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1.3.2. Segundo Subperíodo, 1966-1993 – A Vice-Província de Moçambique

1.3.2.2. Os Caminhos do Acordo Geral de Paz (AGP)

Em 19 de Outubro de 1986, morre o primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel, num acidente de aviação em território sul-africano. As causas do acidente ainda são matéria de discussão, havendo duas hipóteses: atentado/assassinato ou acidente. Sucedeu-lhe Joaquim Alberto Chissano, em 6 de Novembro de 1986, numa altura em que a guerra se alastrava cada vez mais. Distanciando-se da linha do seu predecessor, diante do drama da guerra, defendeu a paz por via do diálogo, contrariando o desejo de alguns generais que pretendiam alcança-la por uma solução militar. Entretanto, os generais mostravam-se confiantes que com mais dinheiro no orçamento para a Defesa e Segurança poderiam recuperar as áreas perdidas. Como prova, em Dezembro de 1986, iniciaram com o processo de recuperação das vilas tomadas pela Renamo na Zambézia: Chinde caiu no mesmo mês, Luabo, em Janeiro de 1987, Morrumbala em 26 de Abril e Gilé em 16 de Junho de 1988, o que forçou a Renamo a optar pelas emboscadas contra as colunas militares.

As emboscadas criaram uma insegurança na movimentação de pessoas e bens. A crescente certeza de que o país ficaria dividido levou as FPLM a criarem o Posto de Comando Avançado do Estado-Maior-General em Quelimane, chefiado pelos generais Hama Thai e Lagos Lidimo, com as funções de comunicações e contrainsurreição. Mesmo assim, as chefias da Renamo intensificaram os combates que forçaram o regime a ir para a mesa de negociações. 80% do território estava ocupado pela guerrilha, e nas cidades havia grande número de infiltrados, incluindo na capital. Inúmeros generais do exército reconhecem que a derrota era iminente.

Recentemente, Alcido Chivite, uma destacada figura militar afirmou que "Há uma particularidade muito esquisita, porque muita gente não entende como Chissano apareceu à frente. Para mim ele foi enviado por Deus para vir salvar a Frelimo da derrota e o Povo moçambicano da Guerra. Ele conseguiu converter a derrota em vitória porque em termos práticos, a Frelimo militarmente tinha Perdido a Guerra com a Renamo146". Embora tenha forçado o regime a mudar de posição a guerra teve consequências dramáticas. Mais de um milhão de moçambicanos morreram, mais de 4 milhões ficaram refugiados no próprio país e duas milhares em países vizinhos.

Vines147, filho de um diplomata que representa sua majestade em Maputo faz uma análise, controversa, mas actual pelos elementos que coloca sobre o AGP. Para ele, o processo de paz moçambicano foi feito com incentivos financeiros que tornaram possível o seu desfecho final. O herói do AGP é, segundo ele, Tiny Rowlands, o chefe executivo da multinacional britânica LONRHO que pagava a Renamo de modo a não atacar os seus investimentos

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Towo, Serôdio. 28 anos depois, Alcido Chivite, fala da traição à Pátria, Jornal Dossiers & Factos, Maputo, 29.04.2013. p. 5.

147 Vines, Alex. The business of peace: Tiny Rowland, financial Incentives Mozambican Settlement,

agrícolas e industriais. Segundo as fontes orais consultadas, Tiny era simultaneamente amigo de Afonso Dhlakama – líder da Renamo – e de muitos altos dirigentes da Frelimo, incluindo Armando Guebuza – um dos negociadores do processo de paz.

A sua multinacional formou com a Frelimo, uma empresa de segurança privada conhecida por LOMACO - Lonrho Mozambique Agro-Industry. Dispunha de uma milícia que operava nas regiões de Chókwè (Sul), Metuchira (Centro) e Montepuez (Norte) sendo comandada por oficiais britânicos e do antigo exército do regime de Ian Smith, e incluía ainda os chamados Gurkhas, mercenários originários do Nepal. Harper-Ronald, antigo membro da segurança zimbabueana, CIO, e que em 1989 foi recrutado pelo MI6 para treinar a milícia privada ao serviço da Lomaco, revelou que «os serviços de espionagem externa da Inglaterra, MI6, estiveram por detrás da criação desta milícia privada no âmbito de esforços desenvolvidos pelo regime da Frelimo para combater a guerrilha da Renamo148.

