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O COMPUTADOR RECRIANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA

A história das políticas públicas utilizadas pela Secretária Municipal de Educação de Campinas, no que se refere à utilização do computador no ambiente educacional, possibilita compreender na linha do tempo entre o presente e o passado os projetos desenvolvidos nas Unidades Educacionais de Educação Infantil públicas do município de Campinas.

As instituições que trabalham com a Educação Infantil no município de Campinas possibilitam às crianças diferentes formas de se desenvolver e ver a infância, busca suas características,

interesses, necessidades,

desejos, isto é, respeita, considera e as entende como:

(...) sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. (Diretrizes Curriculares Nacionais, 2010, p. 12).

Figura 3. Pintura realizada na EMEI Manoel Affonso Ferreira – Campinas – Agrupamento III – pintura livre

68 As experiências lúdicas se ampliam quando é permitido à criança utilizar o pensamento simbólico, a brincadeira de faz de conta, a troca de papeis, as situações imaginárias que possibilitam a criança trazer o seu contexto cultural e social para as brincadeiras e pressupõe familiarizá-la com os mais variados tipos de linguagem, desde os representados pelo brinquedo até os representados pela literatura, passando pela linguagem do teatro, do cinema, da mídia (televisão, do rádio, do cinema, do jornal); da nova mídia (computadores, jogos eletrônicos,...) das histórias em quadrinhos, dos álbuns de figurinha, da poesia, e da ilustração.

As crianças mediadas pela tecnologia simulam brincadeiras de forma virtual, colocando como diz Vigotsky (1994) as experiências no patamar da representação vivenciando a partir da brincadeira situações de vida real, que ensaiam seus futuros papéis e modo de vida- infância digital.

A informática tem sido uma das mais novas linguagens utilizadas pelas crianças no interior da família ou na instituição educacional.

Na poesia de Loris Malaguzzi (2011) a criança tem cem linguagens, mas roubam-lhe noventa e nove, uma das cem linguagens a que as crianças têm direito a usufruir na infância é a da informática, que é a mais utilizada, analisada e debatida na sociedade atual, principalmente pelo mercado de trabalho, ferramenta indispensável para garantir a produção em todos os setores.

A informática faz parte de um novo aprendizado, uma nova linguagem, a tecnológica da informação, a qual nos proporciona ampliar o olhar e enxergar a criança de hoje, que nasce envolvida em uma era tecnológica “mutante”, numa realidade onde o que ontem era novidade hoje já é visto como antiquado. Uma época em que crianças e adultos disputam a “máquina” para trabalhar, estudar, brincar, conversar, enfim, uma época em que nós enquanto educadoras temos que alçar voos para alcançar o desenvolvimento das crianças. Essa linguagem não pode ficar fora das “cem”, pois, as crianças têm:

... Cem mundos

para descobrir. Cem mundos para inventar. Cem mundos para sonhar. A criança tem cem linguagens

(e depois cem, cem, cem) mas roubaram-lhe noventa e nove...

69 Pensando com Malaguzzi podemos incentivar e mediar a criança em sua caminhada à nova linguagem. Segundo Kishimoto à medida que a criança caminha para o final da Educação Infantil, aumenta sua “capacidade para utilizar as diversas linguagens por meio de vários gêneros e formas de expressão: gráfica, gestual, plástica e musical” (2009, p. 01).

O homem tem utilizado seus conhecimentos, sua inteligência para realizar inovações que dão origem a “diferentes equipamentos, instrumentos, recursos, produtos, processos, ferramentas, enfim, as tecnologias” (KENSKI, 2007, p. 15). Desde o início dos tempos as tecnologias e a informação garantem a sobrevivência e a supremacia do homem.

A água, o fogo, um pedaço de pau ou o osso de um animal eram utilizados para matar, dominar ou afugentar os animais e outros homens que não tinham os mesmos conhecimentos e habilidades. A ação bem sucedida de grupos armados desencadeou novos sentimentos e ambições em nossos ancestrais. Novas tecnologias foram sendo criadas, não mais para a defesa, mas para o ataque e a dominação. A posse de equipamentos mais potentes abriu espaço para a organização de exércitos que subjugaram outros povos por meio de guerras de conquista ou pelo domínio cultural (idem, p. 16).

