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Tecnologias que importam

No documento La Vem Todo Mundo Shirky Clay (páginas 155-161)

Quando eu era menino, uma das discussões acaloradas entre meus amigos nerds era se estávamos vivendo na Era Atômica ou na Era Espacial. Estávamos convencidos de que essas duas tecnologias eram as que definiam a nossa época, uma certeza herdada das páginas de  Popular Science e  Popular Mechanics. A única questão interessante era saber o que provocaria maior transformação

 perguntar qual de duas tecnologias era mais importante; o que não sabíamos era que havíamos escolhido o par errado. As tecnologias mais importantes de nosso tempo não eram a energia atômica e o voo espacial, eram o transistor e a pílula anticoncepcional.

A tecnologia ideal, pronta para ser capa de revista, tem uma engenharia assombrosa e um conjunto de usos banal. “No futuro teremos carros voadores!” (É mesmo? Parece ótimo!) “E vamos usá-los para ir trabalhar.” (Ah.) A energia atômica é um exemplo desse padrão. Construir e operar  reatores envolve tarefas complexas, perigosas e agradavelmente fotogênicas, mas, no fim das contas, os reatores são sobretudo substitutos para usinas mais antigas. As características de um transistor eram o oposto dos esforços heroicos exigidos pela engenharia nuclear ou pelo voo espacial. O que é um transistor senão um minúsculo interruptor? Fazia anos que tínhamos interruptores – o que poderia haver de tão espetacular em um pequeno? O próprio tamanho do transistor, porém, significava que tudo na sociedade que dizia respeito a informação seria virado de cabeça para baixo, o que revelou ser algo muito mais espetacular do que a energia nuclear tem sido.

Quando eu era adolescente, lembro-me de ler cartas ao editor no jornal de minha cidade em que os adultos questionavam a conveniência de se permitir aos estudantes o uso de calculadoras. A  preocupação tácita era que, assim como tinham aparecido tão repentinamente, as calculadoras  pudessem desaparecer de maneira igualmente súbita. O que nenhum dos adultos nessa conversa compreendia era que nunca mais haveria um dia em que precisaríamos dividir dois números de sete dígitos no papel. O que lhes parecia ser uma nova capacidade provisória era na verdade uma mudança profunda e permanente, mudança que nós estudantes reconhecemos de imediato.

Tal como a energia nuclear, o voo espacial estava distante de quaisquer mudanças na vida cotidiana. Quando chegou a hora de se imaginar voos comerciais no espaço, a ideia foi apresentada como se se tratasse de um voo de avião, só que mais alto. Há uma cena maravilhosa em 2001: Uma odisseia no espaço (em 1968, ano em que o filme foi rodado, supunha-se que 2001 seria o ano em que estaríamos viajando para o espaço), em que as comissárias de bordo espaciais, trajando minissaias cor-de-rosa, dão boas-vindas ao passageiro que acaba de embarcar. É a perfeita visão midiática do futuro – a tecnologia muda, o comprimento das saias continua o mesmo, e a vida segue mais ou menos como é hoje, só que mais rápida, mais alta e mais reluzente. Em contraposição, a  pílula anticoncepcional, como o transistor, parecia oferecer apenas uma ligeira melhora em relação

aos métodos então existentes. Mas ao fazer do controle da fertilidade uma decisão unilateral e, acima de tudo, da mulher, que não precisava ser negociada caso a caso, a pílula transformou a sociedade de uma maneira muito mais importante que qualquer coisa já realizada pela Nasa. O filme com as atraentes comissárias de bordo espaciais na reluzente e nova estação espacial invertera as coisas – desde 1968, os meios de transporte não evoluíram muito, mas o papel da mulher na sociedade foi transformado.