Quando o método de incentivos fiscais falhou, o próprio Rowlands tornou-se numa pedra chave para criar bases de confiança que levassem a Renamo a negociar, mas sempre acompanhado com incentivos financeiros. Para sustentar o seu conhecimento na matéria, apoia-se no facto de Rowlands já ter estado em Moçambique nos anos 1960 aquando da construção do oleoduto Beira-Rodésia do Sul. Quando o oleoduto ficou ameaçado em 1980, a Lonhro interessou-se em novos contactos, porque tinha seus interesses na África Austral. Em Junho de 1982, subsidiou a Renamo com 500,000 USD para que esta não atacasse a linha na promessa de que tal seria feito até Agosto. O pagamento seria feito através de contas estrangeiras movimentadas pelos seniores da Renamo. Exibe, para o efeito, os documentos dos montantes. O acordo de protecção com Renamo foi complicado porque os seus protectores considerava a destruição do oleoduto como prioritária. Quando a Renamo ameaçou atacar as linhas de transmissão eléctrica da Hidro-eléctrica de Cahora Bassa (HCB), o intermediário Jorge Jardim foi a Paris a fim de conseguir novos incentivos. Mas tal não chegou a acontecer.

Na sua tese do negócio da paz, Vines diz que com o conhecimento do governo moçambicano, a Renamo assinou vários acordos com o Malawi para não atacar a linha férrea de Nacala em troca da liberdade de movimento naquele país, bem como no comércio de batatas, marfim, madeira e pedras preciosas. O pagamento era feito em dinheiro Malawiano para que os beneficiários pudessem consumir produtos malawianos. Em 1989 envolveram o Quénia por meio da Igreja e Rowlands teve contacto directo com o presidente daquele país, Daniel Toroitich Arap Moi, o qual ordenou ao secretário permanente do ministério dos negócios estrangeiros, Bethuel Abdu Kiplagat, para discutir com Renamo sobre os interesses de Rowlands, como mediador. Rawland enviou seu representante em Maputo, Alves Gomes, para Lisboa para lobby.

Em 22 de Setembro, ele próprio viajou a Lisboa e encontrou-se com o então primeiro- ministro português, Cavaco Silva. Em Outubro, Kiplagat viajou a Pretória com Rawland, onde se encontrou com Pik Botha e Rusty Evans. Arranjou-se a viagem secreta para que estes dois homens viajassem ao Quénia. Na mesma altura, o assistente dos assuntos africanos do Departamento de Estado (US) afirmava apoiar as iniciativas de Rowlands. Combina-se o encontro de 1990, na altura em que Friedrick W. De Klerk visitaria o Quénia. Ele encontrou-se com Dhlakama a 8 de Junho e pede para que fosse sério. Encetaram esforços no sentido de persuadir Dhlakama a viajar a Malawi.

