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Validação do modelo com especialistas

CAPÍTULO 4 – ESTRUTURAÇÃO DO MODELO DE OBSERVATÓRIO

4.2 Validação do modelo com especialistas

Conforme mencionado anteriormente, a versão 3 do modelo desenvolvido foi encaminhada aos especialistas em observatórios, para avaliação da sua viabilidade e aplicabilidade.

Quanto ao procedimento adotado, foi encaminhado um e-mail aos observatórios, consultando sobre o interesse e disponibilidade dos especialistas em avaliar o modelo desenvolvido (Apêndice D). Foram selecionados 25 observatórios da lista dos 50 pesquisados, apresentados no Apêndice A. Dos 25 e-mails

encaminhados, 4 apresentaram problemas de envio (endereços

inválidos/inexistentes), 7 responderam manifestando interesse em colaborar com a pesquisa e os demais não responderam.

Para os especialistas que manifestaram interesse em colaborar com a pesquisa foi encaminhado o modelo gerado (apresentado no capítulo 5) acompanhado de um questionário (Apêndice E), a fim de avaliar a viabilidade e a aplicabilidade do modelo gerado, abordando os principais aspectos relacionados ao modelo gerado, ou seja, as fases do modelo e as atividades de cada fase. Ao todo, 7 especialistas fizeram a avaliação do modelo, o que corresponde a 28% de retorno da amostra escolhida.

Esta atividade de pesquisa foi realizada de setembro a outubro de 2009. Na verificação, foram considerados os seguintes elementos: as fases do modelo, as etapas de cada fase (diagnóstico, gestão, infraestrutura e plano de sustentabilidade), aspectos não considerados no modelo e comentários adicionais.

As respostas dos especialistas são apresentadas na Tabela 1 e na sequência, são tecidos alguns comentários apresentados pelos mesmos. O detalhamento das respostas pode ser observado no Apêndice F.

Tabela 1 – Respostas dos especialistas

Questões Opções – número de respostas

Sim Não Em parte

1 - As fases do modelo: diagnóstico, gestão, infraestrutura e plano de sustentabilidade, são suficientes para a estruturação e desenvolvimento de um observatório?

5 1 1

2 - As etapas da fase diagnostico são suficientes para realizar o diagnóstico do observatório?

4 2 1

3 - As etapas apresentadas na fase gestão são suficientes para o bom gerenciamento do observatório?

4 2 1

4 - Na fase infraestrutura são contemplados todos os aspectos necessários à infraestrutura do observatório?

4 1 2

5 - As etapas contempladas na fase plano de sustentabilidade são suficientes para possibilitar a sustentabilidade do observatório?

4 2 1

6 - Há algum elemento importante que não foi considerado no modelo proposto?

2 5

7 - Há algum comentário adicional? 5 2

Em relação à primeira questão, sobre as fases do modelo, 5 especialistas responderam que as fases apresentadas são suficientes para estruturar e desenvolver um observatório, um mencionou “em parte” e outro respondeu “não”. Os principais comentários dos especialistas referem-se a: maturidade do APL; força da rede existente; clareza dos produtos que serão entregues pelo observatório; articulação dos atores; tecnologias de disseminação; modelo bem amarrado e estruturado; definição do público alvo e plano de comunicação; ausência de uma referência a um plano de implementação (um piloto), com as indicações de procedimentos de implementação e; preocupação com o registro de práticas aprendidas.

Quanto à segunda questão, sobre as etapas da Fase diagnóstico, 4 especialistas responderam que são suficientes para realizar o diagnóstico do observatório, 2 responderam “não” e um respondeu “em parte”. Os principais comentários dos especialistas referem-se a: necessidade de uma etapa anterior para

a detecção da necessidade da existência do observatório e a identificação de qual será o público alvo e as suas necessidades.