A tecnologia do computador trás para o homem o conhecimento, a inovação e o poder que vai se misturando e entrando na nova vida.

A história pode nos ajudar a entender melhor esse processo de inclusão digital e o avanço da tecnologia na educação do Brasil e no município de Campinas. Em 1971 o Brasil iniciou a busca de um caminho para informatizar a educação quando pela primeira vez se discutiu o uso de computadores no ensino de Física na Universidade São Paulo, campus de São Carlos. Em 1973 algumas experiências começaram a ser desenvolvidas em outras universidades com o uso de computadores de grande porte como recurso auxiliar do professor para o ensino e avaliação em Química, na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, e o desenvolvimento de software educativo, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Destacam-se, ainda, nos anos 70, as experiências do Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia - LEC, da UFRGS, apoiadas nas teorias de Piaget25 e Papert26 tendo como

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Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça em 1896 e faleceu em 1980. Estudou a evolução do pensamento desde o nascimento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. Como epistemólogo, investigou o processo de construção do conhecimento, sendo que nos últimos anos de sua vida centrou seus estudos no pensamento lógico e matemático. http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/filosofia/filosofia_trabalhos/ preoperatorio.htm

70 público-alvo crianças com dificuldades de aprendizagem de leitura, escrita e cálculo27. Segundo Lino de Macedo:

(...) para Piaget a aprendizagem é a aquisição de uma resposta particular, aprendida em função da experiência, seja ela obtida de forma sistemática ou não. O desenvolvimento seria uma aprendizagem no sentido lato e ele é o responsável pela formação dos conhecimentos. Segundo Piaget a criança pré- escolar encontra-se em uma fase de transição fundamental entre a ação e a operação, ou seja, entre aquilo que separa a criança do adulto. Além disso, é uma fase de preparação para o período seguinte (pré – operatório) (MACEDO, 1994, p. 47).

Para Piaget as crianças na idade pré-escolar com 04, 05 e 06 anos estão saindo do período chamado sensório motor e entrando no período pré-operatório:

É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objecto ou acontecimento por uma representação, esta substituição é possível, conforme Piaget, graças à função simbólica. Neste estagio a criança já não depende unicamente de suas sensações, de seus movimentos, mas já distingue um significado (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objecto ausente), o significado, é importante ressaltar o carácter lúdico do pensamento simbólico. Assim este estágio é também muito conhecido como estágio da Inteligência Simbólica (http://www.notapositiva.com/trab_estudan tes/trab_estudantes/filosofia/filosofia_trabalhos/preoperatorio.htm).

Maria Cândida Moraes, no texto “Informática Educativa no Brasil: um pouco de história”, trás que entre a década de 70 e 80 novas experiências surgiram na Universidade Federal do Rio Grande do Sul apoiadas na teoria de Jean Piaget e nos estudos de Papert, entre elas destacava-se o trabalho realizado pelo Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia, que explorava a potencialidade do computador com a linguagem LOGO. Esclarece que esses trabalhos foram desenvolvidos,

(...) prioritariamente, com crianças de escola pública, que apresentavam dificuldades de aprendizagem da leitura, de escrita e do cálculo, onde se procurava conhecer e compreender o raciocínio lógico-matemático destas crianças e as possibilidades de intervenção, utilizando uma metodologia de pesquisa que integrava o método clínico Piagetiano, como forma de promover a aprendizagem autônoma dessas crianças. (Moraes 1993,p.19).

Papert (1985, p. 13) relaciona a sua teoria a teoria de Piaget, no que se refere à

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Seymour Papert é um dos maiores visionários do uso da tecnologia na educação. Em plena década de 1960, ele já dizia que toda criança deveria ter um computador em sala de aula. Na época, suas teorias pareciam ficção científica. Entre 1967 e 1968, desenvolveu uma linguagem de programação totalmente voltada para a educação, o Logo. www.dimap.ufrn.br

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História da Informática Educativa no Brasil - http://edutec.net/Textos/Alia/PROINFO/edprhist.htm - autor desconhecido.

