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Há dois tipos de igrejas na China — a igreja oficial, controlada pelo governo com aparente liberdade religiosa, e as igrejas caseiras independentes onde tem ocorrido o avivamento. A igreja oficial tem seus lugares de culto nos prédios reabertos para reuniões com permis­ são do Departamento de T^suntos Religiosos. Ela opera sob a vigilância do Movimento de Tríplice Autonomia apesar de gozar certa indepen­ dência. Embora tenha liberdade para apontar seus próprios pregadores e manejar suas finanças, seus líderes devem freqüentar as aulas de dou­ trinação do Movimento de Tríplice Autonomia para estarem a par das diretrizes do Partido. Já as Igrejas caseiras, que têm experimentado esse crescimento tão fenomenal, consideram as restrições impostas pelo Movimento de Tríplice Autonomia totalmente inaceitáveis. Tom e como exemplo esses “Dez Mandamentos” divulgados no início dos anos 80 pelo Movimento numa província da China:

1. Náoorganizeumaigrejasemaprovaçãodogovemo.

2. Somente clérigos apontados pelo govemo poderão batizar as pessoas. 3. Não mantenha contatos com organizações religiosas do estrangeiro nem

compre livros estrangeiros.

4. Não imprima ou reproduzaBiblias e outros livros religiosos sem permis­ são.

5. Não viaje de ddade em ddade para propagar religião. 6. Mantenhaareligiãopara você mesmo.

7. Não ore todo dia. Ore só aos domingos.

8. Não transmita pensamentos religiosos para menores de 18 anos de ida­ de.

9. Não cante canções relyiosas para menores de 18 anos de idade. 10. Nãosolicitecontribuiçõesparapromover religião, aumentando as cargas

dos crentes.

Talvez o que esteja acontecendo na China seja uma prefiguração do que ocorrerá em todo o mundo antes do final dos tempos — uma igreja verdadeira e uma igreja falsa, diferenciadas pela atitude de cora­ ção para com o senhorio de Cristo. 0 livro do Apocalipse nos mostra estas duas igrejas em sua expressão final: a noiva “adereçada para seu noivo” , e a meretriz “embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus”. Porque haverá muitos verdadeiros filhos de Deus achados com a meretriz, assim como há no Movimento de Tríplice Autonomia na China, uma voz soará do céu antes do julga­ mento: “Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas.”

AlGREjACASElRA

A igreja na China, como a igreja do Novo Testamento, tem de­ monstrado que possuir prédios para se reunir não é essencial para um crescimento rápido. Algumas, especialmente nas áreas rurais onde é possível haver grandes congregações, possuem seus próprios prédios, mas a m aioria é, literalmente, de igrejas caseiras.

Igrejas caseiras na China não são um desenvolvimento recente. Tornaram-se luna característica distinta do Cristianismo chdnês durante os prim eiros anos do governo comunista. Não surgiram de um m ovi­ mento de reforma que rejeitou os edifícios tradicionais em favor de um retomo à simpHcidade neotestamentária. Nenhum propagandista de igre­

jas caseiras viajou pelo país para espalhar a visão. Antes, as igrejas caseiras surgiram por causa de pressão e perseguição. Nasceram por necessidade. Eram a melhor, e na maioria dos casos, a única maneira de se reunir. Porém, por trás das circunstâncias exteriores, havia uma estratégia do Espírito Santo, armando o cenário para o tremendo cres­ cimento que haveria de vir.

Se por um lado esta estrutura simples adotada pelos crentes chi­ neses estava totalmente de acordo com o Novo Testamento, por outro lado possuía características chinesas bem distintas. Já vimos que um forte laço familiar é uma característica nacional e todos os esforços dos comunistas para destruir isto falharam. Quando as pressões sobre a família cristã se tornaram grandes, foi natural que o lar se tornasse um lugar de refúgio onde membros da família pudessem ainda cultuar, orar, 1er as Escrituras e encorajar um ao outro.

Alguns observadores chineses vêem três fases no movimento da igreja caseira. A prim eira fase ocorreu durante os anos 50 como um resultado direto da política comunista, e em particular por causa das atividades do Movimento de Tríplice Autonomia contra líderes cristãos e suas igrejas. Quem não estivesse disposto a se reunir com as igrejas da Tríplice Autonomia não tinha outra alternativa a não ser se reimir em suas próprias casas.