No que diz respeito à terceira questão, relativa às etapas da Fase gestão, 4 especialistas responderam que são suficientes para a gestão do observatório, 2 responderam “não” e um respondeu “em parte”. Os principais comentários dos especialistas se referem a: etapa fundamental, porém, bem pouco estruturada; vai acontecendo ao longo do processo de estruturação do observatório; o acontecimento das fases é simultâneo, como está representado no diagrama; necessidade de análise e escolha de algumas ferramentas de tecnologias de gestão, de uso comprovadamente eficiente para o gerenciamento do portal, ou ainda, a presença de uma matriz de responsabilidades e seu gerenciamento (permissões e responsabilidade de alimentação e gestão) e; maior detalhamento do perfil das pessoas que irão trabalhar no observatório, bem como as suas funções.

Na quarta questão, referente à Fase infraestrutura, 4 especialistas responderam que foram contemplados todos os aspectos necessários à infraestrutura, 1 respondeu “não” e 2 responderam “em parte”. Os principais comentários dos especialistas se referem a: plataforma de serviços, que deve estar no planejamento, dentro de um cronograma de atividades; comunicação também deve estar no planejamento, a fim de mostrar a importância do observatório para o APL, bem como vender o seu conceito; importante incluir nesta fase os recursos humanos necessários para colocar o observatório em funcionamento; sugestão de que esta etapa se chame estrutura, incluindo tanto a infraestrutura, como os recursos humanos; presença de uma equipe multidisciplinar no observatório é fundamental; importante considerar aspectos ligados às distintas mídias e formatos de registro de informações e suas demandas no sistema, além da propriedade intelectual das informações e conhecimentos gerados.

Quando questionados se as etapas apresentadas na Fase sustentabilidade são suficientes, 4 especialistas responderam “sim”, 2 “não” e um “em parte”. Os principais comentários dos especialistas foram: os investimentos para a concepção do observatório são mais fáceis de serem captados, já os recursos para a sua manutenção são mais difíceis e precisam ser equacionados antes de iniciar a operação do observatório, visando a sua sustentabilidade; publicidade no observatório não é interessante, pois com o tempo, ele pode perder sua independência; necessidade de conhecer bem as necessidades dos usuários, e que

isso é um problema, pois às vezes, eles não sabem direito o que querem; a sustentabilidade é uma tarefa árdua que exige constante avaliação do retorno que o observatório propicia; criação ou estabelecimento de um cronograma inicial indicando por quanto tempo cada parceiro irá contribuir, para assim, já definir outras fontes alternativas; a definição de produtos e serviços deveria ser realizada na etapa de planejamento; no início é preciso mostrar a capacidade técnica do observatório, para gerar nos usuários a necessidade por análises mais detalhadas, que aí sim, poderão ser cobradas.

No tocante à questão seis, quando questionados se algum elemento não tinha sido considerado no modelo proposto, 2 responderam “sim” e 5 “não”. Os principais comentários dos especialistas se referem a: falta de clareza em relação à sustentabilidade do observatório, pois são apresentadas muitas formas de buscar a sustentabilidade, mas é necessária a criação de uma estratégia comercial, onde se menciona a gratuidade temporal de certos produtos; referência a uma indicação mais ampla em relação a todas as partes interessadas, identificando parcerias potenciais, por exemplo; modelo gerado é um bom guia para os interessados em desenvolver um observatório.

Por fim, em relação à última questão, quando questionados se havia algum comentário adicional, 5 responderam “sim” e 2 “não”. Os principais comentários dos especialistas se referem a: inversão da última seta do modelo, para caracterizar o ciclo PDCL; elementos pensados são relevantes, mas talvez falte uma idéia de como acontece ao longo do tempo, que fase deve ser cumprida antes, para iniciar a próxima; parabéns pela iniciativa, tema e qualidade do trabalho; já tem potencial para garantir um bom produto; trabalho interessante; observatório deve partir de uma iniciativa púbica, até conseguir sua autonomia econômica; poucas pessoas no comitê gestor; produtos devem responder às inquietudes dos usuários; esforço de varredura completa de todas as etapas necessárias para o que seria a implementação de um observatório ideal para APL; é difícil operacionalizar um observatório considerando todos os requisitos levantados, mas ter esse mapeamento é um excelente ponto de partida.

Após essa avaliação, as sugestões foram analisadas e incorporadas ao modelo de observatório. Com isso, chegou-se versão que é apresentada no capítulo 5, já contemplando as sugestões apresentadas pelos especialistas, as quais são mencionadas no item seguinte.