduções ou perdas de inventários devem ser valorizadas pelas entidades como um gasto do período em que essas situações ocorram, bem como no que diz respeito às quantias de quaisquer reversões dos ajustamentos de inventários. Estas devem ser reconhecidas também como um gasto do período em que as reversões ocorram.

Quanto às divulgações, elaborámos um mapa comparativo (anexo 11) demonstrando que existe um ponto de contacto entre os dois normativos, designadamente a fórmula de custo utilizada pelas entidades na mensuração dos custos dos inventários, ou seja, ambos os normativos estabelecem que as entidades devem mencionar qual a técnica para mensurar os custos dos inventários. Contudo, no que diz ainda respeito às divulgações, verificámos as seguintes diferenças entre os dois normativos:

• no normativo internacional - as entidades devem divulgar os elementos e acontecimentos relevantes a nível da mensuração e do reconhecimento dos inventários, situações não contempladas no POCAL;

• no normativo nacional – as entidades são obrigadas a informar sobre como é que são desdobradas as contas patrimoniais de provisões acumuladas. Devem igualmente demonstrar num mapa o custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas, bem como divulgar a demonstração da variação da produção.

Documentos relacionados