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6. ESTUDOS DE CASO

6.1 Caso 1: ETC – Estrutura de Tráfego Controlado

A ETC é um sistema que está sendo desenvolvido pelo CTBE em parceria com um fabricante de equipamentos agrícolas, que visa realizar todas as operações da agricultura de cana-de-açúcar. Consiste em uma máquina base e quatro implementos: plantio, colheita, cultivo e recuperação parcial da palha. Entre outros benefícios, a ETC foi projetada para reduzir o tráfego de maquinário sobre o canavial, o gasto com combustíveis no campo e o nível de compactação e erosão do solo. Estima-se que a compactação seja reduzida de 60% para 13% com o uso desta solução. Este projeto possibilita a implementação da técnica agrícola denominada “plantio direto”, atualmente aplicada a grãos, mas praticamente não utilizada para cana-de-açúcar. A Figura 12 mostra a ETC e a Figura 13, o implemento de colheita acoplado à trator.

Figura 12: ETC – Estrutura de Tráfego Controlado Fonte: CTBE – documento interno.

Figura 13: Módulo de colheita “correntes” acoplado a um trator. Fonte: CTBE – documento interno.

O valor do projeto é de R$16.295.408,00, o prazo de execução é de 4 anos (a partir de 14 de fevereiro de 2011), o parceiro industrial é a Máquinas Agrícolas Jacto S. A. (Jacto) e o parceiro investidor é o BNDES (diretriz no 1).

A Jacto (www.jacto.com.br ) é um grupo brasileiro com matriz situada no município de Pompéia, São Paulo, especializada na fabricação de equipamentos agrícolas, tais como pulverizadores, adubadoras e colhedoras.

O grupo teve seu início no ano de 1949, fundado pelo imigrante Japonês Shunji Nishimura, iniciando suas atividades com a manufatura de polvilhadeiras costais para a agricultura de café.

Atualmente a empresa fabrica e comercializa maquinário para a pulverização de defensivos agrícolas, utilizando a tecnologia de agricultura de precisão24 em seus produtos

mais recentes.

24 Agricultura de precisão é um sistema de manejo que visa o gerenciamento da produção agrícola em detalhes. Utilizando ferramentas como GNSS (Global Navigation Satelite System), do SIG (Sistema de Informações Geográficas), de instrumentos e de sensores (para medidas de solo, planta, insetos e doenças), de geoestatística e da mecatrônica, possibilita que a dosagem precisa de nutrientes, herbicidas e pesticidas sejam

A ideia inicial da concepção do projeto partiu do CTBE, com base nos gargalos detectados pelo estudo mencionado no Capítulo 4, realizado pelo CGEE e Unicamp, o qual deu origem ao CTBE e ao seu planejamento estratégico. A ideia do desenvolvimento da ETC para o mercado de cana-de-açúcar atraiu a atenção da Jacto, a qual até então não possuía atuação nesta área. Desta forma, os interesses do CTBE e da Jacto convergiram e prosseguiu-se com a etapa subsequente, a de buscar financiamento para o projeto.

O BNDES financiou R$13 milhões - 80% do valor total do projeto (diretriz no 2),

através do instrumento Funtec (instrumento de colaboração financeira não reembolsável). A Jacto e o CNPEM/CTBE contribuíram com contrapartidas de aproximadamente 10% cada parte. Mais precisamente, a Jacto entrou com R$1.629.541,00 e o CNPEM com R$1.664.867,00. O CNPEM entrou com contrapartida na forma de recursos humanos e infraestrutura próprios. A participação da Jacto, inicialmente, se deu com recursos próprios de forma indireta, respondendo pelas despesas do seu pessoal alocado ao projeto, além de outras despesas próprias incorridas na execução do projeto. Foi acordado com o BNDES que, na hipótese dos recursos aportados ao projeto pelo BNDES, Jacto e CNPEM tornarem- se insuficientes para concluir o projeto todo (obtenção de protótipos da máquina base e dos quatro implementos - plantio, colheita, cultivo e recuperação parcial da palha – desempenhando com sucesso as funções para os quais foram projetados), mas, se o projeto ainda fosse considerado viável pelas três partes, Jacto e CNPEM teriam de aportar os recursos adicionais necessários à conclusão do projeto, na proporção de 50% cada parte. Pode-se observar aqui a clara divisão do risco para a efetivação de uma parceria de sucesso.

