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Da orgânica dos CNO’s fazem parte uma determinada estrutura que resulta do trabalho conjunto e articulado entre os diversos intervenientes: diretor, coordenador, profissionais de RVC, técnico de diagnóstico e encaminhamento, técnico de apoio administrativo e de apoio à gestão financeira, tutor de RVC e avaliador RVC (vertente escolar e profissional). Toda a equipa é coordenada pelo diretor/coordenador, nomeado pela entidade promotora. Ao diretor cabe a representação do CNO, nomear o presidente do júri de certificação; homologar as decisões decorrentes do júri de certificação, promovendo e controlando a emissão de certificados e diplomas, bem como promovendo a sua homologação (Centros Novas Oportunidades – Guia Organizativo, IEFP: 19). Este interveniente não tem qualquer requisito aplicável, podendo mesmo assegurar a Direção de mais do que um Centro

Acolhimento Diagnóstico/Triagem Encaminhamento Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências escolares e/ou profissionais: B1, B2, B3 ou de nível secundário e/ou saídas profissionais do Catálogo Nacional de Qualificações. Outras ofertas educativas

e formativas externas aos Centros Novas

Oportunidades: Cursos EFA, CET, CEF, Ensino Recorrente, Cursos Profissionais, Vias de conclusão do secundário. Certificação Parcial (Júri de certificação) e emissão de um Plano Pessoal de Qualificação (PPQ) Certificação pela

entidade formadora Certificação Total (Júri de

certificação)

Plano de desenvolvimento Pessoal (PDP) Inscrição

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Novas Oportunidades, dentro da rede de CT/FP. O coordenador “assegura, sob orientação do diretor, a dinamização da atividade do CT/FP – CNO” (Centros Novas Oportunidades – Guia Organizativo, IEFP: 19); a ele cabe a elaboração da candidatura para a constituição da equipa técnico-pedagógica, o plano/relatório de atividades; desenvolver em conjunto com a equipa a organização e formas de intervenção do centro; compete-lhe, ainda, dinamizar, conceber e implementar formas de divulgação; avaliar o CNO e disponibilizar toda a informação relativa ao CNO para uma avaliação externa. Para o desempenho deste cargo é necessário possuir formação académica superior, no caso do IEFP tem de pertencer aos quadros internos e desempenhar funções de coordenador de núcleo.

O Técnico de Diagnóstico e Encaminhamento “é responsável pelo acolhimento, diagnóstico e encaminhamento dos adultos inscritos (ao nível do Front-Office do CT/FP – CNO)” (Centros Novas Oportunidades – Guia Organizativo, IEFP: 20). A ele compete desenvolver e orientar as sessões, tendo sempre em vista os interesses e o perfil de cada adulto, definir-lhe o percurso mais adequado às suas necessidades, deve apoiar-se nos técnicos de RVC sempre que necessário. Deve ter conhecimento de todas as ofertas de educação e formação, sobretudo aquelas que se destinam à população adulta, bem como de todas as práticas de diagnóstico, avaliação e orientação. Este profissional deve ter formação superior (técnico superior com competências em orientação profissional).

O Profissional de RVC deve possuir um perfil específico para o correto desempenho destas funções, ele deve ser detentor de uma licenciatura, na área das Ciências Sociais e Humanas, ou formação específica na área da Educação de Adultos, deve dominar todas as metodologias específicas, do balanço de competências e da Educação de Adultos e ter experiência no trabalho com adultos; participa nas diversas etapas do diagnóstico quando necessário; acompanha os adultos na construção dos portefólios reflexivos de aprendizagem (PRA), com colaboração dos formadores, usando metodologias específicas, tais como a exploração biográfica e balanço de competências. Deve conhecer todos os documentos orientadores do processo; articular/cooperar com os restantes elementos da equipa, organizar e integrar o júri de validação. Porém, vê o seu papel mais ativo durante o processo de identificação e desocultação das competências de que os adultos são portadores. As suas principais atribuições são (ANEFA, 2001: 36) informar, aconselhar e acompanhar o adulto na definição do seu percurso no Centro; orientar o processo de competências adquiridas; apoiar o candidato na apresentação da candidatura ao processo de validação; identificar as necessidades de formação e incentivar o desenvolvimento das competências pessoais, profissionais e sociais dos Recursos Humanos do Centro; interpretar os referenciais de competências e procurar as suas relações internas; trabalhar em colaboração estreita com os formadores das formações complementares e com o júri de validação.”

