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PESQUISA DE ESTAFILOCOCOS COAGULASE POSITIVA E ESCHERICHIA COLI EM PESCADOS CAPTURADOS EM

COMUNIDADES PESQUEIRAS DE SÃO FRANCISCO DO CONDE-

BAHIA.

CAZUMBÁ, Ícaro¹, SÁ, Elma Pereira de2, MATIELLO, Áquila Samara Silva Quadros3,

CAMPOS, Priscila Nunez, CARDOSO, Ryzia de Cassia Vieria5.

1

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos - Faculdade de Farmárcia-Universidade Federal da Bahia-Salvador/BA.

2

Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde-Escola de Nutrição - UFBA.

3

Aluno especial do Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde, Escola de Nutrição - UFBA.

4

Bolsista do Programa Institucional de Iniciação Científica - UFBA

5

Professora do Depto de Ciência de Alimentos, Escola de Nutrição - UFBA

Laboratório de Controle de Qualidade de Alimentos, na Escola de Nutrição da UFBA. Rua

Araújo Pinho, 32, Bairro Canela. CEP- 40110150, Salvador-BA (e-mail:

icarocnn@yahoo.com.br)

RESUMO: Este trabalho teve por objetivo investigar a presença de Escherichia coli e estafilococos coagulase positiva em quatro espécies de pescados recém-capturados, na costa de São Francisco do Conde- BA. Trata-se de estudo transversal, realizado entre os meses de setembro e dezembro de 2010, onde foram coletadas 40 amostras de pescados, em três localidades do município de São Francisco do Conde. Foram selecionadas as quatro espécies mais capturadas no município, assim distribuídas: 13 amostras de sururu (Anomalocardia brasiliana.), 4 amostras de camarão (Penaeus spp.), 16 amostras de tainha (Mugil brasiliensis.) e 7 amostras de robalo (Centropomus undecimalis.). As coletas foram realizadas ainda nos barcos, no momento de desembarque, ou após a captura, sendo acondicionadas em embalagens assépticas, em caixas isotérmicas com gelo, e encaminhadas para análises. Foram procedidas a contagem de estafilococos coagulase positiva e de Escherichia coli, conforme técnicas preconizadas pela American Public Health Association. Os resultados evidenciaram a ausência em 100% de estafilococos coagulase positiva em 100% das amostras e que 5% (n=2) mostraram-se positivas para Escherichia coli. Deste modo, conclui-se que, mesmo quando recém capturado, o pescado apresentar contaminação associada à má qualidade da água, a partir do descarte de dejetos.

INTRODUÇÃO: O pescado é um dos alimentos mais susceptíveis à deterioração, devido à atividade de água elevada, à sua composição química, ao pH próximo da neutralidade, além de se considerar às condições de captura e conservação, que favorecem o desenvolvimento microbiano1,2, um dos responsáveis principais pelo surgimento de alterações.

O pescado pode atuar como potencial veiculador de microrganismos patogênicos para o homem, como Staphylococcus spp., Escherichia coli, Salmonella spp, entre outros3. A Salmonella e a Escherichia coli são reconhecidas como importantes patógenos

causadores de infecções e intoxicações alimentares, sendo que a contaminação de alimentos com microrganismos de origem fecal deve sempre ser assumida como um sério problema4.

O presente trabalho teve por objetivo investigar a presença de Escherichia coli e estafilococos coagulase positiva em espécies de pescados recém-capturados, na costa de São Francisco do Conde- BA.

MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal, realizado entre os meses de setembro e dezembro de 2010, onde foram coletadas 40 amostras de pescados, em três comunidades pesqueiras do município de São Francisco do Conde-BA. Foram selecionadas as quatro espécies mais capturadas, assim distribuídas: 13 amostras de sururu (Anomalocardia brasiliana.), 4 amostras de camarão (Penaeus spp.), 16 amostras de tainha (Mugil brasiliensis.) e 7 de robalo (Centropomus undecimalis.).

As amostras foram coletadas no momento de desembarque dos barcos ou logo após a captura – no caso do sururu, sendo acondicionadas em embalagens assépticas, em caixas isotérmicas com gelo e encaminhadas ao Laboratório de Controle de Qualidade de Alimentos, na Escola de Nutrição da UFBA. Foram procedidas a contagem de estafilococos coagulase positiva e de Eschericia coli, de acordo com técnicas da American Public Health Association – APHA5. Os resultados das análises foram confrontados com os padrões microbiológicos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Ministério da Saúde6.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Das 40 amostras analisadas 17 (42,5%) apresentaram colônias típicas para Escherichia coli. Dessas, após condução de provas bioquímicas, apenas 2 (5%) mostraram-se positivas para Escherichia coli. Apesar da maioria dos estudos não focarem sobre a temática da contaminação dos pescados nos desembarques, pelo resultado obtido, verifica-se que o pescado pode estar contaminado, mesmo em seu habitat natural.

Em estudo realizado em Teresina–PI, Muratori et al. 7 constataram que 41,1% das amostras de peixe comercializados na região, estavam impróprias para o consumo, em virtude do isolamento de colônias de E. coli.

Com relação ao estafilococos coagulase positiva, registrou-se ausência de microrganismos em 100% das amostras analisadas. No caso, considera-se que o resultado negativo pode ser indicar o pouco manuseio do pescado, logo após a captura, uma vez que esse microrganismo procede predominantemente dos manipuladores (pescadores).

CONCLUSÕES: Mediante os resultados, pode-se concluir que a identificação de Escherichia coli entre as amostras analisadas indica que o pescado, mesmo em seu habitat natural, pode ser contaminado, sobretudo pelo despejo de diversos dejetos nas águas marinhas. A não evidência de estafilococos coagulase positiva, provavelmente, indica o limitado manuseio do pescado, no seu momento imediato de pós-captura .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BARROS GC, Perda de qualidade do pescado, deteriora e putrefação. Revista CFMV 2003; 30: 59-64.

2. NICKELSON II R, MACCARTHY S&FG. Fishes, crustaceans and precooked seafoods. In Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods. F.P. Downes & K. Ito, ed 2001 4:497-505.

3. FARIAS MCA, MOURA CSAF, FREITAS JÁ. Qualidade microbiológica do pescado beneficiado por indústrias no estado do Pará. Rev. Higiene Alimentar 2007(150); 21:254.. 4. MAGNANI A L, GIOMBELLI A, SHUCK MS, BUSATO M A, SILVA N L. Incidência de Salmonella e Escherichia coli em carne suína in natura e salame colonial, consumidos pela populaçäo de Chapecó - SC Higiene Alimentar 2000; 14:44-47.

5. DOWNES FP, ITO K. (Ed) Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods. American Public Health Association, 2001. 676p.

6. BRASIL. Resolução nº12, de 02 jan 2001 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Regulamento Técnico Sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, 10 jan 2001.

7. MURATORI MCS, COSTA APR, VIANA CM, RODRIGUES PC, de PODESTE Jr RL. Qualidade sanitária de pescado “in natura”. Revista Higiene Alimentar, 2004;18(116-117): 50-4.

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E DE MINERAIS

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