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Na minha adolescência o curso que todos gostavam de fazer era datilografia, pois possibilitava trabalhar em um escritório, o sonho das famílias era ter uma filha secretaria ou professora.

Eu utilizei muito a datilografia no magistério para fazer os trabalhos solicitados pelos professores e também para escrever os planejamentos das aulas.

De uma máquina comum passei a usar a máquina elétrica, comecei a trabalhar com as Orientadoras Pedagógicas na Secretaria Municipal de Educação de Campinas, foi um pouco difícil acostumar, pois tinha que controlar a coordenação dos dedos com muita leveza o que inicialmente não conseguia.

Nessa época surgiram alguns cursos como o de Processamento de Dados, que envolvia a utilização dos computadores, meu sobrinho fez o curso técnico e começou a trabalhar com isso. Ele foi me ensinando e eu adorava. Havia mais agilidade para escrita, embora os computadores fossem grandes, caros e com impressoras de papel contínuo de tiras nas bordas, que eu gostava de destacar.

Na Prefeitura os computadores foram chegando e as máquinas elétricas se aposentando, mas demorou muito porque nem todos aceitavam essa “modernidade” da sociedade. Os funcionários gostavam mais de dar o trabalho para técnicos fazerem do que executarem, pois a dificuldade de uso era muito grande. Tínhamos digitadores para a escrita dos trabalhos e para isso tínhamos que agendar a digitação, tamanha a concorrência entre as coordenadorias. Em alguns anos foram chegando os analistas e passamos por outra situação complicada, que era entender o seu trabalho, pois ainda estávamos aprendendo a digitar.

Os cursos começaram a ser oferecidos para todos os profissionais, que trabalhavam no 9º andar da Secretaria Municipal de Educação e eu me encantei, porque com o computador eu podia realizar muitas coisas que não fazia com as máquinas de

escrever. No curso aprendi a fazer pasta, deletar, escrever, arquivar, usar o mouse,

19 O acesso à internet era muito restrito e demorado, na verdade o computador só era utilizado para digitar. Aos poucos a internet foi chegando, bem lentamente. Usamos muito pouco esse recurso porque era caro e demorado.

Na Secretaria de Educação o grande sonho de todos que ali trabalhavam era utilizar o computador para várias ações que tínhamos como: atribuição de aulas/cargos para os profissionais da educação, contagem de tempo de serviço, processo de remoção, comunicação mais ágil entre as Secretarias, Recursos Humanos, localizar protocolos, etc. Muitas dessas ações foram informatizadas, a partir da década de 90, mas ainda existe uma divisão entre o fazer manual e o fazer informatizado. Na SME o fazer informatizado tem superado o fazer manual, mas a resistência dos profissionais mais antigos à informatização ainda existe.

Na época em que fui responsável pela Coordenadoria de Legislação e Assuntos Educacionais iniciei conversas com o Departamento de Informática e Planejamento - DIPPLA para informatizar as resoluções, o processo de remoção e a contagem do tempo de serviço. As resoluções e portarias seguiam para a Secretaria de Recursos Humanos e para o Diário Oficial do Município (DOM) digitadas, mas entregávamos ao destinatário pessoalmente e não pela internet. Era muito complicado, pois tínhamos hora certa para protocolar os documentos, isto é tudo tinha que ser realizado, antes da saída dos malotes para as secretarias ou Unidades Educacionais. As Unidades Educacionais ainda não tinham internet, somente computador na secretaria.

Desde de aproximadamente 1995 a Secretaria Municipal de Educação foi se informatizando, se modernizando e hoje quase todas as ações são realizadas com o uso da informática.

Nesse movimento da informática na SME me sinto parte da história e em alguns momentos idealizadora e pesquisadora de documentos e processos que foram informatizados junto ao antigo DIPPLA.

Aos poucos fui vendo as escolas de ensino fundamental recebendo seus computadores, seus laboratórios completos e o aprendizado dos professores.

Sempre me intrigou o ensino fundamental receber a informatização e a Educação Infantil não. Foi muito demorada a ida dos computadores para as secretarias das escolas infantis e também o curso para os Especialistas (Diretores Educacionais, Orientadores

20 Pedagógicos, Supervisores Educacionais e Coordenadores Pedagógicos). Primeiramente os cursos eram ministrados para os especialistas, que trabalhavam nas Unidades Educacionais, mas nem todos se inscreviam e continuavam a fazer seus documentos usando caneta e papel. A resistência era grande, até hoje temos especialistas que não aceitam essas essa tecnologia.

