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CAPÍTULO 4 MAIS ESCÂNDALOS EM 2006, É O ANO DA REELEIÇÃO

4.1 MANTENDO O “MENSALÃO” NA PAUTA

Apesar do caso do “mensalão” ter terminado o ano de 2005 em baixa, Veja mantém o tema em suas páginas no início de 2006 para desgastar o PT e Lula. Como o próprio enunciador da revista já havia deixado claro quando a crise esfriou, a estratégia agora seria “sangrar” o governo para que ele não tivesse chance de se reeleger em outubro.

Na edição de 11 de janeiro, a revista começa a explorar denúncias contra o publicitário do PT, Duda Mendonça. Naquela semana, a revista diz, com exclusividade, que autoridades americanas descobriram conta “milionária e clandestina” que o “publicitário do PT” mantém num banco da Flórida. A matéria que leva o título de “A nova conta secreta de Duda”, afirma que a descoberta “é comprometedora para o marqueteiro e pode acabar respingando de novo no partido do presidente Lula”.

Sem qualquer fato que embasasse a afirmação a seguir, o enunciador se permite opinar que a conta “sugere que a estrutura de financiamento das campanhas petistas pode ter sido bem mais ampla do que se imagina”. Essa não é uma sugestão considerada por autoridades que investigam o caso. É uma opinião do próprio enunciador, que já conhece muito bem os desmandos do PT para poder fazer uma afirmação como essa sem base. O enunciador continua com suas ironias ao justificar porque não ouviu Duda Mendonça para que ele se defendesse das acusações. “Na sexta-feira, ele embarcou em sua lancha para uma pescaria em águas profundas do litoral da Bahia, em busca de um marlim-azul – peixe grande, cobiçado, difícil de fisgar”. Assim é Lula, difícil de fisgar, embora Veja não desista.

Na mesma edição de 11 de janeiro, a matéria “Não li e não gostei” fala da primeira aparição do presidente Lula em 2006, que segundo o enunciador “foi espantosa”. No domingo anterior, numa entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, Lula conseguiu, conforme a revista, “a proeza de gastar 34 minutos – uma enormidade para padrões televisivos – sem dar nenhuma explicação sobre as denúncias de corrupção que estarreceram o país em 2005”. A matéria mostra um PT enfiado na lama da corrupção. Mas, ao citar o senador tucano Eduardo Azeredo, que teve sua campanha para o governo de Minas Gerais, em 1998, custeada por um esquema criado pelo mesmo Marcos Valério, o enunciador se mostra surpreso com o fato de um político do PSDB ter se envolvido em corrupção. Para o semanário, Azeredo é a “maior surpresa até agora”. O enunciador deixa transparecer que o PSDB não é capaz disso, enquanto o PT não

precisa nem de provas para ser acusado. Como nem a grande imprensa e nem a oposição conseguiam explicar de forma objetiva o que era o “mensalão” e o que havia ocorrido naquele escândalo, o PT se sentia no direito de negar a existência do suposto esquema. Para Veja, isso é uma “psicose petista”, que o enunciador, com seus conhecimentos da medicina, explica ser uma “doença associada à reconstrução de uma realidade alucinatória, fruto de um traumatismo entre o eu e o mundo exterior”. Para ele, “a alucinação petista consiste em inventar uma história que passa à margem dos fatos e ainda por cima achar que alguém vai acreditar nela”. O mais incrível é que essa doença parece atingir em cheio o enunciador, que reconstrói a história à sua maneira, sem meio termo, de forma maniqueísta, em que o PT representa o mal.

