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A tabela 31 resume as principais verbalizações que permitem interpretar as perceções dos intervenientes sobre os impactos gerados pela coadjuvação sobre as aprendizagens dos alunos.

QI 4 Categoria: impactos sobre as aprendizagens dos alunos (resultantes da coadjuvação) Unidades de Registo Verbalizações EiP + EfP + Edir + FG

- A coadjuvação contribui para a melhoria das aprendizagens dos alunos P1 (Ei 2.8):

In: Achas que esta estratégia, da coadjuvação, tem impacto na aprendizagem e resultados dos alunos? Estás a sentir que isto tem algum impacto? Estás a sentir impacto, por exemplo, nestas turmas em que tu estás a assistir, onde tu tens coadjuvação?

P1: Tem impacto. Pode não ter o impacto que nós gostaríamos, nomeadamente, em termos de resultado final, mas em termos do desenvolvimento do próprio hábito de estudo e de trabalho do aluno, em alguns alunos resulta.

P2 (Ei 2.8):

In: Acha que a coadjuvação em sala de aula é uma estratégia que tem impacto na aprendizagem e resultados dos alunos? Em que medida?

P2: Acho que tem. Embora nem sempre consigamos ver em termos de resultados finais. (…) Houve uma melhoria de uma percentagem pequena.

(…) Não se vê em termos de resultados de pauta, mas é uma melhoria que tem que estar registada (…) P1 e P2 (Ef 1.1):

In: Que balanço faz sobre o processo de coadjuvação em sala de aula? Contribuiu para a melhoria das aprendizagens dos alunos? Contribuiu para a melhoria dos resultados escolares dos alunos?

P2: Das aprendizagens sim. Em termos de resultados não é tão visível. Mas em termos de melhorias daquilo que eles evoluíram em termos de interesse, de motivação, de algumas lacunas que eles têm para trás conseguiram cobrir… isso, eu acho que sem dúvida. Agora, resultados palpáveis, em termos de pauta, não é assim tão visível quanto isso. P1: É aquilo que íamos falando ao longo da observação das aulas, que não se está a ver em termos de resultados… já se notou, ligeiramente… mas provavelmente no próximo ano é que se vai ver alguns alunos a ter um acompanhamento muito melhor… isto é, a longo prazo.

Dir (2.7): (…) Não se sentiu tanto foi nos resultados. (…) A ideia também não foi dizer assim - «olha, aplicamos e temos já sucesso»… não. Continuamos a não ter o sucesso a matemática que queríamos e vamos continuar a apostar nele. FG (3.9):

In: Sentes que estás a evoluir na disciplina? Muitos: sim.

FG (4.5):

In: As aulas com dois professores ajudam-te a compreender melhor a matéria? Aprendes mais? Todos: sim.

In: Aprendem mais? A maioria dos alunos: sim.

Aluno MA: não aprendemos mais, aprendemos a um ritmo maior.

Aluna MJS: aprendemos praticamente o mesmo, mas conseguimos aprender melhor. Aluna MJB: aprendemos melhor.

Aluno DT: se a stôra estiver a explicar e nós tivermos uma ou outra dúvida, nós não fazemos a stôra parar de explicar… Aluna MJS: …ela continua e temos a outra para explicar-nos pormenorizadamente a nós.

Aluno MA: não se aprende mais stôr, aprende-se a um ritmo normal. Fico melhor esclarecido mas aprendo ao mesmo ritmo que os outros…

FG (4.8):

In:As aulas coadjuvadas contribuíram para que: - evoluísses na forma de aprender matemática? Todos: sim

FG (6.4):

In: encaixam melhor os conteúdos e as matérias, com duas professoras? Todos: sim.

FG (10.1)

In: Este ano as tuas notas melhoraram na disciplina de Matemática? A maioria respondeu que sim.

FG (10.3):

In: Entendes melhor a matéria este ano? Todos: sim

- A coadjuvação contribui para uma maior participação e interesse pelas atividades letivas

P1 (Ei 2.8): Tem impacto. Pode não ter o impacto que nós gostaríamos, nomeadamente, em termos de resultado final, mas em termos do desenvolvimento do próprio hábito de estudo e de trabalho do aluno, em alguns alunos resulta. P2 (Ei 2.8): Houve uma melhoria de uma percentagem pequena. Mas não é só aí que temos que ver as melhorias, os alunos que estavam completamente desmotivados, agora estão muito mais motivados, estão mais interessados… continuam com negativa mas já sabem mais qualquer coisa, já tentam fazer sozinhos e já ficam satisfeitos por conseguir fazer algo, por isso isto é positivo.

P1 e P2 (Ef 1.1):

In: Que balanço faz sobre o processo de coadjuvação em sala de aula? Contribuiu para a melhoria das aprendizagens dos alunos? Contribuiu para a melhoria dos resultados escolares dos alunos?