A segunda fase veio com a Revolução Cultural em 1966, quando até mesmo as igrejas da Tríplice Autonomia foram fechadas. Quem ain­ da quisesse cultuar a Deus não tinha outro lugar a não ser o lar.

Depois veio o relaxamento das restrições na era pós-Mao e jun­ to com isto uma explosão do movim ento da igreja caseira. Isto foi o início da terceira fase. Começou antes que as igrejas da Tríplice Auto­ nomia fossem reabertas, contrariando a reivindicação dos hderes da Tríplice Autonomia de que eles são responsáveis pelo ressurgimento do Cristianismo na China. Muitos dos que haviam deixado as igrejas da Tríplice Autonomia quando foram fechadas, retornaram quando foram reabertas, m as a grande m aioria não o fez nem se filiou à orga­ nização.

Eis

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testemunho de Arthur WalHs sobre uma reunião em numa igrej a caseira quando esteve na China:

Nós despedimos o táxi e descerrwspor um caminho bem comprido e estreito, semelhante a uma ruela. Felizmente não havia luzes na rua. As lojas e apartamentos térreos providenciavam luz suficiente para enxergar­ mos nosso caminho até que chegamos a uma entrada sem nenhuma placa Um estreito vão de escadas de madeira nos levou ao segundo andar do prédio. As escadas abrigavam as pessoas que não cabiam na reunião, a qual Já estava em andamento. Ali estavam cristãos chineses, comBíblias e cader­

nos à mão, ouvindo uma voz que vinha do altofalante. Subindo outro vão de escadas chegamos a um andar apinhado de pessoas de todas as classes. Havia profissionais e estudantes misturados com operários em seus maca­ cões, todos sentados em bancos simples de madeira.

Fbmos conduzidos para os únicos lugares vazios que podíamos ver. Eles tinham sido provavelmente reservados para nós, visto que os líderes sabiam que viríamos. Nós nos encontramos a poucos metros do pregador, cuja men­ sagem era transmitida por toda a casa. Eu tinha lido sobre igrejas caseiras na China com duzentos ou mais pessoas e muitas vezes questionara como caberia este número de pessoas numa casa particular. Aqui estava eu, bem num lugar assim. Contei mais de 150 pessoas somente naquele andar e, mesmoassim, nãopodiaveraqueksqueestavamcomprimidosemsaletase cubículos.

Nesta igrga caseta havia quatro reuniões regulares toda semana: uma para adoração, uma para oração, uma para compartilhar, e o estudo bíblico no meiodasemana, ao qual estávamos assistindo. 0 líder da igreja caseira que estava pregando quando chegamos, cüém de um sorriso de boas vindas, pareceu estar totalmente desligado de nossa presença As pessoas também pareciam estar mais preocupadas com a mensagem do que com a presença de visitantes estrangeiros. Houve uma pausa na pregação, uma cançãofoi anunciada, e o povo começou a acompanhar a música que saía pelo sistema de altojalante. Depois o ensinamento bíblico continuou.

O líder da igreja caseira, que eu diría ter cerca de 50 anos, transmitia a palavracom entusiasmo e autoridade. Suafacebrilhavaenquanto ele minis­

trava, mas só depois entendi o porquê. Nosso guia chinês explicou que ele era um homem de Deus muito corajoso, que passara muitos anos na prisão por causa de sua fé. Ele era altamente respeitado por outros líderes de igrejas caseiras naárea. Ao indagarmos, descobrimosquehauiacercadeõOO outras igrejas caseiras nesta grande cidade.

Por causa do risco— não para os visitantes estrangeiros, mas para seus hospedeiros —permanecemos ali somente uma hora, e então saímos furtim- mente para a escuridão da rua. Senti que tinha por apenas uns poucos minutos entrado nas páginas do Novo Testamento.