Na edição da semana seguinte, de 18 de janeiro, Duda Mendonça foi estampado na capa da revista, com a manchete “Duda fez, Duda faz”, em alusão ao slogan criado anos atrás para a campanha de Paulo Maluf. A matéria principal sob o título de “Marketing bandido”, diz que “Duda Mendonça ficou conhecido como um gênio da propaganda política. Suas campanhas ajudaram a eleger 28 candidatos, num espectro ideológico que passa por Paulo Maluf, Fernando Collor e, seu maior triunfo, o presidente Lula”. A revista liga o nome de Lula a dois dos políticos brasileiros mais conhecidos como corruptos, mas não fala que Duda Mendonça também já foi marqueteiro do PSDB. Na legenda da foto de abertura da matéria, que mostra Duda Mendonça em frente a um banner eleitoral de Lula, o enunciador diz que “o marqueteiro do presidente é especialista em desviar dinheiro” e pergunta “Lula não sabia?”. Durante o escândalo do “mensalão”, Lula sempre afirmou que desconhecia o esquema e Veja sempre tentou provar que o presidente sabia. Em 2006, com o advento de novos escândalos, Lula manteve a estratégia de negar qualquer conhecimento nas denúncias, e Veja inicia aí outra modalização discursiva: a que mostra um presidente desinformado sobre as coisas que ocorrem em seu governo, que também pode ser interpretado como cinismo ao afirmar que não sabia de nada. O enunciador também procura mostrar como Duda Mendonça tem ganhado dinheiro com Lula na presidência da República.

A empresa de Duda ganhou três contas importantes e milionárias no governo – Petrobras, Ministério da Saúde e Presidência da República. Para a Duda Mendonça & Associados, a principal empresa do publicitário, o governo petista foi muito bom. Seu faturamento aumentou de 4,7 milhões de reais em 2002 para 43,3 milhões em 2004 – um crescimento de 820%, que multiplicou os lucros do marqueteiro e, por conseqüência, seu patrimônio pessoal. Deve-se ressaltar que

nessa fortuna não estão incluídos os milhões que Duda recebeu no exterior, o que permite concluir que seu patrimônio é infinitamente maior. Nos últimos três anos, Duda conquistou a simpatia e a amizade dos dirigentes petistas e do próprio presidente Lula. Sua influência no governo era tão grande que chegava a incomodar alguns e causava inveja a outros. Foi dele a idéia do Fome Zero, que acabou se tornando um caso clássico da influência do marketing no governo. Primeiro foi criado um bordão. Depois, o programa. Como ninguém se encarregou de pensar no conteúdo, o Fome Zero morreu de inanição. Nomes de outros programas de destaque do governo, como Brasil Alfabetizado, Brasil Sorridente e Bolsa Família, também foram idealizados pelo marqueteiro. Duda virou uma espécie de conselheiro do presidente, com quem se reunia uma vez por mês para dar palpites que iam desde temas para discurso até sugestões para atuar diante de crises. Sua casa de praia, na Península de Maraú, na Bahia, era um local tradicional de descanso para estrelas petistas, como Antonio Palocci, Luiz Gushiken e José Dirceu (...) Hoje, os petistas tentam manter uma distância asséptica de Duda Mendonça. São fortes os indícios de que o pacote eleitoral criminoso desenvolvido pelo mago-marqueteiro foi usado na campanha do presidente Lula, em 2002” (Veja, 18/01/2006).

Nas edições seguintes, Veja continua explorando o envolvimento de Duda Mendonça com o PT em negócios escusos. Com base nas investigações oficiais da CPI dos Correios, as matérias são alimentadas com informações da oposição. Os petistas acusados nem são mais ouvidos por Veja para darem a sua versão, como mandam as regras do bom jornalismo. A revista ouve poucas fontes, sempre para atacar o PT e o governo. Não há uma linha que defenda os petistas no farto material publicado por Veja ao longo do ano.

