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Literacia em Prosa Literacia Documental Literacia Quantitativa Nível 1

(0-225)

A maior parte das tarefas, neste nível, requer a localização no texto de informação igual, ou sinónima, da que aparece na pergunta. Caso exista no texto uma resposta incorreta, mas plausível, a sua localização não será perto da informação correta.

As tarefas, deste nível, requerem a localização de informação através de uma associação literal. Em caso de existência de informação distratora, a mesma situa-se longe da resposta correta. Algumas tarefas podem solicitar o preenchimento de dados pessoais num impresso.

As tarefas deste nível requerem a localização de informação através de uma associação literal. Em caso de existência de informação distratora, a mesma situa-se longe da resposta correta. Algumas tarefas podem solicitar o preenchimento de dados pessoais num impresso.

Nível 2

(226-275)

As tarefas, neste nível, passam pela localização no texto de um, ou mais, segmentos de informação, podendo estar presentes alguns distratores, ou ser necessária a realização de inferências simples. As tarefas podem, também, implicar a integração de dois ou mais elementos, ou a comparação e o contraste de informação.

As tarefas, neste nível, são um pouco mais variadas. Embora algumas continuem a solicitar apenas uma associação simples entre dois elementos, poderá estar presente informação distratora em maior número, ou o estabelecimento da dessa associação implicar uma inferência simples. Algumas das tarefas podem, ainda, requerer o preenchimento de informação num impresso.

As tarefas, neste nível, requerem que o leitor realize uma operação aritmética simples (frequentemente adição ou subtração) usando números que são facilmente localizados num texto ou num documento. A operação a realizar pode ser facilmente inferida pelas palavras usadas na questão ou pela formatação do material.

Nível 3

(276-325)

As tarefas, neste nível, tendem a conduzir os leitores a percorrer os textos para poderem estabelecer associações que requerem pequenas inferências. Por vezes, é solicitada a identificação de vários elementos localizados em diferentes frases ou parágrafos. Pode ainda ser pedida a integração, ou a comparação e o contraste, de informação presente em diferentes parágrafos ou secções do texto.

As tarefas, neste nível, apresentam maior

variabilidade. Algumas implicam o estabelecimento de

associações simples ou literais, mas normalmente essas associações obrigam à consideração de informação condicional. Determinadas tarefas requerem a integração de informação de uma ou mais fontes. Outras tarefas pedem ao leitor que percorra o

documento e selecione vários elementos (respostas múltiplas).

As tarefas, neste nível, geralmente requerem a realização de operações simples. Porém, essas operações são agora mais variadas, podendo surgir multiplicações e divisões. Por vezes, dois ou mais números são necessários para resolver o problema e têm de ser encontrados em suportes mais complexos. Embora expressões como “quantos” ou “calcule a diferença” sejam muitas vezes usadas, algumas tarefas obrigam a inferências mais complexas para determinar a operação apropriada.

Nível 4

(376-500)

Estas tarefas implicam a realização de múltiplas associações, ou a produção de várias respostas, tendo a informação solicitada de ser identificada através de inferências baseadas no texto. As tarefas neste nível podem também implicar a integração ou o contraste de vários elementos, os quais são por vezes apresentados em textos relativamente longos. De um modo geral estes textos contêm mais elementos distratores do que os dos níveis anteriores e a informação solicitada é de carácter mais abstrato.

As tarefas, neste nível, tal como as dos níveis precedentes, pedem ao leitor que realize associações múltiplas, que percorra e analise o documento e que integre informação. Frequentemente, estas tarefas requerem a realização de inferências mais complexas do que nos níveis anteriores. Por vezes está presente informação condicional no documento que tem de ser tida em conta pelo leitor.

A quase totalidade das tarefas, neste nível,implica a realização de operações aritméticas simples, mas nem os quantitativos, nem as operações, são facilmente determináveis. Assim, na maior parte das tarefas a pergunta não inclui termos semânticos como “quantos” ou “calcule a diferença” para ajudar o leitor.