Ao longo do processo sobrevêm outros intervenientes, os formadores, que devem articular funções com os profissionais de RVC, ao longo do processo de reconhecimento de competências, contribuindo para a validação dos adultos, tendo sempre a nortear e mediar o referencial de competências-chave. Estes intervenientes têm a função de produzir atividades

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de desocultação de competências e participar no júri de validação, caso seja necessário também deverão assegurar as formações complementares e participar, no terminus do processo, no júri de certificação. Todos os formadores deverão possuir CAP (Certificado de Aptidão Profissional)67. Tal como os profissionais, deverão possuir preparação pedagógica e experiência na área da Educação de Adultos. Das suas funções fazem parte: “desenvolver a formação dos módulos de uma ou mais áreas de competências-chave; interpretar os referenciais de competência-chave e procurar as suas relações internas; julgar a qualidade das provas produzidas, uma vez que os formadores, estão mais próximos dos adultos e poderão ser algumas das pessoas mais capazes para realizar essa tarefa; posicionar, após validação das competências o candidato em níveis de competências (B1, B2, B3); cooperar com os outros atores do centro de RVCC.” (ANEFA, 2001: 37). O papel que os formadores têm ao longo do processo é bastante mais decisivo do que o do técnico, pois este assume uma posição consultiva, enquanto o formador reconhece e valida as competências.

Os técnicos de apoio à gestão financeira e de apoio administrativo são o garante de funcionamento de toda a equipa, assegurando o trabalho logístico e burocrático do centro, embora o técnico administrativo não seja essencial que detenha formação académica

67 “O Decreto Regulamentar n.º 66/94, de 18 de novembro, alterado pelo Decreto Regulamentar n.º

26/97, de 18 de junho, regulamenta o exercício da atividade de formador, no domínio da formação inserida no mercado de emprego. Nos termos do artigo 9.º do supracitado Decreto Regulamentar, desde que verificados os requisitos para o exercício da respetiva atividade, o Certificado de Aptidão de Formador (CAP) é requerido pelo interessado ou pela entidade formadora ou beneficiária ao IEFP, I.P, sendo válido por 5 anos. Os docentes do ensino básico e secundário detentores de uma qualificação profissional tinham acesso direto à certificação da aptidão pedagógica de formador. Da mesma forma, os docentes do ensino superior universitário e politécnico que comprovassem o exercício da atividade de docência, em determinada categoria profissional, tinham acesso direto àquela certificação. Neste contexto, os processos de certificação dos docentes acima identificados assumiam um carácter meramente administrativo, pelo que foi decidido isentar da certificação os docentes que estejam nas condições acima referidas. Assim, estão isentos da posse de CAP os docentes profissionalizados que comprovem uma das seguintes condições: Curso de formação inicial de professores (com estágio pedagógico integrado): a) Licenciatura em ensino de...; b) Licenciatura do ramo de formação educacional em...; c) Curso dos professores do ensino básico; d) Curso de educador de infância; e)Curso de professores do ensino primário/curso do Magistério Primário. Cursos científicos sem estágio pedagógico integrado com um estágio realizado posteriormente à aquisição do curso: a) Estágio clássico; b) Profissionalização em exercício/serviço; c) Qualificação em Ciências da Educação – Universidade Aberta; d) Outras situações residuais como são o caso da equivalência. Estão isentos da posse de CAP os docentes do ensino superior universitário e politécnico que comprovem que integram os quadros docentes numa das seguintes categorias profissionais: Ensino universitário: a) Professor catedrático; b) Professor auxiliar; c) Professor associado; d) Professor convidado; e) Assistente. Ensino politécnico: a) Professor adjunto; b) Professor coordenador; c) Professor coordenador principal; d) Professor convidado; e) assistente de 1º ou 2º triénio (de acordo com o artigo nº 7º do Decreto-Lei nº 207/2009, de 31 de agosto do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico. Para poderem beneficiar da isenção da certificação da aptidão pedagógica de formador, os docentes devem entregar, à entidade formadora, cópia autenticada do documento comprovativo da posse de profissionalização ou declaração emitida pelo estabelecimento de ensino superior onde conste que se encontram a lecionar e a respetiva categoria profissional. Estes comprovativos devem constar do dossier técnico-pedagógico.”.

Consultado a 19 de janeiro, 2012, In http://www.iefp.pt/

Paginas/Isencao_certificacao_aptidao_pedagogica_formador_docentes_portadores_qualificacao_profissi onal_docencia_docentes.asp.

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superior, deve contudo demonstrar conhecimentos de informática e na ótica do utilizador, poderá ser ele que procede ao acolhimento dos adultos, sob orientação do coordenador e do técnico de diagnóstico e encaminhamento; o técnico de apoio à gestão financeira deve ter formação superior e, preferencialmente, na área de atuação, ou seja, na área da gestão ou contabilidade e conhecimentos profundos na gestão de caricaturas e fundos comunitários. O tutor e avaliador de RVC veem a sua figura surgir na parte profissional do reconhecimento de

competências. O tutor tem a função de acompanhar o candidato na

identificação/desocultação das competências detidas pelo adulto na área profissional em que quer ver as suas competências certificadas, face a um referencial de RVCC profissional; “analisar o portefólio a auxiliá-lo no processo de consolidação; mobilizar os instrumentos de avaliação para demonstração de competências por parte do candidato; registar os resultados na plataforma; informar o candidato sobre as atividades de validação, incluindo a respetiva preparação” (Centros Novas Oportunidades – Guia Organizativo, IEFP: 21). O tutor tem a seu cargo a entrevista técnica com o candidato, onde este verá o seu portefólio ser confrontado com o referencial profissional e com o material selecionado para demonstrar a competência.

