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Habilitações Literárias dos Pais

CAPÍTULO 2 – A ATIVIDADE EDUCATIVA NOS CONTEXTOS DE ESTÁGIO

1. Organização Curricular da Educação Pré-Escolar e do º Ciclo do Ensino Básico

1.1. Legislação e Documentos Orientadores

1.1.2. Programas do 1.º Ciclo do Ensino Básico

Ao contrário da EPE, onde existe apenas um documento que orienta o educador sobre alguns temas/conteúdos a trabalhar ao longo do ano letivo, sendo apenas um ponto de apoio, no 1.º CEB o professor é guiado por vários programas mais específicos, onde é apresentado um conjunto de conteúdos, objetivos, etc. que o professor tem de levar a cabo.

Seguidamente faremos uma breve apresentação de cada programa das áreas trabalhadas ao longo do nosso período de estágio: estudo do meio, matemática e português.

 Programa de Estudo do Meio

O Programa de Estudo do Meio (2004) foi homologado pelo Despacho n.º 139/ME/1990 a 16 de agosto (publicado no Diário da República n.º 202, II série de 1 de setembro). Está integrado num documento denominado de Organização Curricular e Programas – Ensino Básico 1.º Ciclo (2004) e neste documento podemos encontrar, não só o programa em questão mas também os restantes programas das áreas disciplinares do 1.º CEB. No entanto, o programa de estudo do meio foi o único que ainda não sofreu alterações.

O Programa de Estudo do Meio (2004) apresenta-nos, em primeiro lugar, os seus princípios orientadores, onde nos alerta para o facto de que nesta idade as crianças já possuírem algumas experiências e saberes e que cabe à escola “[…] valorizar, reforçar, ampliar e iniciar a sistematização dessas experiências e saberes, de modo a permitir […] a realização de aprendizagens posteriores mais complexas […]” (Departamento da Educação Básica 2004:101) tornando os alunos observadores ativos, capazes de investigar, experimentar, descobrir e aprender (Departamento da Educação Básica 2004).

Seguem-se os objetivos gerais e os blocos de aprendizagem, sendo estes segundos, à descoberta de si mesmo, à descoberta dos outros e das instituições, à descoberta do ambiente natural, à descoberta das inter-relações entre espaços, à descoberta dos materiais e objetos e à descoberta das inter-relações entre a natureza e a sociedade. Cada bloco de aprendizagem está dividido pelos anos de escolaridade do 1.º CEB (Departamento da Educação Básica 2004).

 Programa de Matemática

O Programa de Matemática (2007) trabalhado ao longo da nossa prática educativa foi homologado a 28 de dezembro de 2007 e como o próprio indica constitui um reajustamento do programa de matemática para o ensino básico, datado do início dos anos noventa (Ponte et

al. 2007).

O Programa de Matemática (2007) começa por nos apresentar as duas finalidades fundamentais do ensino da matemática e os objetivos gerais do mesmo. Posteriormente apresenta-nos os temas matemáticos e as capacidades transversais que devem ser trabalhadas em cada ciclo. Após isto, expõe as orientações metodológicas gerais, fala-nos da gestão curricular e da avaliação. Por fim, o Programa de Matemática (2007) desenvolve os diversos tópicos e objetivos a trabalhar para cada ciclo de ensino (Ponte et al. 2007).

Para o 1.º CEB, os temas apresentados são os seguintes: números e operações; geometria e medida; e organização e tratamento de dados (Ponte et al. 2007).

 Programa de Português

O Programa de Português do Ensino Básico (PPEB) (2009) conta com a coordenação do Professor Catedrático e atual reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis e com a colaboração de mais oito autores (Reis et al. 2009). Trata-se de uma revisão dos programas praticados até então e surgiram da necessidade de

[…] incorporarem não apenas resultados de análises sobre práticas pedagógicas, mas também os avanços metodológicos que a didáctica da língua tem conhecido, bem como a reflexão entretanto produzida em matéria de organização curricular […] (Reis et al. 2009:3).

Assim, a revisão e posterior reformulação do programa de 1991 contou essencialmente com uma reorganização dando origem a abordagens mais ajustadas à realidade atual do ensino. No entanto, muitas componentes programáticas não necessitaram de reformulação (Reis et al. 2009).

Este novo programa foi concebido de forma a originar um documento de fácil utilização por parte dos professores, claro e sintético. Pretende apresentar os rumos a seguir pelos professores de forma a que não os obrigue a lecionar o que apresenta concretamente, mas sim em adequar os ensinamentos à realidade da turma (Reis et al. 2009).

O programa tem várias divisões facilitando a sua consulta. No geral, podemos dizer que está dividido em três partes – as questões gerais, os programas e os anexos.

A primeira parte apresenta-nos o enquadramento, os fundamentos e conceitos-chave e as opções programáticas. Aqui, é explanado o motivo da reorganização do antigo programa, os termos e conceitos utilizados ao longo do programa e as opções programáticas que regem o desenvolvimento dos programas. A segunda parte expõe os programas, propriamente ditos, organizados por ciclos. Aqui é caraterizado o ciclo de ensinos, são apresentados os resultados esperados de acordo com o final de cada ciclo, segue-se a apresentação do quadro de descritores de desempenho e conteúdos, apresenta-se o corpus textual – com critérios de seleção e quadro-síntese – e, por fim, surgem as orientações de gestão para cada ciclo. A terceira parte conta com uma lista de anexos – listas de autores e de textos para leitura, elenco de materiais de apoio, conselho consultivo e grupo de trabalho.

No que se refere aos conteúdos de português do 1.º CEB, os autores do PPEB (2009) decidiram dividir os conteúdos específicos em dois grupos – num grupo encontramos os primeiro e segundo anos de escolaridade e num segundo grupo encontramos os terceiro e quarto anos. Cada um destes momentos está dividido em áreas de compreensão do oral, expressão oral, leitura, escrita e conhecimento explícito da língua.

Para além deste documento, existem outros que foram produzidos de forma a constituir uma referência ao ensino e à aprendizagem do português, uma vez que, e como o próprio PPEB (2009) refere “[…] a nossa língua é um fundamental instrumento de acesso a todos os saberes; e sem o seu apurado domínio, no plano oral e no da escrita, esses outros saberes não são adequadamente representados […]” (Reis et al. 2009:6). Desta forma, os professores de português podem ainda contar, de acordo com o PPEB (2009), com o Programa Nacional do Ensino do Português – desenvolvido para aprofundar a formação de professores de português; o Plano Nacional de Leitura; a Conferência Internacional sobre o Ensino do Português – ocorrida em Lisboa em maio de 2007 – e, por fim, o Dicionário Terminológico, “[…] documento que fixa os termos a utilizar na descrição e análise de diferentes aspectos do conhecimento explícito da língua […]” (Reis et al. 2009:4).