Nível 5

(376-500)

As tarefas, neste nível ,requerem a procura de informação em textos muito densos e que contêm múltiplos distratores. Algumas implicam a realização de inferências complexas, ou a mobilização de conhecimentos especializados.

As tarefas, neste nível ,requerem que o leitor procure informação em documentos com formatos complexos que contêm múltiplos distratores, e que realize inferências complexas, atenda a informação

condicional, ou use

conhecimentos especializados.

Estas tarefas requerem a realização de múltiplas operações sequenciais, tendo o modo de resolução do problema de ser encontrado através dos materiais existentes ou recorrendo a conhecimentos próprios para determinar os quantitativos ou operações Fonte: IALS (OCDE e Statistics Canada, 1995: 29).

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Em Portugal, o estudo às competências de literacia foi elaborado, entre 1994 e 1998. O Estudo Nacional de Literacia (ENL) nasceu após os censos de 1991 e, a partir de estudos preliminares de literacia, à população portuguesa. Referimo-nos ao estudo de literacia à população escolar de Sim-Sim & Ramalho (1993) e a um outro estudo dirigido por Ramalho (1994). Foi, ainda, organizado e coordenado por Benavente (1996) um estudo nacional A

Literacia em Portugal Resultados de uma pesquisa extensiva e monográfica, para aferir os

níveis de proficiência da população portuguesa, relativamente à leitura, à escrita e ao cálculo, aplicado a um universo de portugueses residentes em Portugal continental, com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos. Com base nos censos de 1991, Portugal apresentava resultados preocupantes, relativamente às qualificações escolares que não iam para além do 6º ano de escolaridade. A população ativa, de 2449 indivíduos, com idades compreendidas entre os 25 e 64 anos era a grande percentagem desse resultado, o que favorecia a dificuldade de integração na vida ativa e aumentava a probabilidade de literexclusão (Gomes, 2003) social e profissional. Após análise de dados, concluiu-se que apenas 7,9% dos investigados demonstraram posicionar-se no nível 4, 12,7% no nível 3, enquanto no nível 2 se posicionam 32,1% da população. Porém o cenário agrava-se mais, já que no nível 1 se encontram 37%, contra uns surpreendentes 10,3% no nível 0. Este retrato que carateriza a população portuguesa é bastante negativo, visto que a maioria dos inquiridos, cerca de metade, encontra-se nos níveis 0 e 1, revelando, pois, acentuadas dificuldades no uso e tratamento da informação escrita, no uso quotidiano, contra uma pequena minoria que se encontra posicionada nos níveis 3 e 4 (Ávila, 2008: 157). Se olharmos para distribuição das habilitações da mesma população, verificamos que os adultos possuidores do 3º ciclo do ensino básico se encontram distribuídos por três níveis: no nível 1 encontramos 34%; no nível 2 cotejamos 35%; já no nível 3 deparamo-nos com 32%. É de referir que esta população se encontra na faixa etária dos 25 aos 39 anos (Benavente et alii, 1996). No IALS, pretendeu-se, então, medir a literacia em prosa, a literacia documental e a literacia quantitativa, de modo a posicionar a população portuguesa.

Gráfico 1 - Perfil de literacia dos portugueses Fonte: IALS, 1998

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Um outro estudo realizado entre 2002 e 2006 e promovido também pela OCDE foi o

Adult Literacy and Lifeskills survey (ALL), onde participaram 6 países (Noruega, Suíça,

Bermudas, Estados Unidos da América, Itália, Canadá, México)98, tendo uma população entre 16 e 65 anos. Pretendeu-se aferir a literacia em prosa, a literacia documental e a numeracia, sobretudo na resolução de problemas. Neste estudo, Portugal não participou. Entendemos que, apesar da sua importância na caraterização e medição do contexto mundial, não identifica qualquer relevância no caso português. O Programme for the Internacional

Assessement of Adult Competencies (PIAAC) a desenvolver em 27 países99 é também promovido pela OCDE e decorrerá entre o período de 2008-2013, usando de uma amostra de 135 000 indivíduos, com idades compreendidas entre os 16 e os 65 anos. Em Portugal, o universo da amostra será composto por 1500 entrevistas, distribuídas por três regiões do país: Lisboa, Porto e Algarve, sendo parceiros, a ANQ, também representante de Portugal junto do

