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Um texto antigo em um Mundo Novo

No documento Do português arcaico ao português brasileiro (páginas 107-117)

Quando se escreveu a cópia que se conhece do Liuro de Josep Abaramatia, a Europa come- çava a descobrir a diversidade cultural e étnica que compunha o Mundo que de fato a rodeava, mas que desconhecera até então.

Para Teyssier (1981) e Muidine (2000), por esse período, o en(de) já não deveria estar sendo transplantado com a língua que se fixava nas margens das descobertas, assim como o (h)i deixaria de ser pronominal e passaria a integrar-se no sistema dos dêiticos espaciais do português.

De fato, não se detecta uma ocorrência que seja de en(de), na qualidade de morfema livre nessa versão do século XVI, apenas as formas pore) ~ porem ~ por ende, que já ocorriam muito cedo na língua, mesmo nos anos de duzentos.

Quanto ao (h)i, contudo, não se pode descartar incondicionalmente sua função pronomi- nal anafórica. Observem-se alguns exemplos:

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lxxxi) F2v Eelle me disse esta he | aconnhecença Datrindade 2 disse por que cuidaua que Duuidauas | que [na trindade]i avia tres pessoa 2 nõ avia [hi]i senão hu)a.

lxxxii) F10r EJaambos tinham Recebido bautismo por maaõ de sã | tiago ho menor que foi bispo de Jherusalem gram tempo depois | da morte deJhesuu cristo 2Joseph foi [preso]i asi como

vos eu di | se tanto tempo como vos disse 2 esteue [hi]i trinta 2seis an)os.

lxxxiii) F12v [em este piar]i foi Jo | seph metido des que deçeo Jhesuu cristo na cruz Eentão nom

| avia eu mais que vinte cinquo ann)os 2 sam ora velho asi co | mo vedes E vespasiano dixe nõ t[e]marauilhes porque ho senhor | por quem elle [hi]i foi metido he poderoso.

lxxxiv) F13r Eentão mandou a caifas que en | trase [no cacere]i 2 se ho nom achasse viuo que

tirase hos ossos 2 ca | ifas disse que nom entraria [hi]i aJnda que soubesse.

lxxxv) F14r Equando veyo a[jherusalem]i Receberãno hy muy bem mas conheçia elle [hi]i muy

poucos.

Embora em diversas outras ocorrências não pareça se referir a qualquer antecedente, confirmando a qualidade preponderantemente dêitica que lhe atribui Teyssier (1981) para esse período da língua, os exemplos acima apontados demonstram a plena vitalidade da função pronominal desse elemento, que tem sido, durante todo o levantamento dos dados até aqui demonstrada.

É relevante lembrar que etimológica e morfologicamente esse morfema, assim como o en(de), tinha caráter adverbial locativo, passando a desempenhar posteriormente uma “doble función de pronombre y adverbio”35 (Badia Margarit, 1947: 23), o que justifica os casos encon-

trados ao longo deste trabalho em que não se puderam identificar antecedentes explícitos para caracterização de sua função pronominal.

Nos casos acima, em que se lhe atribui a condição de pronome, o hi se comporta como adjunto de construções inacusativas e transitivas de VPs do tipo V, [DP] e V, [—DP], igualmente ao verificado na análise dos textos referentes ao século XV. Nenhuma adjunção a nomes ou adjetivos foi, da mesma forma, encontrada.

Como anteriormente visto, Teyssier (1981: 37) advoga que o hi, nessa época, teria deixado de ser pronominal, desaparecendo “comme anaphorique pur”,36 já na obra de Gil Vicente, e que

não seria mais “qu’une variante du néologisme aí”,37 com que passa juntamente a integrar um

microssistema ternário de advérbios de lugar, em oposição a aqui e ali.

No recorte utilizado do Liuro de Josep Abaramatia, o ahi é encontrado uma única vez, indicando, não mais função pronominal, mas comportamento adverbial dêitico de 2ª pessoa, como sugere a ocorrência abaixo transcrita:

lxxxvi) F4v 2leuoume aly donde pri|meiro me achara 2 ante que metesse ho meu sprito em my) me di | se viste asaz demarauylhas Eeu lhe dixe eu vi ahi tantas que | nõ ha home) que as ouuisse contar que nõ dissese que era mentira.

Se fosse assim resumida, a trajetória de (h)i na língua portuguesa teria sido uma verdadeira “promenade de reanálise gramatical”: de adverbial, para pronominal, para, novamente, adverbial.

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Ponderações finais sobre a questão

Uma idéia central guiou esta investigação: a de que em algum momento no período arcai- co do português as condições de atribuição de Caso começaram a se alterar parametricamente, desencadeando um processo de mudança que viria progressivamente a afetar todo o sistema pronominal da língua, processo que se teria iniciado, provavelmente pelos pronomes fracos anafóricos en(de) e (h)i, que enquanto morfemas livres desaparecem, mas que de alguma forma se gramaticalizaram com o auxílio de preposições.