71 Assimilação28 e afirma que a aprendizagem dos indivíduos depende dos modelos disponíveis no meio em que vive e nas relações sociais que estabelece. As crianças desenvolvem atividades complexas passando pelos jogos simbólicos, que permitem a criança a representação da realidade, além de possibilitar a construção das relações sociais.

Para Piaget (1975, 1990) apud Alcantara (2012 p. 06) é na

(...) busca do equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação que a inteligência é definida. Na assimilação o sujeito incorpora novos elementos à sua estrutura de pensamento. Na acomodação, essas estruturas se reorganizam para incorporar esses novos elementos.

O processo de assimilação e acomodação acontece para as crianças na brincadeira, possibilitando o desenvolvimento das experiências e dos processos de aprendizagem.

A aquisição da linguagem para Vygotsky (1994) é essencial e permite que as crianças utilizem nas brincadeiras elementos do contexto cultural e social do meio em que vivem. No processo de aprendizagem a linguagem exerce fator importante, pois é através dela que a criança é capaz de representar o seu mundo das mais diferentes formas.

A tecnologia é compreendida como mais uma das novas linguagens oferecidas às crianças. As tecnologias como produtos da ação humana,

historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciadas por eles.

Assim, os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos;

artefatos mediadores da interação social e cognitiva do ser humano com as bases materiais da sociedade;

recursos que, se de um lado não possuem características do sagrado – de poder infinito e perene -, que demandaria celebração, de outro, também não são artefatos destituídos de cultura e criados apenas para serem consumidos e trocados como mercadoria (OLIVEIRA, 2000, p.42).

Tecnologia é muito mais que uma visão de mercado é o foco das transformações, das mudanças que estão ocorrendo na sociedade, nos processos de trabalho, nos

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Assimilação: É o processo cognitivo de colocar (classificar) novos eventos em esquemas existentes. É a incorporação de elementos do meio externo (objeto, acontecimento, ...) a um esquema ou estrutura do sujeito. Em outras palavras, é o processo pelo qual o indivíduo cognitivamente capta o ambiente e o organiza possibilitando, assim, a ampliação de seus esquemas. Na assimilação o indivíduo usa as

estruturas que já possui. A Construção do Conhecimento – Jean Piaget

72 produtos, na educação, na gestão das relações, que organiza e implementa o ambiente para gerar novos conhecimentos e inserir o processo de ensino aprendizagem nesse novo contexto.

É necessário recorrer à história da informática no Brasil para que através dela, possamos compreender o momento atual.

A história da informática no Brasil se desenvolveu em duas etapas:

A primeira, de 1958 até 1975, caracterizada pela importação de tecnologia de países de capitalismo avançado, principalmente dos Estados Unidos. Não havia fabricantes nacionais, embora, já na década de 70, o volume de vendas tinha justificado a instalação das primeiras montadoras multinacionais no Brasil. Lentamente, porém, começou a desenvolver-se uma competência tecnológica nacional, a partir do trabalho de algumas universidades, como a Universidade de São Paulo, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e a Universidade Estadual de Campinas.

Em 1972 foi construído na USP o “Patinho Feio”, o primeiro computador nacional, seguido, em 1974, do projeto G-10, na USP e na PUC do Rio de Janeiro, incentivado pela Marinha de Guerra, que necessitava de equipamentos para seu programa de nacionalização de eletrônica de bordo. Em 1974, foi criada a primeira empresa brasileira de fabricação de computadores, a Cobra (Computadores Brasileiros S.A.) uma estatal que recebeu a missão de transformar o G-10 em um produto nacional. (Departamento de Informática da Universidade de Maringá s/d).

Em 1975 a Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP iniciou cooperação técnica com o Media LAB do Massachussets Institute of Technology - MIT, criando um grupo interdisciplinar para pesquisar o uso de computadores com linguagem LOGO na educação de crianças.

