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Núcleo de Tecnologia Educacional – rememorando fatos

Em setembro de 1998 a SME em parceria com a Secretária de Ensino a Distância (MEC- PROINFO) e a UNICAMP – NIED, implantou o NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional).

O Núcleo de Tecnologia Educacional tem como objetivo ser um centro de excelência em capacitação de professores e em suporte e manutenção de hardware e software para as Unidades Educacionais Municipais de Campinas. É uma estrutura descentralizada de apoio técnico pedagógico ao processo de informatização das escolas.

Ângela Fernandes, Coordenadora do Núcleo de Tecnologia desde 2007, escreve no relatório anual de 2009, s/p. que:

(...) o Núcleo de Tecnologia Educacional da SME é uma estrutura descentralizada ligada ao MEC, através do Proinfo-Programa de Tecnologia Educacional (Atualização do programa pelo Decreto Lei nº 6.300/07 de 12/12/07), cujo principal objetivo é o apoio ao processo de informatização das escolas, e é responsável pelas seguintes ações: sensibilização e motivação das escolas para uso das tecnologias; capacitação de professores e gestores; apoio à resolução de problemas técnicos no uso das tecnologias de informação e comunicação-TIC nas escolas; assessoria pedagógica para uso da tecnologia no processo ensino-aprendizagem; acompanhamento e avaliação local do processo de informatização das escolas. No âmbito da formação continuada de educadores da rede municipal, no ano de 2009 tivemos um resultado equivalente ao de 2008, que serão apontados abaixo, considerando a mesma equipe de formadores, e sua capacidade de atendimento. O diferencial foi à implantação da formação de alunos monitores de informática41, com a participação de 4 escolas e cerca de 100 alunos envolvidos, projeto desenvolvido por mais um professor, com jornada parcial dedicada a este projeto.

As apostilas42 e os textos escritos por professores que passaram pelo NTE Campinas retratam que o objetivo central desse trabalho, é proporcionar à comunidade escolar de todos os níveis e modalidades de ensino dentro da Secretaria Municipal de Educação acesso às inovações tecnológicas. De forma a oportunizar uma renovação do processo didático-pedagógico para que os alunos da Secretária Municipal de Educação se apropriassem da computação em uma abordagem educacional baseada na construção do conhecimento.

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Os monitores de informática auxiliam na aprendizagem em informática dos alunos do ensino fundamental das escolas municipais do município de Campinas.

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93 Os objetivos específicos iniciais do Núcleo em 1998 eram:

Capacitar os docentes da Secretaria Municipal de Educação de Campinas para uso da informática como ferramenta pedagógica, de modo a aproximar a tecnologia dos alunos, compartilhando conhecimentos.

Capacitar os especialistas: Orientadores Pedagógicos, Vice-diretor, Diretor Educacional, Coordenadores da FUMEC e professores Monitores da Secretaria Municipal de Educação para utilização da informática em seu cotidiano e no assessoramento junto aos professores nas Unidades Escolares. Apoiar o processo de planejamento em Educação-Informática das escolas, sensibilizando, motivando e assessorando pedagogicamente os professores. A partir de fevereiro de 1999 foi formada uma equipe de “professores multiplicadores”, representantes das escolas junto ao NTE. Estes “professores multiplicadores” realizaram formação continuada com a equipe do Núcleo de Informática Aplicada – NIED/UNICAMP e, em maio de 1999 iniciaram a primeira etapa das atividades.

As gestoras das Unidades Educacionais (Diretora Educacional, Vice Diretora e Orientadora Pedagógica) nessa época eram as responsáveis pela escolha dos professores representantes para auxiliarem no acesso e no uso dos laboratórios de informática sob a coordenação do Departamento de Pesquisa e Planejamento (DIPPLA), da Secretaria Municipal de Educação.

Na primeira reunião dos representantes com o DIPPLA ficou acertado que os mesmos iriam auxiliar a Diretora da escola a manter em condições de uso o laboratório de informática, procurando estar atento pela manutenção dos softwares e dos hardwares.

Os professores representantes realizavam mapeamentos das máquinas e propunham que os alunos usassem sempre a mesma máquina; a Unidade Educacional não deveria utilizar o laboratório como depósito de material, depósitos de livros, salas de reuniões, salas de vídeo ou como refeitório. Para organização dos laboratórios os professores tinham um livro preto onde anotavam todas as ocorrências ligadas ao mesmo, esse livro deveria ser entregue a qualquer pessoa que fosse utilizar o recinto como: diretor, representante da DIPPLA, estagiários, etc.