Board of Participating Countries (BPC) e o INE. Este programa, considerado “sucessor” do

IALS e do ALL, é mais abrangente na pesquisa, para avaliação de competências de adultos alguma vez realizada, embora tenha por base os estudos internacionais anteriores, “representa um importante avanço devido ao alargamento das dimensões cognitivas investigadas, à centralidade atribuída ao uso quotidiano das tecnologias da informação, à utilização, pela primeira vez, de computadores na administração de uma prova internacional e ao elevado número de países participantes” (Lopes, 2011: 7). Tal como os estudos anteriores, o PIAAC vai debruçar-se nas competências de literacia de uma forma bastante abrangente, não se confinando à literacia em prosa, documental e quantitativa, já que vai adaptar-se à realidade emergente da sociedade em desenvolvimento e dominada não só pelas novas tecnologias, como pela necessidade de aumento das qualificações no mercado de trabalho. Assim, tem em conta as componentes da leitura, pois permitem avaliar as competências básicas na área, como o reconhecimento de palavras, vocabulário e fluência dos entrevistados que demonstraram baixos níveis de literacia nas restantes dimensões em avaliação (Ávila et alii, 2010: 7): a literacia, enquanto capacidade de compreender e usar informação de diversos textos escritos, sendo um requisito essencial para desenvolver competências mais avançadas em leitura (Ávila, 2010: 7); a numeracia (literacia quantitativa), enquanto capacidade de usar, aplicar, interpretar e transmitir informações e raciocínios matemáticos, sendo uma competência essencial numa época em que as pessoas têm de lidar quotidianamente com uma grande variedade informação numérica e matemática e é paralela à, por isso torna-se importante avaliar como essas competências interagem; e a resolução de problemas em cenários tecnologicamente enriquecidos, numa sociedade da informação, tornando-se evidente demonstrar a capacidade de encontrar, avaliar e usar

98 O IALS reuniu 22 países e, em 2002, a OCDE lançou um novo estudo o ALL tendo participado 6 países

(Statistics Canada e OECD, 2005).

99 Os países intervenientes são vários, sendo a maioria da Europa, mas alargando-se a outros

continentes: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chili, Coreia, Dinamarca, Eslovénia, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos da América, Estónia, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Malta, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, Republica Checa e Suécia.

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informação proveniente de diversas fontes para resolver problemas como procurar um livro numa biblioteca, ou navegar numa página de Internet complexa (Ávila et alii, 2010)100. Aponta-se o ano de 2013 para a publicação dos resultados do relatório internacional pelo consórcio promotor desta iniciativa.

O objetivo deste estudo é, partindo dos resultados do IALS, verificar a evolução da população, relativamente ao período de 1998-2011, em termos do perfil (conhecimento do perfil) de literacia dos adultos portugueses, na sociedade. Mas, a forma como se adaptaram às novas exigências do mercado de trabalho e da sociedade, em geral, serve também para estabelecer uma comparação entre a população portuguesa e a restante, participante no estudo, bem como as preocupações que a população manifesta em aumentar determinados fatores de literacia, indispensáveis para a evolução a nível profissional, integração em ações de formação ao longo da vida e o impacto que estas medidas têm no desempenho profissional, pessoal e social dos portugueses. Este estudo é de longe considerado inovador e alargado, por tentar abranger um universo ampliado de indivíduos, de diferentes países, pertencentes a diferentes culturas, ambições e realidades distintas. Por outro, inova no alargamento das dimensões cognitivas consideradas, já que num primeiro estudo apenas foram consideradas a leitura, a escrita e o cálculo. Neste momento, além destas competências decidiu-se inovar e inserir a competência de TIC, como prática central do uso do quotidiano, tendo os indivíduos que manejar o computador e revelar competências nesta área, já que se trata de um pré-requisito para o cidadão hodierno demonstrar competências transversais para uma completa integração na sociedade, nas mais variadas vertentes.

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