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Inspiração consiste da livre busca por materiais, processos e produtos de maneira aleatória ou por interesse do designer, que imerge na exploração de fontes de informações pertinentes a cada caso

DE MATERIAIS E DESIGN

4. Inspiração consiste da livre busca por materiais, processos e produtos de maneira aleatória ou por interesse do designer, que imerge na exploração de fontes de informações pertinentes a cada caso

em particular de projeto.

1.5.3 PARTES INTERESSADAS NA SELEÇÃO DOS MATERIAIS (STAKEHOLDERS)

Um trabalho recente “Influence of Stakeholders on Industrial Design Materials and Manufacturing Selection”, Pedgley (2009) trata da questão da seleção dos materiais na dimensão das partes interessadas, seus stakeholders. O estudo foi realizado durante o projeto de uma guitarra, que antes era fabricada em ma- deira, e o cliente demandou ao designer a mudança de material, que ao final passou a ser fabricada de polí- mero. O estudo se baseou na definição de quais seriam as partes interessadas na seleção dos materiais, quais as competências dos envolvidos e as responsabilidades das partes.

tes interessadas têm

sobre as a

encontrada que inclui o usuário no processo decisório da seleção do material

: - roduto, tem sua preocupação voltada para a questão estratégica e comercial

do negó o

ou indesejável para o material. 2

o os seus atributos de percepção. A partir das intenções, das características e atributos de percep- ção desejados, disponíveis em num banco de produtos, é possível verificar quais materiais e processos são empregados para tal e estudá-los a fim de reproduzir os requisitos almejados

Outra abordagem da pesquisa foi determinar o impacto pragmático que as par

escolhas dos materiais no processo de desenvolvimento de novos produtos. Cabe destacar que n literatura, foi a primeira abordagem

de um produto.

A Figura 23 mostra as partes envolvidas na seleção, conforme considerou Pedgley (2009), que são o cliente, fabricante e fornecedor, designer e usuário. O cliente, considerado a empresa interessada no de senvolvimento de determinado p

projeto, na convergência e coerências com a marca da empresa e de demais produtos de seu portfólio. Im porta também a ligação do novo produto com produtos predecessores, tanto os produtos em linha, quanto aqueles não mais produzidos, mas construíram a imagem diacrônica da empre

- sa.

e -

Na perspectiva do designer, os materiais estão no patamar pessoal e circunstancial, segundo Pedgley (2009). Para o profissional a seleção do material implica no vínculo que o designer mantém com o cliente e na sua experiência profissional nessa atividade. O autor comenta que se o designer for um funcionário da empresa, provavelmente ele selecionará o material que a empresa domina ou já disponha de maquinário para sua produção. Se o designer é externo, de uma empresa especializada em design ou um autônomo, provavelmente ele terá mais chances em propor materiais diferentes do primeiro.

Para o usuário os materiais têm influência nos níveis perceptivo e experimental, seja na sua utilidade prática, como na sua “supra-funcionalidade”, conforme Pedgley (2009). Essa última refere- aos aspectos esté- ticos, semânticos e emocionais envolvidos no produto. O autor comenta que nessa linha, poucos estudos e pro- jetos foram realizados, o que reforça a necessidade e importância do tema escolhido para esta pesquisa.

1.5.4 FATORES CONSIDERADOS NA SELEÇÃO DE MATERIAIS

Os fatores objetivos, geralmente estão classificados de acordo com o (1) perfil de propriedades: Para o fabricante e fornecedor, o foco principal se concentra na viabilidade técnica do projeto e dis- ponibilidade do material. Esta parte interessada se preocupa com a facilidade de fabricação, se o produto possui uma forma complexa, o que acarreta em ferramental mais oneroso e de difícil execução, os níveis d tolerâncias que o produto exige, a quantidade de peças que serão fabricadas e também se o material selecio nado estará disponível, seja geograficamente, ou como poderá será um produto ainda a ser desenvolvido.

