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Antecedentes para a elaboração da proposta

CAPÍTULO 5 MODELO PROPOSTO DE OBSERVATÓRIO PARA

5.2 Antecedentes para a elaboração da proposta

Além do escopo da revisão de literatura, outros elementos importantes precisam foram considerados para auxiliar no desenvolvimento desta pesquisa, tais como o mapeamento da cadeia de TIC em SC, a pesquisa sobre exemplos de observatórios na internet, as visitas técnicas realizadas a observatórios na Espanha. Destaca-se ainda, o Projeto RIPASUL, desenvolvido em 2008, pelo IGTI, cuja proposta aborda a prestação de serviços para o desenvolvimento e implantação de um observatório tecnológico para uma cooperativa de leite da região sul.

A importância do mapeamento da cadeia de TIC está relacionada ao fato de que seu resultado permitiu conhecer melhor as características do setor, ou seja, saber quantas são as empresas no Estado, a sua localização, quem são seus fornecedores, seus clientes, seus concorrentes, seus parceiros. Também permitiu identificar quais são os gargalos tecnológicos enfrentados pelas empresas e as necessidades informacionais que possuem. Isso contribuirá para a proposição e desenvolvimento dos produtos/serviços de informação que o observatório irá oferecer.

Em relação à pesquisa sobre exemplos de observatórios, realizada na internet foi possível constatar que os mesmos podem ser desenvolvidos como uma oportunidade para oferecer produtos/serviços de informação, ou para atender a uma lacuna existente em relação a informações estratégicas sobre um determinado setor. Os observatórios podem ser constituídos de várias formas, com a participação do

setor público ou privado, ou ainda, com a participação de ambos, o que garantirá melhor aproveitamento de esforços, contribuindo para o seu sucesso e sua sobrevivência.

No tocante as visitas técnicas realizadas aos observatórios Observatorio Tecnológico de ITE, Observatorio del Plástico e Observatorio Nacional de las Telecomunicaciones e de la Sociedad de la Información (ONTSI), todos localizados na Espanha, foi possível aprofundar o conhecimentos em relação as variáveis pesquisadas com os observatórios na internet (objetivo, redes de relacionamento, produtos e serviços, sustentabilidade/financiamento). Além disso, foi possível identificar outros aspectos importantes para auxiliar na elaboração da proposta do modelo de observatório, tais como infraestrutura, portal de comunicação, perfil de acesso dos usuários, perfil da equipe que desenvolve as atividades do observatório, grau de desempenho do observatório, dentre outros.

Em relação ao Projeto RIPA-SUL, foram considerados os aspectos relacionados às competências e atribuições da equipe que executará as atividades do observatório, bem como a tecnologia necessária para o desenvolvimento de um portal, como meio de comunicação do observatório com seus usuários e a comunidade em geral.

Cabe considerar ainda, os Projetos PLATIC e ODI-SC como antecedentes para a elaboração do modelo, os quais são detalhados a seguir.

5.2.1 Projeto Plataforma de Tecnologia da Informação e Comunicação de Santa Catarina (PLATIC)

Com o objetivo de identificar os principais gargalos que estavam dificultando as exportações e reduzindo a competitividade das empresas do setor de TIC catarinenses, o Instituto Euvaldo Lodi-SC em parceria com a Fundação CERTI e a FINEP desenvolveu, em 2001, o projeto Gargalos de competitividade.

Além de identificar as principais barreiras à competitividade das empresas, o projeto Gargalos promoveu uma grande interação e ampliou a articulação entre as empresas, governo e universidades. Todas as instituições envolvidas validaram e complementaram os diagnósticos realizados e planejaram ações a fim de aumentar a competitividade das empresas do setor. Dentre as instituições destacam-se: Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina (IEL-SC), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado

de Santa Catarina (FAPESC, antiga FUNCITEC), Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE), Fundação Softville (SOFTVILLE), Blumenau Pólo Tecnológico de Informática (BLUSOFT), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Regional de Blumenau (FURB), Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CTAI), Núcleo de Desenvolvimento de Software de Florianópolis (SOFTPOLIS).

Com base nos resultados do projeto Gargalos e com o envolvimento das entidades do setor mencionadas anteriormente, em 2004, o IEL-SC elaborou o projeto Plataforma de Tecnologia da Informação e Comunicação de Santa Catarina (PLATIC), que foi apresentado à FINEP (Fundo Verde Amarelo – Arranjos Produtivos Locais) e à FAPESC. O objetivo do projeto foi desenvolver e disponibilizar um conjunto de ferramentas de gestão de negócios para as empresas do setor, por meio do desenvolvimento de metodologias e criação de núcleos de competências nas áreas identificadas pelas empresas (CORAL; PEREIRA; BIZZOTTO, 2007).