P2: Das aprendizagens sim. Em termos de resultados não é tão visível. Mas em termos de melhorias daquilo que eles evoluíram em termos de interesse, de motivação, de algumas lacunas que eles têm para trás conseguiram cobrir… isso, eu acho que sem dúvida.

FG (4.8) :

In:As aulas coadjuvadas contribuíram para que: - participasses mais nas aulas?

Aluno G. F.: eu acho que sim, porque depois nós já vamos saber resolver e temos mais… capacidade para levantar o dedo e responder.

Aluno D. S.: ó stôr, alguns alunos já respondem mais e tiram melhores notas… têm mais percentagem (…).

- A coadjuvação contribui para uma maior atenção dos alunos na aula

FG (4.8):

In:As aulas coadjuvadas contribuíram para que: - estivesses mais atento? Todos: sim.

- A coadjuvação contribui para a motivação dos alunos pela disciplina

P2 (Ei 2.8): Houve uma melhoria de uma percentagem pequena. Mas não é só aí que temos que ver as melhorias, os alunos que estavam completamente desmotivados, agora estão muito mais motivados, estão mais interessados… continuam com negativa mas já sabem mais qualquer coisa, já tentam fazer sozinhos e já ficam satisfeitos por conseguir fazer algo, por isso isto é positivo.

P1 e P2 (Ef 1.1):

P2: (…) em termos de melhorias daquilo que eles evoluíram em termos de interesse, de motivação, de algumas lacunas que eles têm para trás conseguiram cobrir… isso, eu acho que sem dúvida.

FG (6.3):

In: Sentes-te mais motivado para a disciplina? Todos: sim.

- A coadjuvação contribui para o trabalho individual e autónomo dos alunos

P2 (Ei 2.8): (…) continuam com negativa mas já sabem mais qualquer coisa, já tentam fazer sozinhos e já ficam satisfeitos por conseguir fazer algo, por isso isto é positivo.

P1 e P2 (Ef 1.1):

In: Contribuiu para a autonomia dos alunos na disciplina? P1: Sim. P2: Sim. - A coadjuvação contribui para o desenvolvimento do hábito de estudar

P1 (Ei 2.8): Tem impacto. Pode não ter o impacto que nós gostaríamos, nomeadamente, em termos de resultado final, mas em termos do desenvolvimento do próprio hábito de estudo e de trabalho do aluno, em alguns alunos resulta. FG (4.8):

In:As aulas coadjuvadas contribuíram para que: - estudasses mais Matemática? Maioria dos alunos: sim

FG (4.8):

In: As aulas coadjuvadas contribuíram para que: - tivesses aprendido a estudar melhor?

Aqui os alunos estavam mais divididos – uns diziam que sim, mas outros, especialmente os bons alunos diziam que estudavam da mesma forma.

FG (10.2):

In: Estudas mais este ano do que em anos anteriores? Quase todos os alunos: sim.

- Trabalha-se mais na aula

FG (4.8):

In:As aulas coadjuvadas contribuíram para que: - pudesses resolver mais exercícios? Todos: sim.

- A coadjuvação contribui para perder o “medo” à disciplina

FG (4.8):

In:As aulas coadjuvadas contribuíram para que: - perdesses o “medo” à Matemática? Todos: sim. - A coadjuvação contribui para a melhoria do comportamento dos alunos FG (4.8):

In: As aulas coadjuvadas contribuíram para que: - a turma se comportasse melhor? Todos: sim.

Relativamente à perceção das docentes, estas consideram que o trabalho de coadjuvação em sala de aula tem impacto positivo na aprendizagem dos alunos, embora nem sempre se traduza em melhoria dos resultados finais, expressos nas pautas de avaliação9. Porém, segundo as professoras, as melhorias que se verificam, e que devem ser alvo de registo e reflexão, se traduzem, essencialmente, em:

 desenvolvimento do hábito de estudar e de trabalho dos alunos;

 maior motivação pela disciplina;

 maior interesse demonstrado;

 melhoria do trabalho individual e autónomo dos alunos;

 melhoria no aproveitamento, embora discreta,

O trabalho em coadjuvação proporcionou condições favoráveis para colmatar lacunas existentes no domínio dos conhecimentos dos alunos no âmbito da disciplina, fator que limitava o progresso da sua aprendizagem e a sua autonomia. Quebrar estes obstáculos constituiu um passo em frente.

De acordo com as docentes P1 e P2, o impacto da coadjuvação sobre o aproveitamento dos alunos, poderá fazer-se sentir, se for realizado de forma continuada e a longo prazo.

Tal como as docentes, o Diretor refere que a coadjuvação não tem ainda impacto significativo nos resultados dos alunos, referindo que no caso dos alunos com mau aproveitamento, o trabalho para a recuperação é muito difícil, requerendo “doses significativas de motivação”. Como tal, o Diretor também é da opinião de que os impactos deste processo (coadjuvação) se poderão fazer sentir num trabalho realizado a longo prazo, pelo que deve continuar a apostar- se no mesmo.

