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4.2.2 – INTERNATIONAL PUBLIC SECTOR ACCOUNTING STANDARDS NÃO APLICÁVEIS À CÂMARA MUNICIPAL DE ESTARREJA

PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO

4.2.2 – INTERNATIONAL PUBLIC SECTOR ACCOUNTING STANDARDS NÃO APLICÁVEIS À CÂMARA MUNICIPAL DE ESTARREJA

Tendo por base as IPSAS descritas no quadro 2 (página 25), verificamos que na CME não se aplicam as seguintes normas internacionais:

• IPSAS nº4 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio;

• IPSAS nº6 – Demonstrações financeiras consolidadas e contabilização das entidades controladas;

• IPSAS nº8 – Relato financeiro de interesses em empreendimentos conjuntos;

• IPSAS nº10 – Relato financeiro em economias hiperinflacionárias; • IPSAS nº18 – Relato por segmentos;

• IPSAS nº20 – Divulgação de partes relacionadas;

• IPSAS nº22 – Divulgação de informação financeira acerca do setor do governo geral;

• IPSAS nº27 – Agricultura.

No quadro 7 apresentamos a justificação que nos levou a concluir sobre a não aplicabilidade das IPSAS acima referidas. Para além do âmbito de cada IPSAS, as informações constantes das NBDR e outros documentos de prestação de contas da Autarquia do ano de 2010, ajudaram à justificação encontrada.

Quadro 7 – A não aplicabilidade das IPSAS números 4, 6, 8, 10, 18, 20, 22 e 27 à CME

ÂMBITO NÃO APLICABILIDADE DA IPSAS À CME

IPSAS Nº4 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio

Esta norma deve ser aplicada “() : na contabilização de transacções (incluindo o relato subsequente de rubricas monetárias e não monetárias) em moedas estrangeiras, excepto para aquelas transacções de derivados e saldos que estejam dentro do âmbito das normas contabilísticas internacionais ou nacionais relevantes que tratem do reconhecimento e mensuração de instrumentos financeiros; na transposição dos resultados e da posição financeira de unidades operacionais estrangeiras da entidade por consolidação, consolidação proporcional ou pelo método da equivalência patrimonial; na transposição dos resultados e posição financeira de uma entidade para uma moeda de apresentação (§3); a todas as entidades do sector público que não sejam Empresas Comerciais Governamentais.” (§6).

A IPSAS nº4 não se aplica ao nosso estudo de caso porque:

• conforme é descrito no ponto 8.2.3 “Critérios valorimétricos utilizados” das NBDR, a CME não realizou, durante o ano de 2010, transações em moeda estrangeira;

• não é uma unidade operacional estrangeira e não possui unidades operacionais estrangeiras, conforme mencionado no §10.

Quadro 7 – A não aplicabilidade das IPSAS números 4, 6, 8, 10, 18, 20, 22 e 27 à CME

(continuação)

ÂMBITO NÃO APLICABILIDADE DA IPSAS À CME

IPSAS Nº6 – Demonstrações financeiras consolidadas e separadas

Esta norma deve ser aplicada “() :

na preparação e apresentação das demonstrações financeiras consolidadas relativas a uma entidade económica (§1); na contabilização de entidades

controladas, entidades conjuntamente controladas e associadas quando uma entidade escolher, ou lhe seja exigido pelos regulamentos locais, a apresentar demonstrações financeiras separadas (§3); a todas as entidades do sector público que

não sejam Empresas Comerciais Governamentais.” (§4).

Como já referimos anteriormente, analisaremos as demonstrações financeiras individuais da CME.

A IPSAS nº6 não se aplica a esta entidade, uma vez que não detém entidades controladas, conforme demonstrado no quadro nº5, do ponto 8.2.16, das NBDR, dos documentos de prestação de contas do ano de 2010 da CME.

IPSAS Nº8 – Interesses em empreendimentos conjuntos

Esta norma deve ser aplicada “() :

na contabilização de interesses em empreendimentos conjuntos e no relato de Ativos, passivos, rédito e gastos de empreendimentos conjuntos nas demonstrações financeiras de empreendedores e investidores, independentemente das estruturas ou formas segundo as quais as atividades do empreendimento conjunto se realizem (§1); a todas as entidades do sector público que

não sejam Empresas Comerciais Governamentais.” (§4).

