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4. A CRIAÇÃO DO CTBE E SUA ESTRUTURA FUNCIONAL

4.2. Relacionamento do CTBE com a indústria

Sabendo da necessidade de atuar próximo à indústria, o CTBE construiu rapidamente uma estratégia. Utilizando a mesma forma de implantação dos Programas, o LN trabalhou no sentido de criar um ambiente envolvendo a indústria e parceiros financiadores (tais como BNDES e agências de fomento), para o aporte de mega-investimentos em projetos do LN. Para isto, a Gestão de Negócios do CTBE (representada pela autora deste trabalho) entrevistou oito empresas - Jacto, Rhodia, Dow, Usina da Pedra, Braskem, Corn, Dedini e Grupo Ultra - com o intuito de levantar os obstáculos que poderiam surgir nestas parcerias e, conjuntamente, elaborarem um documento que descrevesse claramente as regras deste relacionamento. Este documento foi apresentado e avaliado em workshop aberto (avaliadores: MCT, ABIQUIM, BNDES, COSAN, FINEP, ANPEI, ETH (atual Odebrecht Agroindustrial) e UNICA) e denominado “Relacionamento CTBE - Indústria”.

O documento definiu procedimentos para o relacionamento do CTBE com a indústria, de modo a tornar claras as diretrizes da parceria com empresas e proporcionar às partes tranquilidade e atendimento de seus interesses. Os procedimentos descritos no documento de relacionamento com a indústria ainda permanecem válidos em 2015 e são apresentados a seguir:

A produção intelectual do CTBE

A produção intelectual14 do CTBE tem valor comercial para vários segmentos

industriais e de serviços, não se limitando apenas ao setor sucroenergético. Por exemplo, indústrias de cosméticos, farmacêuticas, alimentícias, químicas, petroquímicas, automotivas, bem como fornecedores de equipamentos, companhias de engenharia e tecnologia, também podem ser usuárias das soluções criadas pelo CTBE.

13Esta sessão foi fundamentada em CTBE b, 2011, documento elaborado integralmente pela autora, contendo

informações decorrentes de experiência própria, de entrevistas com indústrias parceiras em potencial e de instituições que participaram de sua validação.

14 Produção intelectual, no âmbito do CTBE, corresponde a geração de resultados oriundos de trabalhos

É um dos objetivos do CTBE levar suas tecnologias até o mercado com sucesso, buscando parceiros, tanto do setor produtivo quanto de serviços e mercado de capitais. Para isto o CTBE preocupa-se em criar oportunidades de negócios atrativas, reduzir riscos, praticar gestão adequada da propriedade intelectual, do sigilo e do capital humano, de modo a atender completamente os interesses das partes envolvidas.

O que o CTBE oferece à indústria

O CTBE tem interesse em efetivar parcerias com empresas nacionais e internacionais que desejam atuar no Brasil. Seus produtos deverão beneficiar15 o Brasil, podendo também

beneficiar outras partes do mundo. Buscando isto, o CTBE oferece à indústria:

1) Pesquisa e desenvolvimento conjuntos - são parcerias em pesquisa e/ou desenvolvimento entre CTBE e indústria, visando, entre outros, a obtenção de novos produtos/processos/soluções, tais como:

• Produtos derivados da cana (combustíveis, polímeros, intermediários químicos, etc.);

• Microorganismos e enzimas;

• Materiais (resistentes à corrosão, à alta temperatura, etc.);

• Sensoriamento para agricultura de precisão (sensores para monitoramento do solo, planta e atmosfera, dosadores, etc.);

• Equipamentos para operação agrícola. Ex: despalhadores, colhedoras, etc.;

• Aproveitamento de resíduos. Ex: produção de biogás.

2) Serviços, tais como:

Avaliação técnica e da sustentabilidade (econômica, social e ambiental) de novas tecnologias na Biorrefinaria Virtual de Cana-de-açúcar;

Caracterização de materiais;

15 Os benefícios aqui mencionados referem-se aos ganhos de desempenho e competitividade que a indústria alcançará por alcançar a inovação, através da utilização das novas tecnologias produzidas e transferidas pelo CTBE.

Caracterização de etapas de processos, tais como as etapas do processo de produção de etanol 2G (destilação, evaporação e pré-tratamento);

Procedimentos analíticos (físico-químicos e biológicos).