Como Coordenadora Pedagógica de Educação Infantil sempre me envolvi com a informática, nos últimos anos criei blogs para promover o trabalho desenvolvido na região Sul, onde atuo. Publiquei os trabalhos que estavam sendo desenvolvidos nas escolas. Com a autorização da Representante Regional do Núcleo de Ação Descentralizada Sul (NAED) mandei e-mails e falei em reuniões com os Diretores Educacionais, Orientadores Pedagógicos e também para os Supervisores Educacionais e Coordenadores Pedagógicos do próprio NAED Sul, solicitando que os mesmos me auxiliassem trazendo notícias para serem divulgadas no blog. Inicialmente recebi muitas fotos, vídeos, mas somente eu fazia a propaganda, os outros profissionais do NAED Sul não se interessaram em aprender ou em auxiliar no trabalho com o blog. Aos poucos deixei de solicitar material e comecei a transformá-lo em um blog de pesquisa, onde me dedicava mais em publicar assuntos que as Orientadoras Pedagógicas poderiam utilizar no trabalho que realizavam no dia a dia das Unidades. As orientadoras adoraram a ideia e começaram a divulgar, assim os acessos ao blog aumentaram muito e quando me encontravam pessoalmente ou por e-mail me solicitavam temáticas para pesquisar, adorava fazer esse trabalho. É certo que não ganhava nada por ele, mas me satisfazia. Até que chegou uma Coordenadora Pedagógica que começou a implicar com o blog, pois dizia que apareciam os rostos das crianças desenvolvendo atividades nas Unidades Educacionais, mas eu sempre tive cuidado com a segurança, fazia o trabalho de conversar com a gestão sobre a autorização e só publicar se as autorizações estivessem no prontuário da criança, além de orientar que as fotos fossem tiradas com as crianças de costas, propunha também só publicar o registro escrito das atividades, passei a checar todas as informações antes das publicações, mas depois de certo tempo resolvi não publicar mais, porque descobri que as pessoas que dividiam o trabalho pedagógico comigo no NAED Sul não se interessavam com a ampliação do trabalho pedagógico de forma eletrônica. Assim, parei com os blogs, várias Orientadoras Pedagógicas reclamaram, mas na época foi melhor, talvez um dia quando me desligar do trabalho como Coordenadora Pedagógica da Prefeitura de Campinas, eu volte a ser blogueira de

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assuntos pedagógicos. Montei grupos de bate papo para alguns grupos de formação, para o grupo de

Orientadores Pedagógicos, onde postava filmes, slides, textos variados, conteúdos variados e trabalhados em reuniões, mas percebi que eram poucos os que se interessavam em procurar os assuntos na internet ou mesmo em aceitar o convite enviado, novamente me desinteressei e parei de postar.

Realizei vários cursos no Núcleo de Tecnologia Educacional - NTE com dois objetivos: o primeiro de aprendizagem digital e o segundo queria entender como eram ministrados esses cursos e quais objetivos tinham em relação à Educação Infantil, e a relação dos mesmos com a sala de aula. Fiz curso sobre construção de páginas digitais; utilização do programa audacity (programa que possibilita gravar as vozes das crianças e inseri-las nas histórias infantis), aprendi utilizar várias ferramentas que compõem a internet como o google docs, onde aprendi a realizar as inscrições para cursos de formação e avaliações on line para auxiliar o NAED Sul.

O meu envolvimento com o computador aumentou de uma forma que comecei a orientar as Unidades Educacionais de Educação Infantil com as quais trabalho no sentido de qualificar a cada dia mais essa temática com as crianças de 03 a 05 anos e onze meses, não somente com jogos on line, mas com situações significativas em que a criança se reconheça e possa interagir na ação como: histórias virtuais escritas a partir da fala das crianças (coletivas ou não), uso da voz das crianças como se fosse o som dos animais da história infantil, construir vídeos e apresentar para os pais, fotografar e expor, enfim utilizar a tecnologia em prol do trabalho pedagógico realizado pelo professor.

