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O papel do investigador e, sim ultaneam ente, técnico de acom panham ento aos desem pregados passa por estar atento às questões de exigência da subjectividade nesta dupla faceta. De acordo com Josso (2004, in Canário e Cabrito, 2005), o papel de

A nim ador, com a função de com unicar com cada elemento do grupo e com o grupo,

deverá ter em consideração todas as form as de com unicação. O trabalho é realizado com uma orientação indutiva.

O investigador parte para o terreno com a seguinte asserção: ouvir os candidatos, num a prim eira instância. Ao ser utilizada a palavra “ouvir” as experiências de cada adulto, é com a intenção de nos focarm os sobretudo, na capacidade de escuta activa. E nossa preocupação m anifestarm os desde o início do processo um a postura que envolva o espírito de “estar alerta”, focar-se no outro. Reconhecem os que o sujeito não pretende apenas d izer aquilo que diz, mas o que os seus sentimentos m ais profundos revelam através daquilo que está a dizer (Rogers, 1985). Alguns assuntos podem encontrar-se de forma latente, pelo que o investigador deverá saber distinguir, igualm ente, os factos, as inferências e ju ízo s de valores, evidenciados pelos relatos dos «actores sociais», ou seja, dos sujeitos, solicitando feedback, sem pre que necessário.

O investigador ao longo do trabalho de terreno, envolve-se com o que acontece no local, com os objectos e símbolos, observa as pessoas, as actividades, os

com portam entos, as interacções verbais, as m aneiras de estar, de fazer e de dizer, observa os ritm os dos acontecim entos, as pressões, os sentimentos vivenciados pelo

grupo. t

Sentiu-se a necessidade de utilizar o conceito actores sociais, quando nos referíam os aos sujeitos, dado que foram os participantes que apresentaram um a postura activa. Por outro lado, tam bém não se pode considerar como um ser com pletam ente livre, na m edida em que é portador de uma opinião e esta depende da posição social que ocupa. As suas condutas por vezes são desenvolvidas em função de critérios e norm as estabelecidos pelo seu grupo de pertença. Com efeito, o seu papel e vontade/capacidade de expressão estão intim am ente relacionados com a situação vivida num determ inado m om ento da sua vida.

No presente estudo, são referidas as vivências do momento d e desem prego, em que o sujeito poderá concom itantem ente apresentar projectos, com vista à sua concretização, num futuro m ais ou menos promissor.

CA PÍTU LO V: TÉ C N IC A S E PRO CED IM EN TO S DE IN V ESTIG A Ç Ã O

Introdução

Este capítulo encontra-se dividido em três pontos. Um prim eiro, refere a form a como foi constituído o grupo, considerando um conjunto de critérios nesse sentido. Um segundo ponto, que diz respeito à recolha e tratam ento dos dados, e o terceiro, que traduz a leitura e interpretação de dados a partir das análises efectuadas do corpus

documental.

1. Procedim entos na constituição do grupo

O Centro escolhido (C entro de emprego do Barreiro) para a realização do trabalho em pírico é, e tem sido desde há seis anos, a esta parte, o local de trabalho da investigadora enquanto conselheira de orientação profissional. A relação de ajuda31 subjacente ao processo de orientação profissional, perm ite saber qual o percurso da pessoa e com preender com o pode acom panhá-la durante um determ inado período (desem prego) na direcção que pretende. (Josso, 2004). É sobretudo neste sentido que se m enciona o conceito sujeito, porque se está a pensar na valorização do ser uno.

É no contacto do dia a dia. desempenhando as funções de CO P, que se privilegiam estes m om entos de encontro, onde é possível com preender, essencialm ente através da vivência pessoal, o que motivou e levou o sujeito a procurar apoio jun to do

Centro de Emprego.

O objectivo da intervenção no âmbito do Balanço de C om petências pretenderá ser um instrum ento de suporte para potenciar a reorganização da vida pessoal e profissional de alguns candidatos residentes no Barreiro e M oita, porque am bos os concelhos estão dem arcados pela intervenção do Centro de Em prego do Barreiro, cuja responsabilidade radica na im plem entação e execução de políticas dè em prego activas (program as e m edidas de em prego e formação profissional).

O trabalho foi delineado tendo em conta o rigor científico e os indicadores fundamentais para a definição dos critérios (D igneffe 1997), com o no caso dos

procedim entos a ter em conta p ara a identificação das habilitações literárias e idade dos candidatos. As estratégias para a com posição do grupo, resultaram a partir das reflexões teóricas, que paulatinam ente se intercruzavam com os indicadores necessários para a com preensão do estudo.

O objectivo desta investigação visa com preender com o é que os indivíduos conseguem transform ar o m om ento do desem prego em novas oportunidades. No fundo, o enfoque é com preender se há, ou não, alguma transform ação ju n to dos indivíduos durante o trabalho desenvolvido pelo BC, enquanto desem pregados. D este modo, os participantes no processo apresentam -se de livre vontade, pois a autenticidade é um critério de grande reconhecim ento pela análise qualitativa (M ertens, 1998, in Azevedo, 2004, p. 255)

Com efeito, a necessidade de encetar um trabalho de acom panham ento e, sim ultaneam ente, de investigação para valorizar os sujeitos que se encontram numa situação de desem prego há m ais de ano, emergiu no sentido de com preender os fenóm enos associados à situação de desem prego sobretudo ju n to dos candidatos com m ais de 35 anos. Pretende-se com preender a partir da perspectiva do sujeito, como foi vivido o m om ento do desem prego. • Néste sentido, optou-se por valorizar a riqueza pessoal da cada história vivida e por utilizar a designação de “escolha dos sujeitos” em vez de “escolha da am ostra” . A perspectiva de Canário (2000, p. 119), pode corroborar o que foi exposto anteriorm ente, quando afirm a que “ a actividade investigativa e reflexiva, visa com o objectivo prim eiro (com base numa teoria e num método), a produção de um a descrição não arbitrária de uma realidade, perm itindo produzir com preensão e atribuição de sentido, onde, antes, apenas existia a desordem ” .

• ' Os elem entos que participaram no processo do BC aderiram livremente, evidenciando m otivação e satisfação pela colaboração prestada. D esta forma, os candidatos iniciaram o processo de orientação profissional, evidenciando necessidades de reconstrução do seu itinerário socioprofissional.

Na selecção dos participantes foram convocados em prim eiro lugar, os candidatos que tinham definido o plano pessoal de em prego com o COP (desem penhando funções com o investigador, simultaneamente).