3) Infraestrutura: laboratórios, planta piloto e escritórios (para a empresa se estabelecer no caso de experimentos longos executados com sua participação), suporte à realização de experimentos (ex: experimentos de escalonamento), fornecimento de insumos, produtos intermediários (ex: cepas de microorganismos), produtos finais (ex: hidrolases), acesso às bases de informações do CTBE (informações estratégicas sobre sustentabilidade de tecnologias, caracterização de materiais, etc.) e à Biorrefinaria Virtual de Cana-de-açúcar. O uso da infraestrutura pela indústria é oferecido como uma prestação de serviços, através do qual o CTBE opera sua infraestrutura e executa o que é solicitado pela indústria. O uso da infraestrutura pelas ICTs normalmente é gratuito, para as instalações do CTBE que estiverem disponíveis para esta finalidade, sendo que a ICT deverá reconhecer o CTBE em suas publicações por ter cedido a infraestrutura que possibilitou a realização dos trabalhos.

4) Transferência de materiais: trata-se do fornecimento de materiais (por ex. materiais biológicos, biomassa pré-tratada) do CTBE para a indústria.

5) Transferência de tecnologias: refere-se à transferência de informações sobre tecnologias desenvolvidas pelo CTBE (patentes, know-how, etc.).

6) Licenças de uso ou de exploração comercial: refere-se às licenças que o CTBE concederá às indústrias para que estas utilizem ou explorem comercialmente as tecnologias desenvolvidas pelo LN. Tais tecnologias podem ter sido desenvolvidas em conjunto ou não com a indústria.

7) Intercâmbio de recursos humanos: trata-se do recebimento de pesquisadores e profissionais de outras instituições pelo CTBE e vice-versa, visando desenvolvimento e troca de competências que tragam benefícios às instituições participantes.

8) Apoio à busca de recursos governamentais: o CTBE poderá dar apoio à identificação de linhas de fomento adequadas aos projetos P&D em parceria. Os apoios de financiamentos governamentais são extremamente importantes no sistema de inovação para fomentar os projetos de P&D, que são de alto risco, situação em que a indústria se esquiva (não investe).

9) Criação de novas empresas (start-ups): Uma nova sociedade pode ser um veículo interessante para viabilizar o desenvolvimento e comercialização de determinadas tecnologias, com posterior transferência à indústria, principalmente porque há investidores com perfil para este tipo de empreendimento (capital semente). Neste caso o CTBE pode encorajar a criação de empresas para desenvolverem e/ou comercializarem pesquisas desenvolvidas no LN podendo, em uma primeira fase, compartilhar laboratórios com estas empresas. O CNPEM poderá ter participação societária nestas empresas.

Aproximação CTBE – indústria

A aproximação do CTBE com a indústria se dá através dos seguintes caminhos:

• Contato inicial por iniciativa do CTBE à indústria, visando identificação de oportunidades;

• Contato inicial por iniciativa da indústria ao CTBE, buscando atender suas demandas;

• Participação conjunta CTBE-indústria na realização de consórcios pré- competitivos;

• Realização de seminários fechados com a indústria para apresentação das pesquisas desenvolvidas pelo CTBE e que possam gerar oportunidades de parceria.

Atualmente (2015), a interface do CTBE com a indústria é feita pelo Gestor de Inovação do LN (nova denominação do antigo cargo “Gestor de Negócios”, ambos ocupados pela autora), o qual a indústria deverá procurar caso deseje explorar oportunidades de parceria com o CTBE.

Apresentação da oportunidade

As propostas de parceria com a indústria são apresentadas diretamente à Diretoria do CTBE (Diretor e Gestores).

Um Termo de Confidencialidade é assinado antes da troca de informações necessárias à elaboração da proposta.

Com a Diretoria do CTBE são abordadas e discutidas as condições do negócio: se a solução tem valor para o mercado (diferenciais), mercado potencial, montante e fontes de investimentos, resultados e retornos esperados, condições de sigilo, partilha da PI e de benefícios, responsabilidades, etc.

Uma vez acordada a proposta entre as partes, são tratados os aspectos contratuais. O Diretor Geral do CNPEM e do CTBE devem aprovar o acordo de formalização da parceria.

Sendo ou não concretizada a parceria, o compromisso de sigilo das partes permanecerá pelo tempo estabelecido no termo de confidencialidade.

Governança do processo de interação CTBE - indústria

Para cada projeto formalizado, é criado um Comitê de Projeto (CP), o qual terá composição mista CTBE/indústria em uma base de 50%/50%.

O CP será responsável pela interlocução com as instituições participantes e pela gestão do projeto (desde sua elaboração até a completa execução).

O CP terá autonomia e poder de decisão para conferir ao processo a agilidade necessária.

O CP poderá pedir assistência a outros especialistas do CTBE, da indústria ou de terceiros.