O enunciador procura mostrar que a ascensão de Lula ao poder permitiu que seus amigos se beneficiassem da coisa pública para se enriquecer. Na edição de 25 de janeiro, por exemplo, o enunciador diz que “há registro de que o advogado Roberto Teixeira, amigo de Lula, recebeu 1 milhão de reais da Brasil Telecom. Só não se sabe por qual serviço prestado”. A matéria também envolve Paulo Okamotto, presidente do Sebrae, acusado pela CPI dos Bingos de atuar, desde os anos 90, como arrecadador informal de campanhas petistas e “autor de um pagamento ainda não esclarecido de uma dívida do presidente com o PT”. Nos primeiros meses do ano, os dois não saem das páginas de Veja, que procura sempre associar os petistas a ladrões de quinta categoria, que roubam o erário público e levam o dinheiro em “malas e cuecas”. Em praticamente todas as edições as “malas e as cuecas” são citadas pelo enunciador do semanário.

Na edição de 8 de fevereiro, por exemplo, Veja publica uma matéria que leva o título de “Dinheiro na mala é vendaval”. Na abertura, o enunciador diz que “dinheiro vivo virou o símbolo do PT. É dinheiro vivo na cueca, dinheiro vivo no jatinho, dinheiro vivo sendo sacado no Banco Rural. O que há de mais podre na política brasileira passou a circular desse jeito – em espécie. Os políticos corruptos movimentam grandes quantias em dinheiro. Mas de onde vem tanto dinheiro vivo? As possibilidades são muitas e tenebrosas”. O enunciador reafirma essa bandalheira como um “símbolo” do PT, não de outros partidos. Como se vê, ele continua trabalhando com hipóteses, não com fatos. Seu jornalismo investigativo deveria descobrir de onde vem tanto dinheiro e não sugerir que “as possibilidades são muitas e tenebrosas”.

Com todos os escândalos que assolaram o país no último ano, o enunciador já se sente íntimo do leitor, quase cúmplices de um sentimento de repulsa ao partido que jurava ser ético e se mostrou o mais corrupto e inescrupuloso da história desse país, conforme Veja. Com toda essa intimidade, o semanário escreve uma matéria, em 18 de fevereiro, que se chama “A última do PT”. O enunciador começa a matéria como se estivesse fazendo uma fofoca a um amigo:

“A última do PT é a seguinte: o partido desviou 400.000 reais do fundo partidário, formado por recursos públicos, para pagar uma dívida trabalhista de uma empresa privada. Isso mesmo: a editora Brasil Agora, que publicava um jornal com o mesmo nome, sofreu uma ação trabalhista, perdeu mais de 1 milhão de reais, fez um acordo, reduziu a dívida para 400.000 reais – e quem desembolsou o dinheiro foi o PT, recorrendo ao fundo partidário, o que é indiscutivelmente ilegal. À época do acordo, os donos da editora Brasil Agora, que foram gentilmente socorridos pelo PT, eram todos petistas: João Machado Borges Neto, Rui Falcão e José Américo Dias. Os dois últimos foram auxiliares de Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo. Rui Falcão foi secretário de Governo. José Américo era secretário de Comunicação. Em resumo: você, contribuinte, cujos impostos compõem os recursos do fundo partidário, acabou pagando a dívida de uma empresa de três petistas. Que tal?” (Veja, 18/02/2006).

Com essa denúncia, o enunciador vê mais uma possibilidade de acabar com o partido: “A irregularidade pode ser punida com a suspensão do repasse dos recursos do fundo para o PT. Não é pouca coisa. No ano passado, o partido recebeu cerca de 22 milhões de reais. A pena máxima, no entanto, é ainda pior: é cassação do registro do partido”.

Na edição de 1º de março, Veja volta ao tema da corrupção na Floresta Amazônica, denunciada pela revista um ano atrás, antes da crise do “mensalão”. A matéria de agora diz no título que “A floresta pagou a conta do PT”. No olho, o enunciador diz que a “CPI pede o indiciamento de cinco petistas acusados de facilitar o corte ilegal de madeira em troca de dinheiro para candidatos do partido”. A estratégia da matéria é mostrar que o PT é pior que qualquer outro partido, e que ainda pode surpreender mais quando o assunto é corrupção.