Havia também nas escolas um projeto profissionalizante (Windows, Word, Excel, PowerPoint) que era voltado para alunos de 7ª e 8ª séries, professores e também para a comunidade local.

94 que fornecer dentro do possível a informação sobre os tipos de problemas ocorridos, a data, horário de entrada, saída, classe, número de alunos, atividades desenvolvidas, monitor, ocorrências e assinatura.

Para o ano 2000 a proposta apresentada pela equipe do NTE previa ações que objetivavam:

A capacitação de outros profissionais da Secretaria Municipal de Educação, além dos professores (Orientadores Pedagógicos, Diretores, Vice-diretores, Coordenadores e Professores monitores) para a utilização da informática em seu cotidiano e no assessoramento aos professores;

O apoio ao processo de planejamento em informática educativa nas escolas municipais, concebendo a informática como instrumento pedagógico multidisciplinar.

Observa-se nos documentos referentes ao NTE que durante o período de 1999 a 2000 o NTE desenvolveu atividades para formação dos professores e especialistas da Rede Municipal de Ensino e FUMEC para o uso do computador e das demais Tecnologias da Informação e da Comunicação. O objetivo principal era a utilização do computador como ferramentas de apoio pedagógico, aproximando professores e gestores do cotidiano das crianças e adolescentes.

Em 2001, de acordo com a política de reestruturação da Secretaria Municipal de Educação, o NTE, bem como outros Núcleos, Setores, Projetos e Programas, tiveram suas atividades suspensas para avaliação dos trabalhos desenvolvidos e sua consequente reestruturação.

Em 2002 as atividades do NTE foram retomadas através de um grupo de Estudos voltado para a reestruturação do mesmo, composto por professores da Rede Municipal de Ensino de Campinas e FUMEC. As atividades deste grupo encerraram-se no final de 2002 com a entrega de um documento, com propostas para o ano de 2003, na Secretaria Municipal de Educação de Campinas.

No ano de 2003 as atividades do NTE deram continuidade ao Grupo de Trabalho, formado quase que integralmente pelo mesmo grupo de professores de 2002. Esse Grupo de Trabalho denominado “A Rede na Rede”, deu continuidade à discussão e reflexão acerca das questões que envolviam a utilização do computador e da Internet (ciberespaço), culminando em um Programa de Inclusão Digital.

No ano de 2004, já com base nas experiências dos anos anteriores e na véspera da renovação parcial dos laboratórios (LIEDs), assim chamados na época de parque

95 computacional das escolas do Ensino Fundamental do município de Campinas formaram-se grupos de trabalho voltados para professores participantes do projeto informática das escolas do ensino fundamental. Nesse processo foram utilizados aplicativos do Software – Linux, software livre43 implantado em toda área tecnológica da Rede Municipal de Ensino de Campinas, determinando a política pública da época. Para a consolidação dessa proposta foi fundamental a formação de uma equipe de 06 professores que atuavam como “multiplicadores”, esses professores tiveram dedicação integral ao projeto a partir de abril de 2005 (documentos do NTE, 2005, mimeo).

Em 2005 o objetivo do NTE era a inclusão digital de professores e alunos da Rede Municipal de Ensino de Campinas e FUMEC, mediante a capacitação dos professores para o uso do computador e da Internet (ciberespaço).

A capacitação dos professores nas demais Tecnologias da Informação e Comunicação disponíveis nas Unidades Educacionais, que na época eram utilizadas como ferramentas pedagógicas nas aulas, promovendo, de forma efetiva, a inclusão digital ao permitir o acesso não só do computador como estrutura física, mas fundamentalmente o seu uso na orientação, preparação e motivação de professores e alunos em relação às tecnologias da comunicação (NTE 2005)44.

Constatou-se entre 2004 e 2005 que os novos computadores já se encontravam disponibilizados para o uso em todas as Unidades Educacionais de Ensino Fundamental, mas poucos professores desenvolviam atividades pedagógicas nos laboratórios de informática, segundo os documentos do NTE:

(...) os professores ainda não se posicionavam frente às exigências de trabalhar com as novas tecnologias da informação e da comunicação, cuja necessidade de formação era os cursos que aprimorassem a inclusão digital. (...) tinham computador em casa, com conhecimento de informática, não vislumbravam aliar esse conhecimento ao seu trabalho pedagógico.

