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A seguir, temos novamente uma declaração de Bob Mumford publicada na revista “New Wine” em junho de 1984:

Eu diria que, se há uma única mensagem que a igreja hoje precisa ouvir, é que Jesus veio para anunciar e estabelecer o reino de Deus. Um reino é umajorma de govemo, e os cristãos precisam ver o Novo Testamento nesta luz governamental. Nós perdemos contato com o aspecto governamental e com a autoridade do evangelho.

A igreja, em sua maior parte, não vê os apóstolos, profetas, pastores, mestres e evangelistas como homens governamentais, como agentes e re­ presentantes do governo de Deus. Não entendemos o reino de Deus em termos governamentais. Não entendemos que Jesus éw nreie que como tal emite ordens que ele espera sejam obedecidas. Esta é a mensagem que a igreja precisa ouvir.

Um novo passo que preveja para os próximos anos é a restauração na igreja dos ministérios apostólicos eproféticos. Creio de todo o meu coração que nos próximos cinco anos alguns homens realmente apostólicos e proféti­ cos estarão entrando em cena. Em contraste com alguns dos apóstolos “autodesignados” com sua visão um tanto estreita que alguns de nós temos visto no passado, esses serão homens de estatura com. grande reconheci­ mento, não só nas suas próprias denominações ou movimentos, mas fora também. Suas vozes apostólicas e proféticas serão ouvidas por grandes segmentos do corpo de Cristo.

0 desqflo estará no tipo de resposta que a igreja lhes dará Em tempos bí­ blicos, quando um prqfetaapareckL emcenaesedirigia aopouo de Deus, havia duasopções: ouelesrecebktmasuamensagem oquegeraLnentesgnificava umarrwckmçaemseuscaminhos, ouelestinhamqueseuerlivresdele. Irfeliz-

mente, o povo de Deus muitas vezes tem preferido livrar-se dos profetas. Acho que há um conflito potencial quanto ao tipo de resposta que a igreja dará a es­ ses ministérios, àmedtidaqueoSenhoroscolocaemevidência.

Outro aspecto do desafio é: Como esses ministénos hão de corresponder uns aos outros? Como irão verdadeiros homens apostólicos eproféticos corresponder uns aos outros? Creio que tem havido uma ‘mudança de clima’ na igreja no sentido de que líderes cristãos nãoparecemser tão inseguros e discordantes como no passado. Parece haver um verdadeiro anseio por uni­ dade e um sincero desejo entre muitos líderes cristãos de reconhecer e respeitar os ministérios uns dos outros, apesar das diferenças. Isto é cruciai Se homens com fortes vozes apostólicas e proféticas honrarem e respeita­ rem uns aos outros, então esse mesmo tipo de reconhecimentopodepermear a igreja e assim produzir um entendimento mais ampb do governo de Deus.

Há uma onda de interesse naAmérícapeva descobrir umaposti^-a moral maisestáveL VeJoistocomoumaesperançabemrealepensoqueDeusquer levar seupovo e este país de volta a ele. Creio que isto pode acontecer Meu desejo, para mim mesmo e para a igreja, é quefaçamos nossa parte na cura e restauração tanto da igreja quanto da nossa nação.

Neste último comentário de Bob Mmnford podem os notar uma tendência importante do Movimento de Discipulado em direção ao “Triunfalismo” — ou seja, que Deus vai estabelecer seu governo na terra através da igreja.

Muitos líderes e movimentos nos EUA crêem que Deus vai res­ taurar “nossa nação” e não apenas a igreja. Biblicamente, porém, não há base para tal convicção. Nenhuma nação ou povo, com exceção de Israel, é especial aos olhos de Deus. 0 alvo de Deus é formar um povo “chama­ do para fora” de todas as nações, tribos, povos e línguas — uma igreja gloriosa, uma noiva preparada para casar-se com Jesus na sua vinda.

A ênfase sobre os aspectos governamentais do evangelho, pro­ mulgada pelo Movimento de Discipulado, é bíblica, válida e importante. 0 perigo, porém, é ir ao extremo de achar que a igreja vai restaurar o governo de Deus sobre as nações antes da vinda de Cristo.

Um relatório de 1976 feito pelas A ssem bléias de D eus afirmou que alguns líderes do Movimento de Discipulado “declaram que sua missão e a missão da igreja não é mais evangelismo, mas o estabeleci­ mento de uma nova ordem na terra com o propósito de trazer o reino.