“Dez meses depois do estouro do escândalo do mensalão, pensava-se que o envolvimento do Partido dos Trabalhadores em casos de corrupção e falcatruas em geral já não causasse surpresa a mais ninguém. Na semana passada, no entanto, a primeira parte do relatório final da CPI da Biopirataria mostrou que o partido ainda pode, sim, surpreender – e superar-se quando o assunto é o assalto ao Estado. A vítima, neste caso, foi a Floresta Amazônica. No ano passado, Veja publicou reportagem mostrando a existência de um esquema em que filiados e parlamentares petistas ligados ao Ibama facilitavam a extração de madeira ilegal no Pará em troca de doações de madeireiros para campanhas de candidatos do PT. Depois de nove meses investigando o assunto, a CPI não só confirmou a situação descrita pela reportagem como apontou como chefe do esquema de desmatamento ilegal no Pará o gerente executivo do Ibama no estado, Marcílio Monteiro – indicado para o cargo pela senadora petista Ana Júlia Carepa, com quem foi casado” (Veja, 01/03/2006).

Outra matéria na mesma edição, segue linha idêntica. O título, “É ainda pior do que se pensava”, também mostra que a corrupção no PT não tem fim. O enunciador explica no olho que “enquanto seu filho enriquecia, Lula quis mudar a lei que atrapalhava a Telemar”. Veja volta ao caso envolvendo o filho do presidente e diz que ele “se tornou milionário nos últimos dois anos fazendo negócios com a Telemar, a maior operadora de telefones do país”.

Na edição seguinte, de 8 de março, Veja volta com o maior escândalo do ano anterior na capa, com uma foto de Marcos Valério e a manchete: “O mensalão 2”. A matéria diz que “Valério ameaça falar e pode jogar o PMDB na lama do mensalão”. Também trabalha com resultados da CPI dos Correios e dos Bingos, sempre tendo a oposição como fonte. Na mesma edição, Veja veicula outra matéria, em que questiona no título: “E os outros 70%?”. O olho explica do que se trata: “Ex-assessor e amigo de Palocci, Rogério Buratti diz que só contou 30% do que sabe. Ele voltou a depor na polícia”. É a volta da crise iniciada no auge do “mensalão” que agora vai esquentar e forçar a saída de Palocci do Ministério da Fazenda.

“Palocci manteve-se vivo politicamente, contando com uma vigorosa boa vontade da oposição e do imenso time de brasileiros gratos por seu impecável trabalho de condução da economia. Não havia nenhuma acusação de que Palocci tivesse negociado pessoalmente o pagamento da propina ou que dela tivesse se beneficiado. Em novo depoimento prestado à Polícia Civil de São Paulo, Buratti voltou à carga. Veja teve acesso a trechos do depoimento que até agora vinham sendo mantidos em sigilo. Neles, Buratti identifica Palocci como o personagem central do esquema de corrupção (...) Nos últimos dias, Buratti tem dito a amigos que contou ‘apenas uns 30%’ do que sabe sobre o ministro. Como um bom matemático que é, o médico Palocci está ciente de que, se a conta de Buratti for verdadeira, os outros 70% podem ser fatais não só para ele como para os sonhos de reeleição do presidente Lula” (Veja, 08/03/2006).

Naquele início de 2006, as páginas de Veja estavam recheadas de matérias contra o presidente Lula. Cerca de 15 páginas eram dedicadas a detonar os petistas e o governo, com várias reportagens por edição.

Ainda em 8 de março, a matéria “O paradoxo de Okamotto”, diz no olho que “ao contrário de outros petistas encrencados, o amigo de Lula tem de provar que é mais rico do que declara ser”. Aquela altura, a palavra petista usada em abundância nos títulos, olhos e destaques já era sinônimo do que há de pior na política brasileira. Na edição seguinte, de 15 de março, a matéria “Okamotto o tipo ‘O’” diz que o presidente do Sebrae foi apelidado de “doador universal”, já que ajudou financeiramente Lula, sua filha e o deputado petista Vicentinho. O enunciador, sempre irônico, fala que “a generosidade do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, parece não ter fim” e que “a despeito do imenso coração que possa ter o amigo do presidente, ele está longe de ser um milionário – daqueles que podem sair por aí distribuindo milhares de reais aos amigos”. Palocci também continua na “mira” da revista.