(...) uma minoria de professores já desenvolviam projetos ligados aos usos das TIC’s no seu plano de trabalho pedagógico.

Ao reiniciar 2005 o NTE tinha 07 grupos de formação organizados por níveis e modalidades de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental/EJA e FUMEC.

43

Baseia-se nas seguintes características: baixo custo, flexibilidade, grande variedade de programas (a cada dia novos são criados) e bibliotecas que podem ser combinadas para formarem aplicações específicas para realidade de um projeto ou proposta educacional; existência de grupos de pesquisa e fóruns espalhados pelo Brasil e mundo que trabalham utilizando o software livre na educação e que estão abertos a trocarem experiências, contribuem com códigos-fontes, aplicativos, recursos multimídia (arquivos de som, vídeo, imagens).

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Os professores participantes do eixo Imprensa45 necessitavam de formação para

construção do jornal escolar e os professores do Programa Ciência na escola46 utilizavam a tecnologia como recurso pedagógico no desenvolvimento da metodologia de pesquisa na produção de novos conhecimentos e precisavam de formação para o uso do software livre.

Algumas ações desenvolvidas pela equipe do NTE em 2005:

Realizar o mapa para inclusão digital de professores da SME/FUMEC; Organizar os cursos modulares para inclusão digital de professores, com enfoque pedagógico;

De acordo com a demanda, preparar oficinas e cursos para uso das tecnologias da informação e da Comunicação (computador, vídeo, televisão e outras), como ferramentas pedagógicas, com enfoque interdisciplinar; Assessorar os professores para elaboração de projetos de uso das TICs; Organizar e ministrar os encontros semanais dos Grupos de Trabalho (educação continuada) para os professores e Orientadores Pedagógicos; Pesquisar e desenvolver um conjunto de rotinas, documentos, métodos e ferramentas que façam a ponte entre a disponibilidade do que existe em matéria de softwares livre e freeware e o ambiente computacional que seja adequado às necessidades da Rede Municipal de Ensino de Campinas, produzindo futuramente uma distribuição de LINUX customizada para o uso educacional;

Organizar com os educadores, coletâneas de materiais que forem produzidos com o uso das TICs, criar um portal na internet com as páginas das escolas; Elaborar um jornal virtual e/ou impresso do NTE com informações sobre os cursos e oficinas, artigos e eventos sobre o uso das TICs na educação; Mediar um curso de formação continuada utilizando o ambiente de educação à distância.

Promover a inclusão digital através da criação de endereço eletrônico da comunidade escolar, assessorados pelos Professores Multiplicadores do NTE. Formar e legitimar a ação do aluno-monitor nas UEs.

(Manual de Orientações para Assistência Financeira a Programas e projetos Educacionais/2005, p. 06).

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Grupo de formação que estuda a inserção do jornal na sala de aula para desenvolver o trabalho pedagógico com crianças, adolescentes e adultos.

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O projeto “Ciência na Escola” existe desde 1996 e encontra-se em seu oitavo ano de atuação, contando atualmente com onze escolas públicas da rede municipal e estadual e cerca de quarenta professores dessas escolas. Esse projeto insere-se no programa especial criado pela FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo para a melhoria do ensino público (FAPESP – Ensino Público).

Os principais objetivos desse projeto são: - despertar vocações para as ciências, em alunos de escolas públicas da rede municipal e estadual de Campinas e possibilitar a melhoria no ensino dessas escolas. É um projeto desenvolvido em conjunto com professores da Unicamp e das escolas públicas, que visa o aprendizado por meio de pesquisa baseado no método científico, pois acredita que a concepção de educação através da pesquisa privilegia a busca de materiais, o levantamento de dados, fomenta a iniciativa, abre espaço para a interpretação, compreensão e elaboração próprias. (Projeto Ciência na Escola processo 96-2496-6, 1996 apud DAMIN, 2004, p.08).

97 Em 2005 a equipe de professores que compunha o NTE ainda não estava composta, mas para a elaboração da proposta de trabalho para 2005 o Núcleo contou com a colaboração das professoras Adriana Carla Betioli, Gisele Flávia O. Moretti, Roseli Ferrari e Sandra de Oliveira João, efetivas da Rede Municipal de Ensino de Campinas e participantes dos grupos de formação que estavam em andamento na época. Essas mesmas professoras também colaboraram para a preparação dos Grupos de Formação do NTE.