O transistor e a pílula anticoncepcional são duas coisas muito diferentes, mas têm algo em comum: são invenções em escala humana que foram introduzidas na sociedade pessoa por pessoa e tiveram mais importância que invenções gigantescas impelidas por esforços maciços e contínuos. Essas tecnologias mudaram a sociedade precisamente porque ninguém controlava a maneira como eram usadas, ou por quem. Isso está acontecendo de novo hoje. Um milhão de vezes por dia, alguém experimenta uma nova ferramenta social; alguém em Moçambique compra um telefone celular, alguém em Xangai dá uma olhada na versão chinesa da Wikipédia, alguém na Bielo-Rússia

ouve falar dos protestos por flash mobs, alguém no Brasil ingressa em uma rede social.

Atualmente, grande parte do mundo pode usar essas ferramentas, e daqui a uma década será a maior parte do mundo. Os telefones celulares, que começaram como versões pessoais dos telefones comuns, estão assumindo todas as funções necessárias para se tornar ferramentas sociais – torpedos digitais, a capacidade de enviar mensagens para grupos, e, sobretudo, interoperabilidade com a internet, a primeira e a melhor rede formadora de grupos. A disseminação global de celulares foi realmente impressionante. Em 1994, o engenheiro de telecomunicações Greg LeVert estimou que só metade da humanidade tinha dado um telefonema. Em 2008, havia 3,3 bilhões de assinantes de telefones celulares, em uma população adulta global de menos de 5 bilhões. Esse aumento em escala, tanto da mídia social subjacente quanto da população que a utiliza, ainda está gerando surpresas, porque sistemas grandes se comportam de maneira diferente dos pequenos.

Um nome apropriado para exprimir a maneira como mais é diferente é “efeito de rede”, o nome dado a redes que se tornam mais valiosas à medida que as pessoas as adotam. Robert Metcalfe, o inventor do protocolo de rede Ethernet, deu seu nome a uma lei que descreve esse aumento de valor. A Lei de Metcalfe costuma ser formulada desta maneira: “O valor da rede cresce com o quadrado de seus usuários.” Quando duplicamos o tamanho da rede, quadruplicamos o número  potencial de conexões. Eis o Paradoxo dos Aniversários, remodelado como fonte de valor em vez

de custo.

Ser a única pessoa no mundo capaz de enviar e-mails não é uma proposta incrivelmente empolgante, mas, quando você passa a poder enviar e-mails, cada novo usuário significa que há mais alguém com quem você pode trocar mensagens. Essas pessoas gastam dinheiro para acessar a internet, mas, quando o fazem, o valor potencial do seu computador aumenta também, com a ênfase em “potencial”. Graças à homofilia, o valor que você percebe quando um dos seus amigos entra na rede é muito mais alto que o valor decorrido de quando um estranho qualquer do outro lado do mundo se conecta, mas, como exemplos semelhantes ao do terremoto de Sichuan deixam cada vez mais claro, as conexões não precisam ser todas diretas para ser valiosas. De repente, ter Kaiser  Kuo no Twitter foi mais valioso, para um número muito maior de pessoas, durante o terremoto do que tinha sido antes dele.

A internet, é claro, acrescenta como uma possibilidade não só conexões de pessoa para pessoa, mas também formação de grupos. David Reed, um dos primeiros projetistas da internet, também formulou uma lei epônima, que diz que o valor das redes formadoras de grupo cresce exponencialmente com o número de usuários. A lógica aqui é que, em um grupo de quatro pessoas, há seis maneiras de se estabelecer uma conversa em mão dupla (A com B, A com C etc.), mas, com ferramentas formadoras de grupos, pode haver também quatro diferentes conjuntos de conversas em três sentidos, ou todas as quatro pessoas podem participar de uma conversa. Com dez pessoas, há 45 pares (Lei de Metcalfe), mas mil possíveis subgrupos (Lei de Reed). A Lei de Reed se baseia também no potencial  de comunicação: a vasta maioria de subgrupos possíveis que nunca se forma realmente. O número de redes de 1 milhão de pessoas que teoricamente poderiam existir na internet é incalculável, mas quase nenhuma delas surgirá de fato, porque não há muita coisa que uma rede de 1 milhão de pessoas possa fazer. A maior parte da ação na Lei de Reed vem da formação de grupos em escala humana – dezenas, centenas, por vezes milhares de pessoas, não milhões ou  bilhões. Como no caso da Lei de Metcalfe, o crescimento da população em rede aumenta o número de grupos em potencial, mas o valor resultante da Lei de Reed cresce muito mais depressa que o da

Lei de Metcalfe, porque há muito mais grupos em potencial do que pares em potencial.