Lightfoot (2003: 105) acredita que “whether or not an individual change is part of a larger drift, its cause must be found locally”38. É o que se pretende fazer.

Inspirando-se no pressuposto chomskiano, antes já citado, de que todas as línguas naturais “estão sujeitas a um sistema nuclear de Caso, embora este só tenha realização morfológica nalgumas delas” (Chomsky, 1994:189), considerando-se, ainda, o conhecimento histórico de que se dispõe sobre a formação do romance português desde o latim, especificamente sobre as alterações de natureza morfológica que se realizaram em sua conformação, procurou-se detectar possíveis indícios de que a realização de Caso começou a se modificar seguindo uma deriva prevista na história da língua.

A primeira inferência foi a de que en(de) e (h)i seriam inicialmente projeções máximas de um DP, cuja realização de Caso se daria morfologicamente, nos passos da herdada gramática latina.

Os dados do século XIV apontaram para isso. O en(de) ocorre nesse momento da língua como adjunto de verbos em construções inacusativas ou complemento em construções transiti- vas, assim como adjunto de sintagmas nominais ou adjetivais, manifestando sempre papel temático locativo e Caso oblíquo, sem a necessidade de estratégia de inserção de uma preposição semanticamente vazia para lhe assegurar essa marcação. É evidentemente um DP, cujo Caso emana da sua própria morfologia.

O (h)i, da mesma forma, serve de adjunto em construções transitivas e inacusativas e de sintagmas nominais, não ocorrendo, entretanto, com sintagmas adjetivais.

Antes disso, ainda no século XIII, o comportamento desses pronomes era, se não igual, bastante similar ao do século XIV, conforme se pode comprovar nas observações sobre essa época, acima no trabalho.

Todavia, a partir do século XV, essas condições se modificam, nomeadamente pelo impor- tante testemunho de um legado excepcional, a Crônica de Santa Maria de Íria, em que en(de) funciona como adjunto de construções inacusativas e transitivas, constituindo-se não mais em um DP, mas em um P P, em que a preposição de se evidencia, provavelmente para marcação de Caso oblíquo não evidenciado morfologicamente em uma das gramáticas que poderia já estar em competição.

Se se voltar ao presente para tentar entender o passado, como sugere a máxima laboviana, nota-se que o sistema pronominal da variedade do português brasileiro oferece à comparação alguns processos perfeitamente análogos à questão.

O pronome lhe, por exemplo, antes visivelmente marcado na sua morfologia no português, em que constituía um DP que evidenciava Caso oblíquo, experimenta no português brasileiro um comportamento de perda progressiva dessa marcação, assumindo freqüentemente Caso acusativo, licenciado pelo núcleo verbal a que serve de complemento.

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Em contraponto, o elemento ele, que desempenha papéis temáticos e assume Casos dos mais diversos no português brasileiro, quando se articula em substituição ao lhe oblíquo deman- da a inserção da preposição dummy39 a, como se pode verificar em recente trabalho de Morais

(2003).

A literatura gerativista, muito ainda centrada no inglês, como é óbvio, comumente indica que um dos casos oblíquos, o genitivo, “é realizado superficialmente através da preposição de (se a categoria que recebe caso é um DP)” (Raposo, 1992: 510).

Isso permite que se postule que, ao perder evidência morfológica de Caso, os elementos pronominais começaram a demandar essa marcação a partir do recurso de introdução da prepo- sição semanticamente vazia para sua atualização, satisfazendo, assim, o Filtro de Caso.

Talvez seja essa idéia uma possibilidade de explicação para o processo de gramaticalização de porém, que se prolongou posteriomente em outras etapas, e de aí, que se incorporou ao sistema dos dêiticos adverbiais, haja vista o esvaziamento semântico que exibem ambas prepo- sições.

Não menos, pode-se considerar que a multifuncionalidade de ambos elementos antes verificada pode tê-los “condenado” a uma restrição de papéis, sob a égide de uma especialização funcional.

Mas avançando além do século XV, o recorte apenas revelou que o en(de) enquanto anafórico puro – para se utilizar da terminologia proposta por Teyssier, não mais ocorre no século XVI. O (h)i, por seu turno, ainda pode ser identificado com função pronominal, contrariamente ao que propugnam Teyssier (1981) e Muidine (2000), até pelo menos durante esse século.

É nesse momento, também, que começa a pontar o ahi, que já se registra no Liuro de Josep Abaramatia, assim como na obra de Gil Vicente, antes apontado por Teyssier.

Para Lightfoot (2003: 120), antes citado:

Any given phenomenal change is explained if we show, first, that the linguistic enviroment has changed in such a way that some theoretical choice has been taken differently (say, a change in the way that a case is realised), and, second, that the new phenomenon (perhaps a split genitive form) must be the way that it is because of some principle of the theory and the new case system.40

De alguma forma, pelo menos até o presente, o português parece avançar na direção de realização de Caso abstratamente, diferentemente do que ocorria com o latim, que lhe deu origem.

Isso, porém, é ainda uma questão em aberto.