Em uma Unidade Educacional de Educação Infantil pertencente ao meu bloco como Coordenadora Pedagógica aconteceu um curso de informática com consultor externo voltado para as crianças pequenas, onde o objetivo era que o professor se compreendesse como mediador, como alguém que olhasse para a capacidade criativa e imaginativa da criança e não só para as suas habilidades e competências. O curso propiciou aos professores reflexão sobre a utilização do computador na sociedade de hoje, os recursos para a aprendizagem e qual a melhor forma de utilizá-los na sala de aula. A proposta do grupo de formação tinha como intencionalidade que o professor da sala entendesse minimamente como comandar o computador a partir de noções básicas

22 de informática, selecionar e organizar previamente os softwares, desenvolver pequenos programas de apoio escolar (power point, teclado virtual e outros), desenvolver nas crianças habilidades e conceitos que podem ser estimulados, além de oficinas práticas com diferentes programas para serem utilizados em Windows e Linux. Esse movimento formativo na instituição educacional possibilitou que os professores repensassem o seu fazer a partir de reflexões, sobre a sua prática pedagógica e num movimento de apropriação seja capaz de desmontar resquícios de práticas conservadoras e apontar para as mais diferentes formas de práticas inovadoras junto às crianças.

Assim a formação recebida pelo professor nessa Unidade Educacional possibilitou crescimento pessoal na qualidade do trabalho com as crianças pequenas.

Observando o desenvolvimento das crianças pequenas em relação à utilização do computador como ferramenta educacional é que resolvi pesquisar sobre essa temática, pois atualmente as crianças nascem em uma sociedade onde a tecnologia, neste caso, o computador é “peça chave” para quase todos os fazeres em relação à comunicação.

A utilização do computador com/por crianças de três a cinco anos parece ser um assunto que ainda não tem recebido a devida valorização por parte da SME, principalmente no que se refere à formação continuada e a estrutura física das Unidades Educacionais para o uso das máquinas e da internet pelo professor, que desenvolve e acompanha as atividades relacionadas ao uso dessa tecnologia. Os Projetos Pedagógicos de várias Unidades Educacionais de Educação Infantil da região sul evidenciam em suas páginas, tais dificuldades, pois as instituições não têm máquinas suficientes para todas as crianças utilizarem, nem estrutura física e elétrica para suportá-las. Algumas Unidades Educacionais se situam em locais que a internet só chega por rádio ou 3G.

Com base na escrita dos Projetos e das Avaliações Pedagógicas discuto nesta dissertação algumas experiências realizadas na Educação Infantil, no que se refere à utilização dos computadores e a formação continuada ministrada pelo NTE aos professores em relação à informática.

Como já evidenciei anteriormente minha curiosidade para pesquisar essa temática surgiu a partir do curso de Especialização: "A Pesquisa e a Tecnologia na formação docente" realizado pela Faculdade de Educação da UNICAMP em convênio com a Secretaria Municipal de Educação do município de Campinas, que me trouxe

23 algumas indagações sobre o trabalho realizado pelos professores na Rede Municipal de Educação de Campinas – RMEC em relação à utilização das diversas tecnologias de informação no ambiente educacional.

Curso esse que possibilitou a partir de leituras e reflexões entre os participantes um olhar diferenciado para o próprio fazer cotidiano, ocasionando mudanças na postura e no planejamento dos professores, proporcionando uma maior clareza nas intenções pedagógicas em relação às crianças e adolescentes.

Foram várias as disciplinas trabalhadas no curso, mas o meu maior interesse foi realmente o trabalho voltado para a tecnologia e a possibilidade da professora de Educação Infantil inovar e diferenciar as atividades e experiências vivenciadas pelas crianças.

Ao escrever o trabalho de encerramento do curso mapeei os Projetos Pedagógicos das Unidades Educacionais de Educação infantil da região sul e percebi as dificuldades que os professores que decidem trabalhar utilizando o computador enfrentam.

Nesta dissertação continuo o estudo iniciado no curso de especialização e relembro pontos relacionados ao processo histórico da Educação Infantil em Campinas, pois trazem marcas e marcos importantes, que poderão contribuir para o entendimento da concepção que alicerça o fazer pedagógico, que é desenvolvido com as crianças pequenas, no que se refere à utilização do computador como ferramenta educacional.

