• Nenhum resultado encontrado

PARTE II – PERCEPÇÕES SOBRE GÉNERO E LIDERANÇA

2. A NÁLISE B IVARIADA DOS D ADOS R ECOLHIDOS EM Q UESTIONÁRIO

2.14. C ONDIÇÕES EM QUE GANHOU AS E LEIÇÕES PARA O C ONSELHO

Centrando o nosso estudo no processo eleitoral que conduziu o docente à ocupação de um cargo de gestão escolar, quisemos saber se existiam listas adversárias e, em caso afirmativo, se estas eram encabeçadas por docentes de um determinado género. Era ainda nosso objectivo recolher dados que nos permitissem concluir quanto à vantagem de pertencer a um dado género para ganhar as eleições e se os apoios recebidos pelos docentes do género feminino e masculino eram iguais. Neste sentido, o questionário colocou aos docentes três questões cujas respostas possibilitaram a análise seguinte.

A questão relativa ao ganho das eleições foi respondida por 21 docentes, 10 mulheres e 11 homens. As opções de resposta postas em questionário relativas às condições em que o docente ganhou as eleições foram: Por nomeação, Era a única lista concorrente, As listas

adversárias eram encabeçadas por mulheres e As listas adversárias eram encabeçadas por homens. A distribuição das respostas dos inquiridos por cada uma das opções, segundo o

seu género, encontra-se representada no Gráfico 17.

Gráfico 17 – Condições em que ganhou as eleições para o Conselho Executivo, em função do género do docente

Condições em que ganhou as eleições para o CE, segundo o género

Género Masculino Feminino F re q u ê n ci a a b so lu ta 7 6 5 4 3 2 1 0 Por nomeação Era a única lista Adversários mulheres Adversários homens

Analisando as opções de resposta segundo o género do docente, no género feminino as eleições foram maioritariamente ganhas porque existia apenas uma lista concorrente, ao passo que, no género masculino, essa opção encontra-se em igualdade de circunstâncias com o facto das listas adversárias serem encabeçadas por homens. Duas docentes referem que ganharam as eleições sendo as listas adversárias encabeçadas por homens, e dois docentes referem que ganharam as eleições sendo as listas adversárias encabeçadas por mulheres. A opção em que o docente integrou o Conselho Executivo por nomeação é referida por dois docentes, uma mulher e um homem.

No género feminino, as percentagens relativas a cada opção de resposta são de 60% para a opção Era a única lista concorrente, 20% para a opção As listas adversárias eram

encabeçadas por homens, 10% para a opção As listas adversárias eram encabeçadas por mulheres e 10% para a opção Por nomeação.

No género masculino, as percentagens relativas a cada opção de resposta são de 36,4% para a opção Era a única lista concorrente, 36,4% para a opção As listas adversárias

eram encabeçadas por homens, 18,2% para a opção As listas adversárias eram encabeçadas por mulheres e 9,1% para a opção Por nomeação.

Cruzando as respostas dadas pelos docentes com o seu género, concluímos que não existe uma relação entre essas variáveis na medida em que o valor obtido para a significância no teste do qui-quadrado é de 0,716. Assim não validámos a hipótese H64: As

condições em que o docente do órgão de gestão ganhou as eleições para o Conselho Executivo dependem do seu género.

Conforme pode observar-se no Gráfico 18, apenas 4 docentes consideraram que o seu

género foi uma vantagem para ter ganho as eleições para o órgão de gestão, 1 mulher e 3 homens, o que corresponde a 9,1% no género feminino e a 27,3% no género masculino. Estes valores sugerem que alguns homens pressupõem que à partida estão em vantagem relativamente às suas colegas mulheres quando concorrem ao órgão de gestão. No entanto, o valor de 0,269 que obtivemos para a significância no teste do qui-quadrado não nos permitiu concluir que exista uma relação de dependência entre considerar que pertencer a um determinado género é vantagem para ganhar as eleições e o género do docente, pelo que não validámos a hipótese H65: Considerar que pertencer a um determinado género é

vantagem para ganhar as eleições para o Conselho Executivo depende do género do docente.

