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Análise da visão dos grupos experimentais a respeito do apoio da TI no Laboratório de Ideias

REALIZAÇÃO DE METAS

5 Resultados do estudo

5.6.1 Análise da visão dos grupos experimentais a respeito do apoio da TI no Laboratório de Ideias

Logo no início do desafio, quando foram questionados se achavam que iriam gostar de participar do processo de geração de ideias por meio do B2i, a quase totalidade dos participantes, 94%, manifestou concordância no pós-teste. A partir do desafio 2, notou-se leve variação para 88%, mas, mesmo assim, constatou-se que houve, de fato, uma receptividade positiva da tecnologia, conforme exibe o gráfico 16.

Gráfico 16 – Percepção dos respondentes sobre gostar de gerar ideias no B2i.

Quando foram questionados se o uso do B2i possibilitaria melhor resultado no processo de geração e ideias, alguns participantes ainda estavam céticos (cerca de 30%), provavelmente em função de não conhecerem a tecnologia. Mas, após terem contato com o B2i e experimentarem as funcionalidades estruturais nele embarcadas, percebeu-se que, em todos os desafios, a grande maioria dos respondentes admitiu que, de fato, o B2i era capaz de proporcionar melhores resultados ao processo de geração de ideias.

Neste contexto, como já se prevê na literatura, o processo de estruturação e apropriação de tecnologias leva um certo tempo (DeSANCTIS; POOLE, 1994), fato que é percebido, no experimento, pela tendência a perceber o B2i como uma ferramenta capaz de melhorar, de fato, a experiência do trabalho, conforme registro de

100% dos participantes, apenas no desafio 4, quando se concorda que, de fato, houve melhor resultado no processo de geração de ideias.

O gráfico 17 demonstra a evolução da percepção dos participantes a respeito do uso do B2i na tarefa de geração e ideias em grupo.

Gráfico 17 – Percepção sobre melhor resultado no processo de geração de ideias com o uso do B2i.

No entanto, as variações de frequência nas medições pré e pós, registradas no gráfico 16, pode também ter decorrido de expectativas assimiladas pelos respondentes por conta da estrutura funcional do B2i. Por ser colaborativo, o B2i apresentava funções que, potencialmente, facilitavam o trabalho em grupo e permitiam maior interação. A estrutura de significado do B2i clama por cooperação, ao mesmo tempo em que a estruturação do processo, granularizada em tarefas cooperativas, condicionou o comportamento dos participantes para realizarem tarefas segundo o modelo configurado no B2i.

Os recursos disponíveis no B2i embutiam funcionalidades, como a associação de ideias, o espaço para comentar as ideias dos colegas e desencadear uma trilha de discussão, elementos fortemente colaborativos e, nessa via, conforme preconizaram DeSanctis e Poole (1994), o espírito da tecnologia, especificamente o espírito do B2i, teceu um pano de fundo que proveu os meios de significação da tecnologia, mirando ajudar os usuários a entenderem e interpretarem o significado da tecnologia.

Parece que esse intento foi atingido, pois ao se analisar o questionário aplicado após o experimento sob a lente do apoio da TI, perceberam-se elementos que concretamente respaldam essa composição conceitual.

Nesta condição, a análise das questões que apresentavam viés tecnológico foi operacionalizada por meio da categorização do conteúdo das respostas, firmando-se então cinco categorias: usabilidade, atividade, tempo, interação e objetivo em comum. Essas categorias emergiram após criteriosa leitura do conteúdo, sendo compatíveis também com a literatura da área (ALTER, 2002; TURBAN; VOLONINO, 2013).

Não houve evidências de dificuldades dos participantes do Laboratório de Ideias em relação ao uso do B2i. Pelo contrário, o sistema foi bem aceito e percebido como de fácil acesso, manuseio e entendimento, sendo considerado como ferramenta adequada para a realização da atividade de geração de ideias, nominada

brainstorming8 por um respondente.

Ressaltou-se também que o B2i viabilizou a interação dos participantes, otimizando o tempo, considerando que a rotina os mantém afastados fisicamente, quase que a totalidade do tempo. Mas, justamente, a falta de tempo foi mencionada de forma recorrente e pode ser considerada como um elemento limitador do desempenho esperado pelos participantes e pela pesquisadora.

Adicionalmente, e em posição de relevância, foram mencionados dois atributos contumazes que devem encenar junto com a TI em processos grupais. Um respondente enfatizou a importância do comprometimento de todos envolvidos com a tarefa, a fim de que esta não fosse prejudicada.

Outro respondente mencionou que a tecnologia analisada tem potencial para funcionar muito bem, mas somente se houver empenho e orientação do grupo em busca de um mesmo objetivo.

Tais constatações reforçam a teoria de que a tecnologia per si não gera resultados positivos, devendo-se convocar pessoas e processos, compondo um trio que será ancorado nos objetivos propostos (VENKATRAMAN, 1994; ALTER, 2002).

Ainda na perspectiva da TI, perceberam-se indícios de apropriação do arranjo tecnológico que apoiou o Laboratório de Ideias, de forma mais contundente no B2i e de modo mais elementar no grupo do WhatsApp®, conforme exibido na figura 91.

8 O termo brainstorming, embora represente, tradicionalmente, a geração de ideias, não foi utilizado no

Figura 91 – Indícios da apropriação da tecnologia.

Fonte: extraído da análise no Atlas.ti® em 21/7/2015.

A figura 92 organiza o tratamento que foi dado, com o apoio do Atlas.ti®, às constatações relativas ao apoio da TI no processo de geração de ideias.

Figura 92 – Categorias creditadas a TI sob a ótica do apoio à geração de ideias.

Fonte: extraído da análise no Atlas.ti® em 21/7/2015.

Em relação ao B2i, um respondente do questionário pós-experimento o associou a outros usos potenciais, como a realização de teleconferência por Skype™ para organizar os grupos. Já no WhatsApp®, houve a intervenção de um usuário que mudou a imagem do grupo que é exibida ao lado do título do grupo, postando uma

imagem de pessoas reunidas. Mesmo que incipientes, essas constatações materializam o processo de apropriação da tecnologia pelo usuário, como destacado por DeSanctis e Poole (1994).

O B2i foi especificado sob a égide do modelo 3C de colaboração, motivando a medição das três dimensões do referido modelo, que serão tratadas nas próximas subseções.