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INTRODUÇÃO

O tempo só existe Enquanto se move E assim que é sentido. Só assim tem sentido, O tempo não para. Roberto Amorim

Esta pesquisa aborda o processo de apropriação do computador e sua utilização no cotidiano de 05 (cinco) Escolas Municipais de Educação Infantil2 (EMEIs) de Campinas, a formação oferecida aos professores de Educação Infantil pelo Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) e seus possíveis efeitos no cotidiano, dando ênfase ao início das creches e o surgimento do conceito de infância no Brasil.

Os profissionais da Rede Municipal de Educação Infantil de Campinas são protagonistas desta história, balizando preceitos que defendem esta etapa para que meninos e meninas possam ter seus direitos garantidos nessa fase do desenvolvimento infantil, e principalmente ter o brincar como linguagem constitutiva para o seu desenvolvimento.

É importante que a criança edifique seus conhecimentos a partir de uma relação viva com os próprios saberes e com as memórias do povo brasileiro, com a produção cultural, por meio da vivência das diferentes linguagens, as interações com o mundo social que ampliam sua visão de mundo, ao respeito à pluralidade étnica, a tecnologia, à igualdade de oportunidades e ao acesso das crianças a Educação Infantil pública.

Ao buscarmos as memórias da Educação Infantil percebemos que a História se fez e se faz pelas decisões tomadas, opções possíveis, significações dadas aos atos, repercussões diante do estabelecido, investimentos, sejam em nível financeiro ou humano, priorizações e enfrentamentos aos obstáculos. A História tecida no passado e no presente acontece em tempos, espaços, cenários múltiplos, como gabinetes, unidades

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EMEI “Prefeito José Pires Neto”, “EMEI Celisa Cardoso do Amaral”, “EMEI Comecinho de Vida”, “EMEI Presidente Campos Salles”, “EMEI Agostinho Páttaro”, que trabalham com crianças de 03 (três) a 05 (cinco anos) e 11 (onze meses).

26 educativas, comunidades, conselhos, fóruns, com a presença de diálogos e silêncios.

Cada unidade educativa relacionada à Secretaria Municipal de Educação (SME) e seus educadores, ao longo destes anos, escreveu e materializou as políticas educativas para o atendimento das crianças de nosso município, e são ao mesmo tempo, personagens e autores do vivido.

Na história da Educação Infantil de Campinas encontramos momentos considerados marcos que nos possibilitam compreender seus movimentos e reflexos nas políticas atuais, no sentido do atendimento oportunizado às crianças. Cada marco traz episódios da história tais como movimentos políticos, sociais, econômicos, ideológicos, avanços tecnológicos que refletem nas concepções de homem, natureza, escola, infância, relações de trabalho, interação social e ação pedagógica.

Ao recuperar a trajetória da Educação Infantil recupera-se a história das pessoas que se dedicaram, viveram e se consolidaram na construção de uma escola pública de qualidade, histórias construídas sob várias óticas, vozes, coletivos, memórias, que revelam um movimento que não se consolidou de forma cartesiana, mas com muitas sinuosidades, frutos de avanços e obstáculos, que refletem a organização do trabalho na Educação Infantil.

O movimento transformador que tem acontecido na sociedade e que consequentemente atinge as crianças de 03 (três) a 05 (cinco) anos e 11 (onze) meses me leva a refletir sobre a formação continuada dos professores, quanto à utilização do computador como ferramenta educacional nas salas de aula de Educação Infantil do município de Campinas. A formação continuada é realizada pelo Núcleo de Tecnologia

Educacional3 (NTE) nos espaços pedagógicos denominados Carga Horária Pedagógica4

(CHP) e nas Horas Projetos5 (HP). Abrindo um caminho novo para o trabalho na Educação Infantil que abre horizontes, perspectivas e descobertas para as crianças, além

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Os NTE núcleos de tecnologia que pesquisam, criam projetos educacionais que envolvem novas tecnologias da informática e da comunicação, capacitam professores utilizando os computadores distribuídos em escolas públicas estaduais e municipais e a Internet. Cada estado possui vários núcleos para atender as demandas educacionais. Disponível em: http://paginas.ucpel.tche.br/~lla/projetos.htm

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Carga Horária Pedagógica (CHP) que compreende as horas-aula vinculadas ao desenvolvimento de projetos pedagógicos voltados para o ensino aprendizagem, de acordo com o Plano de Cargos e Carreiras da Prefeitura Municipal de Campinas.