Mas

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Novo Testamento não indica que podemos estabelecer uma or­ dem exterior purificada nesta era”.

Manifestando a controvérsia que envolve este assunto dentro e fora do movimento, Charles Simpson, numa entrevista, negou qualquer desejo de estabelecer uma “igreja perfeita antes da volta de Cristo”. “Nunca ensinei que vamos introduzir o reino sem a volta do Senhor”, ele disse. Porém, reconhece ter contato íntimo com pessoas que defen­ dem tal visão.

Jack Hayford discute o problema com as seguintes observações:^®

Qual

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objeüüojmal da renovação do Espírito Santo? Creio que a respos­ ta bíblica é conhecida por todos nós. A Epístola aos Efésios parece resumi-la ao declarar que a “estaturaplena” e o estar “sem manchas ou rugas” são alvos a serem esperados. Mas a questão prática que permanece é seo Senhor tem a intenção de criar um corpo visível, que possa ser identificado como algo diferente (a igreja “viva”), separado do corpus maior (a igreja “institucional”). Não creio que a Bíblia ensine que este seja o nosso alvo.

Aparábola de Jesus sobre o joio e o trigo (Mt 13:24-30) trata claramente desta questão. A visão de Ezequiel 37sobre o avivamento dos ossos secos prontamente sugere o desejo de Deus de dar vida a estruturas mortas, em qualquer lugar onde haja aqueles que “ouvem a voz do Senhor” (v. 4). Na metáfora dos odres (Mt 9:17) também não se pede para rejeitar os odres velhos, mas vê-se apossibüidade de renovar o velho eproduzir dele algo com qualidade de novo.

Um idealismo de visão parece entrar em choque com um realismo de circunstâncias. Nós, que proclamamos a invasão do poder de Deus nas cir­ cunstâncias da vida, estamos predispostos a crer que ele podefazer qual­ quer coisa. Mas aBíbliaea evidência da controvérsia em tomo ck) Movimen­ to de Discipulado não justificam afédequepossamos achar qualquer fórmu- lanova que produza um Corpo sem impeifeições.

Quero afirmar que “sem mancha ou ruga" nunca será a descrição do Corpo físico da igreja impeifeições da igreja do primeiro século, no meio de sua bênção primitiva, estavam claramente presentes. “0 que é perfeito” nãochegou, nemchegará até que o próprio noivo venhapara tomá-lopossí- vel no planofísico, assimcomo ele ofez no plano espiritual

Ocúvodoatualavivamsníonáoé,nomeuporÉode vista, aaboUçãode es­ truturas e denominações aflm de criar uma igrejafuncional perfeitamente

unificada— um novo corpo católico. Antes, o objetivo atual é que “o amor de Deus seja derramado em nossos corações p eb Espírito Santo”para que este amorcubraamjultidão dos imperfeiçõespresentes no Corpo. Em Corinto exis­ tiam diferentes “casas”, cada uma representando uma o u ta irfiuênda. Não vejo Paulo denunciando a sua prática de denominar— como sendo de Apoio, Paulo, Cefas, Cristo. Eu o vejo denunciando a prática de diiM r. 0 coração da epístola é, sem dúvida, o capítub 13, que nos exorta a amar, enquanto espera­ mos a volta daquele que estabelecerá a era do govemoperfeito.

Sejam quaisforem as grandezas da graça santiftcudora que possamos experimentar pessoalmente, ou até mesmo coletivamente nas assembléias locais, não há nerúiuma razão bíblica para que esperemos o aparecimento nos últimos dias de uma igreja perfeita em uma estrutura visível.

Estas declarações de Jack Hayford expressam exatamente o cerne da controvérsia que envolve náo somente o Movimento de Discipulado mas, de fato, define duas posições teológicas antagônicas constantemen­ te em evidência através da história da restauração da igreja, desde a época dos Valdenses no século XII até os dias de hoje. Como Hayford coloca a questão: “Qual o objetivo fmal da renovação do Espírito San­ to?” Precisamos somente de avivamento ou também de reforma para restaurar a igreja? Precisamos somente de vinho novo, ou precisamos também de odres novos?

A resposta de Jesus está em Mateus 9:17. Nas palavras proferi­ das por Jesus neste versículo não existe a mínima referência à possibi­ lidade de se renovar os odres velhos. A ênfase central da metáfora é a necessidade de odres novos — e não de odres renovados — para con­ ter

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vinho novo.