As leis de Metcalfe e de Reed pensam o valor para indivíduos e grupos decorrente de todas essas novas opções, mas o que deve acontecer com a sociedade em geral com a difusão da formação ridiculamente fácil de grupos? A mudança mais óbvia é que teremos mais grupos, muito mais grupos do que jamais vimos. Será isso uma boa coisa? Será um ganho para a sociedade a explosão de novos grupos perseguindo novas possibilidades com novas ferramentas? Mesmo admitindo que essas mudanças pelas quais estamos passando sejam penosas para muitas organizações existentes e que produzam tanto efeitos positivos quanto negativos, há dois argumentos que sugerem que elas serão benéficas. O primeiro deles baseia-se no valor líquido, e o segundo, em pressupostos políticos.

O argumento do valor líquido é simples – maior flexibilidade e poder para a ação grupal terão mais efeitos bons que ruins, fazendo com que o saldo das mudanças atuais seja positivo. Exemplos como a ascensão dos softwares de código aberto mostram que novos tipos de valor estão sendo criados em toda parte, e que os bons aspectos dessas novas capacidades podem superar as desvantagens. Usos mais recentes, como as flash mobs  dos jovens bielo-russos, a greve dos estudantes em Los Angeles e os protestos dos pais chineses, mostram que, à medida que se espalham, as ferramentas sociais podem ser também social e politicamente relevantes.

Uma última comparação com a imprensa tipográfica é instrutiva aqui. Como o abade de Sponheim percebeu corretamente, a difusão da palavra impressa significou o fim da tradição ancestral dos escribas; tendo compreendido isso, porém, ele concluiu que, se os escribas eram valiosos, era ruim para a sociedade como um todo que eles perdessem seu meio de vida. O abade estava imbuído de uma crença econômica comum chamada falácia da “porção de trabalho”. Essa falácia é a suposição de que há certa quantidade de trabalho na sociedade, uma porção de trabalho, e que todo dispositivo que poupe trabalho deve portanto piorar a sociedade, pois pessoas perdem o emprego. Na verdade, mudanças como a imprensa tipográfica destroem alguns tipos de emprego, mas criam outros, além de beneficiar uma faixa muito maior da sociedade. Antes da imprensa tipográfica, grande parte da produção dos escribas consistia na mera cópia de material mais antigo; depois que a imprensa aumentou em mil vezes sua oferta possível, o preço dos livros caiu e a demanda aumentou. A resultante difusão da alfabetização e do conhecimento beneficiou a sociedade como um todo e levou a uma explosão de empregos para professores, editores, cientistas e assim por diante. Quando nos livramos de custos antigos, podemos aplicar o tempo e o dinheiro  poupados em novas coisas, que eram imprevisíveis no regime anterior. A profissão de webdesigner 

não teria feito mais sentido para um operador de linotipo que a de tipógrafo para um escriba.

Uma debilidade mais sutil do argumento do valor líquido, porém, mesmo fora da falácia da “porção de trabalho”, é que mudanças boas e ruins criadas por grupos dotados de nova flexibilidade são incomensuráveis, isto é, não podemos comparar, digamos, o valor de novas formas de ação coletiva, como a dos garotos da Bielo-Rússia, com a maior resiliência de redes de grupos terroristas. Para quem é propenso a ver os bons efeitos das mudanças iminentes, um valor   positivo para a sociedade pode ser assegurado pela simples decisão de atribuir mais peso aos  benefícios que às desvantagens; por outro lado, para os que acreditam que o mundo está se transformando rapidamente num inferno, essa conclusão pode também ser sustentada pelas evidências – basta decidir que as novas coisas ruins são piores ou mais numerosas que as novas coisas boas.