Pela entrevista ao Diretor, infere-se que este considera que projetos como a coadjuvação, constituem uma nova abordagem para a prossecução dos objetivos da escola, ajudando a contrariar o status quo fomentador do individualismo, que não contribui para as boas práticas ou melhorias no processo de ensino-aprendizagem.

Relativamente à perceção dos alunos, disponibilizada por focus group, o grupo representativo entrevistado considerou que, de um modo geral:

 os alunos da turma estão a evoluir na disciplina, referindo que as aulas coadjuvadas constituem uma ajuda para a melhor compreensão das matérias, sentindo-se mais

9

Esta foi a perceção das docentes P1, P2 no momento da entrevista inicial, no qual se dispunha da avaliação realizada no primeiro e segundo períodos. Embora se registasse uma evolução nos resultados escolares dos alunos, esta não se considerou muito significativa.

esclarecidos em relação aos conteúdos. Para si, a coadjuvação contribui para uma aprendizagem mais eficaz e a um ritmo mais elevado;

 as aulas coadjuvadas ajudam os alunos a melhorar os resultados escolares na disciplina, na medida em que, segundo os discentes, duas professoras conseguem explicar melhor as matérias e prestam um apoio mais individualizado, especialmente, aos alunos que apresentam maiores dificuldades;

 as aulas coadjuvadas contribuíram para que os alunos:

- resolvessem mais exercícios e, deste modo, se preparassem melhor na disciplina; - trabalhassem mais na aula;

- perdessem o “medo” à matemática, isto é, deixassem de ter tanto receio de ser mal sucedidos e, por sua vez, de encarar a disciplina como um obstáculo intransponível, ganhando confiança;

- participassem mais nas aulas, uma vez que conseguiram estar mais esclarecidos para resolver problemas ou questões propostas;

- melhorassem o comportamento e, consequentemente, estivessem mais atentos, uma vez que se proporcionou um maior controlo sobre os comportamentos. De acordo com os alunos, nas aulas coadjuvadas, as docentes exercem um bom controlo sobre as distrações, mantendo os alunos sempre ocupados sobre as tarefas de aula, prestando “assistência” aos que apresentam maiores dificuldades e que poderiam “desligar-se” das atividades propostas ou dos assuntos em abordagem;

- estudassem mais para a disciplina, em alguns casos.

 os alunos sentem mais motivação e segurança na sua aprendizagem, uma vez que compreendem melhor os conteúdos e matérias da disciplina.

Os alunos referiram ainda que o seu insucesso se deve, essencialmente, à falta de estudo, no entanto, as aulas coadjuvadas ajudaram a melhorar a sua aprendizagem e, como consequência, de acordo com a perceção da maioria, o seu aproveitamento também melhorou (exceto para os alunos que já tinham bom aproveitamento – esses mantiveram os seus bons resultados).

In: Entendes melhor a matéria este ano?

Todos - sim

In– e o insucesso? Há aqui alguns alunos que têm insucesso. Vocês acham que se deve à aula, ou à falta de estudo?

Todos – falta de estudo.

In: Este ano as tuas notas melhoraram na disciplina de Matemática? Se sim a que atribuis essa melhoria?

A maioria respondeu que sim.

DS – ó stôr, as minhas notas estão iguais às do ano passado… dois cincos, o resto tudo quatro. In– mas diz-me lá… consideras que estás a aprender melhor? Ou não?

DS – sim. Em percentagem tiro notas mais altas. In– e tu estás a aprender melhor? (Dirigia-se para o DF) DF – eu estou stôr.

In– e tu GM?

GM – Não. (Nota: o aluno já tem bom aproveitamento à disciplina).

MJB – agora estou a piorar em relação ao 2º período. Tem a ver com a matéria. No período passado gostava mais da matéria…

MA – eu fui um foguetão stôr… do 2º para o 3 período. Tirei tudo suf. Subi tudo.

Focus Group aos alunos, questão 10.1

Assim, os discentes, são da opinião de que as coadjuvações em sala de aula se deveriam estender a outras disciplinas, atendendo à experiência positiva que sentiram na matemática.

In: Achas que a professora coadjuvante deveria estar em todas as aulas?

Todos – sim.

MA – não só em matemática stôr.

DS – em algumas (disciplinas) em que se tiram muitas negativas… Vários – português, geografia e história…

Vários – geografia e história… (Disciplinas que envolvem, basicamente, estudo e consolidação em casa)… In– Então vocês acham que isto era útil existir para as outras disciplinas…

Todos – sim.

In: Achas que as duas professoras juntas na sala de aula fazem um bom trabalho de equipa para com os alunos?

Todos – sim… fazem. MA – é a equipa imbatível.

Focus Group aos alunos, questões 4.1 e 4.2

4.4.2 - Perceção sobre os impactos nas aprendizagens dos alunos, gerados pelo

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