De acordo com uma estimativa recente, mais de metade da popu­ lação da China (um bilhão de habitantes), tem menos de 20 anos de idade. Não deve nos surpreender, portanto, o fato de as igrejas caseiras terem um número predominante de pessoas na faixa dos vinte e trinta anos. Algims desses jovens são ex-Guardas Vermelhos. Outros são sim­ plesmente vítimas do vácuo político deixado pela Revolução Cultural. São pessoas desiludidas com as atividades políticas do Partido e por suas promessas não cumpridas. Outras estão amarguradas porque fo­ ram forçadas a sacrificar uma educação superior pela causa da Revolu­ ção. De repente, esses jovens desiludidos se viram confrontados por um espírito revolucionário de outro tipo. Eles encontraram cristãos comprometidos que têm sido purificados em vez de amargurados pelo sofrimento, que têm uma alegria e um otimismo santo e que testemu­ nham sem temor sobre um outro rei e um outro reino. Milhares têm achado este apelo irresistível e comunidades inteiras se voltam para Cristo, incluindo até oficiais do Partido.

Desde que 80% da nação vive em áreas rurais, é ali que se encon­ tra a maioria dos crentes chineses. Assim eles têm a vantagem de esca-. par da pressão exercida nas cidades pelo Movimento de Tríphce Auto­ nomia para que os cristãos abandonem as igrejas caseiras e participem de uma igreja oficial.

As igrejas caseiras têm uma forte orientação bíblica. Desde que se convertem os crentes novos têm uma fome muito grande pelas Es­ crituras. A deficiência de Bíblias, ao invés de diminuir, tem aguçado esta fome. Muitas vezes, num grupo, o único possuidor de uma Bíblia arranca páginas que distribuídas ao redor — demonstrando mais uma vez

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espírito comunitário — são então laboriosamente copiadas à mão. Relatos de uma única Bíblia entre centenas de crentes são comuns nas áreas rurais. Como a m aioria dos orientais, os chineses têm uma me­ m ória prodigiosa. Passagens enormes, até mesmo livros inteiros, são memorizados. Conta-se de um cristão que sabia todo o Novo Testa­ mento de cor

Algumas das maiores igrejas caseiras são lideradas por pastores idosos que foram libertados depois de passarem vinte ou mais anos na prisão. Esses heróis da fé que passaram pelo fogo têm realizado uma grande obra de ensinar novos convertidos e pastorear o rebanho.

As igrejas em geral não são centralizadas no pastor ou no ser­ mão. Os chineses têm redescoberto o sacerdócio de todos os crentes. Na maioria das vezes, o líder dá uma breve mensagem da Bíblia, e então as pessoas presentes compartilham o que acharam na passagem. Em alguns grupos, na semana anterior à reunião todos copiam a passagem relevante e já vêm para a reunião com um pensamento preparado.

Numa região montanhosa de uma das províncias costeiras há uma vila com uma população de 10.000 pessoas. Um terço dos habitantes é formado de crentes. Eles começaram a se reunir abertamente em 1976, e agora há quinze locais de reunião com uma freqüência média de

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pessoas em cada local. As reuniões são geralmente à noite, das 7 às 11 horas, consistindo de cânticos, testemunhos, súphcas e ensino bíblico de um dos dez ou mais pregadores que viajam de reunião em reunião. Suas mensagens duram uma hora ou m ais.

Os novos convertidos são ensinados a evangelizar e muitas vezes se vêem em problemas por causa disto. Mas isto, em vez de enfraquecer sua fé, os faz mais fortes e efetivos.

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trabalho prmcipal é feito pelos novos convertidos que estão ainda na faixa dos vinte anos. Quando eles alcançam a casa dos trinta são vistos como pessoas realmente experimentadas.

Os líderes cristãos das igrejas caseiras têm desenvolvido tanto equipes de instrução como equipes de evangelismo. Nas sessões de trei­ namento dos obreiros os novos cristãos são ensinados a pregar. Quan­ do os hderes os julgam capazes, eles são comissionados e depois se juntam à equipe de evangelismo. Em muitas dessas vilas o único desejo nos corações dos crentes é pregar e construir igrejas. Seu trabalho de agricultura é feito simplesmente para garantir sustento, mas a maioria do tempo deles é dedicada ao trabalho do Senhor,

À medida que esses camponeses buscam o reino de Deus em prim eiro lugar, eles vêem que “todas essas coisas” — as necessidades da vida — lhes são acrescentadas. 0 Senhor abençoa suas plantações abundantemente. Enquanto outras plantações sofrem com a seca, as deles prosperam; enquanto outras plantações são prejudicadas por fortes chu­ vas, nas deles o sol brilha!