A avaliação do valor líquido, por mais atraente que seja, encalha nessa incomensurabilidade, e discussões sobre o saldo positivo ou negativo das novas formas de compartilhamento ou colaboração revelam mais sobre quem fala do que sobre o assunto. O valor líquido é uma ótima ferramenta quando se está discutindo a mera melhoria tecnológica – gasolina sem chumbo é melhor  que gasolina com chumbo, trens velozes são melhores que trens lentos etc. Quando uma verdadeira revolução está em curso, porém, o valor líquido é inútil, já que as sociedades antes e depois da revolução são diferentes demais para que sejam facilmente comparáveis.

O segundo argumento em defesa das novas capacidades para grupos desconsidera o valor  descritivo, concentrando-se no valor político. Desse ponto de vista, as mudanças atuais são boas  porque aumentam a liberdade que as pessoas têm de falar e fazer o que quiserem. Esse argumento

não sofre os problemas da incomensurabilidade, pois o aumento de várias formas de liberdade, em especial da liberdade de expressão, de imprensa e de associação, é considerado desejável em e  por si mesmo. Nessa perspectiva, os jovens bielo-russos e os pais chineses já tiveram sucesso sob

um aspecto, ao se engajar em ação política contra os desejos do governo. Isso não significa que não haverá dificuldades relacionadas a nossas novas capacidades – há muito os defensores da liberdade notaram que há problemas peculiares às sociedades mais livres. Mas eles consideram que o valor da liberdade é maior que os problemas, não com base em um cálculo de valor líquido, mas porque liberdade é a coisa certa a desejar para a sociedade.

O argumento pró-liberdade não implica uma sociedade sem regras. Dois atos de desobediência civil na história dos Estados Unidos no século XX demonstram isso. A decisão de grande parte da  população de ignorar a proibição constitucional do consumo de álcool nos anos 1920 e o limite de

velocidade de noventa quilômetros por hora nos anos 1980 acabaram derrubando essas restrições. Elas fracassaram porque o custo de sua imposição, em especial o nível de vigilância, era incompatível com uma sociedade livre. O fracasso desses regimes regulatórios não significa,  porém, que hoje qualquer pessoa possa beber ou que não haja limite de velocidade. Os resultados

dos protestos foram simplesmente uma mudança para normas menos restritivas. A tensão fundamental no argumento pró-liberdade está em compreender quando é aceitável que a liberdade seja limitada, dentro de um contexto que pressupõe que a tendência deveria ser para o aumento da liberdade. O princípio básico aqui é que os efeitos imprevisíveis da comunicação mais livre  beneficiarão a sociedade, tal como no caso do surgimento imprevisto de uma comunidade

internacional de cientistas e matemáticos após a invenção da imprensa tipográfica.

Até o argumento pró-liberdade, porém, corre o risco de superestimar o grau de controle que temos sobre a mudança nas capacidades dos grupos. Perguntar se deveríamos permitir a difusão dessas ferramentas sociais presume que poderíamos fazer algo a esse respeito se a resposta fosse “Não”. Essa hipótese é suspeita, precisamente em razão do tipo de mudanças envolvido.

A energia nuclear é uma tecnologia em relação à qual a sociedade pode, por enquanto, tomar  uma decisão. Devido ao custo e às restrições regulatórias implícitas na energia nuclear na maioria das nações, um país pode decidir se quer ou não usinas nucleares em seu solo, e quantas. Esse grau de escolha no nível nacional, porém, está ligado ao custo de dizer “Sim” – bilhões de dólares de investimento e uma vigilância eterna para monitorar sua segurança. A difusão de nossas ferramentas sociais é algo completamente diverso – cada vez que uma pessoa compra um telefone celular, uma das escolhas tecnológicas mais rotineiras que existem hoje em dia, ela se conecta com a grade de ferramentas sociais e, como vimos após o terremoto de Sichuan, os efeitos da associação a essa

rede podem ser ao mesmo tempo rápidos e globais. Os pais chineses têm tanto os meios para  participar de uma conversa global quanto a esperança de fazê-lo, não só porque notícias do mundo

chegam velozmente até eles, mas porque notícias dos chineses estão também saindo velozmente do  país.