148 Harper-Ronald, Jake, "Sunday Bloody Sunday: A Soldier’s War in Northern Ireland, Rhodesia,

Primeiro negou, depois pediram o seu número dois, Raúl Domingos. Mais tarde, Dhlakama foi a Blantyre, conduzido por oficiais malawianos. Em Dezembro de 1990, Dhkalama é enviado a Lusaka para se encontrar com o presidente Zambiano, Kenneth David Kaunda. Depois de tentativas fracassadas, impôs condições e pré-requisitos para o diálogo com Chissano: deixarem de ser chamados bandidos armados e a imprensa oficial deixar de ridicularizar a Renamo. Informado, Chissano disse que a pré-condição da parte do governo era o cessar-fogo. Mas em 1991, Kaunda perde as eleições e sai da linha e entra o Zimbabwe de Robert Gabriel Mugabe no processo com mais interesses em Moçambique. Em 1990, Andre Thomashaussen, voou para Blantyre a fim de assinar o acordo formal sobre linha de Nacala. O ataque da linha em 24 de Fevereiro de 1991, é interpretado como sendo sinal de que o prometido não tinha sido pago na totalidade e Malawi devia pagar ou sofrer as consequências. Outro acordo de não-agressão foi firmado com o Malawi sobre o corredor Tete-Zimbabwe após a saída das tropas zimbabweanas. Outras pessoas metidas no processo de paz foram o cônsul italiano no Malawi e o Vice-presidente do Kamuzu Banda, John Tembo, que fizeram contactos com a Renamo. Um encontro entre Mugabe e Dhlakama, a pedido de Chissano, era esperado ter lugar entre 9 e 10 de Janeiro de 1992, mas foi sabotado a última hora porque, segundo Vicente Ululu, havia plano para que Dhlakama fosse sequestrado. Em linhas gerais, esta é a visão de Vines. Falando dos problemas havidos dentro da Renamo e que levaram a morte de Orlando Cristina, em 1983, o autor fala de que tal estaria relacionada com o suposto desvio de fundos destinados a uma propriedade sua na Austrália. "One reason behind the killing of Secretary-General Orlando Cristina in mid- 1983 was his secret diversion of Renamo funds for investment in a farm in Australia149." Parece que tal propriedade nunca existiu. Esta hipótese foi levantada em 1978, quando a esposa de Cristina se separou dele, para ir viver junto de uma filha na Austrália. No seu todo, Alex Vines apresenta os Gurkhas como uma milícia privada da Lonrho quando era uma operação oficial e secreta do Reino Unido em Moçambique, com oficiais destacados vindos da Academia de Sandhurst150 e reduz as conversações de Roma a meras diligências de uma multinacional, ignorando os actores principais que incluíram laços tribais e consanguíneos para convencer a Renamo e cimentar confiança. Deixa de lado a contraparte do processo, que por várias vezes sabotou sistematicamente todo o processo negocia através dos meios de comunicação oficiais. Vines, tem o mérito de trazer esses elementos para reconstituir a história recente do país. Mas não consegue explicar a presença de outras figuras, sobretudo da igreja, presentes nas negociações.

Olhando atentamente, somos levados a concluir que ele seguiu a corrente positivista segundo a qual, o historiador é um colecionador de factos cuja interpretação deve ser deixada para o sociólogo. Como historiador, faltou-lhe a atenção necessária antes de tirar conclusões. Deixou-se apaixonar pela fonte sem colocar-lhe muitos questionamentos. Reduziu os actores moçambicanos e até africanos a meros seguidores da vontade do dinheiro. Em toda a história, o super-herói acaba sendo Tiny Rowlands cuja aparição é tardia em comparação com a preocupação dos bispos para o alcance da paz, como testemunham as cartas pastorais:

Viver a fé no Moçambique de Hoje - 1976; Caminho da paz 1979; Um apelo à paz - 1983; A urgência da paz - 1984; - A paz é possível - 1985; Novo apelo à paz 1985; Cessem a

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Vines, Alex. The business of peace: Tiny Rowland, financial Incentives Mozambican Settlement, Mozambican Peace Process in Perspective, UK, Conciliation Resources, Jan, 1998:66

150 Harper-Ronald, Jake, "Sunday Bloody Sunday: A Soldier’s War in Northern Ireland, Rhodesia,

guerra – 1985; Construamos a paz - 1986; A paz que o povo quer - 1987 e Urgir o diálogo da paz -1990151. Todos estes documentos escaparam da análise de Vines. Concluindo, apesar de possuir dados reveladores de muita coisa, o problema reside na interpretação que deles faz e consequentemente a conclusão a que se chega, a qual retira as causas, colocando o dinheiro acima de tudo.