1 Trad.: “Em material histórico, encontramos um tipo de informação que está necessariamente ausen-

te em dados sincrônicos e que oferece a perspectiva de uma contribuição importante da história para a lingüística geral, ou seja, informação sobre o curso temporal da mudança lingüística”.

2 Note-se que o emprego de “pronomes anafóricos” corresponde aqui ao sentido utilizado por

Teyssier em seu trabalho de 1981, não se relacionando às noções de “pronome” e “anáfora” estabelecidas pela teoria da vinculação gerativa.

3 Trad.: “seu sentido e seu emprego hi e ende-en são anafóricos muito parecidos com o y e o en do

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4 Note-se que para a teoria gerativa a mudança lingüística ocorre exclusivamente no processo de

aquisição da linguagem, quando os dados lingüísticos primários são disponibilizados para interpreta- ção pela criança, diferentemente da teoria variacionista que atribui a mudança ao processo sociolingüístico de uso da língua, não a restringindo exclusivamente ao momento da aquisição.

5 Trad.: “falantes individuais possam operar com mais de uma gramática”.

6 Trad.: “por meio de competição entre opções gramaticais mutualmente exclusivas”. 7 Trad.: “operado de uma maneira lentíssima”.

8 Trad.: “uma propriedade universal”.

9 Para Chomsky, o núcleo funcional T (Tempo).

10 Trad.: “permanece ainda a questão da tonicidade ou atonicidade desses pronomes, posto que, se

em alguns casos pudera ser átono, em outros resulta bastante mais duvidoso que o seja”.

11 Embora no exemplo xxii) o DP esteja inserido em um PP, a co-referência não se faz com essa

categoria, senão com o DP. Inclusive o contexto em que (h)i ocorre não requer preposição.

12 Casos inerentes: o “Caso genitivo atribuído pela categorias N e A e o Caso oblíquo atribuído pela

categoria P” (Raposo, 1992: 510).

13 Embora o exemplo pode advogar contrariamente ao que se pretende aqui defender, convém se

lembrar do caso do “o” proposicional do português contemporâneo, cujo comportamento é bastante similar a esse.

14 A representação utilizada neste trabalho é uma adaptação à apresentada por Haegeman (1994:42 e

ss.).

15 Note-se que por se configurar como pronome fraco, o en(de) pode assumir algumas características

próprias aos clíticos, sobretudo alguns de seus movimentos. Acredita-se, entretanto, que o movimen- to dos clíticos no português não seja exclusivamente uma manifestação motivada pela sintaxe, mas, de alguma forma, resultante de propriedades prosódicas da língua.

16 Trad.: “Depois de mais de um século de investigações sobre a posição do pronome fraco nas

línguas românicas, nós ainda não dispomos de uma teoria satisfatória”.

17 Vai-se neste trabalho insistir em considerar esses elementos como adjuntos e não como comple-

mentos face à característica de opcionalidade de uso que se lhes vai atribuir.

18 Trad.: “adjetivos nunca chegaram a atribuir caso estrutural (...); verbos e preposições podem ser

seguidos por um NP/DP foneticamente realizado, regido por eles (...), mas geralmente adjetivos, não (...), então precisam de um marcador de caso preposicional”.

19 [entre todolos outros frades] i 20 [entre eles]

i

21 A interpretação poderia ser a de complemento, mas aqui se mantém a de adjunto, conforme se

advertiu anteriormente.

22 Como não há outras diferenças de uso morfossintático relevantes em relação a en(de) e ao (h)i nesse

manuscrito, optou-se por transcrever os exemplos pela versão de Lisboa.

23 Convém que se considere que o Testamento de Afonso II é um documento composto de apenas um

fólio.

24 ‘Daí para baixo’. 25 ‘Daí para cima’.

26 Essas formas se excluem desta análise, assim como desi, dende, desende e porende, conforme antes

advertido.

27 Observe-se em alguns casos a forma ende se encontra desenvolvida pelo editor. 28 [Nessa ocasião, nesse lugar?]

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29 Idem. 30 [Disso]

i

31 Trad.: “o caso mais freqüente é o emprego de esse como anafórico simples”. 32 [Nesse lugar?]

i

33 Trad.: “hi tem o sentido anafórico, designando um lugar que no contexto lhe tinha sido atribuído”. 34 [Nesse lugar?]

i.

35 Trad.: “dupla função de pronome e advérbio”. 36 Trad.: “como anafórico puro”.

37 Trad.: “que uma variante do neologismo aí”.

38 Trad.: “quer seja ou não a mudança individual parte de uma deriva maior, sua causa deve ser

encontrada localmente”.

39 Trad.: “semanticamente vazia”.

40 Trad.: “Qualquer mudança fenomenal é explicada se mostrarmos, primeiro, que o ambiente

lingüístico mudou de tal jeito que alguma escolha teórica foi assumida diferentemente (isto é, uma mudança na maneira que um caso é realizado), e, segundo, que o novo fenômeno (talvez uma forma genitiva dividida) deve ser do jeito que é em função de algum princípio da teoria e do novo sistema de caso”.

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