O CP deverá (as responsabilidades do CP foram atualizadas com relação ao documento original, em dez/2016):

i. Designar responsáveis técnicos do CTBE e indústria pelo projeto; ii. Coordenar as seguintes atividades:

o Deliberar sobre a utilização de recursos financeiros e não-financeiros destinados à execução do projeto, tais como:

Definição da equipe de trabalho, bem como as respectivas atividades, responsabilidades, hierarquia, etc.;

Definição das instalações e equipamentos destinados à execução das atividades inerentes ao projeto, tais quais laboratórios, equipamentos, instrumentos, etc.;

Definição da quantidade e qualidade dos materiais e insumos destinados à execução das atividades inerentes ao projeto

Definição dos eventuais investimentos a serem feitos, tais como: equipamentos, adaptações, etc.

o Elaborar os relatórios e/ou pareceres finais do projeto; iii. Monitorar a execução do projeto;

iv. Aprovar os relatórios e/ou pareceres finais de PROJETO;

OBS: Descontinuação do projeto poderá ocorrer por decisão do CP, caso seja comprovada sua inviabilidade (técnica, econômica e/ou mercadológica), a qualquer momento da execução. Quaisquer das partes terão poder de veto, caso durante a execução do projeto, ocorra desacordo quanto à descontinuação do projeto.

Sigilo

O CP, funcionários do CTBE, da indústria e terceiros envolvidos na análise da proposta e na execução dos projetos estarão comprometidos com sigilo contratualmente.

Os projetos com a indústria são considerados confidenciais pelo CTBE, sendo que suas informações não são reveladas nem mesmo para outros LNs do CNPEM.

Toda a equipe envolvida em determinado projeto assina um Termo de Confidencialidade específico para o projeto, o qual contém os nomes dos integrantes da equipe, de forma que fique claro com quais pessoas as informações confidenciais poderão ser trocadas.

É importante salientar que o CTBE elaborou um treinamento sobre confidencialidade (a elaboração foi da autora, com contribuições dos demais elementos da cadeia gerencial do CTBE) e treina, anualmente, toda sua comunidade interna. Os parceiros do CTBE que forem atuar na área do LN, também devem participar deste treinamento, além de assinarem um termo de confidencialidade. Este termo estabelece que o visitante está impedido de revelar ou utilizar qualquer informação do CTBE à qual porventura venha a ter acesso, durante sua permanência no LN. O treinamento em confidencialidade lista uma série de procedimentos que buscam, entre outros pontos:

• Impedir vazamento de informações sensíveis, decorrentes dos projetos em parceria com a indústria;

• Impedir a troca de informações entre equipes envolvidas em projetos com a indústria, com as equipes de outros projetos, conduzidos simultaneamente no CTBE;

• Proteger materiais de terceiros (ex: OGMs – organismos geneticamente modificados), que estejam sendo utilizados no LN;

• Impedir acesso manual e visual a equipamentos confidenciais de terceiros;

• Manter a segurança física e lógica dos dados resultantes dos projetos em conjunto com a indústria.

• Impedir que estudantes (ex: bolsistas e estagiários) façam parte das equipes de projetos confidenciais, com a indústria.

Caso o projeto envolva aspectos de sigilo que não estejam contemplados nos procedimentos-padrão de sigilo do CTBE, estes serão negociados caso a caso pela Direção do CTBE e aprovadas pela Direção do CNPEM.

Remuneração do CNPEM/CTBE nos projetos com a indústria

O CNPEM/CTBE precisa ser remunerado para prestar serviços ou executar projetos de pesquisa em parceria com a indústria, de modo a poder ressarcir seus custos de RH e infraestrutura utilizados no projeto ou serviço. Na situação dos projetos de P&D, entretanto, os itens entregáveis têm um valor agregado maior com relação aos serviços, visto que os primeiros incluem a geração de propriedade intelectual. Para complementar a remuneração do LN com relação à PI gerada, são utilizadas partilhas de benefícios (tratadas adiante). Na partilha de benefícios, a empresa remunera o CNPEM/CTBE normalmente à medida em que

ela realiza faturamento com o produto resultante do projeto ou à medida que ela consegue comprovar a tecnologia, o que ocorre durante seu desenvolvimento para chegar ao produto.

É importante mencionar que os investimentos feitos pela empresa no CNPEM/CTBE são alvo dos incentivos fiscais, estabelecidos pela Lei n° 11.196/05, Lei do Bem (Art 17, § 2º), regulamentada pelo Decreto n° 5.798/06. Um benefício importante da Lei do Bem é a dedução, para efeito de apuração do lucro líquido, dos dispêndios com pesquisa e desenvolvimento em inovação tecnológica, realizados nas colaborações com o CNPEM/CTBE.