A proposta de trabalho citadas em relação ao NTE em 2005, expressa em seus planos de trabalho constou de:

· Aplicação do software livre na educação em parceria com o apoio técnico da distribuição educativa do Linux e com a criação de um jornal e um revista eletrônica47;

· Reverter dados estatísticos de retenção e evasão de alunos por meio de um trabalho de preparação e formação de alunos para serem monitores nos laboratórios de informática. Esse trabalho envolveu alunos de 1ª a 8ª séries com o objetivo de redimensionar e ressignificar o papel da escola na vida do aluno, demonstrando que a tecnologia pode ser um recurso atraente e eficiente para diminuir a retenção48;

· Trabalhar com a interdisciplinaridade através das mídias, propondo um processo de formação de professores reflexivo e prático, por meio de oficinas temáticas49;

· Potencializar a formação inicial e continuada, através de cursos básicos de inclusão digital dos professores, aliando o conhecimento técnico, a possibilidade de ampliação e apropriação de seu uso no cotidiano escolar50.

O planejamento das professoras aponta para a possibilidade de trabalhar com pesquisa para a elaboração de revistas eletrônicas, jornal, oficinas, e a ideia de interdisciplinaridade entre áreas do conhecimento. Essas temáticas principiaram um

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Professora Adriana Carla Betioli.

48

Professora Giselle Flávia O. Moretti.

49

Professora Roseli Ferrari.

50

98 trabalho inovador que ressignificou o trabalho com o computador.

Com a colaboração e trabalho dessas professoras o NTE planejou e preparou os grupos de formação, estudo, participação em fóruns de discussão e capacitação a distância. Para que se realizasse um trabalho efetivo dentro do NTE houve a necessidade de espaços semanais para reunião geral de equipe e espaços para formação, além da contratação de estagiários.

Ainda, em 2005 a Coordenadoria de Gestão de Pessoas (CGP) fez um levantamento dos profissionais da educação que realizaram cursos junto ao NTE por local de trabalho, considerando em separado as Escolas de Ensino Fundamental, Infantil

e FUMEC51, os NAEDs e relacionou os que trabalham centralizados no andar onde fica

a Secretária Municipal de Educação, como os que exercem atividade Meio e os localizou como NAED Leste. Durante a leitura da documentação do NTE, encontrei somente o quadro abaixo fazendo referência a um mapeamento total dos cursos.

Quadro1 – Mapa da inclusão Digital – Totalização de Professores SME/FUMEC

LESTE NOROESTE NORTE SUDOESTE SUL TOTAL

EMEF 124 216 199 406 566 1511 EMEI 104 70 133 143 182 632 CEMEI 32 78 70 156 109 445 MEIO 32 0 0 0 0 32 NAED 12 12 33 24 43 124 FUMEC 50 49 72 81 62 314 TOTAL 354 425 507 810 962 3058

Fonte: Coordenadoria de Gestão de Pessoas- SME (abril/2005)

Observa-se no quadro acima que o NAED Sul e o NAED Sudoeste apresentaram número maior de profissionais realizando os cursos de informática.

Na documentação observada não existe data oficial do início da pesquisa para a elaboração dos dados acima, somente a referência ao mês de abril quando foi encerrada a sua composição. Pelo o que consegui apurar o quadro acima é referente ao período de

51

Fundação Municipal para Educação Comunitária – FUMEC Criada em 1987 com a missão de alfabetizar jovens e adultos, através de programa equivalente às cinco primeiras series de educação básica. http://www.campinas.sp.gov.br/governo/educacao/fumec/index.php

99 2002 a 2004.

Os documentos que fazem referenciam aos cursos ministrados pelo NTE na maioria não selecionam os professores pela modalidade, os cursos eram oferecidos para professores do ensino fundamental, mas incluíam os de educação Infantil ou vice versa. Realizei em várias listagens uma contagem individual, isto é uma pesquisa manual nas fichas de inscrição ou nas fichas de avaliação realizada no final dos cursos, não podendo assim considerar os dados como oficiais.