0 evangelismo é feito à noite ou fora da época de plantio. Desde 1982

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governo tem devolvido aos mdivíduos grande parte da terra que fora cultivada por comunas. A partir do momento em que a terra está

convenientemente cultivada, eles estão livres para fazer outras coisas. Esposas e crianças ajudam na aradura da terra para possibilitar que seus homens saiam pregando. Na época da colheita eles ajudam xmi ao outro, e depois voltam para seu trabalho evangelístico.

Uma característica notável do movimento de igrejas caseiras na China é a form a como Deus usa os idosos que agora estão livres depois de anos na prisão. Muitos estão aposentados e assim estão livres para viajar sem precisar ganhar seu sustento. Eles são a coluna dorsal da liderança das igrejas caseiras. Pastores de idade avançada experimen­ tam uma alegria sem limite à medida que ensinam e pregam novamente e vêem a correspondência dos jovens ao seu ministério. Um pastor de 99 anos retornou à sua vila no sul da China, e uma igreja de 700 mem­ bros surgiu lá em apenas três semanas!

PREPARADOS PARA50FRER

Watchman Nee ministrou sobre este assunto antes que as autori­ dades comunistas o encerrassem naprisão por vinte anos. Deus o esta­ va preparando, à medida que ele preparava o rebanho para o que viria. Ele enfatizou fortemente que temos que ter uma mente preparada para sofrer.

“Há muito sofrimento que podemos evitar se quisermos: mas se queremos ser úteis na obra do Senhor, é fundamental que façamos uma escolha deliberada do caminho de sofrimento por causa do Senhor A não ser que tenhamos uma disposição para sofrer por ele, a obra que realizamos será de qualidade bem superficial... A questão não é o quan­ to de sofrimento talvez sejamos chamados a enfrentar, mas nossa atitu­ de em relação a isto. Sofrimento pode não ser sua porção diária, mas você deve estar preparado para sofrer.”

A igreja na China conclama: “Preparem suas mentes para sofrer!” Se você espera até ouvir o sibilo das balas ou o estrondo dos explosi­ vos, você tem esperado muito. Não espere o sofrimento ou a persegui­ ção surpreender você. Agora é o tempo de entrar em treinamento.

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testemunho de uma irmã que passou 24 anos na prisão: Ela estava orando quando as autoridades chegaram para prendê- la. Ela não ficou surpresa pois o Senhor já preparara seu coração. De fato, no momento em que a prenderam, o Espírito Santo veio e a encheu

com uma alegria incontrolável. Enquanto o carro no qual estava sendo transportada rodava aos solavancos pela estrada, ela transbordava de alegria e cantava por todo o caminho. As autoridades naturalmente a imaginaram mentalmente desequilibrada.

Enquanto estava sendo registrada na prisão, ela teve bastante tem­ po para testemunhar a um dos oficiais. Tão poderoso e ungido foi seu testemunho que imediatamente e ali mesmo ele aceitou a Cristo. En­ quanto ele a registrava, ela lhe disse: “Hoje não é o dia em que vim para me registrar, e de fato eu nunca serei prisioneira aqui — Cristo estará constantemente comigo. Estou livre. Este é o dia em que você registrou sua residência no reino de Deus.”

Algum tempo depois, todos os companheiros receberam um en­ velope contendo a duração de suas sentenças. Quando os outros compa­ nheiros perguntaram a ela de quanto tempo era sua sentença ela respon­ deu: “Eu não sei. Guardei o edito sem olhar”.

“Por quê?” eles perguntaram. “Você não quer saber quantos anos de prisão terá?”

“Não importa,” ela replicou, “Sejam dez ou cem anos, cada dia vai ser um dia com meu Senhor.”