O projeto foi organizado em 12 sub-projetos, denominados de metas, envolvendo institutos de pesquisa, universidades, governo, empresas e entidades de classe do setor de TIC do Estado de Santa Catarina. A operacionalização de cada meta ficou sob a responsabilidade de equipes ligadas às universidades catarinenses, o que garantiu a ampliação da interação entre empresas e universidades.

O projeto se encerrou em outubro de 2007, gerando resultados que beneficiaram a todos os envolvidos no projeto e contribuindo para o desenvolvimento do setor TIC catarinense. Entretanto, devido a dificuldades na liberação dos recursos, por parte da fonte financiadora do Estado, duas metas não concluíram suas atividades nesse prazo e foram prorrogadas até agosto de 2008.

Uma destas metas é a de número 10 – Portal PLATIC – Observatório Tecnológico, cujo objetivo era o mapeamento da cadeia TIC de SC e o desenvolvimento de um observatório tecnológico. Esta meta estava sob a responsabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina, representada pelo Núcleo de Estudos em Inovação, Gestão e Tecnologia da Informação (IGTI), ao qual a autora desta pesquisa está vinculada.

O mapeamento da cadeia de TIC de SC teve como objetivo obter um panorama do setor em relação ao estado, região e país, contribuindo para a consolidação do APLTIC-SC. Contou com o apoio das entidades: SEBRAE-SC, FIESC, IEL-SC, SUCESU-SC, ASSESPRO-SC, RECEPET, ACATE, BLUSOFT, SOFTVILLE, Secretaria de Estado do Planejamento, UFSC, SEPD, SEPROSC, SEPIJ, FAPESC, FINEP, CETIC-SC e INSTITUTO GENE.

A consolidação dos dados serviu como ponto de partida para auxiliar na proposição de políticas para o setor, favorecendo as negociações junto a entidades e órgãos governamentais, bancos e instituições de fomento, nacionais e internacionais.

Com o resultado do mapeamento foi possível identificar, dentre outros fatores, as necessidades de informação das empresas, que servirão de insumo para a proposição de produtos/serviços de informação por parte do observatório.

5.2.2 Projeto Observatório de Desenvolvimento Industrial de Santa Catarina (ODI- SC)

O Projeto ODI-SC tem por objetivo gerar conhecimento para a tomada de decisão, contribuindo para o desenvolvimento industrial sustentável, por meio de prospecção, monitoramento e análise de tendências, atendendo demandas do mercado.

O projeto é um braço do projeto nacional “Rede de Articulação de Competências para o Desenvolvimento Industrial”, que é coordenado pelo IEL Nacional e conta com a participação dos estados: Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Santa Catarina, além da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e FINEP.

O Projeto ODI-SC tem o propósito de fornecer subsídios ao desenvolvimento do setor de TIC de Santa Catarina, através do monitoramento, coleta, processamento, análise, formatação e disseminação de informações e da prospecção estratégica e tecnológica que permitirá a análise de tendências, assim como o desenvolvimento de políticas, instrumentos e planos de ação, institucionais e empresariais, e de indicadores de desempenho econômicos, tecnológicos e mercadológicos. Teve início em março de 2007, com previsão de término no final de dezembro de 2009.

No projeto está em andamento um estudo prospectivo, cujo tema é: “Desenvolvimento e fortalecimento do Arranjo Produtivo Local de TIC de Santa Catarina (APLTIC-SC) para a sustentabilidade do setor no horizonte 2008 a 2018, com um marco em 2013 (cinco anos) no Road Map resultante”.

Para o desenvolvimento desse estudo são realizadas várias oficinas com o objetivo de reconhecer as percepções, comportamentos e representações que os atores (representantes de entidades e empresas do setor) possuem em relação ao tema de estudo proposto.

As oficinas são conduzidas pela equipe do IEL-SC responsável pela operacionalização do Projeto ODI-SC. A equipe é coordenada por prof. Pedro Felipe de Abreu do IEL/SC e profa. Aline França de Abreu, da UFSC. Fazem parte desta equipe, alunos de mestrado e doutorado dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e em Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC, integrantes do Núcleo de Estudos em Inovação, Gestão e Tecnologia da Informação (IGTI).

Estas são algumas das várias ações que estão sendo desenvolvidas em torno do setor de tecnologia da informação e comunicação no Estado de SC. Isso mostra que os representantes do setor têm consciência da importância do mesmo para o desenvolvimento não só do Estado, mas também do país. Portanto, considera-se que é um momento oportuno para a elaboração da presente proposta, pois a mesma oferecerá ao setor um instrumento que vai permitir a intensificação das ações que estão se desenvolvendo, bem como a proposição de novas, gerando benefícios para todos os envolvidos.

Após apresentados as premissas e os antecedentes para a elaboração do modelo, detalha-se, no próximo item, a proposta de modelo de observatório para APLs.