Os acordos assinados neste projeto foram:

i. Convênio de cooperação em pesquisa e desenvolvimento, entre Jacto e CNPEM, com vigência de quatro anos, que trata das condições para execução do projeto de pesquisa e desenvolvimento do Sistema de Mecanização de Baixo Impacto para cultura de cana-de-açúcar.

ii. Contrato de fornecimento de tecnologia, entre Jacto e CNPEM, com vigência de vinte anos, o qual trata da concessão dos direitos de exploração comercial das PIs resultantes do projeto, do CNPEM à Jacto.

aplicados nas áreas apropriadas da plantação. Visa o aumento da produtividade agrícola com o manejo racional e sustentável da lavoura.

iii. Contrato de concessão de colaboração financeira não reembolsável, entre Jacto, BNDES e CNPEM, referente ao financiamento do Funtec.

As negociações das condições destes três acordos com a Jacto e com o BNDES foram feitas pela autora. A seguir são descritas as principais condições acordadas nestes instrumentos:

Propriedade intelectual (PI)

i. O CNPEM/CTBE ficou sendo o detentor de 100% da PI, dado que sua contrapartida foi expressivamente maior - 90%, considerando sua contrapartida própria mais a do BNDES (diretriz no 4).

ii. Toda PI obtida pelas partes anteriormente à assinatura do acordo, continuou a pertencer aos seus detentores.

iii. Toda PI obtida por quaisquer das partes, posteriormente ao término do convênio, pertenceria à parte que a gerasse. Esta regra vale, por exemplo, para a fase de desenvolvimento de produto, que ocorreria após o término do convênio. Entretanto, foi exigência do BNDES que, como exceções nesta fase, fossem considerados os resultados decorrentes de adaptações diretas do projeto. Nesta hipótese, os resultados seriam de PI compartilhada. Na verdade, isto não teria sido necessário, uma vez que adaptações à tecnologia gerada no projeto, se patenteáveis, muito provavelmente gerariam patentes dependentes, as quais, caso viessem a ser exploradas comercialmente pela Jacto, continuariam a incorrer em royalties (ou remuneração similar) para o CNPEM.

iv. O CNPEM ficou responsável pelos custos decorrentes da proteção (elaboração, depósito, processamento e manutenção) das PIs resultantes do projeto, no Brasil e no exterior, durante a vigência do convênio de cooperação. Ficou responsável, também, pelas despesas referentes a eventuais litígios com terceiros, com relação à PI resultante do projeto, fornecida à Jacto. Posteriormente, o convênio foi aditado e, durante sua vigência, os custos das patentes passaram a ser absorvidos pelo projeto. Após a vigência do convênio, a Jacto passaria a ser responsável pelas despesas com as patentes, enquanto estivesse atuando com exclusividade.

v. A Jacto assumiu as despesas em relação aos registros dos produtos decorrentes da PI resultante do projeto, nos países de interesse, quando passasse a explorá-los comercialmente.

vi. Ficou sendo de responsabilidade do CNPEM decidir sobre a proteção da PI (diretriz no 5) resultante do projeto junto aos órgãos competentes, tendo como base o interesse da Jacto.

vii. À Jacto foi dado um prazo de dois anos, a contar do início da oferta dos produtos no mercado nacional, para definir os países de interesse e apresentar suas metas de comercialização nestes países (diretriz no 8). Os países inicialmente selecionados pela Jacto para entrada e comercialização da PI resultante foram aqueles que produzem cana-de-açúcar: Brasil, Índia, Austrália, Argentina, Colômbia e EUA. Posteriormente, a Jacto optou em permanecer apenas no Brasil, maior mercado para a cultura de cana-de-açúcar, ficando o CTBE livre para licenciar outros parceiros em outros países.

viii. Na hipótese de indeferimento dos pedidos ou cancelamento dos privilégios de invenção ou modelos de utilidades que viriam a resultar do projeto, a Jacto poderia rescindir o contrato de fornecimento.

O projeto com a Jacto resultou em 5 patentes (diretriz no 5) referentes aos mecanismos de plantio e colheita. As patentes foram possíveis porque estes mecanismos possuem princípios diferentes dos existentes. O mecanismo de colheita, por exemplo, só puxa os colmos da terra após estes terem sido cortados. Em 100% das versões comercialmente existentes estas duas operações (cortar e puxar) foram implementadas em ordem inversa: primeiro os colmos são puxados e somente depois são cortados, acarretando muitas vezes a retirada da planta do solo com a raíz, reduzindo a produtividade da colheita. O mecanismo de plantio apresenta três fatores principais que o diferencia das soluções atuais: i) menos danos aos rebolos25 (dispositivo agitador imprime vibração aos rebolos para que sejam desagregados e facilmente removidos da caçamba); ii) uso de menor quantidade de mudas (dispositivo ordenador dispõe os rebolos em série e no fundo do sulco, de modo que todos