Figura 23 – Partes interessadas na seleção dos materiais (stakeholders). Pedgley (2009)

Os fatores podem ser agrupados em objetivos – aqueles que podem ser quantificados e cujos julga- mentos não são influenciados por sentimentos ou opiniões pessoais; e subjetivos – aqueles que são difíceis de medir, pois é pertinente ou característico de um indivíduo.

químicas, físicas e mecânicas; (2) perfil de fabricação e processamento: dimensões, tolerâncias, peso, variá- veis de operação, facilidade de fabricação, número de unidades; (3) fatores ambientais: vida útil dos com- onentes; disponibilidade; normas; viabilidade de reciclagem (4) perfil de uso: desgaste, propriedades de uso e corrosão/oxidação dos materiais; (5) mercado: disponibilidade, preço; e (6) fatores estéticos: propri- edades sensoriais dos materiais que podem ser mensurados, de acordo com Ashby e Johnson (2002); Fer- rante (2002), Medina (2002), Ferroli (2004) e Lima (2006).

Os fatores subjetivos dos materiais são os significados atribuídos e as emoções evocadas, que não podem ser puramente identificadas com valores numéricos ou quantificadas.

Na literatura pesquisada, os aspectos intangíveis são considerados de várias formas: (a) como de se- gunda e terceiras ordem dos atributos materiais; (b) características de estado emocional e considerações de critério menos rigoroso de materiais, características invisíveis; (c) questões menos tangíveis dos materiais; (d) propriedades qualitativas; (e) funções não-ativas ou passivas de materiais; (f) questões não-técnicas de materiais; (g) imagem do material, aspectos metafísicos dos materiais, propriedades não-físicas de materiais; ) significados culturais intrínsecos dos ateriai

ma definição unívoca ou conjunta

ão de materiais para designers. Explicitamente, não há fonte de seleção de materiais que integre as características tar dois trabalhos recentes reali- zados pela UFRGS na tentativa de ampliar o conhecimento nesta área, as dissertações de Faller (2009) e Dis- chinger

nsiderados, que será mostrado no próximo item.

tas mais importantes para o processo criativo p

(h) personalidade do material, dimensões pessoais dos materiais; (i

m s (j) dimensões subjetivas, caráter essencial e indicativo de materiais; (k) características percebidas de materiais, valores percebidos de materiais, (i) fatores estético-simbólicos, foram encontrados em: Ashby e Johnson (2002, 2003); Ferrante (2002); Karana (2004, 2006); Kesteren (2004-8); Kindlein Júnior (2006); Kunzler (2003); Lefteri (2006); Lima (2006); Ljungberg e Edwards (2003); Manzini (1993); Reis (2003); Rognoli e Levi (2004); Silva (2005); Zuo e Jones (2005).

Nota-se que a maioria dos autores adota termos diversos, não havendo u

utilizada por todos eles. Por outro lado, é importante destacar que há relações aos termos adotados e que todos eles expressam características intangíveis.

Apesar da literatura indicar que as características intangíveis são importantes, poucos autores con- duziram experimentos sobre a questão e propuseram uma maneira de conectá-las ao processo de seleç intangíveis com a atividade da seleção tangível do processo de design. Vale ci

(2009). As fontes existentes são ainda inadequadas para designers de produto, conforme concluem Karana, Hekkert e Kandachar (2007). Estes autores realizam um estudo experimental para conhecer como os designers profissionais selecionam na prática e quais os aspectos co

1.5.5 CHECKLIST PARA A SELEÇÃO DE MATERIAIS

A lista de verificação, conhecida como checklists, é uma ferramenta muito útil para as definições i- niciais de qualquer projeto: ajudam a delimitar o problema de projeto e muito eficazes nas fases de examinar o cumprimento a cada um dos itens considerados no projeto.

exigido

leção dos materiais estão desta- cados no

Quadro 2 – Checklist para a seleção de materiais. Adaptado de QUARANTE (1992, p. 108-111)

1.5.6 TIPOS DE INFORMAÇÕES PARA A SE

rt e Kandachar (2007) apurou quais são as informa

O designer procura, inicialmente, pela informação das propriedades sensoriais dos materiais e, em seguida, das propriedades intangíveis; ambas consideradas vitais e da maior relevância para a criação de significados intencionais por meio do material mais apropriado.

no design, juntamente o brainstorrming e o diferencial semântico. A autora apresenta uma ampla lista em Quarante (1992, p. 108-112), sendo que os pontos relacionados à se

Quadro 2. Em cada caso, a lista pode ser ampliada e adequada para situações particulares de projeto.