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Indicadores de uma vida cheia do Espírito

Freqüentemente o Novo Testamento usa linguagem figurada para descrever essa experiencia de estar "cheio" do Espírito. Como você se sentirá, com o que se parecerá quando estiver cheio do Espírito? O Novo Testamento usa essa palavra figurada "cheio" de três modos diferentes. Às vezes ela parece se referir ao que a maioria dos contemporâneos que se especializam em enchimento do Espírito têm em mente — uma percepção da presença do Espírito — "exultando no Espirito Santo", por exemplo (Le 10.21). Deus tenha piedade do pregador que nunca tem essa agitação, essa percepção extática da presença de Deus.

As vezes, entretanto, a Bíblia parece indicar um relacionamento mais do que jm sentimento — quem está no comando? (Ef 4.29-32; 5.17,18). Se o Espírito Santo está no comando completo de um relacionamento, você poderia dizer que essa pessoa está cheia do Espírito. Deus tenha piedade da congregação onde o pregador não está submetido incondicionalmente e completamente à disposição do Espírito.

Sem dúvida, o uso mais comum dessa linguagem figurada é usada para apon- tar o resultado, a evidência de uma vida cheia do Espírito, chamada de "dons" ou

"frutos" (ICo 12; G1 5.22,23). E isso que significa ser cheio do Espírito — estar sob o comando do Espírito Santo de tal forma que uma vida de milagres seja evidente, uma colheita abundante de frutos do Espírito que todo fiscal de frutos na congregação pode ver. Assim, a única maneira de explicar os resultados da Dregação daquele homem é dizer — poder do Espírito!

Observe o seguinte a respeito da vida cheia do Espírito dos apóstolos: Toda vez que uma crise estourava, uma nova oportunidade estava à espreita ou as coisas não aconteciam de acordo com o plano, o que eles faziam? Voltavam aos joelhos. E o que Deus fazia como resposta? Ele os enchia com o Espírito. Então eles prega- vam com ousadia, com poder que transforma vidas. Pessoas cheias do Espírito eram enchidas, diz o relato (At 4.31).

Como isso acontecia? Acho a analogia de um barco à vela útil. Uma escuna deslizando pela água, as velas cheias de vento, é uma visão bonita. Mas então um vento vem do oeste e woosh! Aquelas velas, já cheias, ficam realmente cheias. E o mesmo acontece com o Espírito. Ele pode estar de forma estável no comando de nossa vida e ministério, mas depois vem uma necessidade especial, uma opor- tunidade especial. Então vem o tempo de se dirigir ao púlpito. Estivemos de joelhos e rogamos para que o vento do Espírito soprasse. E naquele dia há a pre- gação cheia do Espírito. Se a formação espiritual tiver de ocorrer por meio da pregação, esse será o dia.

Ela exige um veredicto

Se eu for pregar de um modo que resulta em formação espiritual, meu sermão precisa exigir um veredicto. Esse princípio não está na mesma categoria que os

dois primeiros princípios nessa série — que a pregação é baseada na Bíblia e ener- gizada pelo Espírito — mas ela reflete o que é a pregação fundamentada na Bíblia e energizada pelo Espírito.

A pregação que exige um veredicto é uma das coisas que distingue a pregação do ensino. O ensino visa à mente, a pregação, ao coração. "Espere aí! Quando eu ensino, estou tentando levar meus ouvintes à ação e, quando eu prego, estou instru- indo minha congregação nas verdades das Escrituras". É claro. Bom ensino visa à mudança, e boa pregação é ensino sólido.

Por que, então, a distinção? Várias tendências de influência na pregação de- fendem que a abordagem homilética correta é a exposição versículo por versículo do texto, ensinando tantas verdades quantas o autor conseguir comprimir na pas- sagem. Eu diria que isso é mais bem descrito como ensino. Mas quando o prega- dor faz o ensino de uma passagem cooperar com um só objetivo que chama a uma resposta ou exige evidência de várias passagens das Escrituras para tornar plena- mente compreensível um ponto que requer ação, isso é pregação, pregação que exige um veredicto.