Gráfico 18 – Opinião quanto ao género a que pertence ser uma vantagem para ganhar as eleições, em função do género do docente

Opinião quanto à vantagem do género para o resultado das eleições, segundo o género

Género Masculino Feminino F re q u ê n ci a a b so lu ta 12 10 8 6 4 2 0 Não Sim

Questionados quanto aos incentivos recebidos pelos docentes concorrentes ao órgão de gestão, responderam afirmativamente 20 docentes, 9 mulheres e 11 homens, o que corresponde no seu género a 81,8% e a 100%, respectivamente. Conforme pode ver-se no

Gráfico 19, este tipo de encorajamento é referido tanto por mulheres como por homens, não

existindo nenhum homem que não lhe faça referência. O teste do qui-quadrado por nós realizado para estudar a relação entre as variáveis em análise permitiu-nos concluir que não existe uma relação de dependência entre receber incentivos aquando a candidatura do docente ao órgão de gestão e o género do docente, uma vez que o valor obtido para a significância no referido teste foi de 0,138. Assim, não validámos a hipótese H66: Receber

incentivos aquando a candidatura do docente ao Conselho Executivo depende do seu género.

Gráfico 19 – Incentivos dados ao docente aquando a sua candidatura ao órgão de gestão, em função do género do docente

Incentivos recebidos aquando a candidatura ao CE, segundo o género

Género Masculino Feminino F re q u ê n ci a a b so lu ta 12 10 8 6 4 2 0 Não Sim

Particularizando a procedência dos incentivos dados ao docente concorrente ao órgão de gestão, o questionário contemplava cinco opções de resposta: família, colegas, amigos,

Presidente do Conselho Executivo anterior e outros. Cruzando as respostas dadas em cada

opção com o género do docente, é possível obter a análise seguinte cujo objectivo era apurar se a origem dos incentivos recebidos pelos docentes de uma determinada origem é independente do seu género.

Gráfico 20 – Origem dos incentivos recebidos na candidatura ao Órgão de Gestão, em função do género do docente 4 4 8 11 6 4 2 2 2 2 0 2 4 6 8 10 12 N º d e d o ce nt es

Família Colegas Amigos PCE ant Outros

Incentivos recebidos na concorrência ao Orgão de Gestão

Mulheres Homens

Os apoios dados pela família são referidos por 8 docentes, 4 mulheres e 4 homens, valores que correspondem a 40% no género feminino e a 36,4% no género masculino. A família apoia o docente candidato ao órgão de gestão independentemente do seu género, o que foi confirmado por um valor de 0,864 para a significância no teste do qui-quadrado, pelo que não validámos a hipótese H67: Receber incentivos da família aquando a candidatura do

docente ao Conselho Executivo depende do seu género.

Os incentivos recebidos pelos colegas quando o docente decidiu concorrer ao Conselho Executivo é aquele que é mais referido. Dos 19 docentes que responderam afirmativamente a esta questão, 8 são mulheres e 11 são homens, o que correponde a 80% no género feminino e a 100% no género masculino. Estes valores revelam que todos os homens receberam este tipo de encorajamento, o mesmo não acontecendo com as mulheres. Apesar disso, este tipo de apoio recebido pelo docente é independente do seu género, uma vez que o valor da significância para o teste do qui-quadrado foi de 0,119. Assim, não validámos a hipótese H68: Receber incentivos dos colegas aquando a

candidatura do docente ao Conselho Executivo depende do seu género.

O apoio procedente de amigos do docente candidato ao órgão de gestão é referido por 10 docentes, 6 mulheres e 4 homens, o que corresponde a 60% no género feminino e a

36,4% no género masculino. Este tipo de apoio é o segundo mais referido pelos docentes pertencentes ao órgão de gestão sendo mais referido por mulheres do que homens. Contudo, esta variável é independente do género do docente uma vez que o valor para a significância no teste do qui-quadrado foi de 0,279. Posto isto, não validámos a hipótese H69:

Receber incentivos dos amigos aquando a candidatura do docente ao Conselho Executivo depende do seu género.

Receber incentivos do Presidente do Conselho Executivo anterior é uma opção referida por 4 docentes, 2 mulheres e 2 homens, o que corresponde a 20% no género feminino e a 18,2% no género masculino. Homens e mulheres recebem este tipo de apoio com uma frequência muito similar. Com efeito, receber este tipo de incentivo é independente do género do docente pois o valor da significância no teste do qui-quadrado foi de 0,916. Assim, não validámos a hipótese H70: Receber incentivos do Presidente do Conselho

Executivo anterior aquando a candidatura do docente ao Conselho Executivo depende do seu género.

A opção de resposta que contemplava outras origens de incentivos recebidos pelos docentes foi assinalada apenas por 2 docentes do género masculino, o que corresponde a 18,2% do seu género. Embora só homens façam referência a este tipo de incentivo, recebê- lo é independente do género do docente na medida em que o valor para a significância no teste do qui-quadrado foi de 0,156. Posto isto, não validámos a hipótese H71: Receber

incentivos de outros aquando a candidatura do docente ao Conselho Executivo depende do seu género.