No processo foram envolvidas várias individualidades ligadas à Igreja Católica e ao Conselho Cristão de Moçambique, (CCM) este último afastado depois. O mediador principal foi a Comunidade Italiana de Sant´Egídio. Também houve pessoas singulares que se envolveram no encetar das negociações, como foi caso de Francisco Nota Moisés, pela sua proximidade com a Renamo e com o governo Quéniano. Ei-lo na primeira pessoa;

Fui ao Malawi com Bethuel Abdu Kiplagat, então secretário permanente no Ministério dos Negócios Estrangeiros Quénianos, e entrei com ele em Moçambique para servir de intérprete, pois ele não falava Português e os homens da Renamo não falavam inglês. De acordo com ele, tudo começou quando Chissano falou com Moi numa reunião internacional que lhe ajudasse para liga-lo à Renamo com quem desejava negociar. Moi não prestou atenção ao pedido e não agiu numa cautela para não ser ligada à África do Sul que apoiava a Renamo. Numa outra reunião onde Chissano e Moi estiveram, o primeiro aproximou-se ao segundo e mais uma vez repetiu o pedido. Foi então que Moi começou a tomar o pedido a sério para acabar com o sofrimento dos moçambicanos. O Quénia utilizou milhões do seu próprio dinheiro sem ajuda do Chissano, que lhe tinha rogado para lhe ajudar a estabelecer o contacto com a Renamo. Ingratos por natureza, nem a Frelimo nem a Renamo vieram depois agradecer o governo do Quénia pelo papel que jogou e que permitiu o contacto que conduziu às negociações e à paz. Ingratos dos ingratos por natureza, nem a Frelimo nem a Renamo me agradeceram pelos sacrifícios que consenti em andar nas matas belicisadas com todos os seus perigos inerentes tais como minas, o perigo de bombardeamento aéreo, cobras com que me deparei muitas vezes, depois de ter estado destreinado para fazer aquilo por mais de 20 anos de vida urbana e confortável. Mas tudo está bom visto que contribui no que pude para o processo da paz152.

Segundo D. Jaime Pedro Gonçalves, quem teve a iniciativa da paz foram todos, uma vez que quando recebeu pedido do Presidente para intermediar o conflito e após ter chegado à base da Renamo, via África do Sul, Dhlakama foi o primeiro a dizer que queria paz e queria dialogar, pelo que ficou aliviado, porque não sabia como havia de iniciar com a conversa. Enquanto o Governo enfatizava os factores externos para o conflito, D. Jaime colocou-se claramente na posição contrária, defendendo que o interlocutor válido devia ser a Renamo por meio de seus dirigentes.

De forma breve, ele desempenhou o papel de mediador entre a Renamo e a Comunidade Sant´Egídio que, por sua vez, mediou o conflito entre aquela e o Governo moçambicano. A primeira vez que falou sobre a necessidade de diálogo e reconciliação foi aquando do encontro de 14 a 17 de Dezembro de 1982. Levou a cabo esforços tendentes a agilizar o processo da paz promovendo encontros entre os líderes religiosos com o Presidente da República e com o líder da Renamo. Era acompanhado por D. Alexandre dos Santos, D. Vieira Pinto e D. Paulo Mandlate153.

A 3 de Junho viajou secretamente a Canxixe, um sítio dentro do quartel general na Gorongosa a fim de saber sobre o pensamento de Afonso Dhlakama. Desta viagem, os outros bispos não foram informados até que aproximou-se do Presidente da República tendo-lhe dado a conhecer os resultados do encontro pelo que Chissano o encorajou a