Será que Deus vai soprar nova vida nas velhas denominações ou rejeitará a velha ordem para levantar uma nova ordem? Na história da igreja, o institucionalismo sempre foi o inimigo da renovação. Os fariseus eram inimigos de Jesus. Osjudeus eram inimigos do apóstolo Paulo. A

Ig reja C atólica era inimiga de \^cliffe, Hus, Savonarola e Lutero. A Ig re ­ ja A nglicana era inimiga de Wesley. As Igrejas Holiness eram inimigas

dos Pentecostais. Os Pentecostais eram inimigos da Chuva Serôdia. Cremos que a resposta é que tanto avivamento como reforma são necessários para a restauração da igreja. Ao examinar Atos 3:19-21,

podem os ver que a economia de Deus inclui tanto “tempos de refrigé­ rio” com o também “tempos de restauração” até a volta de Cristo. Para os ossos secos de Ezequiel 37 receberem o sopro do espírito de vida sobre eles, é necessário que primeiro sejam reagrupados. Cremos que a prim eira reforma foi através do primeiro apóstolo, Jesus Cristo (Hb 3:1), que aboliu a velha aliança da lei para introduzir a nova aliança da graça (Hb 8:13; 2 Co 3; 13-14). A segunda reforma veio no tempo de Lutero, quando as Sagradas Escrituras foram restauradas para o povo em sua própria língua, a salvação foi restaurada à base bíbhca de fé e não de obras (E f 2:8-10), e a estrutura monolítica e não bíblica d a lgreja

C a tólica foi desestabilizada. A terceira reforma está se aproximando,

na qual os apóstolos e profetas serão restaurados como os fundamentos da igreja (E f 2:20), o corpo de Cristo será edificado com a palavra viva (E f 4:11-13) e uma igreja gloriosa será apresentada (E f 5:27) ao Senhor Jesus Cristo na sua vinda.

Esta igreja demonstrará ao mundo o governo de Deus tanto na vida mdividual dos seus membros quanto na sua vida coletiva. Ela será uma testemunha poderosa tanto da santidade divina quanto do poder divino, produzidos em fracos seres humanos pelo Espírito Santo. 0 mesmo nível de perfeição que havia na Cabeça, Jesus, quando ele estava na terra num corpo humano, será manifestado no Corpo, a igreja, no fim da história. Jesus voltará, não para aperfeiçoar a igreja moralmen­ te, mas para transformá-la fisicamente segundo o seu próprio corpo glorioso (Hb 9:28; Fp 3:21). E assim, à frente dela, como um general à frente do seu exército, ele começará o processo de trazer toda a criação de volta ao domínio de Deus.

Da mesma forma que é errado presumir que a igreja possa trazer

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governo de Deus para as nações do mundo antes da volta de Cristo, também é errado duvidar do poder de Deus para santificar os homens agora. Se fizerm os isto, estaremos relegando as qualidades da igreja descritas em Efésios 5:27 (gloriosa, sem mácula, santa e irrepreensível) a um nível apenas espiritual e não prático. Esta posição é bem semelhan­ te à de muitos na história da igreja que diziam que os sinais, os mila­ gres e os dons do Espírito eram só para o tempo do início da igreja e não deveriam ser esperados hoje. Nesses dias esta posição está rapida-

mente desaparecendo de cena diante das extraordinárias evidências ocorridas no século XX, que provam justamente o contrário. Da mesma forma, devemos crer que o mesmo Deus que restaurou os dons do Espírito à igreja em nossa geração, irá continuar a sua obra de restaura­ ção a ponto de fazer coisas até hoje inéditas tais como levantar apósto­ los e profetas, reformar radicalmente a estrutura da igreja e restaurar um nível de santidade, amor e poder nunca visto até então na igreja.

O

d e s m o r o n a m e n t od om o v i m e n t o

DE DISCIPULADO

Toda revolução ou reforma produz controvérsia, excessos e abu­ sos. 0 Movimento de Discipulado não foi uma exceção. De fato, houve tanta controvérsia e tantos abusos que, apesar de várias reimiões duran­ te a década de 70 entre os líderes de ambos os lados para tentar uma reconciliação, o núcleo dos cinco que iniciou o movimento começou a se desintegrar em 1984 e por volta de 1986 o movimento acabou e a revista “New Wine” deixou de ser publicada.