25 Rebolo é o nome dado aos toletes de cana. Alguns equipamentos agrícolas trabalham com rebolos, outros com cana inteira.

tenham contato com o solo, recebam unidade e brotem – o procedimento antigo era utilizar maior quantidade de mudas pois o fator de brotagem era menor); iii) menos falhas no canavial (o plantio é feito sem deixar espaços vazios). As descrições e números de depósito das patentes do projeto são listados na Tabela 10. A patente “Módulo de Correntes” foi logo abandonada visto que a denominada “Módulo de Esteiras” apresentou melhores resultados e foi a versão adotada no projeto. Ambas se referiam à colheita de cana-de-açúcar.

Tabela 10 - Patentes decorrentes do projeto ETC Fonte: dados de documentos internos do CTBE.

PI1103567-6 WO2013003924 (PCT/BR 2012/000229) VE 2012-000843 AU 2012278865 NZ 620554 ZA 2014/00479 CO6920265 US2014165522

MÓDULO DE ESTEIRAS PARA COLHEITA DE CANA DE AÇÚCAR E PROCESSO DE

COLHEITA

PI1103579-0 WO2013003925 (PCT/BR

2012/000230) VE 2012-000844

MÓDULO DE CORRENTES PARA COLHEITA DE CANA DE AÇÚCAR E

PROCESSO DE COLHEITA

BR 102013005854- 8/PCT/BR2014/000072

DISPOSITIVO TRANSPORTADOR- SEPARADOR DINAMOMÉTRICO ACOPLÁVEL A UMA COLHEDORA DE CANA-

DE-AÇÚCAR E PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DE REBOLOS E PALHA

DA COLHEDORA PARA UM VEÍCULO DE TRANSPORTE

BR 102013003026-0/ BR 10 2014 002 986-2

(prioridade interna)/ WO/2014/121362

MÓDULO PARA DOSAGEM DE CANA SEMENTE PARA O PLANTIO DE CANA-DE- AÇÚCAR EM PROCESSO DE PLANTIO DE

PRECISÃO BR 10 2014 030175 5

ROLO TOMBADOR-LEVANTADOR, MÓDULO DE COLHEITA E PROCESSO DE

ALIMENTAÇÃO DE COLHEDORAS DE COLMOS

Número Título

Direitos de comercialização:

i. O CNPEM concedeu à Jacto o direito exclusivo de exploração comercial no Brasil (diretriz no 8), por um período de cinco anos (diretriz no 7), da ETC e seus implementos, a contar das datas das primeiras vendas de cada um deles. Concedeu

também o direito de exploração das mesmas tecnologias em outros países a serem definidos pela Jacto, mas, não foi concedida exclusividade nestes outros países. ii. A Jacto assegurou que as tecnologias seriam utilizadas comercialmente ou

disponibilizadas no mercado no prazo de até vinte e quatro meses contados da conclusão do projeto, desde que as tecnologias fossem comercialmente viáveis e estivessem atendidas todas as condições legais para a comercialização da inovação (diretriz no 9).

iii. Os cinco anos de direito exclusivo poderiam ser estendidos caso a Jacto conseguisse demonstrar que nenhuma das seguintes situações estivesse ocorrendo (diretriz no 10)

Demanda de mercado além da capacidade de produção e comercialização pela Jacto, gerando uma demanda reprimida e contrária às expectativas do mercado; Prática pela Jacto de preços e condições de comercialização que pudessem caracterizar conduta monopolista, dificultando ou impedindo o acesso aos produtos pelo mercado;

Ausência ou incapacidade da Jacto nas atividades de prestação de assistência técnica, envolvendo o emprego de mão de obra especializada e fornecimentos de peças e componentes de reposição.

Partilha de benefícios

Ficou estabelecido que a Jacto pagaria ao CNPEM/CTBE um percentual do faturamento líquido (receita bruta de vendas com deduções de devoluções de vendas, tributos incidentes sobre vendas, frete, seguro e embalagens) sobre as vendas obtidas com o implemento colheita e um percentual igual à metade do anterior do faturamento líquido sobre as vendas obtidas com os demais implementos e máquina base (diretriz no 3 e diretriz no 17, enquanto que a diretriz no 18 não se aplica, dado que as remunerações não foram negociadas como parcelas fixas). Os percentuais exatos negociados com a Jacto não podem ser revelados por questões de confidencialidade.

Entretanto, não foi acordada nenhuma partilha de benefícios com o BNDES. Deveria ser previsto, em todo acordo com o BNDES, no âmbito do Funtec, que o banco seria

beneficiado no caso de sucesso dos produtos resultantes (diretriz no 3). O banco corre grande parte do risco e deve ser remunerado por isto.

