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1ª Subsecção Tipicidade.

XVII. Outras indicações de leitura

• Acórdão do STJ de 12 de Dezembro de 1984, BMJ-342-227: não se provou que o arguido, ao desfechar a espingarda a cerca de 1,35 metros de distância sobre a vítima, tivesse tido a intenção de causar a morte desta, e consequentemente que tivesse agido com o chamado dolo directo. Porém, como essa morte se lhe representou como uma consequência possível da conduta, e não obstante o arguido actuou, conformando-se com tal resultado —agiu com o chamado dolo eventual.

• Acórdão do STJ de 18 de Setembro de 1991, BMJ-409-433: o arguido desfechou contra o ofendido um golpe com um canivete, dirigido de baixo para cima, atingindo-o na zona do pescoço, de modo voluntário e livre, na intenção de ferir: tais factos apontam inequivocamente, ainda que de forma oblíqua e indirecta, que o golpe foi intencionalmente dirigido ao pescoço e não, às cegas, contra outra zona corpórea.

• Acórdão do STJ de 1 de Abril de 1993, BMJ-426-154: dolo eventual: comprovação dos actos psíquicos. A e B envolveram-se em discussão, tendo o B caído no solo. Uma vez este no solo, o A encavalitou-se nele, e agarrando-o pela cabeça por várias vezes lhe deu com ela no pavimento de paralelepípedos de granito. Apesar de não ter havido um pronto internamento hospitalar, o Supremo deu como assente a conexão, em termos de adequação causal, entre as lesões produzidas e a morte. Como o A praticou a agressão prevendo a possibilidade da ocorrência letal, aceitando-a, é autor de homicídio voluntário simples com dolo eventual.

• Acórdão do STJ de 16 de Janeiro de 1990, CJ, 1990, tomo I, p. 6: sobre o apuramento da intenção a partir da avaliação da conduta do réu.

• Acórdão do STJ de 11 de Dezembro de 1996, BMJ-462-207: sendo o dolo um acto psíquico, porque ocorre no interior do sujeito, só é revelado indirectamente através de actos exteriores. Se a natureza do instrumento utilizado, a zona atingida e as características da lesão consentirem a ilação de que o arguido, agredindo a vítima, representou a morte desta como consequência possível da sua acção e agiu conformando-se com tal evento, estará fundamentada a existência de dolo eventual.

• Acórdão do STJ de 14 de Junho de 1995, CJ do STJ, ano III (1995), tomo II, p. 226: o dolo eventual é integrado pela vontade de realização concernente à acção típica (elemento volitivo do injusto da acção), pela consideração séria do risco de produção do resultado (factor intelectual do injusto da acção) e, por último, pela conformação com a produção do resultado típico como factor da culpabilidade.

• Acórdão do STJ de 18 de Junho de 1986, BMJ-358-248: provando-se que o réu representou a morte da vítima como consequência possível dos disparos que fez, e mesmo assim disparou, conformando- se com o resultado representado e a que se mostrou indiferente, não pode duvidar-se que agiu com dolo eventual e não apenas com negligência.

• Acórdão do STJ de 7 de Maio de 1997, BMJ-467-419: os arguidos muniram-se da caçadeira, que todos sabiam estar carregada com a respectiva munição, prevendo a possibilidade de ser efectuado um disparo que atingisse mortalmente o acompanhante da mulher e conformando-se com esse resultado, sendo-lhes indiferente que da execução do seu plano, primordialmente destinado à satisfação do instinto sexual, pudesse resultar a morte de um dos membros do casal.

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