Para usar uma metáfora, o controle da sociedade sobre a energia nuclear é como dirigir um carro, abastecido com gasolina e dotado de freios e marcha a ré. Temos uma boa medida de controle tanto sobre a rota quanto sobre a velocidade com que a energia nuclear avança, inclusive a opção de simplesmente estacionar (como fizeram vários países, proibindo a construção de novas usinas). O aumento espetacular de nossas ferramentas sociais, em contraposição, significa que controlá-las é algo muito mais semelhante a manobrar um caiaque. Estamos sendo levados rapidamente por uma rota determinada em grande parte pelo ambiente tecnológico. Temos um  pequeno grau de controle sobre a difusão dessas ferramentas, mas esse controle não inclui a

capacidade de reverter, ou mesmo de alterar de maneira radical, a direção em que nos movemos.  Nosso principal desafio não é decidir para onde queremos ir, mas permanecer firmes enquanto vamos para lá. A invenção de ferramentas que facilitam a formação de grupos é menos uma mudança tecnológica comum do que um evento, algo que já aconteceu. Em consequência, o importante não é saber se essas ferramentas vão se espalhar ou remodelar a sociedade, mas sim como o farão.

Uma das maiores mudanças em nossa sociedade é a passagem da prevenção para a reação, que foi descrita em relação às meninas do Pró-Ana no Capítulo 8, mas está rapidamente se tornando um caso mais geral. A sociedade simplesmente tem menos controle sobre que tipos de grupo podem se formar, e que tipo de valor eles podem conferir a seus membros, e isso por sua vez significa uma  perda da prevenção como estratégia para reduzir danos. Uma vez que essa mudança está sendo

ocasionada pelos meios de comunicação, há uma boa analogia com a liberdade de expressão. Nos Estados Unidos, a Primeira Emenda proíbe o governo de limitar a liberdade de expressão dos cidadãos. Mesmo assim, é claro, há classes de expressão que são ilegais, como gritar “Fogo!” dentro de um teatro lotado ou divulgar segredos corporativos, mas a interpretação legal da Primeira Emenda significa que o controle sobre essas classes ilegais de expressão não podem conferir ao governo poderes amplos demais para restringir de antemão a expressão (condição chamada censura  prévia) ou criar restrições tão abrangentes que as pessoas em geral se sintam nervosas para falar 

em público (condição chamada de efeito intimidatório). A interação dessas interpretações significa que muitos dos tipos de dano decorrentes da expressão simplesmente têm permissão para acontecer, e a punição é decidida após o fato.

Essa passagem da prevenção para a reação continua a se difundir. O governo chinês está  perdendo a capacidade de moldar a mídia que sai da China, um desafio muito mais sério que

censurar a informação que chega. A França está tendo dificuldade de policiar o discurso de ódio, ilegal há muito tempo, mas agora transmitido por meios de comunicação que escapam cada vez mais ao controle do governo. Os Estados Unidos não conseguem impedir que seus cidadãos apostem pela internet. Governos em toda parte estão tendo de aumentar tanto a vigilância quanto a  punição para pedófilos, agora que eles são capazes de se reunir na rede e trocar sugestões sobre

maneiras de conquistar a confiança de crianças. Isso não significa que vamos ser dominados por  esses danos, mas que teremos de reestruturar a sociedade, passando de uma estratégia de prevenção  para uma de monitoramento e reação, um efeito colateral da transferência de parte do controle

sobre a mídia para as mãos dos cidadãos.

No documento La Vem Todo Mundo Shirky Clay (páginas 155-161)