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Perante a leitura do corpus docum ental (da entrevista de grupo e dos exercícios desenvolvidos ao longo das sessões), foram em ergindo vários conteúdos e, nessa sequência, procedeu-se à análise de conteúdo do tipo qualitativo tem ático.

Para análise dos vários conteúdos, recorreu-se às noções de: unidades de análise e unidades de registo.

N o que concerne à unidade de registo, esta pode ser definida com o uma unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento de conteúdo considerado com o unidade de base, visando a categorização. Existe algum a am biguidade na definição deste tipo de registo, um a vez que poderá ser uma palavra, uma frase, um pensam ento, uma proposição lógica, um critério fonético (como por exem plo paragens, silêncios), entre outros aspectos da com unicação não verbal.

Pode-se assim, identificar uma unidade de análise circunscrita a um tem a, ou seja, um a análise temática. De acordo com Berelson, (in Bardin, p. 105), o tem a é definido como: «um a afirm ação acerca de um assunto. Q uer dizer, um a frase, ou uma frase com posta, habitualm ente um resum o ou uma frase condensada, por influência da qual pode ser afectado um vasto conjunto de formulações singulares.»

Um registo é, no fundo, um determ inado conteúdo que vai enquadrar uma determ inada categoria.

Q uanto à unidade de contexto, esta serve de unidade d e com preensão para codificar a unidade de registo e corresponde ao segmento d a m ensagem , cujas dim ensões são óptim as para que se possa com preender a significação exacta da unidade de registo. Pode ser a frase para a palavra e o parágrafo para o tema. A descrição analítica funciona segundo procedim entos sistem áticos e objectivos de descrição do conteúdo das m ensagens (temas).

N a óptica de Bardin (p. 108) geralm ente, “quanto maior é a unidade de contexto, mais as atitudes ou valores se afirm am num a análise avaliativa, ou m ais num erosas são as co-ocorrencias num a análise de contingência” . O contexto é um segm ento m ais alargado.

A inda no que diz respeito à em ergência e organização das categorias da análise de conteúdo, de salientar que as mesm as foram, também, criadas em função das questões orientadoras, utilizando para tal e, de acordo com Bardin (1977), unidades de registo, dado que se trata de um estudo onde se pretende estudar “opiniões, atitudes, valores, crenças e tendências. No presente trabalho, as opiniões e atitudes são relatadas tam bém no m om ento da entrevista de grupo, sem i-directiva (para além de outros docum entos de análise). Após a realização da entrevista, são definidas as categorias tem áticas em função do «núcleo de sentido» encontrado nos vários registos. Segundo Bardin, (1977, p. 105), “ fazer uma análise tem ática consiste em descobrir os «núcleos de sentido» que com põem a com unicação e cuja presença ou frequência de aparição podem significar algum a coisa para o objectivo analítico escolhido” . São assim definidas com o unidades de análise o tema, com as suas respectivas categorias, a partir do m aterial contido na transcrição da entrevista de grupo. No fundo, o que se tom a relevante para análise, não é a form a dos conteúdos, m as sim o seu sentido.

Deste m odo, foram criadas categorias centrais com um conjunto agrupado de subcategorias, em que os conteúdos (unidades de análise) estão inseridos nessas m esm as subcategorias de acordo com o sentido encontrado (categorias - léxico).

Partindo de uma ideia central, procurou-se saber se os sujeitos percepcionaram e viveram program a BC como um processo form ativo e coloca-se, assim , a ênfase no desenvolvim ento pessoal e profissional dos candidatos inseridos no program a de orientação profissional.

De acordo com as descrições anteriores, ir-se-á “arrum ar” o m aterial recolhido na entrevista por caixas tem áticas. Estas foram reagrupadas à m edida que se avançava na definição da categorização.

As prim eiras ideias em ergiram a partir do corpus, com os seguintes parâm etros: A) A utilidade do BC, se de facto foi útil a participação no BC, no sentido de pensarem sobre o seu projecto de vida, tendo sido inclusive questionado a cada sujeito, no início da entrevista (no início do programa) se tinham um projecto bem definido ou pouco definido, ou se não tinham ainda, um projecto definido, nesta fase da sua vida. Estas questões tam bém foram discutidas na entrevista sem i-directiva no final do programa.

B) Grau de satisfação na participação, em que são considerados os seguintes factores:

- Processos psicológicos: em oções tais com o afectos, prazer, cólera, desespero, excitação, entre outras;

- Pensam ento: o sentido das coisas, pensam entos, condição, igualdade, negação; - Processos com portam entais: centram -se nas acções sócio-em ocionais, tais com o a aproxim ação, controlo, ataque, evitam ento, seguir em frente, com unicar, persistir, entre outros;

- A cções instrum entais: tentativa, trabalho, m ovimento, obtenção, posse, expulsão/exclusão;

- Relação com os colegas e consigo próprio.

C) Relações com família:

- Diálogo em casa após a participação nas sessões do BC; - Reforço da família.

D) M etas para futuro - A nível profissional; - Continuação de estudos; - Acesso à formação;

- A ctividades extra-profissionais; - A poio e cuidados prestados à família.

E) V ivências no desem prego

A nálise do ponto de vista económ ico, pessoal, social e familiar.

A cada participante foi atribuído um número para se m anter o anonim ato e confidencialidade dos dados, de que resultaram os sujeitos: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, e oito.

D este m odo, nasceram as prim eiras categorias com um a correspondência por áreas tem áticas e, em cada u m a delas, existe ainda um conjunto de subcategorias, com intuito de identificar e con stru ir um a grelha de análise legível, à luz do nosso objecto de estudo e quadro de referência teórico.36