Como projetos de P&D são de alto risco, o CNPEM/CTBE apoia a busca por recursos governamentais de apoio à P&D, de forma a minimizar este risco.

Partilha de benefícios decorrentes da exploração comercial

As receitas do CTBE são provenientes do contrato de gestão entre MCTI e CNPEM e de contratos externos, predominantemente com o setor produtivo.

Todo recurso alocado aos projetos do CTBE (internos e externos) deve ser bem administrado, buscando o sucesso na obtenção de soluções que atinjam o mercado e o retorno justo para as atividades de pesquisa (partilha de benefícios).

Os projetos de P&D são de alto grau de incerteza e risco (técnico, econômico e de mercado), dadas as várias etapas que ainda serão percorridas até se obter um produto sendo produzido, aceito pelo mercado e comercializado. Além disso, seus resultados são muitas vezes tecnologias novas, sem similares no mercado, difíceis de valorar. Por este motivo, recomenda-se que a partilha de benefícios (a remuneração da indústria à ICT) ocorra gradualmente, à medida que a indústria vá comprovando a tecnologia e, posteriormente, à medida que são efetuadas as vendas do produto resultante. As remunerações mais utilizadas para se lidar com este alto grau de incerteza, serão sempre objeto de negociação e poderão incluir:

1.1. Royalty ou similar: utilizados nas licenças de uso ou exploração de tecnologias do

CTBE a terceiros, podendo ser um percentual a incidir sobre as vendas, ou parcelas fixas, parcela única, com ou sem valor mínimo.

1.2. Lump sums: são somas aportadas ao projeto à medida que determinadas etapas do

desenvolvimento do produto vão sendo atingidas com sucesso. Reduzem o risco das partes, que aportarão recursos à medida que a tecnologia for sendo comprovada.

1.3. Outras: o CTBE é flexível, podendo partilhar benefícios de outras maneiras, as quais poderão ser propostas pela indústria.

É importante mencionar que a Lei 4.506, art. 71, estabelece que as despesas com

royalties podem ser deduzidas para efeito de apuração do lucro real sujeito ao imposto de

renda, quando o contribuinte necessitar realizar tais despesas para manter posse, uso ou fruição do bem ou direito que produz o rendimento.

Partilha da propriedade intelectual (PI)

O CTBE, sendo integrado ao CNPEM, segue a Política de Inovação e Regulamento de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia deste último (CNPEM – Política de Inovação, 2013; CNPEM – Regulamento de Propriedade Intelectual, 2013), elaborados pelo Comitê de Inovação do CNPEM, o qual é composto por representantes do CTBE (Gestor de Inovação) e dos outros LNs integrados ao CNPEM.

Somente haverá partilha da PI dos resultados obtidos conjuntamente, nos projetos entre CTBE e indústria e esta partilha se dará de acordo com as responsabilidades e contribuições de cada parte, as quais serão evidenciadas no plano de trabalho que detalha o projeto.

Na partilha da PI deverão ser considerados os aportes de conhecimentos, recursos humanos, financeiros e materiais alocados pelas partes ao projeto.

Nas outras formas de atuação com o CTBE, por exemplo, prestação de serviços, não há geração de PI e, portanto, não há partilha.

O CTBE e indústria deverão reconhecer conhecimentos e informações já existentes antes do início da parceria, quer estes estejam legalmente protegidos ou não e considerar, para efeito da partilha da PI, os resultados obtidos conjuntamente.

Em 2013 foi criada a política de Inovação do CNPEM, a qual o CTBE deve respeitar. As demandas da indústria sobre gestão da PI, que não estejam contempladas na política e regulamento internos do CNPEM, são negociadas caso a caso pela Direção do CTBE e aprovadas pela Direção do CNPEM.

Abaixo seguem as diretrizes da Política de Inovação do CNPEM (CNPEM, 2013), à luz da qual são regidos o CTBE e os demais LNs do Centro:

• Buscar ativamente parcerias com atores públicos e privados que possam complementar suas competências científicas e tecnológicas e contribuir na busca do maior benefício social, econômico e ambiental nas suas ações.

• Buscar de forma sistemática a proteção das criações intelectuais resultantes de suas atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, sejam estas internas ou em parceria.

• Regulamentar, em instrumento específico, os assuntos pertinentes à atribuição de direitos de propriedade intelectual em quaisquer casos de parceria que envolvam desenvolvimento de conhecimento e tecnologias e aquisição, venda, cessão e licenciamento de objetos passíveis de proteção da propriedade intelectual.