Logo é uma linguagem de programação, isto é, um meio de comunicação entre o computador e a pessoa que irá usá-lo. A principal diferença entre Logo e outras linguagens de programação está no fato de que foi desenvolvida para ser usada por crianças e para que as crianças possam, com ela, aprender outras coisas. A linguagem Logo vem embutida em uma filosofia da educação não diretiva, de inspiração piagetiana, em que a criança aprende explorando o seu ambiente (PROJETO LOGO, 2009).

O Logo foi desenvolvido por Seymourt Papert e pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute Technology), no final da década de 60. Inicialmente implementado em computadores de médio e grande porte (PDP11 e PDP10), respectivamente, fez com que até o surgimento dos microcomputadores, o uso do Logo ficasse restrito às universidades e laboratórios (CHELLA, 2002, p. 2).

Nos anos 80 teve início à cultura nacional de informática na educação, a partir dos resultados de dois seminários internacionais (1981 e 1982) sobre o uso do computador como ferramenta auxiliar do processo de ensino-aprendizagem.

73 o que originou, em 1984, o Projeto EDUCOM29 uma iniciativa conjunta do MEC, Conselho Nacional de Pesquisas - CNPq, Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP e Secretaria Especial de Informática da Presidência da República - SEI/PR com o objetivo de criar núcleos interdisciplinares de pesquisa e formação de recursos humanos nas universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Rio de Janeiro (UFRJ), Pernambuco (UFPE), Minas Gerais (UFMG) e na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Apesar de dificuldades financeiras, este projeto foi o marco principal do processo de geração de base científica e formulação da política nacional de informática educativa no Brasil.

Em 1986 considerando os resultados do Projeto EDUCOM o MEC criou o Programa de Ação Imediata em Informática na Educação de 1º e 2º grau, destinado a capacitar professores (Projeto FORMAR) e a implantar infraestrutura de suporte nas secretarias estaduais de educação (Centros de Informática Aplicada à Educação de 1º e 2º grau - CIED), escolas técnicas federais (Centros de Informática na Educação Tecnológica - CIET) e universidades (Centro de Informática na Educação Superior - CIES).

Competia a cada secretaria de educação e a cada instituição de ensino técnico e/ou superior definir pedagogicamente sua proposta.

Foram implantados em vários estados da Federação 17 CIEDs (1988-89), nos quais grupos interdisciplinares de educadores, técnicos e especialistas trabalhavam com programas computacionais de uso/aplicação de informática educativa. Esses centros atendiam a alunos e professores de 1º e 2º grau e à comunidade em geral e foram irradiadores e multiplicadores da telemática na rede pública de ensino.

Em 1988 a Organização dos Estados Americanos - OEA convidou o MEC para avaliar o projeto de Informática Aplicada à Educação Básica do México. Isso fez o MEC e a OEA formularem um projeto multinacional de cooperação técnica e financeira, integrado por oito países americanos, que vigorou entre 1990 e 1995.

A sólida base teórica sobre informática educativa no Brasil existente em 1989

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O projeto EDUCOM é o primeiro e principal projeto público a tratar da informática educacional, originou-se do 1º Seminário Nacional de Informática na Educação realizado na Universidade de Brasília (1981). Agregou diversos pesquisadores da área e teve por princípio o investimento em pesquisas educacionais. Este projeto forneceu as bases para a estruturação de outro projeto, mais completo e amplo, o PRONINFE. http://paginas.ucpel.tche.br/~lla/projetos.htm

74 possibilitou ao MEC instituir através da Portaria Ministerial n. 549/89, o Programa

Nacional de Informática na Educação - PRONINFE30, com o objetivo de:

(...) desenvolver a informática educativa no Brasil, através de atividades e projetos articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica, sólida e atualizada, de modo a assegurar a unidade política, técnica e científica imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos envolvidos. (http://paginas.ucpel.tche.br/~lla/projetos.htm)

Apoiado em dispositivos constitucionais relativos à educação, ciência e tecnologia, o PRONINFE visava, na época, promover o desenvolvimento da informática educativa e seu uso nos sistemas públicos de ensino (1º, 2º e 3º grau e educação especial), além de melhorar a infraestrutura de suporte das escolas, apoiando a criação de centros, subcentros, laboratórios e capacitar contínua e permanentemente os professores (as). O Programa previa crescimento gradual da competência tecnológica referenciada e controlada por objetivos educacionais, amparado num modelo de planejamento participativo que envolvia as comunidades interessadas. Os objetivos e metas do PRONINFE foram formulados em sintonia com a política nacional de ciência e tecnologia da época.

