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Tráfico de seres humanos frente à legislação espanhola

3.5. Citação da legislação penal estrangeira

3.5.7. Tráfico de seres humanos frente à legislação espanhola

O Código Penal espanhol foi recentemente alterado pela “Ley Orgánica” 5/2010, de 22 de junho. O artigo177212 bis disposto no Título VII bis, denominado

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“Artículo 177 bis. 1. Será castigado con la pena de cinco a ocho años de prisión como reo de trata

de seres humanos el que, sea en territorio español, sea desde España, en tránsito o con destino a ella, empleando violencia, intimidación o engaño, o abusando de una situación de superioridad o de necesidad o de vulnerabilidad de la víctima nacional o extranjera, la captare, transportare, trasladare, acogiere, recibiere o la alojare con cualquiera de las finalidades siguientes: a) La imposición de trabajo o servicios forzados, la esclavitud o prácticas similares a la esclavitud o a la servidumbre o a la mendicidad. b) La explotación sexual, incluida la pornografía.c) La extracción de sus órganos corporales.

2. Aun cuando no se recurra a ninguno de los medios enunciados en el apartado anterior, se considerará trata de seres humanos cualquiera de las acciones indicadas en el apartado anterior cuando se llevare a cabo respecto de menores de edad con fines de explotación.

3. El consentimiento de una víctima de trata de seres humanos será irrelevante cuando se haya recurrido a alguno de los medios indicados en el apartado primero de este artículo.

4. Se impondrá la pena superior en grado a la prevista en el apartado primero de este artículo cuando: a) Con ocasión de la trata se ponga en grave peligro a la víctima; b) la víctima sea menor de edad; c) la víctima sea especialmente vulnerable por razón de enfermedad, discapacidad o situación. Si concurriere más de una circunstancia se impondrá la pena en su mitad superior.

5. Se impondrá la pena superior en grado a la prevista en el apartado 1 de este artículo e inhabilitación absoluta de seis a doce años a los que realicen los hechos prevaliéndose de su condición de autoridad, agente de ésta o funcionario público. Si concurriere además alguna de las circunstancias previstas en el apartado 4 de este artículo se impondrán las penas en su mitad superior.

6. Se impondrá la pena superior en grado a la prevista en el apartado 1 de este artículo e inhabilitación especial para profesión, oficio, industria o comercio por el tiempo de la condena, cuando el culpable perteneciera a una organización o asociación de más de dos personas, incluso de carácter transitorio, que se dedicase a la realización de tales actividades. Si concurriere alguna de las circunstancias previstas en el apartado 4 de este artículo se impondrán las penas en la mitad superior. Si concurriere la circunstancia prevista en el apartado 5 de este artículo se impondrán las penas señaladas en este en su mitad superior.

Cuando se trate de los jefes, administradores o encargados de dichas organizaciones o asociaciones, se les aplicará la pena en su mitad superior, que podrá elevarse a la inmediatamente superior en grado. En todo caso se elevará la pena a la inmediatamente superior en grado si concurriera alguna de las circunstancias previstas en el apartado 4 o la circunstancia prevista en el apartado 5 de este artículo.

7. Cuando de acuerdo con lo establecido en el art. 31 bis una persona jurídica sea responsable de los delitos comprendidos en este artículo, se le impondrá la pena de multa del triple al quíntuple del beneficio obtenido. Atendidas las reglas establecidas en el art. 66 bis, los Jueces y Tribunales podrán asimismo imponer las penas recogidas en las letras b) a g) del apartado 7 del art. 33.

8. La provocación, la conspiración y la proposición para cometer el delito de trata de seres humanos serán castigadas con la pena inferior en uno o dos grados a la del delito correspondiente.

9. En todo caso, las penas previstas en este artículo se impondrán sin perjuicio de las que correspondan, en su caso, por el delito del art. 318 bis de este Código y demás delitos efectivamente cometidos, incluidos los constitutivos de la correspondiente explotación.

“De la trata de seres humanos”, constituindo um título composto apenas pelo referido artigo. A dita incriminação surgiu como consequência dos compromissos regionais e internacionais, assumidos pela Espanha, somada ao tratamento unificado inadequado, dado anteriormente aos crimes de tráfico de seres humanos e imigração ilegal. Tal mudança foi imprescindível para acabar com o conflito de interpretação, dadas as grandes diferenças entre as duas formas de crime.213

Desse modo, pune-se com pena de prisão de 5 (cinco) a 8 (oito) anos, àquele, que em território espanhol, em trânsito ou destinado a ele, usando de violência, intimidação, fraude, abusar da situação de superioridade ou de necessidade ou de vulnerabilidade, captar, transportar, acolher, receber ou alojar vítima nacional ou estrangeira, com qualquer uma das seguintes finalidades: a) imposição de trabalho ou serviços forçados, escravidão ou práticas similares à escravidão ou à servidão ou à mendicância; b) a exploração sexual, incluindo a pornografia; ou c) a remoção de órgãos do corpo.

Dispõe na alínea 2 que será considerado tráfico de seres humanos a prática de quaisquer ações descritas no parágrafo anterior, realizadas em desfavor de vítima menor de idade, mesmo quando não envolver qualquer um dos meios comissivos.