Derek Prince, o prim eiro a retirar-se do grupo dos cinco, enviou uma carta aos pastores e líderes-chave declarando sua posição. Eis uma porção desta carta:

Há doutrinas e práticas centrcãs nas igrejos císsociadas aos meus irmãos que não me parecem ter wna base bíblica correta: especificamente, que todo crístãodeueterumpastorhumaiiopessoal,eapráticadeumpasiordarcober- tura trcmslocalpara outro pastor. Não vejo nenhuma evidência no Novo Testa­ mento de que todo crente tivesse umpastor humanopessooL Nem tampouco vejo precedente bíblico para um pastor dar cobertura translocal para ouú-o pastor Creio que os ministérios apostólicos epastorais são distintos e não podemocuparolugarumdooutro. Umaaplicaçãoerrôneadedoutrinaepráti- ca nessas áreas pode ter um efeito restritivo no crente individual e no modo como 0 corpo coletivo de Cristo fimciona. Por causa de meu ministério de mes­ tre, creio que seja minha obrigação delinear claramente aquelas áreas nas quais meus pontos de visba diferem daqueles dos meus irmãos.

Bob Mumford leu uma declaração em uma reunião de pastores em 1989 a respeito de seu envolvimento no Movimento de Discipulado que dizia o seguinte:

“Eu me arrependo. Eu estava errado. Eu peço perdão. ” Tomar pública esta. declaração era uma questãopessoolpara Mumford. Elefora incapaz de reencontar seu caminho depois de se desligar do movimento em 1984. Ele haviapedidodescuIpasnaquelaépoca,masachouqueistDnãoerasufíciente porqueJoravagodemais.Depoisdemuitoaconselhamentoeoração,Munford decidiu que precisava arrepender-se publicamente de sua responsabilidade em estabelecer umsistema através do qual tantas pessoasJoramJeridas peb uso inadequado de autoridade.

Tambémestavampresentesnestareunião, e apoiando estadeclaração,

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ex-líder de discipulado Derek Prince e Alice Basham, viúva do ex-líder de discipulado DonBasham OqueMumfordnãoesperavaeraarespostadeex- segiÉdores e de cristãos que tinham desenvolvido atitudes de amargura em rehção às pessoas do movimento. Muitos, em lágrimas, expressaram grati- dão,equesentiamquesuasamargurassecretasestauamsendo removidas. Disseram a Mumford que tinham necessidade de ouvir o que ele disse, e pediram perdão por o terem julgado tão fortemente.

Muniford declarou que no inícto dos anos 70 os carismáticos independen­ tes precisavam de ensinamento sobre autoridade espiritual discipulado e cuidado pastoral Mas extrenvos “errôneos e prejudiciais” entraram no movi­ mento que logo ofuscaram o bem que alguns dos princípios de discipulado faziam às pessoas que os usavam corretamente. Ele admitiu que houvera uma “submissão nãosadiaqueresultouemobediênciaperversaermobíblica a líderes humanos”. Ele se responsabilizou por estes abusos, dizendo que

muitos deles aconteceram sob sua esfera de autoridade.

Mumford insiste que prestar contas (ser responsável a alguém), treinamento pessoal sob a direção de outra pessoa, e cuidado pastoral efetivo são bíblicos e ainda muito necessários. Mas disse que devem ser praticados dentro dos limites do Novo Testamento.

“Prestar contas a alguém não significa que outra pessoa deva decidir por mim’’,disseMwriford. “Sigrüficaqueeununcatereidetomarumadecisãosozi- nho.lstoéumgrandeprivilégio.VeresteprincpbserdistorcidoJoiamaiordor daminhavida Prestarcontassimple^nenlEsignfficapermitirquemeusamigos medescfiematercertezadequeestoupraticandoascoiscisqueestoufalando”. CharlesSimpson tcunbémapreseníoucúgwvas desculpas: “Pessoasforam feridas. Emmuitoscasoshouveabusodeauíoridade epessoasforamaconse-

Ihadas afazer coisas que mincadeveriam ter sidoaconselhadas afazer".^ 0 Movimento de Discipulado nos EUA

Os líderes agora admitem que o movimento cresceu muito de­ pressa e que cristãos imaturos foram colocados em posições de lide­ rança. Eles souberam de casos em que os líderes exigiam que seus discípulos recebessem sua aprovação antes de tomar decisões como noivado, casamento, mudança, e até mesmo visitas a parentes durante um feriado.