Os documentos do NTE - Campinas e o site

http://edutec.net/Textos/Alia/PROINFO/edprhist.htm, retratam que o PRONINFE apresentou os seguintes resultados no período de 1980 a 1995:

- 44 centros de informática na educação implantada, a maioria interligada na Internet.

- 400 subcentros implantados, a maioria por iniciativas de governos estaduais e municipais, a partir do modelo de planejamento concebido, inicialmente, pelo Projeto EDUCOM/UFRGS (destes, 87 estão no Estado do Rio Grande do Sul).

- 400 laboratórios de informática educativa em escolas públicas, financiados por governos estaduais e municipais.

- mais de 10.000 profissionais preparados para trabalhar em informática educativa no país, incluindo um número razoável de pesquisadores com cursos de mestrado e doutorado.

Em dez anos o PRONINFE centrou seus trabalhos com informática educativa na

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O PRONINFE (Programa Nacional de Informática na Educação) foi implantado em outubro de 1989 pelo MEC e teve seu Regimento Interno aprovado em março de 1990. Em setembro do mesmo ano, o PRONINFE foi integrado ao PLANIN (Plano Nacional de Informática e Automação, do Ministério de Ciência e Tecnologia) (http://paginas.ucpel.tche.br/~lla/projetos.htm).

75 realidade das escolas públicas nacionais, apesar das dificuldades financeiras do órgão, O PRONINFE foi entendido como o principal referencial das ações planejadas pelo MEC que correspondeu praticamente a uma fase piloto que durou mais de uma década. Na história do programa algumas ações são consideradas importantes, como a:

(...) implantação de 50 centros de informática em São Paulo, com recursos do governo municipal (1987/1988); ainda na capital paulista, em 1996, introdução de vigoroso programa de informatização de escolas (10.000 computadores); em 1997 foram instalados mais de 400 laboratórios nas escolas públicas do Estado de São Paulo, num trabalho orientado pelo Núcleo de Informática Educativa - NIED da UNICAMP, que também coordenou a implantação de laboratórios em todos os colégios militares do País e a

formação de mais de 1.000 professores (MEC/PROINFO –

http://www.proinfo.gov.br/prf_historia.htm).

O trabalho do PRONINFE no município de Campinas é voltado às Unidades Educacionais de Ensino Fundamental Municipal conforme a Portaria 522/97 da Secretaria de Educação a Distancia (SEED)-MEC que diz no:

Art. 1º Fica criado o Programa Nacional de Informática na Educação -

ProInfo, com a finalidade de disseminar o uso pedagógico das tecnologias de informática e telecomunicações nas escolas públicas de ensino fundamental e médio pertencentes às redes estadual e municipal.

Pelo PRONINFE também pode se adquirir equipamentos computacionais e implantação de rede pública de comunicação de dados; incentivo a cursos de pós- graduação na área de tecnologia e acompanhamento e avaliação do Programa. Apesar de a sociedade estar em franco desenvolvimento os órgãos oficiais não estão voltados para as crianças pequenas da Educação Infantil, mas existem programas do MEC para a formação de professores em tecnologia nessa etapa da educação básica.

Nesse movimento procuro compreender como ocorreu a utilização dos computadores na Educação Infantil do município de Campinas, tendo como referência o processo de formação vivenciado no Projeto Eureka, tanto no ensino fundamental como na educação infantil. Para isso apresento a seguir um levantamento do percurso da utilização do computador na Educação Infantil.

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Computadores na Educação Infantil do município de