A CME detém 26% de participação na “ERASE- Agrupamento para a Regeneração Ambiental dos Solos de Estarreja, A.C.E.”, que constitui um agrupamento complementar de empresas, sem fins lucrativos. Contudo, não poderemos aplicar a IPSAS nº8 ao estudo de caso, uma vez que a CME não exerce controlo conjunto, mas sim influência significativa (participação no empreendimento conjunto de 26%). Neste sentido, segundo o §57 da referida norma, a CME deve relatar o seu interesse no empreendimento conjunto, de acordo com a IPSAS nº7 - Contabilização de Investimentos em Associadas.

IPSAS Nº10 – Relato financeiro em economias hiperinflacionárias

Esta norma deve ser aplicada “() :

às demonstrações financeiras primárias, incluindo as demonstrações financeiras consolidadas, de qualquer entidade que relate na moeda de uma economia hiperinflacionária (§1);

a todas as entidades do sector público que não sejam Empresas Comerciais Governamentais.” (§2).

Nas NBDR da CME não surgem informações relativamente a transações com economias hiperinflacionárias.

Quadro 7 – A não aplicabilidade das IPSAS números 4, 6, 8, 10, 18, 20, 22 e 27 à CME

(continuação)

ÂMBITO NÃO APLICABILIDADE DA IPSAS À CME

IPSAS Nº18 – Relato por segmentos

Esta norma deve ser aplicada “() :

• na apresentação de informação por segmentos (§1); • a todas as entidades do sector público que não sejam

Empresas Comerciais Governamentais (§2);

a conjuntos completos de demonstrações financeiras publicadas que se conformem com as ( ) IPSAS.” (§4).

Esta norma internacional não se aplica à CME, porque a entidade não se enquadra no conceito de segmento (§1), isto é, a CME não possui atividades ou grupo de atividades distinguíveis, que possam ser relatadas de acordo com os objetivos desta IPSAS.

IPSAS Nº20 – Divulgação de partes relacionadas

Esta norma deve ser aplicada “() : ao divulgar informação acerca de

partes relacionadas e de certas transacções com partes relacionadas (§1);

a todas as entidades do sector público que não sejam Empresas Comerciais Governamentais.” (§2).

A IPSAS nº20 não se aplica à CME, uma vez que de acordo com o §15 desta norma, o conceito de partes relacionadas inclui, entre outras, “() a capacidade de exercer influência significativa sobre a outra parte”. Contudo, “() a influência significativa é definida para englobar entidades sujeitas a controlo conjunto”. A CME exerce influência significativa num agrupamento complementar de empresas, conforme referimos anteriormente. No entanto, as entidades que fazem parte desse agrupamento não estão sujeitas a controlo conjunto, logo não se aplica a IPSAS nº20, mas sim o definido na IPSAS nº7 - Contabilização de Investimentos em Associadas.

IPSAS Nº22 – Divulgação de informação financeira para o setor público administrativo

Esta norma deve ser aplicada a “Um governo que prepare e apresente demonstrações financeiras consolidadas () e opte por divulgar informação financeira acerca do sector do governo geral () ”.

Segundo o §15, da IPSAS nº22, o setor do governo geral inclui “() todas as entidades com organização do governo geral ().”, o que não é o caso da CME – é uma autarquia local.

IPSAS Nº27 - Agricultura

Esta norma deve ser aplicada “() : quando relata a actividade

agrícola, designadamente, Ativos biológicos e produtos agrícolas (§2);

a todas as entidades do sector público que não sejam Empresas Comerciais Governamentais.” (§7).

Esta norma internacional não se aplica ao estudo de caso, uma vez que as atividades principais da CME são: “() administração urbanística e ordenamento do território, promoção do desenvolvimento social e económico, ambiente, salubridade e saneamento básico, transportes e comunicações, cultura, tempos livres, desporto, educação, saúde, protecção e segurança, património, ().” (ponto 4, dos documentos de prestação de contas, do ano de 2010).

FONTE: Elaboração própria com base no documento de prestação de contas da CME referente ao ano de 2010, disponível em

http://www.cm-estarreja.pt/main/seccao.php?s=prestacao_contas e acedido no dia 16 de Julho de 2011; conteúdo das IPSAS números 6, 8, 10, 18, 20, 25, disponíveis no CD-ROM da OROC e IPSAS número 27, disponível em http://web.ifac.org/publications/international-public- sector-accounting-standards-board, acedido no dia 16 de Julho de 2011.

4.2.3 – ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O PLANO OFICIAL DE

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