Nos meus tempos de estudante, um professor favorito costumava trovejar: "Jovens, nunca pesquem com uma linha lisa!". Nosso alvo não é apenas fascinar a platéia — os profissionais do entretenimento são muito melhores nisso. Não de- veria ser nosso alvo apenas aumentar o estoque da informação bíblica correta — um livro ou computador pode servir esse fim. Nós estamos atrás é de mudança. Se a platéia vai embora animada ou mais instruída na Bíblia mas não muda, não houve formação espiritual. Formação espiritual é mudança, e mudanças aconte- cem quando escolhas são feitas. E assim, a pregação que exige um veredicto é crítica para a formação espiritual ou, como Paulo o diria, para a transformação.

Paulo é ainda mais específico. Ele nos chama para transformar nossa mente — reformar nossos programas mentais — até demonstrarmos mais e mais uma des- crição correta da boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2). Como isso acontece? "Rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo" (Rm 12.1). A mudança vem pelo Espírito de poder quando são feitas escolhas, de forma que a pregação precisa exigir um veredicto se quisermos que haja formação espiritual.

Conectada à platéia

Para conectarmos com os nossos ouvintes, precisamos traduzir a mensagem para a linguagem e as formas de pensamento contemporâneas.

Mas a nossa mensagem não é completamente contracultural? Essa era a afir- mação de um professor de teologia prática com quem eu conversei recentemente. Estávamos discutindo, em um almoço, sobre um colega que tem um ministério transformador para adolescentes e jovens adultos em todo o mundo. Jack tem mais de sessenta anos, mas ele consegue se conectar! Enquanto conversávamos

sobre o impacto desse homem já em idade avançada, meu companheiro de almoço se empolgou com um discurso firme a respeito de como Jack desmente todo esse discurso a respeito de uma lacuna entre as gerações: "Você precisa entender a mente pos-moderna e conectar com ela? Que asneira!".

Eu fiquei atônito ao sentir a intensidade de seu sentimento a respeito do que ele pensava ser o erro de se tentar ser relevante de diferentes maneiras a diferentes auditorios. Eu também fiquei preocupado em pensar que aquilo representava o pensamento de Jack, de forma que eu liguei para o Jack para descobrir.

Ele nu. "E justamente o contrário", ele disse. "Eu estudo e trabalho ardua- mente para entender o pensamento pós-moderno e como conectar com uma men- talidade completamente diferente". Aliás, ele ensina isso. Ele anuncia a sua classe que e es serão avaliados em relação aos comentários que fará — isso ganha a atenção dos alunos — e procede falando em suaíli. Então, diz a eles que não há por que Mar sua própria língua para alguém que não a entende. Depois de fazer essa observação, ele os ajuda a analisar a mente pós-moderna.

A responsabilidade do pregador, então, é entrar na cabeça, aliás, no coração de sua platéia e transmitir verdades e palavras que possam ser entendidas, que conectem. Mais do que isso, pensamentos e verdades que levem à ação. Jesus não deu uma passada de algumas semanas por aqui nem ficou falando em uma lingua- gem celestial. Ele se tornou um de nós.

Nós precisamos seguir seu exemplo e usar uma pregação encarnada. Não podemos nos esconder atrás dos muros da verdade eterna e imutável, satisfeitos em pronunciar jargões teológicos com precisão, arremessando granadas de textos bíblicos por cima do muro sobre a platéia. Isso é suaíli! Transformação espiritual flui a partir de comunicação conectada com a platéia.

Veja detalhes sobre a pregação aos pós-modernos no capítulo 43 de Robertson McQuilkin: Conectando com pós-modernos".

Capítulo 11

P R E G A N D O A V I D A N A I G R E J A

Como Deus usa o ministério da sua Palavra para