“Desde que começaram a eclodir personagens e histórias comprometedores ligados ao seu passado de ex-prefeito de Ribeirão Preto – cargo que ocupava antes de ser indicado a ministro da Fazenda –, a imagem de Palocci vem sofrendo. Na semana passada, a CPI dos Bingos ouviu três depoimentos que complicam ainda mais o ministro. No mais contundente deles, o motorista Francisco das Chagas Costa contou aos parlamentares que Palocci freqüentava a casa que seus ex- auxiliares de Ribeirão alugaram em Brasília no início do governo. Nela, sabe-se hoje, os amigos do ministro planejavam e executavam ações para tentar beneficiar empresários usando como trunfo a amizade com o ex-prefeito” (Veja, 08/03/2006).

As características do discurso de Veja naquele início de 2005 são marcadas, especialmente, pelo “ethos” autoritário de um sujeito que fala alto, ostentando permanentemente juízos de valor, e por um enunciador que não disfarça seu tom de voz convicto ao construir a realidade que impõem como única. É por meio da denúncia que Veja elabora seu discurso e são muitas as estratégias discursivas utilizadas para fazer crer na realidade relatada por suas reportagens. É o que analisam Katia Regina Pichelli, Margarete Pedro e Marcelle de Almeida Carvalho (2006). Para elas, a revista vai na contramão do modelo de jornalismo “imparcial” consagrado no Brasil.

“Contudo, são os atores principais no cenário informativo impresso semanal. E como não poderia deixar de ser, a atuação política desses atores é no mínimo intrigante, pois, tendo em vista o reflexo do confronto de forças do campo político nos produtos dos meios de comunicação, os semanários têm sido utilizados freqüentemente como instrumento de controle hegemônico, apesar da constatação da visibilidade que integra a postura da maioria das publicações semanais” (Pichelli, Pedro, Carvalho, 2006).

O jornalista e pesquisador Perseu Abramo (apud Pichelli, Pedro, Carvalho, 2006, p. 5) afirma que neutralidade, imparcialidade, isenção, honestidade são palavras que se situam no campo de ação. Dizem respeito aos critérios do fazer, do agir, do ser. Referem-se mais adequadamente a categorias de comportamento moral. E questiona, ainda, em que momento o jornalismo deve tomar posição e deixar de ser neutro.

“Na orientação para a ação, o órgão de comunicação não apenas pode, mas deve orientar seus leitores/espectadores, a sociedade, na formação da opinião, na tomada de posição e na ação concreta como seres humanos e cidadãos. É esse, exatamente, o campo do juízo de valor, do artigo de fundo, da opinião, do comentário, do artigo, do editorial” (Abramo, apud Pichelli, Pedro, Carvalho, 2006, p5).

O problema, para o autor, é a indução. Segundo ele, hoje, em maior ou menor grau, o que acontece é que o leitor é induzido a ver o mundo não como ele é, mas sim como querem que ele o veja. Talvez, por isso, a revista Veja sinta necessidade, a todo o momento, de certificar aos leitores a sua suposta isenção diante dos fatos, mesmo quando opina. Os textos são sempre escritos em tom emocional a partir de uma afirmação ou negação que ao longo do texto Veja demonstra e justifica para mostrar ao leitor a sua “pureza” de propósitos e as suas intenções de lutar “pela liberdade de imprensa”, “objetividade e imparcialidade diante dos fatos”.

Para Koch (1984, p.19) “o discurso é uma ação verbal dotada de intencionalidade, que tenta influenciar o outro ou fazer com que o outro compartilhe suas idéias. Desta forma, por trás de todo discurso há uma ideologia e, neste sentido, não existe discurso neutro”.