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Hora Projeto (HP), que compreende as horas-aula destinadas ao desenvolvimento de projetos compatíveis com a atividade docente e realizados em consonância com as normas fixadas pela SME, de acordo com o Plano de Cargos e Carreiras da Prefeitura Municipal de Campinas.

27 de provocar mudanças na atuação do professor dessa faixa etária que desenvolve atividades com o computador e o entende como ferramenta educacional.

A criança pequena a partir do momento que a Unidade Educacional lhe oferece a oportunidade de “mexer”, “ligar” e “utilizar” o computador em relação às ações cotidianas, tem pela frente um universo novo, rico em curiosidades e saberes, que contribuirá muito com o seu desenvolvimento.

Analiso a política de formação continuada oferecida pela Secretaria Municipal de Educação de Campinas em relação à utilização dos computadores e da formação continuada dos professores de Educação Infantil das Unidades Educacionais públicas do município de Campinas, iniciando pelo grupo de trabalho oferecido pelo Projeto

Eureka6 até a formação continuada ministrada pelo Núcleo de Tecnologia Educacional.

Este estudo poderá contribuir com a Educação Infantil do município chamando a atenção da Secretaria Municipal de Educação e dos professores de educação infantil em relação às múltiplas linguagens utilizadas no cotidiano, entendendo que o computador é parte integrante dessas linguagens utilizadas e que compõe a política e o currículo das Unidades Infantis públicas do município de Campinas.

No ensejo de compreender o percurso da Educação Infantil Pública de Campinas faço recortes e revisito momentos ímpares do passado brasileiro, sobretudo no que diz respeito à ação pedagógica e à universalização do atendimento na Educação Infantil. Para isso pesquiso o trabalho realizado pelo Projeto Eureka e pelo Núcleo de Tecnologia da Educação- NTE, no que se refere à formação continuada realizada aos professores da Educação Infantil e as atividades que esses mesmos professores conseguem realizar com essa formação no cotidiano das salas de aulas.

Os caminhos da construção temática apontam o delineamento do tema, a construção metodológica, os participantes da pesquisa, os instrumentos e procedimentos da coleta de dados e a aplicação dos questionários que apontaram o fazer com a informática.

Em seguida, este estudo prossegue a discussão organizada em três capítulos: No primeiro capítulo, contextualizo sobre a Educação Infantil no município de

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Projeto EUREKA - informatização no ensino infantil, fundamental e de jovens e adultos da Rede municipal de Campinas - convênio Unicamp/FE - Prefeitura Municipal de Campinas

28 Campinas, enfatizando o início das creches no Brasil e em Campinas, trazendo o conceito de infância e de infâncias ao longo dos anos, entendendo infância como direito social e que deve ser discutida dentro de um contexto cultural, que valorize o conjunto das experiências das crianças vividas em diferentes tempos e com diferentes pessoas. Além de discutir a abertura da infância para as mídias, e o computador como a principal linguagem midiática atualmente entre as crianças. Volto o olhar para a criança pequena que ontem nascia numa “sociedade letrada” e que hoje nasce numa “sociedade letrada e midiática”. As crianças nascem e rapidamente ouvem um clic, logo se veem no mundo, através do computador, das redes sociais, dos jogos e das brincadeiras digitais.

No segundo capítulo escrevo sobre as tecnologias fazendo um panorama da informática no Brasil. Relato desde 1971, quando o Brasil inicia a caminhada para a construção do primeiro computador, passando pelas ideias de Piaget e Papert, pelo

projeto Educação e Computador (EDUCOM)7, início do NTE e o Programa Nacional de

Informática (PRONINFE)8. Abordo o Projeto Eureka desde a década de 90, seu início

nas escolas municipais de Campinas, em seguida o Projeto Alpha9, Projeto Educação e

Informática e pela implantação do NTE. A Formação Continuada em serviço realizada