Ern Baxter recusou-se a comentar a declaração de Mumford. Charles Simpson declarou que apoiava a declaração de Mumford como uma declaração pessoal. Mas advertiu sobre o perigo das pessoas des­ cartarem os princípios de discipulado como resultado disto. Simpson disse que ações individuais de fato precisavam ser corrigidas. “Eu fiz coisas das quais me arrependo e quero realmente ser perdoado, e real­ mente quero ver restauração.”^®

Simpson disse que crê e ensina sobre relacionamentos de alian­ ça. “Não Justifico

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fato de ter feito coisas erradas. Mas não posso re­ nunciar a todos os relacionamentos de aliança que tenho. Não posso fazer isto por motivo de consciência.”^®

Simpson acrescentou que sentia necessidade de desculpar-se com os outros mestres — Mumford, Prince, Basham e Baxter. “Assumimos compromissos uns com os outros”, ele disse. “Milhares e milhares de pessoas assumiram compromissos, pelo menos em parte, porque nós assumimos compromissos. Por várias vezes pensamos em nos separar, em 1976,1977,1978 e 1980. Nessas ocasiões, com exceção de 1980, fiz pressão sobre os outros mestres. Disse a eles: ‘Não podemos nos sepa­ rar.’ Eu tinha um sentimento errado de que perderíamos credibilidade e trairíamos as pessoas”.^®

Hoje Simpson dá cobertura às “Igrejas da Aliança”, a partir de sua base em Mobile, Alabama. Observadores dizem que estas igrejas usam princípios refmados de discipulado, enfatizam a formação de igrejas e o treinamento de líderes maduros. Mumford, Prince e Baxter têm ministérios de ensino independentes.

CONCLUSÕES

E desta forma, o Movimento de Discipulado nos Estados Unidos esfacelou-se.

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saldo tanto foi negativo como positivo.

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principal fator

negativo é que o movimento violou a agente da obra de Deus no mundo — a igreja. Uma verdadeira reforma deve mudar a igreja, levando-a de volta aos seus fundamentos bíblicos e apostólicos. 0 Movimento de Discipulado passou por cima da igreja em seu zelo de dar uma solução radical para a igreja acomodada. Ao estabelecer uma cadeia piramidal de autoridade formada de “super” pastores, que cuidavam pessoalmen­ te de outros pastores, que, por sua vez, cuidavam pessoalmente de seus discípulos, houve uma forte tendência de ignorar e violar o princípio do corpo de Cristo.

Houve uma forte ênfase nos métodos de Jesus Cristo para ti-einar seus doze discípulos, enquanto pouca importância foi dada aos dons e ministérios do Espírito Santo no corpo de Cristo. A ênfase era em obe­ diência ao homem e à palavra escrita, em vez de cultivar sensibiUdade e comunhão no Espírito Santo para manifestar o Cristo vivo na igreja.

0 mistério do reino é Cristo. 0 mistério de Cristo é a igreja. 0 fundamento da igreja são os apóstolos e profetas (E f 2:20). Nas palavras de Paulo, “pela revelação me foi manifestado o mistério...o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como se revelou agora no Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, a saber, que os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-parti- cipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (E f 3:3,5­

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). Quando tivermos em nossa geração um outro, “se revelou agora no Espírito” (v 5), aí teremos a verdadeira reforma da igreja com os mi­ nistérios fundamentais em ação.

Pelo lado positivo, há muita coisa que ficou do Movimento de Discipulado que contribuiu para a restauração da igreja no século XX. Para uma doença mortal (a igreja acom odada), uma cirurgia é melhor do que paliativos. Denunciar escolas bíblicas, escolas dominicais, títu­ los e outras instituições humanas foi uma boa terapia de choque para a igreja de Laodicéia. 0 movimento trouxe uma ênfase sadia na família e na comunhão no lar, em vez de uma programação frenética de reuniões que não permite tem po algum para a construção de relacionamentos verdadeiros.

Houve uma ênfase em dar bom testemunho na vida diária no lar, na escola e no local de trabalho, em lugar de injeções constantes de

experiências emocionais. A ênfase era crescimento e maturidade e não uma busca constante por algo novo e espetacular.

Na verdade, a década de 70 foi a década de restauração de m es­ tres na igreja. A palavra de Deus fluiu como um rio e deixou mn rico depósito e um forte incentivo à presente geração para “crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor c Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3:18). Apesar dos abusos, a ênfase em autoridade e submissão, presta­ ção de contas e cobertura foram correções importantes para a mentali­ dade geral de independência e rebelião — cada um por si e Deus por todos — que aflige a igreja acomodada de hoje.

A humildade e o quebrantamento dos homens responsáveis por