O avaliador, da parte profissional, deve analisar o PRA do candidato e quando necessário, juntamente com o tutor participar na aplicação dos instrumentos de avaliação (entrevista técnica, observação em posto de trabalho, aplicação dos exercícios práticos); também identifica, juntamente com o tutor e profissional de RVC, as competências a validar. Ao avaliador externo, figura presente na parte escolar, compete a formalização do ato de certificação, é uma pessoa designada e nomeada pela instituição para o efeito, tendo como base uma bolsa de acreditação de Avaliadores Externos68, embora não intervenha de forma

68 A figura do Avaliador Externo surge pela primeira vez legislada em 2002 com a publicação em DR da

sua regulamentação e valor jurídico. De facto, o Despacho nº 13 563/2002, DR 136, Série II, de 15-06- 2002, nele os Ministérios da Educação e Segurança Social e do Trabalho aprovam o regulamento que define a acreditação de avaliadores externos dos Centros RVCC. Existe, após esta regulamentação, uma panóplia de decisões que regulamentam esta figura: Despacho nº 9770/2003 DR 113, Série II de 16-05- 2003, listagem dos candidatos, publicada pelo Ministério da Educação, acreditados como avaliadores externos dos Centros RVCC, ordenados por ordem alfabética e por NUT III; o Despacho Conjunto nº 9494/2004, DR 113, Série II, de 14-05-2004, publicado pela Direcção-Geral de Formação Vocacional onde consta a Lista Nacional de candidatos acreditados, no âmbito do Concurso de Acreditação de Avaliadores Externos; o Despacho nº 2 897/2006, DR 27, Série II, de 7-02-2006, foi publicado pelo Ministério da Educação a listagem dos avaliadores externos dos Centros RVCC, cuja acreditação foi renovada, pelo período de dois anos, ordenados por ordem alfabética e por NUT III; o Despacho nº 19 047/2006, DR. 181, Série II, de 19-06-2006 publicado pela Direcção-Geral de Formação Vocacional aprova a Listagem dos avaliadores externos dos Centros RVCC, cuja acreditação foi renovada, pelo período de dois anos, ordenados por ordem alfabética e por NUT III; a Retificação nº 1 468/2006, DR. 194, Série II, de 9-10- 2006, publicada pela Direcção-Geral de Formação Vocacional Retifica o Despacho nº 19 047/2006, de 19 de Setembro; Retificação nº 1 931/2006, DR 245, Série II, de 22-12-2206, publicada pelaDirecção-Geral de Formação Vocacional Retifica o Despacho nº 19 047/2006, de 19 de Setembro; Despacho nº 29 856/2007, DR 249, Série II, de 2007-12-27 aprova o regulamento do procedimento de acreditação de avaliadores externos no âmbito dos Centros Novas Oportunidades; os Anúncios nº 867/2009 e nº 868/2009, DR. 22, Série II ambos de 02-02-2009 publicados pelo Ministério do Trabalho e Solidariedade Social e Educação publicam a lista (por ordem alfabética e por NUT II e NUT III) dos avaliadores externos no âmbito dos Centros Novas Oportunidades abrangidos pelo despacho n.º 2897/2006 (2.ª série), de 7 de Fevereiro pelo despacho n.º 19 047/2006, de 19 de setembro, respetivamente, cuja acreditação foi renovada; o Anúncio nº1587/2009, DR 36, Série II, 20-02-2009, publicado pelo Ministério do Trabalho e Solidariedade Social e Educação faz a notificação dos interessados da deliberação de admissão e exclusão dos candidatos ao procedimento de acreditação de avaliadores externos para integrar júris de processos de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) de níveis básico e secundário de educação, aberto pelo aviso n.º 2473/2008, de 31 de janeiro; o Anúncio nº 9227/2009, DR

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permanente e contínua no processo, assume um papel crucial na sessão de certificação. A ele cabe a legitimação social do processo e a promoção do reconhecimento social das competências detidas pelo adulto. O avaliador externo tem de desenvolver um papel de cooperação com os restantes elementos do processo, já que existem particularidades acerca do adulto que possa desconhecer, mas o facto de ser externo promove a imparcialidade que é exigida neste tipo de processo. Deve interpretar os referenciais de competência-chave, tendo para o efeito que conhecer todos os referenciais das quatro áreas Linguagem e Comunicação,

Cidadania e Empregabilidade, Matemática para a Vida e Tecnologias da Informação e Comunicação, caso se trate do básico, ou das três áreas de competências-chave, caso se trate

do nível secundário (Cultura, Língua e Comunicação, Sociedade Tecnologia e Ciência e

Cidadania e Profissionalidade).

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