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REALIZAÇÃO DE METAS

4 Procedimentos metodológicos

4.6 Sistema colaborativo para o quase-experimento

Uma ameaça ao projeto materializou-se em oportunidade. A mudança da empresa que seria o lócus da pesquisa, trouxe também a necessidade de se conseguir o sistema colaborativo para operacionalizar o planejado, o que findou por fortalecer a tese.

O Banco de ideias inovadoras, ou B2i, foi descoberto durante a visita à literatura. Implementado em 2007, o B2i permaneceu nos limites da monografia que lhe deu vida (ESCALFONI; CAVALCANTI, 2008), sem maiores evoluções. Em sendo encontrado, foi cogitado a ser parte dessa nova trama e, portanto, necessitou ser refinado como artefato computacional.

Desta feita, um dos proprietários do B2i foi convidado a colaborar com a pesquisa, mas, após aceitar a participação, logo advertiu que: “pôr o sistema de 2007 no ar não seria bom, pois as pessoas se acostumaram com uma série de facilidades que os aplicativos de redes sociais popularizaram”, os quais não estavam presentes no

software. “Vamos montar uma força-tarefa para modernizar o sistema”.

Assim, deu-se início ao processo de especificação de uma nova versão do B2i elaborada especialmente para o quase-experimento, o que se materializou em um produto suplementar resultante desta tese. Assim, em uma dinâmica sistemática e iterativa, foi sendo construída a nova versão do software para ser utilizada nesta tese.

4.6.1 Especificando o B2i

Para avaliação da versão do B2i, uniram-se a pesquisadora, um dos desenvolvedores do B2i e um profissional de TI, assumindo, respectivamente, os seguintes papéis: requerente, projetista/implementador e projetista de interface, todos representados na figura 54.

O papel do requerente, assumido pela pesquisadora, foi de informar as funcionalidades que deveriam ser acopladas à versão 2.0 do B2i, alinhando-as à

proposta do quase-experimento. Auxiliaram à pesquisadora no desempenho deste papel, especialistas coadjuvantes que ajudaram na identificação das funcionalidades necessárias.

O projetista-implementador teve a atribuição de traduzir as informações recebidas pelo requerente para os requisitos do sistema e implementá-los. Para tal missão, contou com o apoio de um profissional de TI. Este ficou incumbido do projeto de interface do B2i, dos testes e de eventuais ajustes.

Figura 54 - força-tarefa para remodelar e implementar o B2i.

Após montar a equipe, o passo seguinte foi elaborar uma estrutura conceitual para estruturar o processo de geração de ideias no B2i, fundamentada nas principais bases de conhecimento que ancoraram esta tese, conforme ilustrado na figura 55.

Figura 55 – Estrutura conceitual para orientação do desenvolvimento do B2i.

Considerando o método de e-brainstorming descrito na visita à literatura, idealizou-se que a tarefa de geração de ideias em seria feita em fases, como mostra a figura.56, que sintetiza a descrição das fases de cada desafio

Expandindo a descrição das fases tem-se o seguinte perfil:

 Deveria ser iniciada com uma fase individual (Fase I). Nesta fase, o usuário teve acesso às orientações da tarefa e criou ideias sem se preocupar em observar as ideias dos outros componentes do grupo, nem com a avaliação das ideias que criou e, tampouco, com a quantidade de ideias que criara no ambiente;

 A fase seguinte (Fase II) foi em grupo: todos viram as ideias geradas e puderam comentar, curtir, votar, associar e, ainda, criar novas ideias;  Na fase III, o comitê de avaliação recebeu um relatório com as ideias mais

votadas e procedeu à avaliação, atribuindo notas às mesmas, mediante critérios previamente estabelecidos;

 Na última fase (Fase IV), os resultados foram divulgados, sendo as ideias categorizadas em ideias top e ideias potenciais.

Figura 56 – Descrição das fases dos desafios.

Fase I Gerar ideias individualmente, sem

limite de quantidade

Fase II

Observar as ideias dos colegas, comentar e gerar novas ideias

Votar nas melhores ideias

Fase III Avaliação das ideias pelo comitê

Fase IV Divulgação dos resultados

4.6.2 Funcionalidades mapeadas para o B2i

O modelo 3C de colaboração trouxe para o projeto experimental as dimensões cooperação, coordenação e comunicação, cada uma, a seu turno, relacionando-se entre si e com a dimensão percepção. Para cada uma das dimensões do modelo, constituíram-se funcionalidades no software B2i guiando-se pelos serviços encontrados na web 2.0, conforme exibido no quadro 9.

Quadro 9 – Dimensões do modelo 3C e funcionalidades projetadas no B2i.

Dimensão Funcionalidade Descrição

C o m u n icaç

ão Mensagens Envio de mensagens aos usuários

Sala de bate papo Ambiente onde os usuários se encontrariam remotamente para conversas

Quadro de avisos Local para postar avisos

C o o p er aç ão

Comentários Local para comentar as ideias postadas

Associação Possibilidade de usar uma ou mais ideias em associação para criar uma nova ideia

Visualização Painel de ideias onde as ideias dos participantes ficavam expostas e acessíveis

Votação Votar nas ideias, elegendo as melhores Curtir Sinalizar ideias mais interessantes

C o o rd en aç ão

Tema do desafio Espaço para cadastrar tema do desafio e descrição Calendário e

programação Planejamento de datas e horários de início e fim dos desafios Acesso Cadastramento de usuários, configurando login, senha e

papéis

Acompanhamento do desempenho

Relatório analítico com informações de acesso e produtividade dos grupos

Painel de avaliação Apresentação de ideias mais votadas com estrutura para avaliação pelo comitê

Notificações push Envio automático de mensagens pelo sistema para aqueles que não postaram ideias ou não acessaram o ambiente

Per

ce

p

çã

o Notificação

Informações do sistema sobre a movimentação no ambiente, como novas ideias, comentários e votação

Painel de ideias Visualização da produção individual e do grupo

Status de componentes

do grupo Informação dos inscritos no grupo e status de presença

Buscou-se configurar um ambiente de colaboração que estimulasse a criatividade e facilitasse a participação por meio de um design intuitivo centrado no usuário. Apenas as funcionalidades que estão escritas em azul não foram implementadas diretamente no software, devido a necessidade de se iniciar o experimento, sendo substituídas por canais no aplicativo para celular WhatsApp®5, para as funcionalidades de comunicação

5 WhatsApp® é um aplicativo de mensagens multiplataforma que permite trocar mensagens de texto

por meio de uma conexão com a Internet. Além disso, provê ambiente para criação de grupos e compartilhamento de imagens, vídeo e áudio (https://www.WhatsApp.com/?l=pt_br).

Essa estrutura inicial guiou o levantamento, análise dos requisitos e desenvolvimento do software numa dinâmica iterativa, interativa e incremental com sucessivas validações que se limitavam ao dead line para início do experimento.

O trabalho de redesenho da ferramenta foi iniciado em julho de 2014 e todo o processo de comunicação entre a pesquisadora e o projetista-implementador foi apoiado por tecnologias virtuais de comunicação e colaboração, como Skype™6,

WhatsApp® e e-mail, já que os envolvidos se encontravam em locais físicos distintos.