Confidencialidade

i. As partes se comprometeram a manter em sigilo quaisquer informações relacionadas ao projeto e a não as revelar a terceiros, exceto com autorização da outra parte. Isto incluiu publicações em congresso ou revistas científicas e exposição em aulas de qualquer natureza.

ii. A confidencialidade tem vigência de cinco anos contados da extinção, tanto do convênio de cooperação quanto do contrato de fornecimento de tecnologia.

iii. Observação 1: dado que os equipamentos resultantes do projeto eram de grande porte, ficavam facilmente visíveis ao público. Era, portanto, difícil mantê-los em sigilo até que as patentes fossem depositadas. Desta forma, foi necessário testá-los em laboratório e, após a demonstração de seus desempenhos, redigir as patentes resultantes rapidamente, antes dos testes em campo.

iv. Observação 2: o treinamento das equipes em confidencialidade (diretriz no 6) foi muito importante em várias fases do projeto. Por exemplo, as contratações dos fornecedores para os protótipos foram todas feitas sob acordos de confidencialidade; as visitas ao laboratório de protótipos agrícolas eram controladas pela própria equipe, de forma que os equipamentos que ainda estavam em desenvolvimento não pudessem ser visualizados.

Outros

Contratualmente não há nada que impeça o CTBE de utilizar os resultados do projeto para dar continuidade às suas pesquisas (diretriz no 11), embora isto não tenha sido explícito, dado que na época a importância desta prática ainda não era clara.

A diretriz no 12 não foi aplicada a este caso, visto que a opção escolhida foi a de desenvolver este projeto em parceria com a indústria. Entretanto, o parceiro selecionado, sendo um fabricante de equipamentos, tem todo o interesse em disponibilizar os resultados em um mercado o mais amplo possível (diretriz no 13).

O CTBE era ainda jovem quando foi efetivada a parceria com a Jacto e o BNDES para a execução deste projeto. Assim, não dispunha ainda de background IP a ser demonstrado na área, conforme previsto na diretriz no 14.

Como este caso não é indicado para a rota das start-ups, as diretrizes no 15 e no 16 não são aplicáveis.

O projeto ainda não foi concluído, mas, quando isto ocorrer, é importante que o CTBE monitore o que está sendo feito com a tecnologia licenciada, conforme previsto na diretriz no

20. O CTBE ainda não tem esta prática, assim como aparentemente, nenhuma outra ICT no Brasil.

A diretriz no 19 não foi aplicada visto que na época em que o projeto foi concebido, a BVC ainda não estava desenvolvida e não era disponível no CTBE qualquer outra ferramenta que possibilitasse a avaliação da sustentabilidade econômica, social e ambiental da introdução das tecnologias resultantes do projeto na indústria. Entretanto, foram realizados experimentos em campo na Usina da Pedra, que demonstraram a viabilidade técnica do plantio direto na agricultura de cana-de-açúcar. Posteriormente, a BVC foi desenvolvida e utilizada para avaliar os impactos econômicos e ambientais do uso da ETC.

Foram definidos os critérios técnicos de aceitação dos protótipos decorrentes do projeto. Se os protótipos satisfizessem tais requisitos e se fossem viáveis economicamente, a Jacto os aprovaria, sendo obrigada a prosseguir com o desenvolvimento de produto, produção e comercialização dos mesmos, fazendo os investimentos próprios necessários para tal. A conclusão sobre a inviabilidade técnica e/ou econômica de quaisquer resultados do projeto deveria ser obtida conjuntamente, pela Jacto, CNPEM e BNDES. Na Tabela 11, são apresentados os requisitos técnicos estabelecidos para a ETC e para o implemento colheita.

Tabela 11: Requisitos técnicos da ETC e Implemento de Colheita Fonte: Acordo assinado entre CNPEM/CTBE e Jacto

Os requisitos apresentados na Tabela 11 baseiam-se nas condições apresentadas na Tabela 12.

Tabela 12: Condições em que são baseados os requisitos da Tabela 11 Fonte: Acordo assinado entre CNPEM/CTBE e Jacto

Velocidade de colheita (km/h) Tempo de espera (min/ciclo) Comprimento do talhão (m) Manutenção (h/dia) Tempo perdido (h/dia) Colheita diária (t/dia) Produtividade da cana (t/ha) 3,5 4 1000 1 6 1400 120 7,0 4 1000 3 3 1800 90 8,0 3 1000 3 3 2000 80 Necessidade do

Cliente Requisito Unidade Meta

Valor Min.