No primeiro semestre de 2005 aconteceram dois grupos de formação voltados para a Educação Infantil, com duas turmas num total de 29 participantes sendo, 17 da turma A e 12 da turma B. O Grupo de trabalho da turma A tinha carga horária de 45 horas e 15 encontros presenciais e o Grupo de trabalho da turma B tinha carga horária de 60 horas e 15 encontros presenciais.

Em abril de 2005 o NTE realizou uma pesquisa informativa com a intenção de perceber se os professores que se inscreviam nos cursos tinham familiaridade com a máquina, se tinham computadores nas Unidades Educacionais, se utilizavam o computador para trabalhar com as crianças e a localização das máquinas na U.E. Participaram dessa pesquisa 22 professoras de Educação Infantil, sendo10 professoras que ministravam aulas nas unidades educacionais pertencentes ao NAED Sul; 05 ao NAED Norte; 03 ao NAED Noroeste; 03 ao NAED Sudoeste e 01 ao NAED Leste. Esta pesquisa foi realizada antes do início do curso.

Das 22 professoras, 10 não possuíam computador na Unidade Educacional para trabalhar com as crianças, dez possuíam a máquina, 02 não responderam. Dos 20 professores que responderam à pesquisa 08 trabalhavam com os computadores diretamente com as crianças, sendo que os mesmos estão localizados em diferentes locais da Unidade Educacional como: salas de aula, secretaria, biblioteca, laboratórios ou sala do micro. O sistema operacional utilizado o Windows 95, 98 e 2000.

É interessante notarmos que mesmo não possuindo os computadores os professores de Educação Infantil se inscreviam para realizar os cursos de informática ministrados pelo NTE. O objetivo dos professores era aprender informática e aguardar o recebimento de máquinas doadas por empresas, bancos ou pela própria Prefeitura de Campinas, segundo a escrita de alguns professores.

100 Diante das dificuldades de conseguir computadores para trabalhar com as crianças nas Unidades Educacionais de Educação Infantil algumas professoras que realmente tinham a intenção de desenvolver esse trabalho utilizavam como metodologia de trabalho inicial computadores confeccionados com papelão e sucata.

Construía uma maquete tridimensional mostrando para as crianças como era o mouse, o teclado, o monitor e a CPU construídos com papelão e revestido com papel dobradura como mostra a figura de número 5.

Usavam a imaginação das crianças para aprender a manusear, sendo que às vezes o teclado era de verdade trazido por alguma criança ou professor. O computador de sucata ficava em um cantinho da sala e lá as crianças brincavam, fica evidente o quanto as professoras estavam se alimentando de

um “sonho” e que firmemente

acreditavam que se transformaria em realidade num curto espaço de tempo. Segundo esses professores de Educação infantil os planejamentos dos projetos de informática tinham como intenção utilizar o computador como mais uma ferramenta pedagógica que contribuísse com o desenvolvimento cognitivo das crianças, sendo que as atividades começariam pela professora e depois com as crianças, tendo como objetivos principais: a inclusão digital; desafiar as crianças; desenvolver a criatividade infantil; confeccionar livros e desenvolver a linguagem Logo.

A expectativa em relação ao curso ministrado pelo NTE tinha como prerrogativa a aquisição de conhecimento, troca de experiências, reflexão e aprimoramento, enriquecimento do trabalho em sala de aula; concomitância com os projetos temáticos, desenvolvidos e socializados em uma sala de aula ou na unidade educacional.

Os professores pesquisados pelo NTE em 2005 possuíam computadores em casa e os utilizam para realizar: trabalhos da escola; pesquisas; digitação; passar e-mails; navegar na internet; transação bancaria; ouvir músicas; fazer relatórios; preencher diário

Figura 5. Computador de papelão para aproximar mais os alunos do novo equipamento, enquanto não recebiam os

101 de classe e tem professores que não utilizam o computador, apesar de ter o computador em casa.

Com esses dados de pesquisa observamos que em 2005 das 22 professoras que responderam ao questionário, dez possuíam computadores para trabalhar com as crianças e que os computadores localizavam-se nos mais diferentes locais da escola, sendo que a maioria das professoras possuíam os computadores nas salas de aula e nas salas multi funcionais. Na educação infantil não existem laboratórios de informática, as máquinas são colocadas em salas pedagógicas ou em outros espaços fechados que comportam a biblioteca, as fantasias, a sala de vídeo, as reuniões, entrevistas, etc.

Algumas unidades públicas de educação infantil possuem uma sala só para as