10. Las condenas de jueces o tribunales extranjeros por delitos de la misma naturaleza que los previstos en este artículo producirán los efectos de reincidencia, salvo que el antecedente penal haya sido cancelado o pueda serlo con arreglo al Derecho español.

11. Sin perjuicio de la aplicación de las reglas generales de este Código, la víctima de trata de seres humanos quedará exenta de pena por las infracciones penales que haya cometido en la situación de explotación sufrida, siempre que su participación en ellas haya sido consecuencia directa de la situación de violencia, intimidación, engaño o abuso a que haya sido sometida y que exista una adecuada proporcionalidad entre dicha situación y el hecho criminal realizado”.

213BOE

– Boletim Oficial del Estado nº 152, p. 54816. Disponível em: <http://www.boe.es/boe/dias/2010/06/23/pdfs/BOE-A-2010-9953.pdf.> Acesso em: 13.02.2012. Anteriormente, na esfera de punição penal, o art. 318 bis do Código Penal, por meio da LO 11/2003, de 29 de setembro, foi criado com escopo de combater o tráfico ilegal de pessoas. Buscando cumprir as exigências pelo Conselho da União Europeia e pela ONU, no sentido de reforçar o marco penal e uma efetiva proteção mediante a prevenção de condutas ligadas à entrada, circulação e permanência irregulares de pessoas, agravou as penas nos casos de tráfico ilegal, entre outras condutas que punham em perigo a vida, a saúde ou a integridade das pessoas, ou se a vítima for menor de idade ou incapaz. Desse modo, o tráfico internacional seria gênero que compreenderia: o delito de tráfico ou imigração clandestina de pessoas (art. 318 bis. 1) e o delito de tráfico ou imigração ilícita com a finalidade de exploração sexual (art. 318. bis.2).

A doutrina espanhola traçava críticas no sentido de o legislador espanhol ao equiparar os termos imigração clandestina e tráfico ilegal de pessoas, comunicando-se em subtipos agravados, nos quais o tráfico de seres humanos aparecia desmaterializado e dependente de prévia infração das normas destinadas aos cidadãos estrangeiros. Destacava-se também o fato da própria situação do tráfico de pessoas ser erroneamente vinculada ao tráfico ilegal e à imigração clandestina; e outra parte, incriminação unicamente do tráfico de seres humanos com fins de exploração sexual, sem conter a penalização de outras modalidades, como a laboral, a mendicância, ou tráfico de órgãos para fins de transplantes de órgãos, entre outras. DAUNIS RODRÍGUEZ, 2009, p. 153-154.

O consentimento da vítima de tráfico é irrelevante nos casos em que estejam presentes qualquer um dos meios indicados no primeiro parágrafo.

A causa de aumento de pena é prevista na alínea 4, nos casos em que a vítima: a) for exposta a grave perigo; b) for menor de idade; ou c) seja particularmente vulnerável, devido à deficiência, à doença ou à situação. Caso ocorra mais de uma circunstância, a pena será imposta em sua metade superior.

Ainda será imposta pena superior ao grau da prevista, no parágrafo 1, do artigo 177 bis e inabilitação absoluta de 6 (seis) a 12 (doze) anos para aqueles que realizarem os fatos delitivos prevalendo-se da sua condição de autoridade, de agente de Estado ou de funcionário público. Caso concorra mais alguma das circunstâncias previstas na alínea 4, serão impostas sanções em sua metade superior.

Será imposta pena agravada, conjuntamente com a inabilitação especial para a profissão, ofício, indústria ou comércio, pelo mesmo tempo da condenação, quando o culpado pertencer a uma organização ou associação com mais de duas pessoas, ainda que de caráter temporário, quando se dedicar à realização de tais atividades. Se concorrerem alguma das circunstâncias previstas nos parágrafos 4 e 5, serão impostas penalidades em sua metade superior.

Quando se tratar de chefes, administradores ou diretores das ditas organizações ou associações, a pena será aplicada na metade superior, que poderá ser elevada imediatamente ao nível superior, se ocorrer paralelamente alguma das circunstâncias previstas na alínea 4 ou 5 do artigo 177 bis.

Além disso, caso a pessoa jurídica for responsável pelo delito de tráfico de seres humanos, deverá ser obrigada a pagar multa de três a cinco vezes o lucro obtido.

Punem-se a provocação, a conspiração e a incitação para o cometimento do crime de tráfico de seres humanos com a pena menor em um ou dois graus para o crime correspondente.

Em qualquer caso, as sanções previstas nesse artigo serão aplicadas sem prejuízo ao disposto no artigo 318 bis do Código Penal e outros delitos cometidos, incluindo os constitutivos da correspondente exploração.

As condenações dos juízes ou tribunais estrangeiros, por crimes da mesma natureza que os previstos nesse artigo, produzirão efeitos de reincidência, exceto

se o antecedente penal tiver sido cancelado ou possa sê-lo conforme a lei espanhola.

Sem prejuízo da aplicação das regras gerais do Código Penal espanhol, a vítima de tráfico de seres humanos deve ser isenta de pena para crimes cometidos no estado de exploração sofridos, caso sua participação tenha sido resultado direto da situação de violência, intimidação, engano ou abuso a que foi submetida e que exista uma adequada proporcionalidade entre essa situação e o ato criminoso realizado.

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