Valor Max. Confiabilidade Vida de partes estruturais da máquina hora campo 30.000 20.000 40.000 Confiabilidade Vida de componentes reparáveis da máquina hora campo 5.000 3.50

0

7.000

Confiabilidade Vida das facas do corte de base hora campo 40 30 50

Confiabilidade Vida das facas do picador hora campo 80 60 100

Produtividade Colheita diária ton cana

colhida/dia

1.800 1.40 0

2.000

Produtividade Velocidade de Colheita km/h 7,0 3,5 8,0

Produtividade Indisponibilidade de trabalho em razão de solo molhado após a

chuva

hora campo/dia

4,0 3,0 6,0

Qualidade de colheita Impureza mineral em tempo seco % 0,3 0,1 0,8

Qualidade de colheita Impureza mineral em tempo úmido % 1,0 0,7 2,0

Qualidade de colheita Impureza vegetal % 4,0 3,0 6,0

Qualidade de colheita Perda de produção (cana não colhida) % 5,0 3,0 8,0

Qualidade de colheita Altura do corte de base em relação ao chão mm 10,0 0,0 30,0 Custo operacional Consumo especifico de óleo diesel na colheita litro/ton cana

colhida

0,5 0,4 0,8

Potência consumida por módulo frente de colheita completo

hp/módulo 50 40 70

Custo operacional Redução do custo especifico de colheita e transbordo

R$/ton cana colhida

3,0 2,5 4,0

Adequação à lavoura Espaçamento das linhas de cana metro 1,0 0,9 1,5

Adequação à lavoura Altura máxima de cana de açucar ereta metro 4,0 - 5,0

Adequação à lavoura Declividade máxima de trabalho % 25 20 25

Observações:

1) A viabilidade econômica do projeto pressupunha o cumprimento de dois parâmetros básicos: a) valor dos insumos industriais (partes, peças, aço, energia, etc.) para ETC e Implemento de Colheita limitados a R$315.000,00 (trezentos e quinze mil reais); b) preço de mercado da ETC e o Implemento de Colheita limitado a R$1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais).

2) Estes valores foram definidos segundo os parâmetros de preços médios praticados pelo mercado no ano de 2010 e seriam reajustados até 2014 pelos índices que refletissem a variação de preços neste período.

3) Na hipótese de a variação resultar em preços superiores à capacidade aquisitiva do mercado, o projeto poderia ser considerado inviável economicamente, desde que houvesse concordância prévia e expressa do CNPEM, Jacto e BNDES. 4) A comprovação desta eventual inviabilidade seria demonstrada pela recusa do

mercado em aceitar as condições de vendas consignadas em ofertas dirigidas ao cliente final.

Os demais critérios para avaliação dos implementos de cultivo, plantio e recuperação de palha seriam determinados mais tarde, quando se tivesse maiores informações sobre eles.

Status

O prazo do projeto foi estendido e a conclusão está prevista para 2017. Durante a execução do projeto foram realizados testes dos implementos plantio e colheita nas usinas Iracema (Iracemápolis, SP) e Costa Pinto (Piracicaba, SP). Em 2015, foi assinado um Termo Aditivo ao Convênio, pois foi constatada a inviabilidade econômica da máquina base e do implemento cultivo, sendo que o projeto passou a focar os investimentos restantes nos implementos plantio e colheita, acoplados a trator. O implemento plantio será acoplado a um trator convencional e o implemento colheita, a uma máquina base da Jacto. Foram estabelecidos os critérios de aceitação do Implemento de Plantio acoplado a um trator e reavaliados os critérios de aceitação do Implemento Colheita. As patentes internacionais foram descontinuadas, pois o CTBE não tinha recursos para mantê-las. A Jacto também

perdeu o interesse nas patentes internacionais, visto que possuía exclusividade somente no Brasil, o qual representava o maior mercado. Assim, apenas a patente no Brasil foi mantida. A participação financeira da Jacto passou a se dar através de: i) fornecimento de engenharia com mão de obra própria e/ou de terceiros; ii) fornecimento de peças protótipo (incluindo materiais e prestação de serviços de terceiros); iii) recursos Financeiros. No momento, o CTBE está planejando implementar a frente de colheita de quatro linhas, porém, o interesse da Jacto em explorá-la ainda não ficou claro. Se a Jacto não se interessar, será prospectado outro parceiro industrial e terá de ser obtida autorização da Jacto, para licenciar outra empresa para a máquina de 4 linhas, visto que a Jacto possui licença exclusiva da tecnologia desenvolvida.