• Apoiar o empreendedorismo de base científica e tecnológica por meio do encorajamento à criação de empresas, compartilhamento de laboratórios e escritórios e atração de investidores.

• O CNPEM poderá participar de figuras jurídicas criadas a partir desse estímulo (sociedades, associações, fundações, entre outras), com ou sem finalidade lucrativa, desde que essa participação guarde pertinência com o seu objeto social e desde que todas as receitas auferidas sejam reaplicadas de acordo com as finalidades do Centro.

o Esta participação deverá ser sempre minoritária e precedida de estudo de interesse institucional e dos riscos envolvidos nas esferas civil, tributária e trabalhista.

o O CNPEM não participará na gestão de empresas ou outras organizações privadas criadas a partir de seus LNs.

o Pesquisadores do CNPEM poderão ser sócios nestes empreendimentos, com possibilidades de ajustes no contrato de trabalho do colaborador.

• Sediar investimentos de parceiros para construção de edifícios, laboratórios e demais instalações desde que: i) relacionados e necessários à execução de acordos de cooperação em pesquisa, desenvolvimento e inovação e ii) pertinentes ao cumprimento da missão do CNPEM.

o Estes investimentos deverão se localizar em área física designada pelo CNPEM e estarão sujeitos a regulamentação própria definida pelo Centro.

o Estes investimentos deverão ser previstos em instrumento contratual específico.

o As edificações e instalações resultantes desses investimentos serão incorporadas ao patrimônio próprio do CNPEM.

• Regulamentar, em instrumento específico, as regras para que os colaboradores do CNPEM possam receber remuneração pecuniária a partir dos contratos e convênios celebrados com os setores de agricultura, indústria e serviços (AIS).

CTBE b, 2011 apresenta ainda as possibilidades de cooperação com o CTBE, descritas abaixo:

Uso da infraestrutura pela indústria sem participação das equipes técnicas do CTBE

Refere-se à utilização dos laboratórios, planta piloto, Biorrefinaria Virtual de Cana-de- açúcar - BVC e escritórios do CTBE pela indústria, para realização de experimentos de interesse do usuário. O CTBE providenciará um operador para acompanhar a utilização dos equipamentos. As equipes do CTBE não participarão da realização dos experimentos, exceto no caso de utilização da BVC, que por ser de alta complexidade, requer equipes especializadas do CTBE operando o sistema. Macro condições:

o O parceiro industrial deverá firmar com o CNPEM/CTBE Instrumento de Uso da Infraestrutura.

o Financiamento: 100% pelo solicitante, que deverá remunerar o CTBE pelo uso dos laboratórios, equipamentos, mão de obra do operador, materiais, etc.

o Compromisso da indústria em ressarcir o CTBE por eventuais danos.

o Presença de operador do CTBE obrigatória.

o Publicações: critério exclusivo do parceiro.

o Sigilo: bilateral, segundo condições específicas do acordo de uso da infraestrutura. O parceiro deverá medir as entradas e saídas do seu processo, segundo o protocolo do CTBE. Outras informações sobre o processo poderão ser abertas ao CTBE ou não, em função de autorização prévia do parceiro. O CTBE manterá em sigilo a identidade do parceiro por período a ser acordado.

o Treinamento nos procedimentos internos de segurança.

o A indústria deverá responsabilizar-se, através do acordo de parceria, por seguro contra acidentes de seus funcionários, com cobertura para as atividades realizadas nas instalações do CTBE. Quando requisitada pelo CTBE, a indústria deverá providenciar perícia preliminar sobre os processos e experimentos, a ser realizada por especialistas em segurança (HAZOP – Hazard and Operability Studies).

Uso da infraestrutura pela indústria com participação das equipes técnicas do CTBE (segue condições do item “P&D Conjuntos”)

Refere-se à utilização dos laboratórios, planta piloto, Biorrefinaria Virtual de Cana-de- açúcar e escritórios do CTBE pela indústria, para realização de experimentos, em conjunto com as equipes do CTBE. É prevista contribuição expressiva do CTBE no desenvolvimento dos projetos. As propostas de escalonamento e testes de bancada, apesar de envolverem muito mais desenvolvimentos do que pesquisas, também se enquadram às condições do item P&D Conjuntos, a seguir.

P&D Conjuntos

São colaborações em pesquisa e/ou desenvolvimento conjuntos (CTBE e indústria), com o objetivo de se obter novos produtos, processos, conhecimentos, etc. Macro-condições: