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REALIZAÇÃO DE METAS

5 Resultados do estudo

5.1 Relato do experimento: escopo geral

5.1.2 Roteiro tecnológico do quase-experimento

O B2i foi desenvolvido para fins de pesquisa acadêmica antecedente e adaptado para os fins desta tese. Os requisitos levantados não foram plenamente atendidos na versão liberada para o experimento, demandando que fossem acoplados meios para disponibilizar as funcionalidades requeridas e não implementadas, como o espaço criado no aplicativo WhatsApp®. No entanto, o ambiente constituído para fins experimentais permitiu que as tarefas designadas aos grupos fossem realizadas satisfatoriamente.

Na sequência, a fim de apresentar o B2i, que terminou se configurando como um subproduto da tese, algumas telas serão exibidas para ilustrar o fluxo de ações possíveis e realizadas neste ambiente virtualizado. Por ajuste, algumas informações postadas pelos sujeitos experimentais foram retiradas, a pedido da empresa onde se realizou o experimento, devido à confidencialidade daquelas.

Assim, para acessar o ambiente de geração de ideias do B2i, cada usuário recebeu pelo endereço de e-mail corporativo um link eletrônico. A figura 69 apresenta a tela inicial de acesso para inserção do login e senha.

Figura 69 - Tela de acesso ao B2i.

Fonte: B2i, versão disponível em 20/10/2014.

Após cadastrar os grupos e, em cada grupo, cadastrar os participantes, a pesquisadora cadastrou o desafio conforme tela exibida na figura 70. Essa tarefa requereu a inserção do título do desafio, da descrição, do início e do período de cada fase.

Figura 70 - Tela de cadastro de desafio.

Feito isso, o usuário acessava o ambiente virtual para a realização da tarefa. No B2i as tarefas foram chamadas de desafios. Cada desafio era subdividido em quatro fases, conforme diagramado na figura 71. Essa imagem aparecia no canto superior esquerdo de qualquer tela do B2i e indicava em que fase estava o desafio, conforme pode ser observado nas telas aqui apresentadas.

Figura 71 - Fases do desafio no B2i.

Fonte: B2i, versão disponível em 20/10/2014.

Na fase I, o sujeito experimental acessava o B2i e conhecia o desafio. Após isso, poderia elaborar ideias sem se preocupar com a quantidade nem com a avaliação dos colegas, pois não havia acesso às ideias dos outros. O processo de gerar ideias era bem simples. No campo nova ideia, era só inserir título e descrição da ideia proposta e finalizar. A ideia gerada já aparecia registrada logo abaixo da descrição do desafio, conforme tela apresentada na figura 72.

Figura 72 - Tela de geração de ideias na fase I do experimento.

Então, na fase I, a cada acesso ao B2i, usuário só tinha acesso às ideias que postou no ambiente, podendo inserir novas ideias até que o desafio avançasse, automaticamente, para a fase II após o período estabelecido.

Na fase II era possível observar as ideias geradas pelos outros componentes do grupo. O usuário poderia gerar novas ideias, mesclar ideias, comentar, curtir e votar nas ideias já contidas no mural de ideias. A tela principal desta fase está registrada na figura 73.

Figura 73 – Tela de geração e visualização de ideias na fase II do experimento.

Fonte: B2i, versão disponível em 20/10/2014.

Ainda na fase II, a tela ganhara mais funcionalidades. Era possível navegar utilizando as abas minhas ideias e ideias do grupo, localizadas logo acima do título do desafio. Também era possível votar e comentar clicando, respectivamente, na estrela e no balão que apareciam na área emoldurada da ideia. Quando era feito algum comentário, o autor da ideia era notificado e podia acompanhar a trilha constituída por comentários e réplicas, acessando a aba de notificações que estava disposta no canto superior da tela, conforme exibido na figura 74, que exibe o perfil real de uma participante (cuja divulgação foi autorizada)

Figura 74 - Tela de notificações às ideias.

Fonte: B2i, versão disponível em 20/10/2014.

Outra funcionalidade era a associação de ideias. Esta ação dava-se pela junção de duas ou mais ideias existentes no mural de ideias, originando uma nova ideia que fora diferenciada no mural por meio do fundo amarelo. Quando o usuário estivesse na área de ideias do grupo, haveria uma área demarcada no canto direito da tela chamada associar ideias. O processo tornou-se bem fluido: o usuário marcava a ideia segurando o cursor e, em seguida, a arrastava à área demarcada. Esse processo poderia ser feito quantas vezes o usuário achasse necessário. A figura 75 apresenta a tela em que esse processo de associação aconteceu.

Figura 75 - Tela de associação de ideias na fase II.

Após arrastar e soltar todas as ideias que comporiam a nova ideia, o usuário clicaria em mesclar ideias. A seguir, apareceria um campo nova ideia, similar àquele exibido na figura 73. Um título era dado à nova ideia e também uma descrição que justificasse a associação das ideias selecionadas.

Na fase III quem atuou foi o comitê. As dez ideias mais votadas de cada grupo, em cada desafio, formaram um mural com ideias para avaliação, conforme exibido na figura 76.

Figura 76 - Tela com mural de ideias para avaliação pelo comitê na fase III.

Fonte: B2i, versão disponível em 20/10/2014.

Ao lado de cada descrição de ideia havia um link chamado vote, que levava à tela de avaliação para que o membro do comitê atribuísse nota à ideia seguindo o fluxo de votação já descrito anteriormente, considerando os critérios pré- estabelecidos, de acordo com o exposto na figura 77.

Figura 77 - Tela de avaliação de ideia pelo comitê na fase III.

Fonte: B2i, versão disponível em 20/10/2014.

A finalização da fase III ocorreria com a junção das notas finais para cada ideia, de acordo com a modelagem multicriterial desenhada e a classificação em ideias

top ou potenciais.

Assim, chegou-se à fase IV, quando os resultados foram expostos, conforme é visto na figura 78, e os participantes foram convidados a observar e a navegar pelas abas que indicavam as ideias classificadas como top e aquelas classificadas como potenciais.

Figura 78 - Tela de visualização dos resultados pelos participantes.

Esse ciclo de desafios aconteceu quatro vezes, numa sistemática estabelecida e comunicada a todos os participantes.

Olhando sob a perspectiva da teoria da atividade, quando o sistema colaborativo, o B2i, foi utilizado como mediador da tarefa de geração e ideias em grupo, foi constituída uma estrutura que orientou o comportamento dos participantes. Nesta linha, foi possível redesenhar a representação expandida da atividade humana, considerando o contexto específico da pesquisa, conforme exibido na figura 79.

Figura 79 – Modelagem da representação da atividade à luz do quase-experimento.

Artefatos

Objeto

Comunidade Sujeito

Regras Divisão de trabalho

Produção Consumo Troca Distribuição Resultado Geração de ideias B2i Colaboradores Usuários do sistema Usuários, organização Papéis, tarefas, coordenação mútua, coordenação hierárquica Informações, conteúdo compartilhado etc. Conhecimento compartilhado, protocolos de interação, orientações etc.

Fonte: inspirada em Engeström (1987, 1990 e 1999) e Fuks et al. (2011).

Neste esquema, os indivíduos agruparam-se com a finalidade de executar uma tarefa (ou atividade) que foi subdividida em ações, tais quais: gerar ideia individualmente, observar as ideias postadas pelo grupo, gerar novas ideias considerando as ideias já criadas pelo grupo, comentar as ideias dos outros participantes e votar nas ideias.

Na perspectiva do consumo, o sujeito e a comunidade colaboram para atuarem em função do objeto. No entanto, conforme Engeström (1999), é comum ocorrer contradições dentro dessa perspectiva, ou seja, os usuários conferem significados pessoais à estrutura, os quais são movidos por motivações diversas. Quando há este confronto, torna-se um instrumento de transformação e ressignificação da tríade

sujeito-artefato-atividade, o que foi constatado durante a pesquisa no ambiente modelado, com o apoio da TI, para a colaboração entre os participantes. Neste caso, acredita-se, a proposta do Laboratório, bem como a estrutura provida pelo B2i, foi assimilada de modo particular por cada participante.

Desse modo, percebeu-se que alguns indivíduos tenderam a uma participação mais intensa, mas numa perspectiva solo, outros tenderam a um trabalho mais colaborativo e alguns não demonstraram motivação para participar.

Os elementos mais interativos do ambiente proporcionado pelo B2i enriqueciam o processo de criação, quando, por exemplo, tornavam visível a produtividade e o conteúdo das ideias criadas pelos integrantes, fato que sofisticou a dinâmica de trabalho, potencializando melhores resultados, conforme preconizavam Fuks et al. (2002) e é evidenciado na fala de um dos participantes: “poder conhecer as idéias dos outros participantes para depois mesclar com a sua, melhorando-a” (QuestPos_Respondente 2).