151 Cfr. Sousa, José Augusto Alves de. Os Jesuítas em Moçambique, 1541-1991: no cinquentenário do 4º.

período da nossa missão, Livraria A.I., 1991

152 Francisco Nota Moisés correspondência com o autor em http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/

153 Almeida, Fernando Augusto de. A Relação Estado-Igreja Católica: da Independência aos acordos de

prosseguir com os contactos, em 9 de Junho de 1988. Os encontros seguintes permitiram que em Fevereiro de 1989 houvesse um encontro no Quénia, entre Raul Domingos que chefiava uma delegação da Renamo e quatro bispos, dois católicos e outros dois do CCM. Em Agosto do mesmo ano, o encontro repetiu, desta vez com o próprio Afonso Dhlakama. Ao que tudo indica, do encontro saiu-se com a ideia de que os bispos entrariam em contacto com as autoridades italianas e o Vaticano. De facto, em Outubro, D. Jaime Gonçalves viaja a Roma154 de onde regressa com a promessa de voltar em Fevereiro seguinte. Foi então que Dhlakama viajou à Itália onde manteve conversações com políticos italianos, autoridades do Vaticano e da Comunidade Santo Egídio. De 8-10 de Julho iniciaram as conversações que levaram dois anos a concluir. Do lado do Governo, a delegação era chefiada por Armando Emílio Guebuza enquanto do lado da Renamo era conduzida por Raúl Domingos. Pelo número de actores envolvidos no processo de negociações, é de supor que houve outros encontros secretos em países como Malawi, Botswana, Zimbabwe, Zambia, Tanzania, Portugal entre outros, os quais conduziram à Assinatura do Acordo Geral de Paz, a 4 de Outubro de 1992, abrindo ao país o multipartidarismo, a paz e a reconciliação Nacional. No seu longo preâmbulo que abre com as duas personalidades que o assinaram, o AGP apresenta uma lista longa de participantes e das linhas gerais das discussões havidas.

Joaquim Alberto Chissano, Presidente da República de Moçambique, e Afonso Macacho Marceta Dhlakama, Presidente da RENAMO, encontrando-se em Roma, sob a presidência do Governo italiano, na presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Italiana, Emílio Colombo, (…) nos termos do processo negocial de Roma, para o estabelecimento de uma paz duradoira e duma sólida democracia em Moçambique, aceitam como obrigatórios os seguintes documentos, que constituem o Acordo Geral de Paz: protocolo I (Dos principios Fundamentais); Protocolo II (Dos Critérios e Modalidades para a Formação e Reconhecimento dos Partidos Políticos; Protocolo III (Dos Princípios da Lei Eleitoral); Protocolo IV (Das questões Militares); Protocolo V Das Garantias);

Protocolo VI (Do Cessar-Fogo); e Protocolo VII (Da Conferência de Doadores)155.

A luz do AGP, ambas as partes comprometiam-se a «tudo fazerem para alcançar uma efectiva reconciliação nacional sob o olhar dos participantes e dos mediadores Mario Raffaelli, D. Jaime Pedro Gonçalves, Professor Andrea Riccardi e D. Matteo Zuppi. O AGP, publicado no Boletim Oficial de 14 de Outubro de 1992, previa a realização de eleições dentro de dois anos e a desmobilização geral e criação de uma força conjunta de 30 mil homens para a qual cada uma das partes devia entregar metade. Para monitorar o processo, a ONU enviou capacetes azuis formando ONUMOZ.

Durante o tempo em que duraram as negociações, a definição do local para o encontro foi um ponto de discórdia. No primeiro momento, a Renamo escolhera Quénia, local recusado pelo Governo por o país ser mais próximo à Renamo. Enquanto isso, o Governo propunha o Zimbabwe, rejeitado pela Renamo por ser um país que tinha um contingente militar em Moçambique a combater as suas forças, por isso, não neutro. No segundo momento, o Governo propôs Malawi e a Renamo propôs Portugal. A Itália veio como uma única opção verdadeiramente neutra, proposta pela Comunidade Santo Egídio.

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Rocca, Roberto Marrozo della. Moçambique da guerra a paz: História de uma mediação insólita, Maputo, Livraria Universitária, 1998:86

155 AGP, Boletim Oficial da Republica de Moçambique, 14 de Outubro de 1992, I Série, Número 42,

1.3.3. Terceiro Subperíodo – 1993 - Região Moçambicana da Companhia de Jesus

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