Numa prisão eles estavam desumanamente apertados — dez pri­ sioneiros para um pequenino cubículo. Não tinham permissão para con­ versar um com

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outro ou cochilar durante o dia. Um guarda periodica­ mente examinava o cômodo através de uma abertura de vidro na porta. Muitos caíam doentes, outros perdiam suas mentes. Um prisioneiro lhe sussurrou: “Podemos ver que sua fé religiosa realmente lhe dá força.”

Um dia o guarda irrompeu na cela gritando: “Pare de sorrir.” “Eu não estou sorrindo” , ela replicou.

“Está sim” , gritou o guarda.

Quando ele saiu, os outros prisioneiros disseram: “Seus olhos estão sempre sorrindo e sua face brilha com alegria, mesmo quando você não está sorrindo.” A maioria de seus companheiros de prisão não era cristã, isto é, não era até que ela levou muitos deles ao Senhor.

A questão do sofrimento por Cristo é o grande teste para ver onde

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coração de um crente realmente está. Se as coisas celestiais realmente têm cativado o seu coração, se as coisas terrestres têm desva­

necido à luz das realidades eternas, então sua atitude em relação ao sofrimento muda radicalmente.

Além de produzir um efeito purificador e maturador na igreja, parece que o sofrimento, de uma maneira inexplicãvel, libera o poder de Deus às vezes de forma eletrizante. 0 princípio da cruz em ação numa vida rendida pode romper oposição, amolecer o coração endure­ cido e abrir uma mente totalmente fechada para a luz da verdade. Isto tem sido demonstrado continuamente na China.

Uma carta escrita em 1982, vinda da província de Henan, fala de dez jovens que, depois de orarem intensamente, saíram para pregar. Enquanto proclamavam o evangelho com lágrimas, transeuntes paravam para ouvir, adivinhadores (dos quais há muitos na China) quebranta­ vam-se e choravam, e trabalhadores vindos das fábricas a caminho de casa esqueciam sua fome e paravam para ouvir,pois o poder de Deus estava presente. A grande multidão não os deixava parar, embora eles estivessem cansados. Então vieram os oficiais do Departamento de Se­ gurança Pública, que amarraram os jovens pregadores, arrastaram-nos dali e bateram neles até ficaram inconscientes.

No grupo havia uma garota de apenas 14 anos de idade. Depois de apanhar desta forma, ela recobrou-se e continuou a testemunhar e todo tipo de pessoa se quebrantou, se arrependeu e creu em Jesus. Algo parecido aconteceu com quatro rapazes do grupo. Eles foram forçados a se ajoelharem por três dias sem comida ou água. Mesmo quando esta­ vam sendo batidos até o sangue fluir, eles continuaram orando, cantan­ do e louvando ao Senhor, até que mesmo seus torturadores se converte­ ram e creram no evangelho. Eles poderiam ter olhado bem nos olhos dos oficiais e ousadamente declarado: “Em nós opera a morte, mas em vós opera a vida.”

Eis outro testemunho relatado por David Wang:

“Marta tinha 18 anos, era jovem tanto em idade como em experi­ ência cristã, quando eu a encontrei pela primeira vez na China Central. Convertera-se através de nosso programa de rádio. Ela se correspondia conosco em Hong K ong e nós a alimentávamos espiritualmente. Dois anos mais tarde tive a oportunidade de encontrar estajovem chinesa novamente. Estava trabalhando numa fábrica, mas insistiu que a deixás­ semos fazer alguma coisa para o Senhor. Não queria dinheiro ou uma

bicicleta. 0 que ela queria é ser regularmente suprida com Bíblias para que pudesse distribuí-las para as províncias mais remotas da China.

“Marta nunca esteve em nossa folha de pagamento. Mas de tem­ pos em tempos ajudávamos a cobrir suas despesas de viagens. Ela esta­ va viajando e ministrando, olhando para Deus para suprir suas necessi­ dades. Lembro-me de uma vez em que a encontrei na cidade de Xian, em 1981. Nós combináramos de nos encontrarmos às 9 da noite, mas ela só apareceu à 1 da madrugada. Estivera entregando Bíblias numa vila próxima quando os líderes da comuna local descobriram o que ela estava fazendo. Bateram nela, roubaram-na e atiraram-na numa estrada deserta. Foi somente por um milagre que conseguiu pegar uma carona para nosso lugar de encontro.